O dia (ontem) em que o FC Porto viu dois cartões vermelhos, vermelho directo para Mbemba, vermelho, por acumulação de simulações, para Taremi e o Sporting só viu um cartão amarelo (Morita) durante todo o jogo.
[não adianta dizerem que Mbemba já não é jogador do Porto, quantas vezes no Porto, fez aquilo, nem se marcava falta. Quanto a Taremi, foi Taremi, o maior fingidor do futebol mundial]
As histórias são sinuosas como os rios (como o rio Congo, nesta história).
Mbemba, Chancel Mbemba Mangulu, que completará 26 anos, no próximo sábado, nasceu no Zaire de Mobutu (o país só mudaria de nome em 1997, curiosamente, talvez, influenciados pelo "Tintin no Congo", hoje, todos referem Mbemba como congolês) passou pela Bélgica, por Inglaterra, Newcastle, terra de mineiros, onde os homens entram para dentro da terra brancos e saiem de lá negros (cf. com biografia de Bobby Robson).
Ontem, em Coimbra, foi um dia desses, branco de indignação com a arbitragem, orgulhosamente, negro para não se escrever de preto mais uma vergonhosa página da história do futebol na república portuguesa: "black goals matter".
No entanto, este postal é sobre Ngunza, um dos melhores jogadores que pisaram os campos de futebol do Zaire, esteve quase contratado pelo Sporting Clube de Portugal, mas no futebol, a influência, as expulsões e os penalties encomendados (e às vezes não é suficiente) mandam mais, são mais eficazes que os clubes que agem dentro das regras, que tentam contratar honradamente.