Não percebo o racional da contratação de Antonio Adán, guarda-redes com 33 anos, avaliado em 800 mil euros, após ter passado boa parte da carreira no banco de suplentes, sem grande margem de progressão.
Com 30 anos e avaliado em 2 milhões de euros, temos no plantel Renan Ribeiro. O titular tem sido Luís Maximiano, 21 anos, com um valor de mercado de 6 milhões de euros e grande margem de progressão.
Parece-me óbvia a aposta na manutenção do jovem titular, porque a sua continuidade irá valorizá-lo, permitindo num prazo razoável, de 2 a 3 anos, realizar um importante encaixe financeiro.
Numa situação de baixa de forma, lesão ou castigo, Renan Ribeiro oferece garantias para desempenhar o lugar. A não ser que seja realizada alguma venda surpreendente, não vejo alternativa.
Ou então sou eu que não percebo nada de gestão desportiva e financeira e devemos confiar em Frederico Varandas e Hugo Viana, porque alguém irá aparecer disposto a pagar no mínimo 20 milhões de euros por Max, ou 3 a 4 milhões por Renan. Escrevi refiro-me a milhões de euros, não a mendilhões de monopólio, nem pornográficas comissões de 20% ou mais a intermediar o negócio. Considero obsceno tudo o que for pago acima de 10%.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre LUÍS MAXIMIANO:
- Eu: «Gostei da exibição de Luís Maximiano, hoje titular em estreia na baliza leonina numa competição da UEFA - sucedendo de algum modo a Rui Patrício, que se estreou há 12 anos na mesma posição. Muito seguro e concentrado, com bons reflexos, teve um papel irrepreensível não apenas entre os postes mas também a antecipar-se em saídas oportunas que abortaram lances ofensivos do PSV.» (28 de Novembro)
- Edmundo Gonçalves: «As fífias que Ilori e Doumbia deram obrigaram a sair da toca o Luis Maximiniano, Max para todos nós sportinguistas, que fez um belo número de como bem defender uma baliza. E até demonstrou que sabe colocar a bola longe, jogável, com os pés!» (29 de Novembro)
- Leonardo Ralha: «Encarregou-se de alterar o destino. Fê-lo de forma brilhante ao desviar para canto o remate de um adversário isolado – num lance que ditou a grave lesão de Neto –, logo na primeira parte, mas também desviou para longe da baliza o perigo que surgiu depois do intervalo. A haver algo de positivo a retirar desta triste temporada, que seja a sua afirmação.» (10 de Dezembro)
- Francisco Almeida Leite: «O Luís Maximiano, "Max" como todos nós sportinguistas lhe chamamos carinhosamente, estará em condições de vir a ser um dos eleitos de Fernando Santos para o grupo que segue para a prova de 2021 ainda como campeão europeu. Arrisco mesmo a dizer que ainda era melhor que já estivesse apto para disputar a titularidade a Rui Patrício, isso é que era!» (5 de Abril)
- Pedro Boucherie Mendes: «Devemos muito desta sequência tão positiva ao Luís Maximiano. Ainda ontem defendeu um remate de um avançado do Gil ali na primeira parte que segurou o um a zero. Em onzes com tantos jovens, ter um guarda-redes seguro, ágil e atento é fundamental. Espero que fique no Sporting.» (2 de Julho)
«Max tem alguns pontos em comum com o Rui Patrício no início de carreira, nomeadamente o jogo de pés deficiente. Compensa isso com uma excelente capacidade entre os postes e, ao contrário de alguns guarda-redes portugueses de alguns anos para cá, sai muito bem a cruzamentos. Que venha Olsen. Se nós pensamos que os nossos miúdos são os melhores têm de se bater com os melhores, sem medo!»
O esquema táctico de 3-4-2-1 é, talvez, o mais difícil de interpretar. Os princípios tácticos de Rúben Amorim assentam numa primeira fase de construção paciente e de passes verticais. Os movimentos de ruptura, dos três da frente (Vietto?), para explorar a profundidade era uma constante.
Este modelo de jogo, não tenho dúvidas, é muito mais fácil de fazer resultar no Braga. Pelo plantel diferente, mas também porque a maior parte dos adversários do Sporting se apresenta num bloco baixo. As "zonas de criação" entre a linha defensiva e do meio-campo do adversário não podem ficar exclusivas de um Sporar, que baixa para tocar e criar espaço nas costas. A chegada dos médios centrais é essencial para podermos jogar de forma mais apoiada e compacta.
De qualquer das formas, tivemos treinador antes do jogo [de quinta-feira em Guimarães]. Foi audaz e correcto na escolha do 11 inicial. No jogo não foi capaz de "inventar novas dificuldades" para apresentar ao Guimarães. Limitou-se a fazer cumprir o guião pré-estabelecido. Principalmente, quando ficámos em superioridade numérica, tinha que pedir algo diferente.
Gostei imenso do Quaresma. Não foi uma surpresa, mas a confirmação de que estamos perante o jovem de maior potencial dos sub-23, juntamente com Joelson.
Sporar esteve muito bem, apesar de ser um atleta que não me convence. Talvez a minha opinião esteja condicionada pelo seu preço (6M quando valia 2,5M) e pelas passagens falhadas pela 2.ª divisão alemã e campeonato suíço. Acho curto para um Sporting que se quer campeão. Gostei do esforçado Jovane e do atrevido Plata.
Não gostei, nem tenho gostado, do Max. É o nosso Moreira. Precisamos de um Quim, no mínimo.
Não gostei de Camacho. Apesar de ser a posição ideal para ele, estava a fazer um frete. E quando tem a oportunidade de fazer algo, a bola é só dele. Egoísta.
Não gostei de Vietto. É um "pila mole".
Não gostei dos dois do centro do terreno. Imagino ali um Uros Racic e o Adrien Silva (Wendel).
O excelente Acuña, tinha a pilha gasta.
Pela primeira vez nesta temporada, conseguimos ver e ter uma ideia de jogo.
Não é suficiente para um Sporting campeão, mas podemos ter aqui uma base interessante.
Texto do nosso leitor Pedro Sousa, publicado originalmente aqui.
Da péssima exibição em Vila do Conde. Foi muito melhor o resultado (1-1) do que o desempenho do Sporting em campo, esta noite, no Estádio dos Arcos. Com um golo sofrido quando estava decorrido apenas um minuto após o apito inicial, na sequência de um lance que fez tremer toda a organização defensiva da nossa equipa, que terminou o jogo com menos posse de bola, apenas cinco disparos à baliza e só um canto conquistado. O Rio Ave teve o dobro dos remates e o triplo dos remates enquadrados.
Das ausências. Como se já não bastasse termos perdido Bruno Fernandes no final de Janeiro, entrámos em campo nesta partida sem três titulares absolutos: Acuña, Mathieu (ambos por lesão) e Vietto (por acumulação de cartões). Num plantel à partida tão desequilibrado e cheio de carências, isto tornou ainda mais complicada a vida para Silas neste primeiro jogo após ter conseguido o diploma de treinador de nível 3, que ainda não lhe permite assumir responsabilidades oficiais no banco, tanto na Liga portuguesa como nas competições europeias.
Do onze inicial. Se as ausências forçadas já limitavam a eficácia em campo, o técnico não facilitou a vida a si próprio ao excluir Battaglia dos titulares, optando pelo medíocre Idrissa Doumbia, e ao preferir Eduardo a Jovane para jogar de início. Opções que só viriam a ser rectificadas em situação de quase desespero, quando o Sporting já jogava com dez.
Da expulsão de Coates. Nem o facto de ser agora o capitão principal da equipa parece ter conferido maior estabilidade emocional ao uruguaio, que enterrou o Sporting no desafio da primeira mão ao cometer três grandes penalidades e receber um cartão vermelho. Desta vez aguentou 71 minutos em campo: já tinha um amarelo quando pisou Taremi em jogada perigosa perto da grande área leonina. E lá voltou a rumar mais cedo ao balneário, cedendo a braçadeira de capitão a Neto. Curiosamente, foi a partir dessa inferioridade numérica que tivemos o melhor período neste jogo, concretizado no empate aos 84'.
De Ristovski. Outra péssima exibição do macedónio, que pareceu estar sempre no local errado à hora errada. Com responsabilidades directas no golo madrugador dos vilacondenses, ao deixar o defesa adversário Al Musrati - em estreia no plantel da casa - movimentar-se como quis e cruzar para assistir Piazón, Ristovski nunca mais acertou marcações e provocou diversos calafrios aos colegas ao perder a bola ou entregá-la aos rivais. Quando Silas, no fim do jogo, declarou que este foi o pior desempenho da equipa desde que substituiu Leonel Pontes, estaria certamente a pensar em larga medida no lateral direito.
De Wendel. Outro pesadelo ambulante no Estádio dos Arcos. Nunca foi o organizador de lances ofensivos de que o Sporting necessitava para se superiorizar ao Rio Ave. Lento, apático, frouxo, desistindo de disputar a bola, perdendo sucessivos duelos individuais, pareceu mais um espectador no relvado do que um protagonista a quem caberia a pesadíssima responsabilidade de fazer esquecer por momentos a ausência de Bruno Fernandes. A displicência em campo do brasileiro chegou a ser ofensiva para a grande maioria dos colegas da equipa. E para os adeptos, claro.
De Sporar. Apresentado como reforço no mercado de Inverno, o avançado esloveno acaba de cumprir o seu quarto jogo pelo Sporting sem um golo nem uma assistência. Desta vez nem andou lá perto. Desmarcou-se pouco e mal, pareceu pouco interessado em abrir linhas de passe e continua sem mostrar os supostos predicados que justificaram a sua contratação por um preço quase dez vezes superior ao do lesionado Luiz Phellype.
Do 0-1 ao intervalo. Sem importunar o guarda-redes adversário, sem criar desequilíbrios, sem um fio de jogo ofensivo, parecendo conformada com a derrota tangencial, a equipa foi para o intervalo cabisbaixa. Não com a noção do dever cumprido mas do dever comprido, pois ainda faltavam 45 minutos. Felizmente o pesadelo diminuiu de intensidade na etapa complementar graças a um penálti cometido pelo Rio Ave na sequência de um bom lance de Bolasie, derrubado em falta por Borevkovic.
Da briga entre Bolasie e Jovane para a marcação do penálti. Os dois jogadores envolveram-se numa disputa pela posse da bola, ambos com vontade de converterem a grande penalidade. A missão acabou por ser confiada ao jovem caboverdiano, com manifesto sucesso. Mas subsistiu a dúvida: agora que Bruno Fernandes já cá não está, será que Silas ainda não definiu uma hierarquia entre os jogadores para estes casos?
Que o Braga esteja de novo à nossa frente. A turma braguista derrotou o Benfica na Luz, subindo ao terceiro lugar. Agora com mais um ponto do que o Sporting.
Gostei
Do resultado, vendo bem. Dos três jogos que fizemos contra o Rio Ave nesta época, o que teve desfecho menos desfavorável acabou por ser este - único disputado fora de casa. Menos mau, afinal de contas, do que as derrotas caseiras para o campeonato (2-3), a 31 de Agosto, e para a Taça da Liga (1-2), a 26 de Setembro.
De Jovane e Plata. Voltaram a saltar do banco e voltaram a fazer a diferença para melhor. Trazendo mais acutilância, velocidade e ritmo ofensivo ao Sporting. Jovane, que rendeu Camacho aos 56', destacou-se sobretudo por converter de forma impecável a grande penalidade - primeira a beneficiar o Sporting desde a partida de Bruno Fernandes. Estavam decorridos 84' e este remate certeiro valeu-nos o pontinho que trouxemos de Vila do Conde.
De Max. Outra partida muito positiva do nosso guarda-redes. Sem culpa no golo, quase à queima-roupa, e com defesas dignas de registo aos 16' e aos 90'. Foi o melhor do Sporting neste jogo.
Que Francisco Geraldes figurasse na convocatória. Infelizmente o médio criativo formado na Academia de Alcochete, agora regressado ao Sporting com 24 anos após sucessivos empréstimos, não saiu do banco. Tal como Pedro Mendes, o goleador por quem Silas suspirava até ter sido finalmente inscrito para as competições internas, há poucas semanas, e que afinal parece não contar para as opções do técnico.
Silas desde o dia que entrou em Alvalade, pelas ideias "de risco" que logo manifestou, pelo onze que apresentou em Alverca sem titulares indiscutíveis, e em muitos outros casos, parece ter uma irresistível atracção para arranjar lenha para se queimar, felizmente em muitos deles conseguindo (tendo havido ou não chamada de atenção dos capitães ao intervalo) ter a lucidez necessária para sentir a pele a arder e controlar a coisa. Noutros casos...
Ontem em Alvalade foi assim. A teimosia e arrogância de entrar com o "novo sistema" que já tinha baqueado em Braga, um 3-5-2 com um extremo Camacho adaptado a 2º atacante, e os laterais a fazer piscinas, que por vezes mais parecia a táctica "pirilau" do Paulo Autuori de outros tempos, conduzia a um jogo mastigado e muito desenvolvido por zonas interiores que esbarrava no centro defensivo do Portimonense. Perdida a bola em mais um passe ou drible falhado (Camacho abusou), lá vinha o Portimonense em velocidade a apanhar os 3 centrais de frente, os laterais em parte incerta e Battaglia a ser de menos para tamponar a coisa. E assim, só não chegámos ao intervalo em desvantagem porque Mathieu marcou um golão à André Cruz.
Veio o intervalo, saiu Neto (mais uma vez, quando Silas resolver começar com 3 centrais), o 3-5-2 transformou-se num 4-2-3-1 / 4-3-3 com Plata e Jovane nas alas, começou a existir espaço no centro para Vietto e Sporar terem flagrantes oportunidades de golo, Acuna vagabundeou para a direita e solicitou Jovane para o centro que deu o autogolo (pensar que saiu em Braga porque não estava a cumprir as indicações... foi Silas que o mandou para a direita ?) e lá conseguimos uma vitória sofrida mas amplamente merecida.
Destaques pela positiva para Max (Impressionante o novo Rui Patrício), Mathieu (claro), Coates, Battaglia (grande cabeçada para golo, logo a abrir o jogo, depois da grave lesão que sofreu bem mais contido e posicional, acabou em defesa central) e Acuna (um desperdício a defesa esquerdo). Pela negativa, Vietto a falhar passes e golos e Ristovski que anda por ali para cima e para baixo...
E assim, mais 3 pontos e o terceiro lugar na Liga. Na próxima jornada o Braga irá perder como habitualmente na Luz e nós temos mesmo de vingar as duas derrotas com o Rio Ave.
O Sporting pretendia Taremi - goleador iraniano, de créditos firmados - para reforçar a linha avançada do plantel. Neste mercado de Inverno, contactou repetidamente o Rio Ave nesse sentido. Em Vila do Conde fixaram um preço tão alto que se tornou impossível trazer o avançado para Alvalade. Como reagiu a SAD leonina? Emprestando Gelson Dala ao mesmo clube que nos negou Taremi. O jovem angolano, que mantém contrato com o Sporting, já marcou no estádio dos Arcos enquanto continuamos com carência absoluta de artilheiros. É assim que tratamos quem nos trata mal: dando a outra face. Como haverão de respeitar-nos?
2
No Campeonato da Europa de 2016, conquistado pela equipa nacional, havia quatro titulares do Sporting. Este ano, em que iremos defender o título, tudo indica que não haverá qualquer representante do nosso clube no Europeu. O mais próximo de ambicionar uma convocatória para a selecção é Luís Maximiano, que aos 21 anos começa a firmar-se como titular da equipa leonina. Para continuar? Pelos vistos, não. Segundo a edição de ontem do Record, hoje o jornal mais próximo do poder em Alvalade, a administração da SAD atribui prioridade à contratação do guarda-redes sueco Olsen para a próxima época. E assim parece gorar-se, com prazo de validade anunciado, uma das raras promoções recentes de um jovem da cantera de Alcochete à equipa principal. Maneira muito original de se "apostar na formação".
Já se esperava a notícia, era apenas uma questão de data. E ela chegou, a 26 de Setembro, quando Luís Maximiano se estreou na equipa principal a defender a baliza leonina. Num confronto que terminou mal para as nossas cores: perdemos com o Rio Ave na primeira jornada da Taça da Liga. Mas que ficará como marco na carreira do jovem guarda-redes a quem muitos auguram um percurso na esteira de um Rui Patrício, seu ídolo assumido.
O ano encerra com Max - o nome pelo qual é mais conhecido entre colegas e adeptos - já no onze titular. Culminando uma subida a pulso. Com muito esforço, muito trabalho, muita dedicação e muito mérito.
«É um guarda-redes com uma margem de progressão enorme. Sabe ouvir, sabe trabalhar. Quer sempre mais. É muito preocupado com os detalhes, com os pormenores. E isso é importante porque ele tem de perceber que tem de continuar a crescer, a melhorar, e não pode relaxar.» Palavras do capitão Bruno Fernandes há três dias, em entrevista ao Record. Palavras que expressam a confiança do grupo de trabalho neste talentoso guardião que aprendeu tudo quanto sabe no Sporting e é fruto da excelência da nossa Academia.
Já como guarda-redes titular, teve actuação louvável nos jogos desta época em que o Sporting mais brilhou: a 28 de Novembro, na goleada que impusemos em Alvalade ao PSV para a Liga Europa; e a 21 de Dezembro, na espectacular reviravolta leonina frente ao Portimonense, no Algarve, para a Taça da Liga.
Nada que surpreenda quem tenha acompanhado com atenção o percurso de Luís Manuel Arantes Maximiano, iniciado em 2012 de verde e branco, ligado por contrato ao Sporting Clube de Portugal até 2023.
Pois já chegou. A uma semana de completar 21 anos, Max é hoje mais uma confirmação do que uma promessa. Se prosseguir como até aqui, pode continuar a sonhar alto. Com a certeza antecipada de que o futuro vai sorrir-lhe.
Os jogadores começaram a ser ouvidos no Tribunal de Monsanto e os seus testemunhos permitem perceber a dimensão dos danos causados, bem como explicar em que condições chegaram ao Jamor para perderem ingloriamente uma final da Taça de Portugal e serem insultados nas escadarias por alguns adeptos do próprio clube.
Foi todo um plantel atacado, jogadores de diversas origens e idades, cada um reagiu à sua maneira, mas se calhar os jogadores da formação, os jogadores da casa, sentiram bem mais que os outros.
Por exemplo, João Palhinha revelou em tribunal que, após o acontecimento, desabafou ao pai que "não queria voltar mais à academia" e que só queria "ir embora" do clube.
Acrescentou: "Os primeiros tempos não foram fáceis. Tive pesadelos por causa desse ataque, mas agora está completamente ultrapassado. Mas esse ataque à academia retirou um pouco da segurança que tinha dentro daquele clube. Fica-se com receio de que as coisas voltem a acontecer."
E a verdade é que João Palhinha não voltou, seguiu emprestado para Braga. E diz-se que poderá ir fazer companhia a William no Bétis.
Como não voltaram, estes duma forma mais radical, Rui Patrício, William, Podence, Gelson Martins e Rafael Leão. Enquanto Sousa Cintra conseguiu convencer Bruno Fernandes, Battaglia e Bas Dost a voltarem, com os da casa que rescindiram não teve hipótese.
Como também depressa saíram emprestados - muitos também por vontade própria, com ou sem opção de compra - Matheus Pereira, Francisco Geraldes e até Demiral (o melhor dos sub-23).
Não podemos saber o que sentiram os restantes jogadores dos sub-23 e das camadas jovens, os então emprestados que pensavam regressar ou os jovens craques em vias de optar pelo Sporting, bem como as respectivas famílias. Desses não há testemunhos em Monsanto.
O único jogador da formação ainda no plantel presente no balneário aquando do assalto é Max. No seu testemunho disse que ficou "bloqueado e sem acção". Antes disso tinha comentado a sua admiração por Rui Patrício. Para alguns passou rapidamente de bestial a traidor. Nos Açores foi, como os restantes, ameaçado de que "as coisas poderão mesmo de novo acontecer". É caso para dizer: só ele sabe porque ficou no Sporting.
Concluindo, o assalto terrorista a Alcochete constituiu antes do mais um atentado sem precedentes à nossa Academia, concebido, facilitado e executado por gente do próprio clube, do qual o Sporting vai levar muito tempo a recuperar.
No meu entender e de quase todos os Sportinguistas, o dia mais negro da história do Sporting Clube de Portugal.
Gostei muito que tivéssemos seguido em frente na Liga Europa. Algo que nada teve a ver com este jogo, pois era uma meta já alcançada antes deste Lask Linz-Sporting, que terminou com uma pesada derrota: perdemos por 0-3.
Gostei de ver seis jogadores da nossa formação hoje em campo. Infelizmente, o contexto não os favoreceu: integraram um colectivo sem rotinas nem automatismos. Ilori revelou-se a deesgraça do costume, com responsabilidades directas no primeiro golo. Rodrigo, em quem Silas voltou a confiar, não conseguiu ser melhor. Miguel Luís dá sempre a impressão de se esconder do jogo. Pedro Mendes - em estreia como titular da equipa principal - actuou na posição errada. Camacho teve uma exibição calamitosa, falhando um golo cantado aos 63', na única oportunidade do Sporting em todo o jogo. Restou Max, que elejo como o nosso menos mau: em campo desde o minuto 37, sofreu logo a seguir um golo de penálti, mas fez boas defesas (70', 86', 90'+1), adiando o terceiro, que só surgiu ao cair do pano.
Gostei pouco de ver o inutil Jesé como titular da nossa frente de ataque. Quando até tínhamos dois pontas-de-lança convocados: um, Luiz Phellype, ficou no banco até aos 71'; o outro, Pedro Mendes, foi relegado para uma ala, onde rende muito menos. Como se o nosso treinador apostasse tudo em evitar que marcássemos.
Não gostei que tenhamos jogado com menos um, por expulsão de Renan, a partir dos 34'. Nem da deficiente abordagem de Ilori e Rodrigo na cobertura do canto de que nasce o primeiro golo, nem de ver Rosier totalmente desposicionado no segundo, nem de ter sofrido o terceiro a escassos 20 segundos do apito final, com toda a nossa equipa acometida de paralisia. Também não gostei de ver Acuña, Wendel e Bolasie como suplentes não utilizados. E de confirmar que este Sporting sem Bruno Fernandes, hoje ausente por castigo, é uma equipa que roça a mediocridade.
Não gostei nada que este jogo tenha sido perdido por clamoroso lapso do técnico, ao decidir mudar nove titulares em relação ao desafio contra o Moreirense do passado domingo, alterando também (uma vez mais) o sistema táctico, hoje num 4-2-3-1 inicial. O Lask, que jogou no mesmo dia, apenas mudou dois. Não há milagres, muito menos na Liga Europa: ao apostar num inédito onze, Silas abdicou desde o minuto zero de finalizar a fase de grupos no primeiro posto. Seguimos em segundo, iremos defrontar um adversário oriundo da Liga dos Campeões. O pior cenário, portanto. Não havia necessidade.
O Sporting foi para o intervalo com uma confortável vantagem de três golos e o segundo tempo avizinhava-se um passeio no parque mas, aos quarenta e seis minutos, o PSV apareceu na área e criou a oportunidade para aquilo que podia ter sido o 3-1 e o princípio de quarenta e quatro minutos de nervos e coração nas mãos.
Felizmente houve Max. O jovem guarda-redes disse "presente" e defendeu o golo quase certo. Esta defesa manteve a equipa tranquila e ajudou a que a segunda parte fosse efectivamente mais fácil para o Sporting.
Os jogos são um somatório de momentos e neste momento Max foi determinante para a vitória folgada que se conseguiu.
O Sporting tem o melhor histórico de formação em Portugal. Ponto.
Ontem, contra o PSV (4-0), estavam em campo dois jogadores que tiveram um comportamento miserável para com o clube que os formou - Bruma e Ilori. E estes tiveram sucessores à altura no baixinho Podence e no rastejante Rafael, que rescindiram um contrato ao primeiro aceno de um cheque (apesar de ele vir, respectivamente, da liga grega, onde presidentes de clubes entram em campo com pistolas, e do 6.º ou 7.º clube em França, o equivalente ao nosso Rio Ave). A favor de Podence, Patrício e William, o facto de o processo ter terminado com a sua venda (o rastejante Rafael, a quem desejo uma curta e triste carreira, nem isso). Mas este não é um post sobre esse processo, em que tantas forças se uniram para prejudicar o clube.
Nos últimos anos, muita gentinha sem respeito pelo Sporting tem saído da Academia. O Clube não tem formado gente à altura da sua dignidade. São disso exemplo os tristes Bruma e Ilori e os miseráveis Podence e Rafael.
Dá, por isso, um gozo ainda maior ver um jogador da formação que sabe falar e sabe estar à altura do clube que representa. Como as palavras captadas pelo Edmundo Gonçalves bem atestam. Tal como outras que lhe tenho ouvido.
Bem-vindo ao Clube, Max. Que enorme exibição. Uma decidida saída aos pés (de Bruma, ironias do destino...) , que evitou o 2-1 na primeira parte (e os estados de nervos da equipa, que tão mau resultado têm dado). Que enormes reflexos na segunda parte, evitando o 3-1. Que consistência e inteligência a lançar o jogo (algo que falta a Renan como água no deserto).
Em mais uma variação táctica de Silas, desta vez parecendo mais Keizer que Peseiro, o Sporting surgiu num 4-3-3 de ataque, com combinações bem conseguidas nas laterais e encostando o PSV à sua área.
Mas nada disso seria conclusivo se não fossem as individualidades do costume. Bruno Fernandes assiste para o primeiro, marca um golaço no segundo, assiste para o golaço de Mathieu no terceiro, marca o penálti cavado brilhantemente por Acuna no quarto. Bruno Fernandes, Mathieu, Acuña, três dos quatro craques do plantel. Os meus ídolos e de muitos Sportinguistas. Quem não são os meus ídolos de certeza são aqueles que mais uma vez confundiram os interesses das suas seitas com os do Sporting, nem quem lhes dá ordens ou incentiva para o efeito.
O Sporting precisa de ídolos, jogadores que se destaquem e que façam a diferença, cativem a malta nova, tragam novos adeptos ao estádio para os ver jogar. Bruno Fernandes à cabeça, grande homem, grande capitão.
Para além dos ídolos hoje tivemos um grande guarda-redes entre os postes, Max. Sempre gostei de Renan, que já nos deu muitas vitórias e foi decisivo em duas taças. Lesionado sabe-se lá porquê. Max entrou e quem não soubesse iria dizer que estava ali um guarda-redes no topo da carreira, concentrado, seguro e a fazer tudo bem feito.
Silas está de parabéns (agora não tem mesmo perdão se resolver voltar a inventar tripés e trincalhadas). Grande vitória, grande noite do Sporting Clube de Portugal.
O que sucedeu no jogo desta noite, com a foto da equipa a ser feita sem incluir Luís Maximiano (que se estreava pela equipa principal em desafios oficiais) e Jovane forçado a esperar 11 minutos, junto à linha, sem possibilidade de entrar no relvado - como se impunha - porque tinha vestida a camisola do colega Plata, são mais dois exemplos, muito concretos, de inaceitável incompetência e negligência no futebol leonino. E que explica, em larga medida, os desaires sofridos em campo, jogo após jogo. Perante o silêncio de toda a estrutura dirigente.
São mais dois exemplos, enfim, de falta de comando. Como se o barco não tivesse timoneiro.
P. S. - Mais um: o jogador escolhido para representar o Sporting nas entrevistas rápidas do pós-jogo, Luís Neto, estava afónico: foi literalmente incapaz de chegar ao fim. Ninguém repara nestas coisas em tempo útil?
Segundo jogo enquadrado neste estágio de pré-preparação da nova temporada na Suíça, segunda vitória adiada. O Sporting cedeu hoje um empate (2-2) frente ao St. Gallen - equipa que ficou na sexta posição do campeonato helvético na época passada - numa partida em que aos 25' já vencíamos por 2-0.
A incapacidade de gerir o resultado, devido a um claro retraímento da nossa equipa a partir da meia hora de jogo, conjugada com erros defensivos inaceitáveis, explica este empate, ainda assim melhor do que o desfecho de há três dias, também na Suíça, quando perdemos frente ao modestíssimo Rapperswil, da terceira divisão.
A figura do jogo, para não variar, voltou a ser Bruno Fernandes. É ele quem começa a construir o primeiro golo, logo aos 2', com um soberbo passe para Raphinha, e é também ele quem a mete lá dentro, de recarga, mostrando aos companheiros que um verdadeiro craque nunca desiste de um lance. Também dos pés do nosso capitão partiu a assistência para o segundo, apontado por Wendel aos 25'. Um golaço indefensável, disparado de fora da área.
Os mais optimistas - entre os quais me incluo - chegaram a antever uma goleada. Nada disso ocorreu. Por quebra física e algum excesso de confiança, sempre mau conselheiro, o Sporting afrouxou a pressão sobre os suíços, que assumiram o controlo do jogo a partir do final da primeira parte, marcando aos 43' e aos 52'. Tornando mais evidentes as debilidades da nossa equipa, desfalcada de alguns dos seus titulares habituais, como Coates e Acuña, ausentes deste estágio por se encontrarem ainda de férias na sequência da participação na Copa América ao serviço das selecções uruguaia e argentina.
No segundo tempo, marcado por sucessivas rotações de jogadores o St. Gallen foi claramente a melhor equipa em campo. Aí destacou-se, pelo nosso lado, o jovem guarda-redes Luís Maximiano, que rendeu Renan aos 62'. Evitando dois golos - o primeiro aos 79', com uma excelente defesa, e o segundo mesmo ao cair do pano, ao sair muito bem da baliza quando um jogador helvético já se isolava, pronto a disparar.
É justo ressalvar que nesta segunda parte o Sporting alinhou com dois miúdos de 17 anos que há semanas ainda actuavam nas competições juvenis: o central Eduardo Quaresma e o lateral Nuno Mendes. De resto, terminámos a partida com sete elementos da nossa formação -- incluindo todo o quinteto defensivo. Precisamente num período em que não sofremos golos.
O pior em campo, claramente, foi o único que jogou os 90 minutos: Tiago Ilori. Desastrado na posição em que actuou inicialmente, como lateral direito improvisado (Bruno Gaspar está de férias e Ristovski magoou-se já na Suíça), e a partir dos 62' como central, ocupando o espaço que estivera confiado a Luís Neto. Quase nada lhe saiu bem em qualquer destas missões.
Entre os reforços, Neto e Plata voltaram a mostrar qualidades. Vietto, fora da posição em que mais rende, esteve longe de deslumbrar, tal como Matheus Pereira - pelo mesmo motivo. Camacho, como ala esquerdo, mostra-se voluntarioso mas ainda com necessidade de acertar o rumo, sobretudo no capítulo táctico. Eduardo começou acima da média mas teve um deslize imperdoável que nos custou um golo.
O próximo teste, que promete ter um grau de dificuldade maior, será frente ao Brugge. Sexta-feira, dia 19.
Mais: atento, saiu dos postes com rapidez aos 42', resolvendo a pontapé.
Menos: encaixou dois golos, embora um deles claramente indefensável.
Nota: 4
Ilori (26 anos).
Mais: subiu algumas vezes à baliza adversária no primeiro tempo, procurando marcar. - sem sucesso algum.
Menos: deixou-se ultrapassar várias vezes, enquanto lateral direito, pelo extremo adversário, que fez dele o que quis, e revelou erros de posicionamento como central, a partir do minuto 62.
Nota: 3
Neto (31 anos).
Mais: corte impecável aos 55'.
Menos: falta-lhe a capacidade de construção de Coates no primeiro momento ofensivo.
Nota: 6
Mathieu (35 anos).
Mais: corte perfeito aos 59', excelente passe longo aos 61'.
Menos: sentiu-se a falta dele na meia hora final: saiu aos 62'.
Nota: 6
Conté (21 anos).
Mais: lateral esquerdo titular, por ausência de Acuña e Borja, foi veloz e voluntarioso no seu corredor, apoiando o ataque com processos simples.
Menos: revelou excesso de ansiedade em alguns lances.
Nota: 6
Eduardo (24 anos).
Mais: jogou na posição 6, servindo os companheiros em missão ofensiva.
Menos: erro grave aos 43': dominou mal a bola em zona proibida, oferecendo-a para o segundo golo dos suíços.
Nota: 4
Wendel (21 anos).
Mais: apontou o nosso segundo golo - com um pontapé fortíssimo, de fazer levantar o estádio.
Menos: protesta demasiado e devia agarrar-se menos à bola.
Nota: 6
Bruno Fernandes (24 anos).
Mais: constrói e finaliza o golo inaugural, estavam decorridos dois minutos, e assiste Wendel no segundo.
Menos: decidiu mal, a 20 metros da baliza, quando desperdiçou um lance tendo um colega mais bem colocado, com apenas um defesa pela frente.
Nota: 7
Raphinha (22 anos).
Mais: muito activo, levou perigo à baliza suíça logo nos momentos iniciais do jogo. É ele quem remata, para defesa incompleta do guardião adversário, permitindo que Bruno marcasse.
Menos: falhou alguns passes.
Nota: 7
Camacho (19 anos).
Mais: ala esquerdo durante o primeiro tempo, fez algumas tabelinhas de qualidade com Luiz Phellype e Conté.
Menos: exibição demasiado discreta, também por ter sido pouco procurado pelos companheiros.
Nota: 5
Luiz Phellype (25 anos).
Mais: melhorou em relação ao jogo anterior, mostrando-se mais acutilante ao movimentar-se na grande área.
Menos: continua sem marcar.
Nota: 5
Idrissa Doumbia (21 anos).
Mais: jogou toda a segunda parte, bom corte aos 73'.
Menos: perdeu a bola em zona proibida aos 51'. Passou o resto do tempo de costas para a baliza, na posição 6, passando só para o lado e para trás.
Nota: 4
Bas Dost (30 anos).
Mais: em campo na segunda parte, entregou bem a bola a Vietto, aos 86'.
Menos: mal servido, procurou a bola em zonas mais recuadas, designadamente junto à linha esquerda, desposicionando-se sem proveito para a equipa.
Nota: 4
Vietto (26 anos).
Mais: actuou no segundo tempo, evidenciando bons dotes técnicos. Lançou um contra-ataque perigoso aos 55'.
Menos: não tem vocação para actuar na ala, onde o técnico o colocou pela segunda vez, nem parece muito apto para tarefas defensivas. Por excesso de fintas, desperdiçou um bom lance de ataque.
Nota: 5
Maximiano (20 anos).
Mais: em campo desde os 62', evitou dois golos suíços com enormes defesas, demonstrando ter valor para o principal escalão do futebol leonino.
Menos: deficiências na reposição de bola: enviou-a por três vezes directamente para fora.
Nota: 7
Thierry (20 anos).
Mais: o campeão europeu sub-19 entrou aos 62', cobrindo a lateral direita: cortes providenciais, aos 69' e 70'.
Menos: demorou a recuperar posição após lances ofensivos.
Nota: 5
Miguel Luís (20 anos).
Mais: não cometeu nenhum erro grave.
Menos: ocupando a posição 8, a partir dos 62', foi demasiado discreto: mal se deu por ele.
Nota: 4
Eduardo Quaresma (17 anos).
Mais: actuou desta vez no lugar em que está mais habituado, como central.
Menos: em campo desde o minuto 62, revelou algum nervosismo - natural por ser tão jovem.
Nota: 5
Nuno Mendes (17 anos).
Mais: dinâmico, voltou a dar nas vistas como lateral esquerdo a partir dos 62': grande corte aos 78'.
Menos: falta-lhe alguma disciplina táctica, o que não surpreende.
Nota: 6
Plata (18 anos).
Mais: desta vez não deu nas vistas em confrontos individuais. Mas entrega-se ao jogo, sem se esconder da bola.
Menos: compromisso defensivo: apoiou várias vezes as linhas mais recuadas.
Nota: 5
Matheus Pereira (23 anos).
Mais: inegável capacidade técnica, bem evidenciada em passes curtos na zona central, que está longe de ser o espaço em que se movimenta melhor.
Menos: coube-lhe missão ingrata: substituir Bruno Fernandes a partir dos 62'. Qualquer um ficaria a perder na comparação.
Segundo a imprensa desportiva de hoje (vale o que vale), Luís Maximiano será a alternativa a Renan, sucedendo a Salin. Por ser um jovem da casa, com grande qualidade, é uma notícia que muito me alegra e desejo que em breve, seja o número um. Espero que seja verdade e que outros de igual perfil, como Thierry, Conté, Bragança ou Brás se lhe juntem.
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