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És a nossa Fé!

2022 em balanço (1)

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JOGADOR DO ANO: MATHEUS NUNES

A importância dos jogadores também se mede por isto: alguns tornam-se quase imprescindíveis numa equipa. Aconteceu no Verão passado, quando Matheus Luiz Nunes disse adeus ao Sporting, causando um abalo sísmico na equipa, onde era titular indiscutível.

O luso-brasileiro, que fomos buscar ao Estoril em Janeiro de 2020, subiu a pulso em Alvalade. Campeão nacional na época seguinte, em que alternava no meio-campo com João Mário, conquistou lugar cativo no onze após a partida do campeão europeu, tornando-se num dos mais influentes do grupo de trabalho comandado por Rúben Amorim.

Influente na capacidade técnica, na visão de jogo, no dom de saber colocar a bola em passes longos, no remate de meia-distância, na mestria em acelerar o ritmo da equipa, na destreza como ligava o meio-campo à linha ofensiva.

Atributos que foi desenvolvendo sob a batuta do treinador, que o potenciou da melhor forma. A tal ponto que, em Agosto, Matheus acabou por protagonizar a segunda mais bem paga transferência de que há registo na história do futebol leonino ao sair para o Wolverhampton por 45 milhões de euros, mais 5 milhões por objectivos. Só a saída de Bruno Fernandes para o Manchester United, dois anos e meio antes, nos rendeu mais.

Boa notícia para as finanças do clube, má notícia para a nossa prestação desportiva. Sem Matheus, a equipa caiu muito - até porque esta saída fora antecedida pela partida de Palhinha e Tabata, além de coincidir com a grave lesão de Daniel Bragança. Seguiram-se três meses de fraco desempenho que só agora começa a ser superado.

Ainda foi o melhor em campo no desafio de abertura da Liga 2022/2023, frente ao Braga. E marcou o último golo de verde e branco na jornada seguinte, contribuindo para a nossa vitória em Alvalade (3-0) frente ao Rio Ave. Na hora da partida, mostrou-se grato: «O Sporting deu-me tudo quando eu não era nada.»

Havia participado em 33 das 34 partidas do campeonato anterior, com dois golos e três assistências. Teve papel crucial, em Janeiro, na conquista da Taça da Liga. No final da temporada, os treinadores elegeram-no para o onze ideal do campeonato. E escutou um rasgado elogio de Pep Guardiola, em Fevereiro, quando o Sporting recebeu o Manchester City para a Liga dos Campeões em jogo de má memória para nós. «É um dos melhores jogadores do mundo», disse o conceituado técnico catalão. Na linha do que escrevi aqui há um ano, ao eleger Matheus como Confirmação de 2021: «Tem fibra de campeão: isso é o que mais importa.»

Guardiola, com aquelas palavras, antecipava de algum modo a saída de Matheus Nunes para a Premier League, onde o luso-brasileiro - agora com 24 anos - foi ganhar um salário cinco vezes superior ao que auferia em Alvalade. Infelizmente, não tem demonstrado por lá o mesmo rendimento desportivo. Também passou discreto pelo Mundial do Catar.

No Sporting era muito mais influente. E sou até capaz de apostar que talvez fosse mais feliz.

 

Jogador do ano em 2012: Rui Patrício

Jogador do ano em 2013: Montero

Jogador do ano em 2014: Nani

Jogador do ano em 2015Slimani

Jogador do ano em 2016: Adrien

Jogador do ano em 2017: Bas Dost

Jogador do ano em 2018: Bas Dost

Jogador do ano em 2019: Bruno Fernandes

Jogador do ano em 2020: Pedro Gonçalves

Jogador do ano em 2021: Pedro Gonçalves

Crónica de uma derrota anunciada

Em vésperas de clássico, a preparação do SCP iniciou-se com a inenarrável venda de Matheus Nunes. Mandaria a prudência e bom senso que os dirigentes recusassem qualquer negociação e remetessem para a cláusula até ao final do jogo no Dragão, mas há décadas que somos crónicos campeões no tiro nos pés.

Com ou sem Matheus Nunes, seria sempre difícil vencer o campeão no seu estádio, até criámos oportunidades para marcar, mas a diferença esteve nas balizas, de um lado, Diogo Costa, com excelentes intervenções, do outro, Adán, clamorosamente batido em duas saídas, que resultaram em golo e grande penalidade, respectivamente.

Bora lá culpar Paulinho, Esgaio e exigir a cabeça de Rúben Amorim...

Ah e tal o Varandas vendeu o Matheus na véspera do clássico



E por tê-lo feito, merece o beneficio da dúvida.

Varandas e a direção tiveram de chupar o limão amargo da venda em véspera do clássico porque:

  1. Houve um ultimato qualquer dos Wolves, de Jorge Mendes, do próprio Matheus, etc. Ou o negócio se fazia ali, a tempo do Tottenham, ou nada feito...
  2. Varandas terá engolido em seco, mas terá – tenho a certeza – garantido futura transferência de Xis ou de Y ou do próprio Matheus. Ou então – e isto é importante – garantiu tesouraria. Muita tesouraria. Quem tenha gerido uma mercearia sabe como a tesouraria é fundamental, num clube de futebol ainda é mais. Aliás é sobretudo por tesouraria que há esta obsessão com a Champions: pagam a horas. 
  3. Farejem se os clubes portugueses têm os jogadores todos pagos e/ou os salários em dia e percebemos melhor a importância da tesouraria.
  4. Lembremos que pedir dinheiro aos bancos para pagar salários tem um custo.  
  5. Antecipar receita (vulgo factoring) idem.
  6. Note-se que Varandas garantiu 10% de uma futura transferência e ainda assegurou que os Wolves pagassem metade aos clubes onde o luso-brasileiro foi formado (Ericeirense e Estoril)
  7. A vida em geral e a vida empresarial em particular são feitas de trade offs. Um dos motivos por que Portugal não sai da cepa torta – digo eu, claro – é porque vê num negócio uma operação em que um tem de ganhar 100% e o outro zero. 
  8. O negócio Matheus teve este trade off tramado de ficarmos sem um jogador forte na véspera de um clássico? Teve. E por isso teve outros trade offs a nosso favor.  
  9. De lembrar o que foi pouco lembrado: há uns anos, Varandas disse que a transferência de Matheus haveria um dia de pagar a de Rúben Amorim. Pagou essa e pagou a de Paulinho. E ainda sobrou. 

Uma pena e um erro

 

No caso de João Palhinha, como antes de Rui Patrício e Adrien Silva, compreendo as saídas: era naquele momento ou nunca. Era a oportunidade das suas carreiras para fazerem um contrato miionário, mesmo para um clube muito menor e que não ganha títulos. Ninguém os pode julgar.
Nos casos de Nani e Bruno Fernandes, saíram para um grande e histórico clube europeu, que qualquer jogador gostaria de representar. Algo semelhante pode ser dito para Nuno Mendes e mesmo para João Mário.
Parecia que o caso de Matheus Nunes seria diferente. Matheus Nunes parece-me um jogador com (muito boa) cabeça, sabe que é novo e que o melhor para ele seria esperar mais um ou dois anos e sair para um grande clube. Não é esse o caso. O fator decisivo parece ter sido só a questão salarial, e a influência de um - sempre o mesmo - empresário. Agradeço-lhe por tudo, é um jogador inesquecível, desejo-lhe obviamente tudo de bom, mas parece-me que esta transferência é um erro e não é o melhor passo na sua carreira. O Matheus é um jogador de topo que merece muito melhor.
Do ponto de vista do Sporting, esta transferência parece a do Cristiano Ronaldo há 19 anos: antes do tempo ideal. Estarão as finanças do clube tão necessitadas, ou o clube não nega nada a Jorge Mendes? Esta saída é um problema. Inquestionavelmente a equipa fica mais fraca sem o Palhinha e sem o Matheus. Vamos ver como serão estas saídas colmatadas.

Duas vagas, dois reforços

Desde ontem faltam-nos dois reforços no meio-campo.

No fundo, Morita veio substituir Daniel Bragança, que só regressa à competição em 2023.

Trincão de algum modo substitui Sarabia.

Rochinha é uma alternativa a Tabata, também já fora de Alvalade.

Falta, portanto, ainda um sucessor para Palhinha como médio defensivo e agora outro para Matheus Nunes como médio de construção e desequilibrador nato numa zona crucial do terreno.

Estas duas vagas terão de ser colmatadas até ao fim do mês.

 

ADENDA: Um comentador muito próximo da SAD leonina, num canal de televisão, dava ontem à noite quase como certa a vinda de Musrati, adiantando que também Ricardo Horta pode chegar caso aborte a actual negociação entre o Braga e o Benfica.

A segunda maior receita de sempre

Os seis jogadores que saíram até hoje do Sporting proporcionando maiores receitas aos cofres leoninos:

BRUNO FERNANDES - 63 milhões de euros (2020). Para o Manchester United.

MATHEUS NUNES - 45 milhões de euros + 5 por objectivos (2022). Para o Wolverhampton.

NUNO MENDES - 45 milhões de euros (2021). Para o Paris Saint-Germain.

JOÃO MÁRIO - 41 milhões de euros (2016). Para o Inter.

ISLAM SLIMANI - 31 milhões de euros (2016). Para o Leicester.

NANI - 25,5 milhões de euros (2007). Para o Manchester United.

Tudo muito complicado

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Acabou-se a incerteza: Matheus Nunes sai do Sporting, rumando a Inglaterra, onde integrará as fileiras do Wolverhampton, a equipa mais portuguesa da Premier League. 

É excelente notícia para as finanças leoninas, parecendo configurar a segunda maior receita de sempre na transferência de um futebolista em toda a história do Sporting. Confirmando aquela frase de Frederico Varandas, na altura muito ridicularizada por alguns idiotas, de que este jogador «acabaria por pagar a vinda de Rúben Amorim». Recordo que contratámos Matheus ao Estoril por escassos 900 mil euros.

Mas é péssima notícia para o nosso treinador, que tentou tudo para dissuadir Matheus de abandonar já Alvalade. Não custa perceber que o argumento salarial foi decisivo nesta saída, que ocorre a poucos dias de visitarmos o FC Porto para a terceira jornada do campeonato. Lá no Dragão, esta noite, devem ter aberto garrafas de champanhe.

Fica tudo muito complicado. Porque não temos no plantel substituto para Matheus Nunes nem vejo alguém sequer em condições para tal em toda a Liga portuguesa. 

Daí aproveitar para fazer a pergunta aos leitores: quem poderá ser o sucessor do craque luso-brasileiro como solução de recurso já para sábado?

E outra, em complemento: quem deve a SAD leonina contratar para tentar suprir esta baixa pouco surpreendente mas muito preocupante?

 

Leitura complementar:

Matheus sai ou não sai? (Texto de 27 de Junho)

Alerta geral (Texto de 12 de Agosto)

O dia seguinte

Quem tivesse dúvidas sobre a capacidade de Rúben Amorim não apenas como treinador mas como manager do futebol do Sporting, ontem deveria tê-las tirado.

Porque não se tratou apenas de resolver o problema da lesão de Paulinho e substitui-lo por um Edwards qualquer.

Tratou-se de pôr em prática um plano de ataque alternativo, o tal plano B, pensado e trabalhado a um ano de distância, ensaiado primeiro com Sarabia à imagem da selecção espanhola, depois indo à procura de jogadores como Edwards, Rochinha e Trincão para se juntarem a Pedro Gonçalves nessa ideia de ataque móvel, com permanentes recuos no terreno e trocas de posição na frente de ataque. O jogo com a Roma no Algarve foi um teste muito importante desse plano, no qual Edwards se sente como peixe na água.

Antes do mais convém alertar que o plano tem limitações evidentes: incapacidade no jogo aéreo na área adversária, incapacidade de criação de espaços por arrasto de defesas pelo ponta de lança, apelo à imprevisibilidade dos atacantes que tanto perturba a equipa adversária como exponencia as próprias falhas, e convite à defesa contrária a fechar espaços no centro e a aguardar o inevitavel drible ou passe perdido numa floresta de pernas.

 

O jogo de ontem foi assim. Contra um Rio Ave fechado num 5-3-2 o Sporting tentou por um lado e por outro, com os jogadores muito presos às posições, mas teve muitas dificuldades em criar perigo, e apenas aos 20 minutos rematou à baliza por Ugarte. Mas esse lance animou a equipa, os jogadores libertaram-se, o domínio tornou-se avassalador e as oportunidades sucederam-se por Edwards (remate enquadrado), Porro (idem), Trincão (tiraço na barra) e Pedro Gonçalves (completamente isolado passa ao guarda-redes), até que numa dessas trocas de posição dos atacantes, com Edwards à direita e Trincão no centro, Edwards solicitado por Porro faz tudo bem feito e oferece o golo a Pedro Gonçalves. E, ainda com um bom remate de Ugarte à figura, chegámos ao intervalo, com um resultado que sabia a muito pouco para uma tão boa segunda metade da 1.ª parte.

Depois do intervalo, o Rio Ave manteve o autocarro bem estacionado lá atrás. O Sporting entrou mal no jogo outra vez, a perder passes, para logo voltar ao domínio avassalador a explorar o progressivo cansaço do adversário até Matheus Nunes alçar da perna e pôr ponto final na discussão dos pontos. Um golaço do nosso MVP, é impossível não perceber a qualidade do jovem que fomos buscar ao Estoril e acabámos de formar nos sub23.

Depois disso foi tempo de descansar em cima do resultado e rodar jogadores, sempre numa toada de ataque que ainda deu mais um golo de Pedro Gonçalves.

 

Melhor em campo? O colectivo. Ou então Matheus Nunes pelo golaço. Pedro Gonçalves marcou dois e falhou outros tantos. Edwards é um espectáculo dentro do espectáculo.

E se, jogando muitas vezes para trás e para os lados, marcámos três golos e falhámos bem mais, enquanto o adversário ficou a zero sem sequer ter tido qualquer oportunidade de marcar, de quem é o mérito máximo afinal?  De Rúben Amorim e do modelo de jogo que escolheu.

Impossível não mencionar também o grande ambiente em Alvalade, com muitos emigrantes com os filhos pela mão, e o grande aplauso ao Ricardo Esgaio quando entrou. O nazareno merece mesmo, aposto que um dia destes ainda vamos ver o melhor Esgaio para alguns engolirem de vez o que têm vindo a dizer.

SL

A talocha do "jagós"*

https://www.youtube.com/watch?v=OXbx0ZJSXm8

 

Quem não soubesse que "o rapaz", como lhe chamou o treinador do West Ham United, foi funcionário da, passe a publicidade, Pão da Vila, pensaria que antes de sair do Ericeirence, Matheus Nunes se dedicava à nobre arte de maçon, tal a qualidade da "talocha"* que apresentou esta noite em Alvalade. E eu fui um dos sortudos que viu aquela obra de arte, porque foi mesmo ali à minha frente... Há noites felizes. Também ali mesmo à minha frente vi o excelente chapeau de Pedro Gonçalves que daria o terceiro da noite.

Não quero hoje discutir tácticas, jogadores, lesões "cirúrgicas" e o diabo a sete. Quero destacar o trabalho colectivo que me pareceu muito bom. A defesa que com as pedras no lugar mudou da noite para o dia e a par da vitória, quero saudar duas grandes ovações nesta noite amena em Alvalade. A merecida e sentida homenagem a Fernando Chalana e o conforto dos aplausos para Ricardo Esgaio. Pelo primeiro momento demonstramos que somos diferentes e pelo segundo, que temos um treinador que está atento, ao colocá-lo em campo.

E pronto, prá semana lá estou outra vez!

 

*Talocha é um instrumento utilizado pelo pedreiro para pousar massa de cimento antes de a aplicar numa superfície. Usa-se pelo menos em Tomar para designar uma acção rápida e forte, como o remate aplicado por M.N. ou para uma "solha" nas "trombas" de um qualquer rival;

Jagós - Já o havia escrito em post anterior, é um natural da Ericeira.

 Nota: Os direitos do vídeo são da Sportv, não é permitida a reprodução. Logo que haja possibilidade...

 

Pódio: Matheus Nunes, Rochinha, Edwards

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Braga-Sporting pelos três diários desportivos:

 

Matheus Nunes: 18

Rochinha: 17

Edwards: 16

Nuno Santos: 16

Porro: 16

Adán: 16

Coates: 16

Pedro Gonçalves: 16

Morita: 13

Trincão: 12

St. Juste: 10

Ugarte: 10

Paulinho: 10

Gonçalo Inácio: 10

Matheus Reis: 10

Esgaio: 8

 

Os três jornais elegeram Matheus Nunes como melhor Leão em campo.

Vitória três vezes desperdiçada na Pedreira

Braga, 3 - Sporting, 3

 

O carteiro toca sempre duas vezes. O comboio, no filme, apitou três vezes.

Nós, ontem, desperdiçámos três ocasiões para trazer uma vitória de Braga. A linha avançada, no geral, cumpriu a missão - com a excepção que não tardarei a referir. Já a defesa, tanto no plano colectivo como individual (e neste aspecto apenas absolvo Coates) esteve muito abaixo daquilo a que nos habituou.

Esta foi apenas a terceira vez em que Rúben Amorim sofreu três golos, pelo Sporting, numa partida do campeonato. É motivo para soarem sinais de alarme em Alvalade: o plantel ainda necessita de reforços. Desde logo no plano defensivo: ontem voltámos a actuar com dois jogadores fora das posições de origem e houve um terceiro (Esgaio) que esteve quase a fazer o mesmo, quando se suspeitava que o estreante St. Juste teria de abandonar o campo por lesão.

A ausência de Palhinha faz-se sentir: estamos também sem um número 6 de origem. Tanto Morita como o próprio Ugarte têm propensão mais ofensiva e menos posicional do que o nosso ex-médio agora lançado na Liga inglesa. A ausência desse ferrolho incentiva as movimentações ofensivas adversárias e torna mais complicado o trabalho à retaguarda.

E é cada vez mais urgente a vinda de um n.º 9. Já sem Tiago Tomás, já sem Jovane, já sem Tabata (que estaria a ser trabalhado para avançado-centro), com Slimani remetido à equipa B e Rodrigo Ribeiro ainda demasiado inexperiente para ser presença habitual na nossa frente de ataque, não é possível termos aspirações ao título contando apenas com Paulinho como pivô ofensivo.

Sobretudo o Paulinho deste jogo em Braga, que foi inexistente.

 

Tudo isto para salientar pontos negativos. Nem poderia ser de outra forma, tendo começado esta Liga 2022/2023 já em desvantagem face a FC Porto e Benfica, que golearam nas respectivas partidas, muito mais fáceis por serem em casa e perante adversários de nível muito inferior.

A comparação é também pouco lisonjeira face à Liga 2021/2022: nessa altura vencemos na Pedreira por 2-1. 

Quanto aos reforços, Morita merece o maior destaque pelo seu desempenho: surgiu como titular, fazendo parceria com Matheus Nunes, e promete ser uma das figuras deste campeonato. Francisco Trincão - também ontem titular - está ainda longe de mostrar o seu valor. St. Juste, que só entrou aos 60', teve apontamentos de qualidade. Oxalá esteja no plano físico tão bem como parece estar no plano técnico.

Também Rochinha merece elogio. Jogou poucos minutos mas foi quanto bastou para construir todo o lance do terceiro golo, oferecido a Edwards. A melhor jogada individual do desafio.

 

Outros pontos positivos? Matheus Nunes voltou às boas exibições: foi ele a criar o nosso primeiro golo, aos 9', isolando Porro que serviu Pedro Gonçalves; foi ele também a fazer a assistência para o segundo, de Nuno Santos, com um passe cruzado de longa distância e alta precisão. 

Também positivo é haver vários jogadores com vocação para a meter lá dentro. Ontem foram três, contribuindo para o excelente espectáculo futebolístico em Braga proporcionado por duas equipas com vocação ofensiva, sem momentos mortos nem antijogo. Parecia quase um desafio da Liga inglesa. Teria sido perfeito, para nós, se soubéssemos gerir a vantagem que mantínhamos até ao fatídico minuto 88. 

Usando outra metáfora: o pássaro esteve três vezes na mão. Mas em todas permitimos que voasse lá na Pedreira. 

E nunca há segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Voltou refeito do problema físico que chegou a assustar. Fundamental para evitar golo a Vitinha (90'+3) que seria um pesadelo para nós.

Gonçalo Inácio - Desconcentrado, somando erros de posicionamento e falhas de intercepção da bola. Não melhorou quando passou da direita à esquerda.

Coates - O melhor do nosso reduto defensivo. Fez até de improvisado guarda-redes, com Adán fora da baliza, num lance que seria anulado.

Matheus Reis - Intranquilo como central à esquerda, incapaz de fazer a diferença na saída de bola. Tem responsabilidades nos dois primeiros golos.

Porro - Dinâmico na ala direita, começa a época a assistir para golos com um centro milimétrico que Pedro Gonçalves converteu. Aos 65', atirou ao poste.

Morita - Precisão no passe, olhar sempre atento ao posicionamento dos colegas, capacidade de movimentar a bola. Estreia promissora de verde e branco.

Matheus Nunes - Após uma pálida pré-temporada, foi o melhor em campo. Com participação em dois golos, assumindo-se como patrão do meio-campo.

Nuno Santos - Fez um golo, o segundo, de levantar o estádio num disparo acrobático aos 18'. Grande cruzamento aos 29', infelizmente sem sequência.

Trincão - Outro estreante oficial com a verde e branca. Tentou ser útil, sem conseguir. Incapaz de criar desequilíbrios ou de jogar com eficácia.

Pedro Gonçalves - Após sete golos na pré-temporada, voltou a fazer o gosto ao pé, logo aos 8'. Precisamos dele como há dois anos, quando fomos campeões.

Paulinho - Incapaz de criar diagonais para desposicionar a defesa, só rematou uma vez - e muito por cima. Inoperante, inofensivo. Destaque pela negativa.

Edwards - Substituiu Paulinho aos 60'. Não brilhou, mas marcou um golo. O nosso terceiro, aos 83'. Cumpriu, portanto. 

Ugarte - Rendeu Morita aos 60'. Substituição algo estranha, pois o japonês estava a ser um dos melhores. Desta vez o uruguaio não se destacou.

St. Juste - Terceira estreia oficial, como central à direita. Venceu lances aéreos e mostrou bom toque de bola. Inicia o nosso terceiro golo.

Rochinha - Outro estreante, em campo desde os 84', substituindo Trincão. Mais útil, mais eficaz, mais combativo. Assiste no terceiro golo, inventado por ele.

Esgaio - Entrou para o lugar de Porro, aos 84'. Perdeu um duelo junto à linha ao ser ultrapassado por Álvaro Djaló. Custou-nos dois pontos.

Dois pontos perdidos...?

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Ou um ponto ganho. No final e depois de Porto e Benfica por lá passarem, em Braga, faremos as contas.

O certo é que assistimos a um excelente jogo de futebol e disto é que o campeonato precisa, gente a jogar para a frente, sem rodriguinhos, procurando metê-la lá dentro.

Se a nossa, segundo os sites que valoram os jogadores mas não fazem transferências, é a equipa mais valiosa do campeonato, o Braga de hoje foi muito mais valioso em competência. Ou melhor, foi menos incompetente.

Passo a explicar: Os nossos golos saíram de três jogadas de excelência, sem quaisquer culpas a atribuir aos jogadores bracarenses, três golos dignos de figurar, aposto, nos melhores da Liga que agora começou. Já os golos dos da casa saíram de abordagens incompetentes dos nossos jogadores Gonçalo Inácio, Matheus Reis duas vezes e Ricardo Esgaio, permitindo golos fáceis aos jogadores adversários.

Não gostei que Paulinho e Trincão tivessem ficado na Mealhada a tratar do leitão para o jantar, sempre poderíamos ter jogado com onze, mas quando o Edwards marcou o terceiro eu até pensei em ir pedir um cilício ao Mota Amaral para me penitenciar dos nomes que, cá para mim, lhe chamei quando ele mandou sair o Morita e depois o Porro. A saída do Porro então foi tão incompreensível que nem o Adan percebeu e anda lá dentro...

Quanto aos demais, o "Justo", à falta de melhor será dono daquele lugar onde entrou hoje, para impedir a entrada de Esgaio e que Matheus Reis jogue a central, só isso será meio caminho andado; O Pedro Gonçalves anda de pé afinado e o Paulinho foi a nulidade do costume no capítulo da finalização e nem na tão propalada e badalada especialidade de confundir os adversários (e a ele próprio as mais das vezes) hoje esteve ao nível do costume; Trincão veio mostrar aquilo que todos nós pensamos, alguns dizem e outros não querem ou têm vergonha de dizer, é mais um extremo e "disso" já cá tínhamos em barda.

O Melhor em campo, Matheus Nunes, jagós* por adopção, não deve acabar o mês no Sporting, para mal dos nossos pecados.

Como eu sou como os ciganos, não gosto de ver bons princípios (eles aos filhos, eu ao Sporting), que assim, se a coisa não correr bem, a azia não será tão forte.

De qualquer forma ainda a procissão vai no adro, vamos lá continuar a repicar os sinos. Até ao foguetório de artifício, ou até que o páleo caia em cima do cura...

 

* Jagós - Natural da Ericeira

O dia seguinte

O Sporting desperdiçou ingloriamente em Braga a oportunidade que teve de conquistar os 3 pontos, três vezes esteve em vantagem no marcador, três vezes consentiu o empate, a segunda mesmo a terminar a 1.ª parte, a terceira a poucos minutos do fim do jogo.

Foi o tal jogo "electrizante" de grande espectáculo, mas também de sofrimento para os adeptos dos dois lados, com um Sp. Braga sempre perigoso num futebol intenso e directo, uma arbitragem de nível elevado, VAR incluído, alias extraordinário para o nível dos apitadores "de lentes azuis" de Porto e Braga, os Soares Dias e os Pinheiros.

Mais do que por questões tácticas, porque o jogo depressa se partiu e os ataques alternavam, ele foi muito marcado pelos desempenhos individuais, e no Sporting demasiada gente esteve muito aquém do que pode e deve render, a começar num desinspirado Paulinho e a acabar num St. Juste ainda ao "pé coxinho". 

Por outro lado, se a defesa que entrou em campo esteve mal, Porro-Inácio-Coates-Matheus Reis-Nuno Santos, com dois golos a acontecerem nas costas de Matheus Reis, aquela que acabou, Esgaio-St.Juste-Coates-Inácio-Matheus Reis esteve ainda pior, o último golo é mesmo daqueles que não se pode sofrer. Lances de ataque daqueles teve o Sporting três ou quatro e em todos a defesa do adversário soube parar o centro.

Valeu Adán, safou dois golos, o primeiro pondo fora de jogo o atacante contrário e o segundo impedindo o chapéu do atacante do Braga ao cair do pano, mesmo incorrendo em duas asneiras no passe, uma à queima para Inácio, que perdeu a bola para o adversário, outra para um Porro que passeava pela lateral pelo lado de fora dado ter sido substituído...

O meio-campo (Morita, Matheus Nunes, Ugarte) esteve bem, soube destruir e construir, mas nota-se a falta de Palhinha nas duas áreas de rigor.

Os interiores (Pedro Gonçalves, Trincão, Rochinha, Edwards) fizeram as despesas do ataque e com Nuno Santos marcaram os três golos.

O ponta de lança... não existiu. Eu, que sempre defendi e continuarei a defender Paulinho face a críticas que julgo injustas e desprovidas de sentido face ao modelo de jogo de Amorim, HOJE não consigo. Esteve muito mal e a prova disso é que o Musrati foi o melhor em campo do lado do Braga. 

Por outro lado, o ponta de lança, quer seja Paulinho, quer seja Edwards, ou seja quem for, é estruturante para a tomada de decisão no processo ofensivo, quem tem a oportunidade de passar ou centrar tem de saber para quem e para onde. Trocar um por outro, jogadores de características completamente distintas durante o jogo, não acho que seja a melhor opção, de calhar atrapalha mais a própria equipa do que a do adversário. Muitas vezes se assitiu aos alas e médios sem saber bem o que fazer frente à área.

Por isso muito bem esteve Rochinha. Entrou com poucos minutos para jogar, soube tomar a melhor decisão naquele contexto de entrada na área com a bola dominada, e do quase nada surgiu o golo.

Melhor em campo? Matheus Nunes pelas duas assistências para golo no primeiro tempo, embora pouco relevante no processo defensivo.

Enfim, pior mesmo que o resultado foi mesmo a sensação de descontrolo e de incapacidade de respeitar a matriz que fez do Sporting campeão, uma grande segurança defensiva, a quase certeza de terminar com os 3 pontos quando nos apanhamos a ganhar a poucos minutos do fim.

Disse Amorim: "Temos de ser uma equipa mais adulta." Bom, então a solução mais óbvia é reforçar a equipa com... adultos. Tudo o resto é colocar em cima dos seus ombros uma responsabilidade que não lhe compete. Os miúdos precisam de tempo e de oportunidades nos momentos certos para crescer e têm um papel essencial num plantel equilibrado do ponto de vista etário, e já agora também em termos de kgs e cms.

Disse o treinador do Sp. Braga qualquer coisa que tinha a ver com o resultado do jogo com um rival. Mas qual rival? O Sp. Braga jogou com o V. Guimarães ou com o Rio Ave? Vai dizer a mesma coisa quando jogar com o Benfica e Porto? Já agora, e se não fosse pedir muito, podia fazer por ganhar os jogos respectivos da mesma forma que fez para ganhar a uma equipa doutro nível que um clube regional como o Sp.Braga claramente não tem. Já agora o Porto e o Benfica vão pagar o IVA pelas contratações com prazos a perder de vista lá no clube regional ou ficam isentos?

Concluindo, se realmente foram 2 pontos ingloriamente perdidos, contra o mesmo Braga na época passada perdemos 3. Isto não é como começa, é como acaba: confiança total em Amorim para fazer e ajudar a fazer as correcções adequadas.

 

PS: Desde há muito acompanho o Ricardo Esgaio, como extremo direito foi o melhor marcador da melhor equipa B de sempre, depois andou a penar com Jorge Jesus e em Braga chegou a um patamar muito razoável. Se é verdade que neste regresso ao Sporting ainda não tivemos o melhor Esgaio, que assiste e marca, também é certo que veio da Nazaré muito novo para Alcochete e sempre deu o máximo pela camisola verde e branca. Ontem não entrou bem no jogo, mas merece o apoio de todos os Sportinguistas e o completo repúdio para com a escumalha que o foi insultar para as redes sociais. Onde vai um vão todos, e a pior coisa que podemos fazer é andar em campanhas de tiro ao alvo a este ou aquele jogador que veste a nossa camisola.

SL

Rescaldo do jogo de hoje

Gostei

 

De ver o Sporting por três vezes em vantagem neste nosso jogo de estreia da Liga. Em Braga, contra a equipa minhota, adiantámo-nos sempre no marcador. E bem cedo, logo aos 9', por Pedro Gonçalves. Depois, por Nuno Santos, aos 18'. Finalmente, por Edwards, aos 83'. O problema é que sofremos outros tantos golos - aos 14', aos 45'+1 e aos 90'+3. Que fixaram o 3-3 como resultado na Pedreira.

 

De Matheus Nunes. O melhor em campo, sobretudo pelo que fez na primeira parte. É ele a desenhar o grande primeiro golo, que teve início nos seus pés (e na sua cabeça), é ele a assistir para o segundo, que Nuno Santos marcou de forma espectacular. Foi também ele a criar vários desequilíbrios no meio-campo interior, parecendo já combinar bem com Morita. Menos influente no segundo tempo, mas ainda assim a merecer destaque.

 

De Morita. O japonês que veio do Santa Clara é reforço, sem aspas. Estreante em jogos oficiais pelo Sporting, formou linha no meio-campo com Matheus, cabendo-lhe mais acções de apoio à defesa, que cumpriu sem mácula. Boa visão de jogo, precisão no passe, segurança na manobra ofensiva, algumas recuperações de bola.

 

De Pedro Gonçalves. Não fez uma partida brilhante, mas estava lá, no momento certo, e não falhou. À ponta-de-lança, convertendo o nosso primeiro golo, em posição frontal após centro milimétrico de Porro. Com este, já soma 37 em desafios do campeonato vestido de verde e branco. Apetece perguntar se não pode ser ele o avançado-centro que nos falta.

 

De St. Juste. O defesa holandês estreou-se enfim aos 60', saltando do banco. Depois de falhar, por lesão, quase toda a pré-temporada. Percebe-se que tem bom jogo aéreo e é competente a sair com a bola controlada. Foi ele a iniciar, num passe longo, o lance do nosso terceiro golo. Ainda assustou, ao cair mal numa dividida, mas manteve-se em campo. Percebe-se que será ele o titular da posição como central à direita.

 

De Rochinha. Entrou aos 76', ainda a tempo de protagonizar a melhor jogada individual do desafio. Pegou na bola, galgou terreno driblando toda a defesa braguista e assistiu para Edwards encostar: era o 2-3. Resultado que devíamos ter trazido do Minho. Infelizmente ainda sofremos um golo à beira do fim.

 

Dos regressos de Adán e Ugarte. Ambos vindos de lesões, mostraram estar recuperados. Melhor o guarda-redes espanhol, sem culpa nos três sofridos e roubando aos 65' um golo a Rodrigo Gomes e outro a Vitinha mesmo ao cair do pano, do que o médio uruguaio, que Rúben Amorim fez entrar só aos 60' e teve uma exibição algo apagada, longe daquilo a que nos habituou noutros encontros.

 

Da primeira parte. Terminou 2-2, mas fomos superiores nesses 45 minutos iniciais, apesar dos erros defensivos cometidos. Por cansaço físico de vários jogadores e alguma instabilidade táctica (apenas dois, Coates e Matheus Nunes, terminaram nas posições em que começaram o jogo), consentimos alguma superioridade ao Braga no segundo tempo. E perdemos dois pontos por via disso.

 

Do espectáculo. Este Braga-Sporting, com emoção do princípio ao fim, perante mais de 17 mil espectadores ao vivo, foi um excelente veículo de promoção do futebol. De longe o melhor desafio desta primeira ronda da Liga 2022/2023. Com tudo quanto exigimos a uma competição da modalidade, ao nível dos grandes encontros dos melhores campeonatos europeus.

 

 

Não gostei

 

Dos três golos sofridos. Em comparação com os dois anteriores campeonatos, parecemos ter perdido o nosso maior trunfo: o equilíbrio defensivo. É verdade que começámos o jogo com dois defesas adaptados (Gonçalo, que é canhoto, actuou como central à direita e Matheus Reis, lateral de origem, foi central à esquerda), mas isso não explica que tenhamos desperdiçado três momentos de vantagem no marcador e sofrido dois golos na sequência de bolas paradas. Algo capaz de comprometer as aspirações de uma equipa que luta pelo título.

 

De Paulinho. Uma nulidade. Parado, sem iniciativa, sem dinâmica, incapaz de abrir linhas de passe ou incomodar os defesas adversários. No único remate que tentou, aos 22', rematou muito por cima. Aos 32', perdendo um lance limpo com Sequeira, atirou-se para o chão em zona frontal à baliza, simulando falta - mau hábito que tarda a perder. Saiu só aos 60', mas devia ter ido ao duche logo ao intervalo.

 

De Gonçalo Inácio. De vez em quando tem prestações desastradas. Foi o caso desta, tal como sucedera no Sporting-Braga da Liga anterior. Displicente na reposição de uma bola, aos 33', deixou um adversário roubar-lha em zona proibida, gerando um golo do Braga que acabou anulado por posição irregular em momento posterior. Aos 54' deixou Ricardo Horta movimentar-se à vontade na grande área, gerando outra situação iminente de golo. Já no lado esquerdo, após a entrada de St. Juste, perde novamente a bola, aos 66'. Quase nada lhe saiu bem.

 

De Matheus Reis. Fez duas posições: primeiro como central à esquerda, depois junto à linha, onde se sente mais à vontade. Permitiu a Banza movimentar-se à vontade no golo inicial do Braga e falha marcação no segundo. Há dias assim: desta vez tocou-lhe a ele.

 

De Trincão. Promete muito, mas ainda mostra pouco. Nesta sua partida inicial pelo Sporting, para competições oficiais, foi somando fintas inconsequentes e passes falhados nas acções ofensivas. Foi dos raros jogadores que melhoraram a exibição já perto do fim, quando actuava como extremo-direito. Mas insuficiente para merecer nota positiva.

 

De Esgaio. Entrou aos 84', rendendo Trincão. Quatro minutos depois, junto à linha direita da nossa zona defensiva, perdeu um duelo individual com Álvaro Djaló, recém-promovido da equipa B braguista. Desse lance em que foi incapaz de travar o extremo adversário nasceu o golo que selou o resultado e nos custou dois pontos. 

 

Das saídas de Morita e Porro. Um aos 60', outro aos 76'. Não percebi. Estavam a ser dois dos melhores em campo. E não davam sinais de exaustão ou debilidade física.

 

De perder dois pontos logo a abrir. Em comparação com os nossos rivais, que golearam nos respectivos jogos, ambos em casa, já levamos dois de atraso. E também na comparação com a nossa prestação no campeonato anterior, quando vencemos o Braga por 2-1.

Fim de tarde algarvio

Em resumo: 

Cá atrás parece não haver razão para sustos. É só apertar uns parafusos na pré-época, ver se a ostra St. Juste sempre tem pérola, puxar por Marsá e é de crer que vai ficar tudo bem.

Lá à frente chegou a ser excitante. Os rapazes são uns diabos, rente ao chão a torcerem os defesas pelos joelhos. Foi bom ver que Edwards e Trincão podem jogar juntos desmentido a ideia de que pisam os mesmos terrenos. Ainda mais com Rochinha, Nuno Santos e Paulinho, todos tão diferentes uns dos outros, haverá soluções para todos problemas, além de que os treinadores adversários andarão com o credo na boca sem saberem quem vai alinhar até ao derradeiro momento.

No meio é que está o busílis, sobretudo depois da tragédia de Daniel Bragança. Bem sei que é heresia olhar de lado para a vaca sagrada, mas já não há pachorra para a pose blasé de Matheus Nunes, para a repetição ad nausea do mesma forma de jogar, ou vai de automotora com a bola ou congela o jogo, para os passes disparatados, para ficar suspenso a ver se dali sairá magia, ou não, em vez de ver consistência e domínio em acção. Ontem até deu para pisar na bola e, aos 80', pôr toda equipa a ralhar com ele depois de chuto sem qualquer nexo. Só com a figura que fez ontem deve ter desvalorizado um bom par de milhões. É para o meio campo que faço figas para que venha um craque de alto nível emprestado, como tem justamente acontecido nos últimos 2 anos. Doutro modo, a coisa parece-me mal parada.

Box to box

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No modelo de jogo 3-4-3 de Rúben Amorim o elemento fundamentar de ligação entre sectores e controlo do ritmo de jogo é o segundo médio, o tal "8" ou "box-to-box". Faz de "6" quando a equipa defende, de "10" quando a equipa ataca, descai para uma ala para receber a bola na construção ofensiva e corre para a frente com a mesma dominada provocando faltas em zonas perigosas para o adversário, corre para trás a tentar o desarme sem falta quando a equipa perde a bola.

A grande diferença entre o que foi o futebol do Sporting na primeira época e na segunda do Rúben deve-se muito à diferença de características entre João Mário e Matheus Nunes. Enquanto João Mário temporizava e tabelava, Matheus Nunes acelerava e passava longo, bem mais ao jeito dum Bruno Fernandes, que Jorge Jesus também bem soube adaptar à posição.

A importância de Matheus Nunes nesta temporada foi tremenda. Muitas vezes os adversários faziam-lhe marcação cerrada e nos jogos com o Porto então era um festival de faltas sofridas a que os artistas como o que surge na foto faziam vista grossa. Por isso Amorim raramente prescindia dele, foi um dos jogadores com mais minutos de utilização durante a época.

 

Saindo o rapaz provavelmente rumo à Champions, num dos melhores negócios de todos os tempos da história da SAD, considerando os valores de compra e venda e o retorno desportivo, o Rúben terá de encontrar o sucessor, ou apostar em quem já integra o plantel mas é bem diferente do Matheus como Morita (?), Daniel Bragança, Tabata ou Pedro Gonçalves, ou orientar o Sporting a contratar alguém com as características pretendidas.

Por aquilo que aqui fui dizendo, na minha opinião recuar Pedro Gonçalves é um desperdício. Daniel Bragança não tem esse perfil, Morita não faço ideia. Tabata seria aquele que me pareceria mais ajustado, mas a verdade é que Amorim o vê mais à frente no eixo central, até fez dele nalguns jogos um falso ponta de lança. Nos mais jovens, nem o Dário Essugo nem o Renato Veiga têm esse perfil, o Diogo Abreu não faço ideia também.

 

É claro que alguns dirão que Amorim deve é mudar o modelo de jogo, pôr o Sporting a jogar de outra forma qualquer para encaixar este ou aquele, mas os grandes treinadores não funcionam assim, não são cata-ventos nem... ia a dizer um nome dum nosso ex-treinador mas não digo, têm um modelo de jogo em que acreditam e que aperfeiçoam época a época e com isso vencem e coleccionam títulos.

Sendo assim, quem deveria ser no vosso entender o novo "box-to-box" do Sporting e que deveria ele trazer de novo ao modelo de jogo da equipa?

SL

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