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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Não gostei

 

De perder o clássico em Alvalade. Fomos justamente derrotados pelo Benfica (0-2) no nosso estádio. Encerrando um longo período de 42 jogos sempre a marcar golos. Derrota táctica de Rúben Amorim no confronto com o técnico adversário, Nelson Veríssimo: o Sporting foi incapaz de encontrar antídoto contra uma equipa encarnada remetida a um bloco defensivo reforçado e muito eficaz nos vertiginosos lances de contra-ataque. 

 

De termos entregado o título. Acabou o sonho do bicampeonato: o FC Porto, agora a nove pontos de distância, pode sagrar-se campeão na próxima ronda, quando ainda faltam quatro jornadas para o fim da Liga 2021/2022. 

 

Das oportunidades que fomos incapazes de criar. Uma única situação de golo, da nossa parte, em todo o desafio. Mais nada.

 

Do desperdício das bolas paradas. Não soubemos aproveitar um lance de canto ou de livre - Nem um para amostra. E dispusemos de muitos neste jogo. 

 

De termos oferecido o primeiro golo. Um pontapé longo para a frente, na conversão dum livre, bastou para o Benfica inaugurar o marcador logo aos 14'. Com dois toques na bola, de Vertonghen a assistir e Darwin a marcar. Apanhando toda a nossa equipa desposicionada. 

 

Da incapacidade de sairmos em ataque rápido. Dávamos sempre um toque a mais na bola, pausávamos, retrocedíamos, quebrávamos a nossa própria dinâmica ofensiva enrolando os lances a meio-campo e permitindo que a equipa adversária se reorganizasse nos raros momentos em que assumia a iniciativa de jogo.

 

Da estéril «posse de bola». Foi de 61% a nosso favor, dizem as estatísticas. Isto serve para quê?

 

Das nossas substituições. Nenhuma delas mudou a equipa para melhor. Recapitulemos quais foram: Slimani rendeu Pedro Gonçalves (59'), Ugarte entrou para o lugar de Neto (59'), Edwards substituiu Sarabia (69'), Esgaio colmatou a saída de Palhinha (69') e Daniel Bragança preencheu a vaga de Nuno Santos mesmo ao cair do pano (89'). Foi já no período extra (90'+3) que sofremos o segundo golo.

 

Deste banho de água gelada. Mais de 40 mil adeptos compareceram em Alvalade em noite de domingo de Páscoa para ver aquele que foi o nosso pior jogo desta época em competições internas. O jogo em que entregámos de bandeja o título ao FC Porto e reabrimos a discussão para o segundo lugar na Liga, permitindo a aproximação do Benfica - agora com menos seis pontos.

 

 

Gostei

 

Da homenagem a Mathieu. Merecida, calorosa e vibrante ovação ao excelente central francês antes do início da partida. Há quase dois anos fora do Sporting, tendo abandonado a prática do futebol por opção própria, Jérémy Mathieu actuou 106 vezes com a camisola verde e branca, tendo regressado ontem, como convidado, para assistir ao clássico e ser distinguido pelo seu profissionalismo que deixou saudades. Merecia ter sido brindado com uma vitória em campo.

 

De Sarabia. Esteve muito longe de fazer uma grande exibição, mas foi o menos mau dos nossos. É dele a única oportunidade de golo do Sporting, ao fazer a bola embater na trave aos 49'. Percebe-se mal por que motivo Amorim retirou aos 69' o internacional espanhol - melhor jogador do actual plantel leonino - enquanto manteve o perdulário Paulinho até ao apito afinal. 

 

Da arbitragem. Nota positiva para Fábio Veríssimo. Ninguém poderá dizer que foi por causa dele que perdemos.

Os não campeões

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Parece que foi há uma eternidade, mas esta imagem só tem uma semana. Foi em Vila do Conde, e foi a imagem de que eu mais gostei do jogo entre o Sporting e o Rio Ave. Gosto muito do Fábio Coentrão e tenho muita pena de que não tenha chegado a ser campeão pelo clube do seu coração. Ficar-lhe-ia bem este título, como também ficaria bem ao Bruno Fernandes - mas espero que o Bruno um dia volte para ser campeão. E ao grande Mathieu. Ao contrário do Coentrão e do Bruno, haveria uma solução para fazer do Mathieu campeão. Ele é um jogador livre, pelo que pode ser contratado a qualquer altura. Pelo que fe pelo clube num passado recente, tendo feito parte do trabalho até há bem pouco tempo (e deixado de fazer por motivos tristes), não me pareceria descabido o Sporting inscrevê-lo só para jogar uns minutos e ser campeão. Ele merecia. 

A voz da leitora

«Vou destacar uma característica que vejo nesta equipa e me parece uma das bases do seu sucesso e do futebol positivo e pró-activo que pratica. Pegando no nosso lema motivacional deste ano, essa característica é o "Para onde corre um, correm todos". É lindo ver a equipa tanto a defender como a atacar funcionando como um bloco harmonioso. Principalmente quando atacamos há sempre uma procura de objectividade e de avançar no campo com processos simples e sustentados por toda a equipa.»

 

Maria Inês, neste meu texto

Saudades suas, Jérémy

"Eu preciso de afeto e no Sporting tive-o, incentivavam-me, mas no Barcelona nada. Por exemplo, num jogo contra o Málaga cometi um erro, ninguém me disse nada no dia seguinte, nada, nem uma frase", acrescenta o antigo defesa do Sporting.  Jérémy Mathieu, entrevista à rádio RAC1

 

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Imagem: retirada da internet

O Santo Graal ignorado: a forma como nos fazem sentir. A base a partir da qual tudo se constrói. 

Terei sempre saudades suas, Monsieur Mathieu.

Balanço (33)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - III

 

Mathieu, no Sporting-PSV Eindhoven

(28 de Novembro de 2019)

 

A execução do 3-0, desde a sábia movimentação para o canto largo marcado por Bruno Fernandes até ao remate em esforço, de baixo para cima, como mandam as regras do futebol-espectáculo, é o melhor cartão de visita do adiamento da reforma do francês para meados da próxima década. 

Balanço (8)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre MATHIEU:

 

Eu: «És o mais velho do plantel, mas ninguém diria. Jogas com o entusiasmo de um jovem que está a começar. Dando assim um louvável exemplo de profissionalismo aos teus medíocres colegas que se arrastam em campo à espera que o tempo se esgote para irem tomar duche.» (8 de Dezembro)

Luís Lisboa: «Quanto aos craques, e com boa vontade, apenas posso vislumbrar quatro: Mathieu, Acuña, Coates e Vietto.» (22 de Março)

- Francisco Almeida Leite: «Faz falta ao eixo central da nossa equipa e acredito também que há poucos ali que possam vir a dar bons treinadores no futuro. Ele é um exemplo moral e cívico para as camadas jovens de adeptos e para os miúdos das escolinhas.» (1 de Abril)

Leonardo Ralha: «Honraste a camisola do primeiro ao último jogo, mesmo quando falhaste, e num mundo perfeito ficarias mais um ano a fazer a transição tranquila para novas gerações.» (24 de Junho)

- Marta Spínola: «Não gostava tanto de um francês desde Astérix. Vou ter muitas saudades deste loiruivo no centro da defesa. Ou a correr campo fora num repente. Ou a atirar-se sem medo para cortar uma bola limpa. Enorme Mathieu.» (25 de Junho)

- Paulo Guilherme Figueiredo: «Fica como um dos melhores centrais que vi jogar no Sporting. Coloco-o ao lado de André Cruz e Beto. Pela qualidade de jogo e pela entrega, merecia ter sido campeão, como Cruz e Beto foram. Mais do que um defesa de raça, sempre me impressionou pela capacidade para pegar no jogo, para criar, com passes de ruptura, algumas vezes assistências para golo. E, claro, pelos livres exímios.» (25 de Junho)

Filipe Moura: «Obrigado ao Mathieu pelo grande jogador e profissional que sempre foi, pelas vitórias em que foi decisivo e pelos títulos que ajudou a conquistar (poderiam ter sido mais, mas a culpa não foi dele), e pelo que teve que aturar da parte de quem, demonstrando toda a sua cara de pau e falta de vergonha, ainda tem a desfaçatez de se vir despedir com "farpas".» (28 de Junho)

Fica, Mathieu

Mathieu fica como um dos melhores centrais que vi jogar no Sporting. Coloco-o ao lado de André Cruz e Beto. Pela qualidade de jogo e pela entrega, merecia ter sido campeão, como Cruz e Beto foram.

Mais do que um defesa de raça, sempre me impressionou pela capacidade para pegar no jogo, para criar, com passes de ruptura, algumas vezes assistências para golo. E, claro, pelos livres exímios. 

Em três épocas de leão ao peito comportou-se como um leão de toda a vida, vivendo o clube intensamente.

De um grande profissional como Mathieu, com um currículo de 8 anos na La Liga (Valencia e Barcelona), não se abre mão. 

Por isso, é preciso encontrar um lugar para este campeão na estrutura do Sporting.  

Não contava nada com isto agora. Adeus, Mathieu

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Pensei que ainda teríamos uns jogos, uns carrinhos, um sprint ou outro. Não me preparei para perder já Mathieu. Temi que terminasse no final da época, mas não já, não pensei nisto. As fotografias do último jogo, rodeado por miúdos, o pai de todos, estava mentalizada para um final de temporada com pelo menos mais imagens daquelas. 

Para mim o futebol não se faz sem os seus heróis, sem pelo menos um preferido por época (nem sempre é fácil, nem sempre o critério é o que joga melhor). Gosto de conhecer ainda que vagamente o perfil de cada jogador, que normalmente também se reflecte na forma como encara um desafio. Os critérios ficam para cada um, mas Mathieu tem sido dos meus favoritos nas últimas épocas (a par de Acuña e Coates, fica aqui dito), Mathieu encantou-me. 

Vou ter muitas saudades. Foi, desde André Cruz, o melhor central que vi no Sporting. Tenho recordações de bons centrais, de homens dignos nessa posição. Mathieu combina tudo. Um senhor, não deixa de ter o seu feitio e sangue na guelra, mostra que se pode ter personalidade e ser um senhor. Diz-se que um central não faz isto e aquilo, não sobe, não constrói, mas como continuo a ter Ronald Koeman como modelo, não concordo nada. Ao mesmo tempo são anos de espera por um assim. Mas vale muito a pena ver. 

No campo, bom, no campo Mathieu é um líder silencioso. Quando está, Coates é outro, mas nem é só isso. A experiência sentia-se nas bancadas, a calma e confiança nos colegas. A segurança num livre ou num corte - ainda a semana passada cortou uma bola ao poste, não cedendo canto, rindo depois. Que grande é Mathieu. 

Que vinha em fim de carreira, que era velho, que se não servia para outros então porquê nós? Tomara todos em fim de carreira fossem assim. 

No fim, não de tudo, mas da época passada, o sereno Mathieu ainda nos brinda com as suas lágrimas depois de uma taça ganha, de duas épocas que todos vimos e sabemos o que foram.

Enfim, não gostava tanto de um francês desde Asterix. Vou ter muitas saudades deste loiruivo no centro da defesa. Ou a correr campo fora num repente. Ou a atirar-se sem medo para cortar uma bola limpa. Enorme Mathieu. 

Obrigada, monsieur. Obrigada, Mathieu. 

Que notícia triste, Jérémy Mathieu

Isto é terrível, Jérémy Mathieu. Um central da tua qualidade termina a carreira longe do Estádio de Alvalade, de preferência cheio de adeptos em tua honra, dispostos a suspender a discórdia que tomou conta do Sporting.

 

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Do futebolista não há muito mais a dizer, embora a forma abnegada como serviste de engodo para o livre certeiro de Jovane Cabral simbolize a vontade de ajudar os outros e a equipa.

Contratado ao Barcelona, tudo fizeste para que o Sporting ganhasse títulos. Conseguiste uns quantos, mas não o mais importante. Ainda assim, o momento que te define é o pós-ataque a Alcochete, no qual foste um dos homens firmes no meio de miúdos assustados e rotinados oportunistas. Tu que não foras nascido e criado no clube, mas que tiveste em consideração o Sporting e os seus adeptos, mais do que uns punhados de vândalos promovidos a terroristas ou um presidente em rota de colisão com o plantel.

Honraste a camisola do primeiro ao último jogo, mesmo quando falhaste, e num mundo perfeito ficarias mais um ano a fazer a transição tranquila para novas gerações.

Duvido que o Sporting possa manter o terceiro lugar reconquistado no desconfinamento sem a tua presença na linha defensiva. Mas isso pouco importa perante o golpe injusto que termina a carreira de quem ainda muito teria a dar ao clube, aos adeptos e ao futebol.

É mesmo uma notícia muito triste, Jérémy Mathieu. Mas és muito maior do que isto que te aconteceu nesta quarta-feira, demasiado longe do estádio onde tantas vezes te aplaudi de pé. Quero acreditar que um dia te encontrarei por lá e poderei resumir tudo isto no pouco francês que me resta na memória.

O "caso" Mathieu

Anda tudo muito preocupado com um "rumor" que dá conta da vontade de Jérémy Mathieu sair já (ou no "final" da época) e regressar a França, onde irá afinal terminar a carreira de jogador para depois se atirar ao curso de treinador ao mesmo tempo que lidera as camadas jovens do Sochaux, clube onde se formou como jogador.

O próprio Mathieu, em declarações hoje ao L' Équipe não confirmou o "rumor" que foi posto a circular (por alguém da estrutura de Alvalade?), mas também não o desmentiu. Diz que se sente muito melhor e que a paragem nos campeonatos até ajudou na recuperação da sua lesão no tendão de Aquiles (tinha que ser, os deuses não brincam em serviço). Dito isto, parece que afinal está disponível para jogar mais um ano e, se assim é, que seja no Sporting Clube de Portugal.

A direção do SCP deve lutar pela manutenção de Mathieu no clube, seja agora como jogador, seja depois no seu período de adaptação à carreira futura de treinador. O central faz falta ao eixo central da nossa equipa e acredito também que há poucos ali que possam vir a dar bons treinadores no futuro. Ele é um exemplo moral e cívico para as camadas jovens de adeptos e para os miúdos das escolinhas. Na minha opinião, há que segurar Mathieu.

Divagações em tempo de quarentena (1)

Tenho para mim que a fórmula de sucesso para o futebol do Sporting está há muito inventada, um plantel com 1/3 de jovens de elevado potencial, 1/3 de jogadores de classe com alguns anos de casa e o resto de "carregadores de piano" que saibam compensar com a garra e força do seu carácter as suas limitações técnicas, e por cima disso tudo um treinador disciplinador, exigente e inspirador. Foi assim com Malcolm Allison, foi assim com Boloni, podia ter sido assim com Bobby Robson.

Olhamos para o plantel actual do Sporting: dos 26 contam-se 9 sub-23, dos quais se destacam Wendel e Plata, um da selecção olímpica do Brasil, outro da selecção A do Equador, entre todos imagino que tenham um valor de mercado de cerca de 50M€. O terço de jovens de elevado potencial está lá.

Já quanto aos craques, e com boa vontade, apenas posso vislumbrar quatro: Mathieu, Acuña, Coates e Vietto.

E quanto aos carregadores de piano, os que lutam até ao fim e raramente comprometem, apenas posso vislumbrar cinco: Renan, Neto, Battaglia, Sporar e Luiz Phellype.

Sobram assim 8 em 26 que se afastam desta tipificação e que em meu entender pouco acrescentam ao plantel. Já têm 23 ou mais anos, e ou não são suficientemente bons ou não são suficientemente fortes psicologicamente, raramente resolvem e muitas vezes comprometem.

É muita gente e é gente que custou muito dinheiro. Não falando no caso muito especial de Francisco Geraldes, temos Ristovski, Rosier, Ilori, Borja, Eduardo, Bolasie (emprestado) e Jesé (emprestado) que penso que custaram cerca de 25M€. Salários à parte, excepto nos emprestados.

Obviamente que, com Rúben Amorim, um ou outro destes jogadores poderá revelar qualidades nunca vistas e demonstrar a sua importância, mas quando falamos num plantel pobre para as necessidades do Sporting este é o maior problema.

O outro é que com as saídas de Bas Dost e de Bruno Fernandes ficaram apenas quatro para fazer a diferença. E se Mathieu arrumar as botas, restarão apenas três...

SL

Armas e viscondes assinalados: Reviravolta baseada numa lógica de “contra trintão, trintão e meio“

Sporting 2 - Portimonense 1

Liga NOS - 20.ª Jornada

9 de Fevereiro de 2020

 

Luís Maximiano (3,5)

Voltou a mostrar-se à altura das ocorrências, e mesmo no golo do Portimonense quase conseguiu desviar para fora da baliza o remate do trintão colombiano Jackson Martínez, apenas um dos vários elementos do plantel do penúltimo classificado que lutariam pela titularidade no Sporting. Minutos depois impediu o 0-2 que transformaria Alvalade num cenário de livro de Dante, e na segunda parte aplicou-se com denodo à neutralização dos tão fugazes quanto perigosos contra-ataques da equipa visitante. Se melhorar no jogo de pés talvez possam deixar de “soprar” notícias sobre a aquisição de guardiões veteranos estrangeiros livres do apelido Viviano.

 

Ristovski (2,5)

Aproveitou o 3-5-2 com que Silas dispôs a equipa perante o an-te-pe-núl-ti-mo classificado da Liga NOS, sabendo que a vitória garantiria o regresso ao lugar do pódio que, parafraseando um génio incompreendido do futebol português, é “muito bom para a situação actual do Sporting”. Muito subido na ala direito, tirou partido da velocidade e de uma atitude competitiva mais apropriada a outros tempos, só que... não combinou particularmente bem com os colegas, não centrou por aí além e em nada contribuiu para sossegar os ânimos de um estádio só ligeiramente mais composto e menos amorfo do que na última jornada em casa. Manteve-se em campo até ao fim, sem brilhar, mas con a vontade de fazer qualquer coisa intacta. Prova de que a sorte nem sempre protege os audazes foi a falta de direcção do seu remate de longa distância.

 

Coates (3,0)

Uma ou outra fífia sem consequências de maior impede melhor avaliação do melhor capitão que o Sporting tinha naquele estádio, e não necessariamente só no relvado. Talvez chegue o dia em que voltará a manter as redes imaculadas, mas por enquanto vai fazendo o que está ao seu alcance. Já não é pouco.

 

Neto (2,5)

Regressado à titularidade à boleia do novo amor de Silas pelo 3-5-2, procurou cumprir com o sistema táctico mas não conseguiu evitar que Jackson Martínez passasse pela sua área de jurisdição com manifesta e concretizada intenção de inaugurar o marcador. O castigo não se fez esperar: foi sacrificado ao intervalo, quando Silas trocou o 3-5-2 por mais um dos ETNI (esquema táctico não identificado) que nos últimos tempos têm sido avistados a pairar sobre Alvalade.

 

Mathieu (4,0)

Permitiu que o estádio fizesse uma viagem do tempo para temporadas que parecem extremamente distantes e tristemente irrepetíveis ao marcar aquele exemplar livre directo que relançou a equipa para a reviravolta. Exemplo máximo de inteligência, brio e vontade, o trintão francês empurrou o Sporting para a sua melhor versão possível, sendo tão acutilante a defender como criterioso a construir. Vê-lo cair no relvado, confirmando-se mais tarde uma lesão que o afastará até Março, levou a que todos os sportinguistas falhassem uma batida cardíaca. E tornou mais provável que a gestão de Frederico Varandas possa igualar ou superar mais um dos recordes dos tempos de Godinho Lopes.

 

Acuña (3,0)

Mesmo um todo-o-terreno como o polivalente argentino, decerto capaz de fazer boa figura caso lhe fosse substituir Harry Potter naquele jogo esquisito, sentiu notórias dificuldades de adaptação ao mais recente arrumo de Silas. Melhorou bastante na segunda parte, ao ponto de ficar ligado ao resultado positivo de uma coligação negativa de más ideias de jogo. Quis o acaso que estivesse na ala direita e capacitado para fazer o belo cruzamento para Jovane Cabral que deu origem ao autogolo que selou a reviravolta.

 

Battaglia (2,5)

Ficou perto de inaugurar o marcador, cabeceando pouco acima do poste na sequência de um canto, mas a sua principal missão era conter veleidades do contra-ataque do penúltimo classificado da Liga NOS. Cumpriu de forma tão incompleta quanto o resultado final permite concluir e, ainda que tenha um domínio de bola e inteligência táctica que aconselham a sua titularidade, mantém um défice de ritmo que torna a intenção de fazer regressar João Palhinha a melhor notícia que se consegue retirar das mais de dez páginas de amena entrevista de Frederico Varandas ao “Record”. Isso e, claro está, não haver qualquer referência a um regresso de David “justificativo de dois milhões a menos nos cofres” Wang, claro está.

 

Wendel (3,0)

Exasperou as bancadas com a atitude displicente na primeira parte, parecendo não raras vezes um daqueles empregados de escritório cuja única função assenta no transporte de copos de café. Melhorou bastante depois do intervalo e não raras vezes assumiu a batuta quando era preciso, até porque o maestro titular foi ver que tal se está no Brexit. Tem é de perceber que, não obstante pertencer à selecção olímpica brasileira, vencer continua a ser mais importante do que competir.

 

Rafael Camacho (2,0)

Ao contrário de Joaquin Phoenix, premiado com o Óscar de Melhor

Ator, o jovem extremo não convence  enquanto “joker”. Falta-lhe objectividade na hora do passe e do remate, e até alguma necessária  matreirice para ludibriar os adversários para entrar na grande área alheia.

 

Vietto (2,5)

Uma equipa como o Sporting dos nossos tempos não pode desperdiçar um recurso tão escasso quanto oportunidades claras de golo. Torna-se por isso preocupante que ninguém tenha ficado demasiado espantado quando o argentino permitiu a defesa do guarda-redes nipónico do Portimonense ao ser desmarcado por Sporar. Ficou perto de marcar num livre directo, mas não é Mathieu quem quer e sim quem pode. O que não impede que o amarelo recebido, e a consequente ausência na visita ao Rio Ave, sejam mais uma dor de cabeça.

 

Sporar (2,5)

Manteve a seca apenas porque um adversário teve má vontade suficiente para preferir fazer autogolo em vez de deixar o esloveno aproveitar a assistência perfeita de Jovane Cabral. Antes já tinha servido Vietto de forma tão perfeita quanto imperfeito foi o remate. Tarda apenas a fazer aquilo que justifica a presença de pontas de lança nos onzes.

 

Jovane Cabral (3,0)

Entrou ao intervalo e contribuiu, no seu jeito algo desengonçado, para dar a ignição à alteração táctica promovida por Silas. Apesar de um remate calamitoso não servir de bom cartão de visitas, a assistência para o autogolo que rendeu três pontos ao Sporting constitui uma retoma ao estatuto de “salvador da pátria”.

 

Gonzalo Plata (3,0)

É possível que seja mesmo um diamante por lapidar, sendo inegável que ninguém lhe pode apontar falta de coragem na hora do um contra um. Cada minuto que tem no relvado, ao invés do digno Bolasie e do inexplicável Jesé, é um oásis na péssima condução do futebol profissional leonino.

 

Idrissa Doumbia (2,0)

Regressou à equipa para colmatar a lesão de Mathieu, ainda que tenha sido Battaglia a juntar-se mais a Coates na cada vez mais caleidoscópica linha defensiva. Cumpriu sem deslumbrar, como é seu hábito nos dias bons.

 

Silas (2,5)

É mesmo necessário reconhecer-lhe mérito por desfazer os seus equívocos ao intervalo? Aproveitar jovens extremos que estão entre os raros projectos de futuro (sendo Maximiano já o presente) no plantel principal deveria ser mais evidente do que anda a ser para um treinador que ficou enfeitiçado pelos três centrais, mas não se lembrou que tinha um lateral-esquerdo com rotina de central no banco na hora de substituir o lesionado Mathieu. Formar um onze sem o francês, sem o castigado Vietto e sem o lesionado Acuña para conseguir um primeiro triunfo (ou um primeiro empate) ao terceiro jogo da época com o Rio Ave será um desafio interessante de seguir.

Pódio: Mathieu, Plata, Jovane

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Portimonense pelos três diários desportivos:

 

Mathieu: 18

Plata: 16

Jovane: 16

Vietto: 16

Coates: 15

Luís Maximiano: 15

Acuña: 14

Battaglia: 14

Wendel: 13

Ristovski: 13

Sporar: 12

Neto: 11

Camacho: 10

Idrissa Doumbia: 6

 

O Jogo e A Bola elegeram  Mathieu  como melhor em campo. O Record, estranhamente, optou por  Wendel.

Arranjar lenha para se queimar

Silas desde o dia que entrou em Alvalade, pelas ideias "de risco" que logo manifestou, pelo onze que apresentou em Alverca sem titulares indiscutíveis, e em muitos outros casos, parece ter uma irresistível atracção para arranjar lenha para se queimar, felizmente em muitos deles conseguindo (tendo havido ou não chamada de atenção dos capitães ao intervalo) ter a lucidez necessária para sentir a pele a arder e controlar a coisa. Noutros casos...

Ontem em Alvalade foi assim. A teimosia e arrogância de entrar com o "novo sistema" que já tinha baqueado em Braga, um 3-5-2 com um extremo Camacho adaptado a 2º atacante, e os laterais a fazer piscinas, que por vezes mais parecia a táctica "pirilau" do Paulo Autuori de outros tempos, conduzia a um jogo mastigado e muito desenvolvido por zonas interiores que esbarrava no centro defensivo do Portimonense. Perdida a bola em mais um passe ou drible falhado (Camacho abusou), lá vinha o Portimonense em velocidade a apanhar os 3 centrais de frente, os laterais em parte incerta e Battaglia a ser de menos para tamponar a coisa. E assim, só não chegámos ao intervalo em desvantagem porque Mathieu marcou um golão à André Cruz.

Veio o intervalo, saiu Neto (mais uma vez, quando Silas resolver começar com 3 centrais), o 3-5-2 transformou-se num 4-2-3-1 / 4-3-3 com Plata e Jovane nas alas, começou a existir espaço no centro para Vietto e Sporar terem flagrantes oportunidades de golo, Acuna vagabundeou para a direita e solicitou Jovane para o centro que deu o autogolo (pensar que saiu em Braga porque não estava a cumprir as indicações... foi Silas que o mandou para a direita ?) e lá conseguimos uma vitória sofrida mas amplamente merecida.

Destaques pela positiva para Max (Impressionante o novo Rui Patrício), Mathieu (claro), Coates, Battaglia (grande cabeçada para golo, logo a abrir o jogo, depois da grave lesão que sofreu bem mais contido e posicional, acabou em defesa central) e Acuna (um desperdício a defesa esquerdo). Pela negativa, Vietto a falhar passes e golos e Ristovski que anda por ali para cima e para baixo...

E assim, mais 3 pontos e o terceiro lugar na Liga. Na próxima jornada o Braga irá perder como habitualmente na Luz e nós temos mesmo de vingar as duas derrotas com o Rio Ave.

SL

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