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És a nossa Fé!

Sacrifício Mateus

Nunca pensei chegar a 19 de agosto com Diomande, Inácio, Hjulmand, Pote, Trincão e Gyökeres no plantel do Sporting. Esse é o grande mérito da estrutura, este ano. Sem contar com Coates, que saiu mais cedo do que o esperado, mas cada vez mais perto do fim da carreira, o Sporting mantém o onze base que foi campeão, o que faz sonhar com o bi, sobretudo quando os rivais diretos parecem mais necessitados de encaixes e de rumo.

Ao núcleo duro juntaram-se Kovacevic (à primeira vista, não é melhor do que Israel) e Debast (já errou muito, mas vejo-lhe méritos para se impor) e estarão para chegar Maxi (ala à Nuno Santos ou extremo goleador à Trincão) e um avançado (Ioannidis ou Roque). Quenda, prodígio anunciado, tem sido o melhor reforço, titular em três jogos. Outros jovens, como Nel, Ribeiro ou Essugo também podem crescer este ano. Iago, visto como esperança do Real Madrid, também poderá ter uma palavra a dizer.

Tudo isto para chegar a Mateus Fernandes. O camisola 28 está de saída para Inglaterra e renderá, no mínimo, 15 milhões. Acredito que daqui a uma época o valor dobrasse, mas para manter o onze base há que fazer sacrifícios e esta é uma operação que custa, mas faz sentido. Mateus é da casa, mostrou qualidade e podia ser 8, 10 ou descair para a ala. Até escolheu vestir a camisola 28, com a qual Pote brilhou nos primeiros anos de Sporting. Mas sai pelo bem maior. Vai ganhar mais e jogar na melhor liga do mundo, mas ainda teria muito a dar ao clube que o formou.

A saída de Mateus, bem como a de Paulinho, venda de emprestados, as percentagens ganhas com negócios como os de Palhinha ou Veiga e ainda as possíveis saídas de outros como Fresneda, Esgaio ou Edwards, garantem que as estrelas maiores ficam por cá. Assim, a glória fica mais perto. Em teoria, claro.

Ainda gostaria de ter mais um central, experiente e sem propensão para lesões, e um médio que rendesse Hjulmand de quando em vez, mas o plantel, a manter-se mais ou menos assim, é melhor do que o do ano passado e promete muito. 

Para mim são reforços

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Defesa: João Muniz.

Médio: Mateus Fernandes (na foto).

Ala: Quenda.

Avançados: Rodrigo Ribeiro e Rafael Nel *.

 

Para mim são reforços

Curiosamente, para vários adeptos do Sporting a promoção de jovens da formação à equipa principal não deve ser contabilizada como "reforço".

Esses jovens devem andar por ali, no banco, a tapar buracos. Mais nada.

 

E no entanto olhamos para o FC Porto, que acaba de derrotar-nos na Supertaça, e quem jogou? Vários miúdos da formação: Martim Fernandes, Gonçalo Borges, Vasco Sousa, João Mário... Já nem falo do Diogo Costa.

Dizem, quando calha, que «temos a melhor formação da Europa». Mas falam como se ela não servisse para nada.

Demarco-me por completo disso.

 

* Nel, de 19 anos, renovou ontem contrato com o Sporting.

Golo na própria baliza e off-side, TM

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Aquele TM no título é de Tiago Martins mas também podia ser de "trademark", a marca, a pegada digital, o registo que as arbitragens deixam sempre nos jogos do Sporting.

Falando de factos e não de "ses", o segundo golo do Porto não devia ter sido validado, o jogo deveria ter terminado 3-2 para o Sporting no tempo regulamentar.

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O resto foram azares, nomeadamente, o auto-golo de Mateus Fernandes, no prolongamento, que seria decisivo para o resultado final.

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Como tenho memória, recordo muito bem a supertaça de 2019, esse jogo sim, foi mau de mais para ser verdade.

Ontem dominámos o jogo, fomos a melhor equipa em campo, mostrámos bom futebol, perdemos o jogo, como vimos acima, devido a um erro de arbitragem.

É muito cedo para entrar em depressão, venha o campeonato.

Cumprir mínimos com equipa remendada

Sporting, 2 - Saint-Gilloise, 2 (jogo-treino)

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Mateus, regressado de empréstimo ao Estoril, deu nas vistas com assistência no segundo golo

 

As partidas da pré-temporada não interessam para coisa nenhuma, proclamam alguns. Sempre os ouvi falar assim, sempre discordei deles. Acompanho todos os jogos do Sporting que antecedem o início da época oficial de futebol - e em todos foi logo possível detectar tendências dominantes. A título de exemplo, recordo este contra o Villarreal, em Julho de 2022. Já lá estava quase tudo: a inoperância de certos jogadores, a forma empastelada de sair com a bola, a incapacidade gritante de concretizar.

Foi, por sinal, o primeiro desafio de Trincão pelo Sporting. Sobre ele, escrevi estas linhas sucintas: «Estreia absoluta de verde e branco. Ainda sem entrosamento com os colegas, valeu pelos aplausos que ouviu ao entrar (65'), substituindo Matheus Nunes.» Também um jogo em que tivemos rara oportunidade de ver actuar pela equipa principal, durante escassos minutos, o jovem Renato Veiga, agora no Chelsea. Eis o meu breve apontamento: «Rendeu Pedro Gonçalves aos 87'. Percebe-se que tem vontade e que não lhe falta boa técnica.» Um desperdício, nunca o termos visto numa partida oficial pela equipa A.

 

Ontem à noite, no Estádio do Algarve, assistimos a um razoável jogo de pré-temporada. Com duas faces: domínio claro do Sporting no primeiro tempo; cansaço prematuro no segundo, mais evidente ainda quando a equipa adversária foi renovada quase por inteiro enquanto a nossa permaneceu quase intocada.

Não era um adversário qualquer, o Saint-Gilloise. Vice-campeão belga, perdeu o campeonato por uma unha negra, venceu a Taça e disputará daqui a dias a Supertaça contra o Brugge, emblema campeão. Entrou quase com o seu habitual onze titular enquanto do nosso lado faltavam elementos como St. Juste, Edwards e Daniel Bragança, que haviam participado de manhã num jogo-treino à porta fechada com o Portimonense, além de quatro ainda de férias devido à participação no Europeu da Alemanha e na Copa América: Morten, Gonçalo Inácio, Franco Israel e o nosso jovem reforço Debast, oriundo também da Bélgica.

 

O melhor deste jogo foram os golos, ambos com participação de jogadores da nossa formação: o médio ofensivo Rafael Nel (19 anos), que em Fevereiro tinha alinhado na nossa recepção ao Young Boys para a Liga Europa, e o médio de construção Mateus Fernandes (20 anos), recém-regressado do Estoril, onde deu boa prova como titular na temporada anterior. 

Um e outro foram decisivos. O primeiro marcou o golo leonino inaugural, aos 45'+1, fazendo a recarga que se impunha após impecável centro de Nuno Santos e um primeiro remate de Morita. O segundo ao fazer passe para golo, aos 54', desenhando uma diagonal perfeita a isolar na meia-esquerda Pedro Gonçalves, que não perdoou.

Teste superado, portanto: parece que têm direito a sonhar com um lugar no plantel do Sporting 2024/2025. Mas o jogo foi pouco entusiasmante devido às lacunas na equipa, ao calor que se fazia sentir mesmo às 20.30 e à vontade de Rúben Amorim de manter o onze inicial até ao minuto 86. E talvez também por ser o primeiro já sem Coates ao fim de quase nove anos.

 

O primeiro remate só surgiu aos 26'. A primeira oportunidade (por Geny) aconteceu apenas aos 44'. Mais preocupantes, as lacunas defensivas. Que permitiram os dois golos dos belgas, em transições rápidas - a primeira com um tiro indefensável (73'), a segunda causando apreensão devido ao mau posicionamento do sérvio Vladan (88'), em estreia absoluta entre os nossos postes. Tem boa estampa física, com 1,93m, parece dominar bem a bola com os pés, mas revelou insegurança neste lance que valeu o empate ao Saint-Gilloise. 

E Gyökeres? Ainda a recuperar de uma operação, compareceu no estádio. Mas na bancada, onde não teve mãos a medir, sobretudo junto dos adeptos mais jovens. Fartou-se de dar autógrafos.

Que regresse depressa aos relvados. Precisamos muito dele.

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Estreia absoluta do reforço sérvio, sucessor de Adán. Fez primeira defesa aos 57'. Sofreu golos aos 73' e aos 88': neste hesitou em sair dos postes, ficando a meio caminho.

Eduardo Quaresma - Está sem ritmo, notou-se bem. Falhas de concentração causaram riscos desnecessários na nossa ala defensiva direita.

Diomande - Será o patrão defensivo de que esta equipa sem Coates tanto necessita? Central ao meio, podia ter feito muito melhor no lance do segundo golo belga.

Matheus Reis - O canhoto completou o trio de centrais. Reparte culpas com Diomande (e com o guarda-redes) no golo sofrido aos 88'.

Geny - Foi o maior desequilibrador na primeira parte, ganhando duelos individuais. Primeiro remate enquadrado, aos 44', saiu do pé esquerdo do moçambicano.

Morita - Médio de equilíbrio, pautando o jogo, assiste no primeiro golo. Muito trabalho defensivo. Caiu fisicamente após o minuto 60.

Mateus Fernandes - Começo titubeante. Mas foi ganhando confiança e protagonizou bons lances no corredor central. O melhor, sem dúvida, foi o passe para o nosso segundo golo.

Nuno Santos - Capitão improvisado, estando os três "oficiais" ainda ausentes. Cumpriu, com a eficácia habitual. Um cruzamento seu, desenhando arco perfeito, origina primeiro golo.

Trincão - Tentou muito, com a sua inegável capacidade de drible, mas conseguiu pouco. Ou nada. Remate ao lado (43'). Isolado, permitiu a defesa do guarda-redes (75').

Pedro Gonçalves - Deambulando como interior esquerdo, pareceu largos períodos alheado do jogo, como é seu timbre. Mas marcou com inegável eficácia o segundo golo (54').

Nel - Com Gyökeres ausente, coube a este extremo de origem funcionar como n.º 9. Marcou aos 45'+1. Ofereceu golos a Trincão (75') e Pedro Gonçalves (83'). O melhor dos nossos. 

Samuel Justo - Médio-centro de 20 anos, entrou aos 86' para avançado ao render Nel. Com o jogo empatado, pediu várias vezes a bola, mas sem sucesso. Já quase todos esperavam o apito final.

O dia seguinte

Tinha algumas dúvidas sobre como o Sporting de Rúben Amorim iria abordar hoje este primeiro jogo público da temporada, perante o segundo classificado do campeonato belga e com duas semanas de avanço na preparação, e o que vi foi um "back to basics". A volta à fórmula que nos deu o título quatro anos atrás: 3-4-3, segurança defensiva, muito trabalho no miolo, contra-ataques rápidos aproveitando os alas projectados.

Uma primeira parte de domínio total sobre o Saint-Gilloise, onde Diomande se assumiu como novo "El patrón" da equipa. Várias oportunidades nos tais contra-ataques ou transições, como agora se diz, e um golo de plena oportunidade de Nel.

Na segunda parte, duma brilhante jogada de Mateus Fernandes, muito apagado na primeira parte, saiu o golo de Pedro Gonçalves. Eram 2-0 e normalmente a vitória estaria assegurada.

Vieram as substituições, os belgas trocaram quase a equipa toda, e lançaram-se a correr (e correr bem depressa) atrás do prejuízo, enquanto o Sporting manteve os mesmos que foram colapsando fisicamente um após outro até terminarem de rastos após sofrerem o empate. Vão dormir bem esta noite.

 

Gosto desta ideia do duplo jogo com dois onzes distintos e de forçar ao desgaste físico no decorrer dos jogos. Porque é assim que se ganha a endurance e a resiliência e se detectam os erros e as insuficiências. O último golo dos belgas foi um bom exemplo do que não pode acontecer na temporada: a desmarcação em diagonal dum adversário que vem da zona de Matheus Reis para a dum ausente Quaresma com Diomande a marcar com os olhos e o guarda-redes apanhado no meio da viagem. Já o primeiro golo dos belgas me pareceu proveniente dum claro fora-de-jogo.

Antes disso Kovacevic tinha feito duas belas defesas. Recordo-me que Adán fez pior em situações análogas. E não foi só numa.

 

Estiveram melhor nos 94 minutos: Ele, Diomande, Trincão (que jogou mais e falhou) e Pote (que jogou menos e marcou).

Gostei do Nel, quem já bem conhecia da B, focalizado, avesso ao protagonismo, oportuno. Marcou um golo e fez uma assistência de excelência desperdiçada por Pedro Gonçalves. Vai ser o Nel o tal terceiro ponta-de-lança de que bem precisamos no plantel? Não vi Rodrigo Ribeiro no jogo da manhã onde marcou um golo também.

No final, soube a pouco. Quando é que o Sporting volta ao estádio Algarve para defrontar o Sevilha?

SL

Olhando a formação

Terminou da pior forma a participação de Portugal no Europeu Sub17 com uma derrota clara por 0-3 na final contra uma Itália mais alta, mais forte, mais organizada, mais objectiva, mais tudo. De qualquer forma, não deixa de ser uma excelente participação na competição. Derrotámos a Espanha, a Inglaterra e a Sérvia. Perdemos com a França e a Itália.

No onze mais titular pontificaram cinco jovens do Sporting: o central Rafael Mota, os médios-centro João Simões e Eduardo Felicíssimo, e os avançados Gabriel Silva e Geovany Quenda. Na final não foram eles os elementos mais fracos do onze, muito pelo contrário. O lateral direito do Benfica foi um autêntico passador e a "estrela da companhia" do Porto baqueou claramente.

Entretanto a equipa sub17 segue na segunda posição a duas jornadas do fim com um jogo a mais, provavelmente ficará em 3ª ou 4º no final. As equipas de sub15 e sub19 também não acabarão melhor nos campeonatos respectivos.

Como é que a equipa que domina a selecção sub17 não ganha o título na respectiva categoria etária? Simples, os jovens jogam em escalões etários acima da sua idade, Quenda nos sub23 e até na B. Gnhando ou perdendo, tornam-se melhores jogadores. Quenda, extremo de enorme qualidade formado em Alcochete, vai integrar a pré-época do plantel principal. Os outros quatro deverão jogar maioritariamente nos sub23, campeonato em que acabámos este ano em 2.º lugar, logo atrás do lider Estoril.

Mateus Fernandes, que seguiu este caminho, está a chegar depois duma época de rodagem no Estoril. Dário Essugo, Afonso Moreira e Callai precisam ainda de mais tempo, outros sairão do projecto, sendo vendidos por verbas  apreciáveis. Como aconteceu com Veiga e Chermiti.

Entretanto, João Pereira vai assumir a equipa B para mais uma vez disputar a Liga 3 com um plantel maioritariamente de jogadores sub19. Aqueles de 21-22 anos da época passada que, embora sem condições de singrar na equipa principal, podiam constituir o núcleo duro duma equipa a lutar pela subida, estarão de saída.

Podemos concordar mais ou menos com esta política, que não está baseada em ganhar títulos mas em formar jogadores. E vir com teorias de formar vencedores e não perdedores. Mas o que interessa no final é o retorno desportivo, a entrega de jogadores ao plantel principal, e o retorno financeiro, as vendas e a salvaguarda de direitos em futuras transferências, da formação.

SL

Mateus Fernandes: regresso à vista?

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Mateus Fernandes e Tiago Tomás, abraçados, festejam um dos golos às Ilhas Faroé em Faro

Foto: Luís Forra / Lusa

 

Três jogadores ligados ao Sporting estiveram em evidência no desafio de quinta-feira da nossa selecção sub-21, frente à das Ilhas Faroé: Tiago Tomás, Chermiti e Mateus Fernandes. Os dois últimos marcaram (o terceiro e o quarto da nossa goleada por 4-0), o primeiro assistiu no golo inicial desta partida, apontado por Fábio Silva.

Amanhã temos outro embate nesta fase de apuramento para o Europeu sub-21 de 2025: vamos receber a selecção da Croácia, também em Faro. Lideramos o Grupo G, com 15 pontos em seis jogos. Muito bem encaminhados, portanto.

Os nossos "miúdos" estão naturalmente de parabéns. Vale a pena sublinhar que Chermiti, agora já longe de Alvalade, foi muito feliz nesta sua estreia pela selecção ao apontar o golo. Mas o destaque maior vai para Mateus, considerado o melhor em campo.

Este sim, ao contrário do antigo colega da formação que está hoje no Everton e de TT, que integra o plantel do Wolfsburgo, pode - e deve - regressar ao Sporting. Já na próxima época. É o que eu penso, é o que desejo.

Gostaria de saber se concordam comigo. E também se consideram que ele tem condições para vir a ser titular na nossa equipa principal. Se for o caso, poderá ocupar o lugar de quem?

Muito Sporting

Muito Sporting ontem em Guimarães contra a Suécia. Com Inácio no banco, Gyokeres a jogar e a marcar, e depois Rui Patrício, Nuno Mendes,  Matheus Nunes, Palhinha, Bruno Fernandes, Rafael Leão e Bruma.

Muito Sporting ontem também em Faro, com Mateus Fernandes o melhor em campo na selecção sub-21 contra a selecção das Ilhas Faroé. E também Renato Veiga, Chermiti e Tiago Tomás.

Mais ainda podia ser se não fossem as lesões de Pedro Gonçalves e Trincão.

Muito bom Sporting, jogadores que passaram vários anos em Alvalade, deram rendimento desportivo e proporcionaram vendas no total de algumas centenas de milhões de euros. Alguns deles são visitas frequentes na tribuna de Alvalade.

Algum mau Sporting, jogadores que sairam pela porta dos fundos depois do assalto a Alcochete e muito pela incapacidade do presidente de então assumir as suas responsabilidades e estancar ali mesmo o problema. Rafael Leão deu zero de rendimento desportivo na 1.ª equipa e passados quase seis anos do assalto a Alcochete o melhor que o Sporting conseguiu por ele depois de muita litigância foram 20 M€.

Foi então com lentes verdes que vi o jogo de ontem, mas de qualquer maneira acho que a selecção de Martinez está no caminho certo.

E melhor estará se terminarem de vez as naturalizações a martelo dos brasileiros vendáveis do Pinto da Costa. Já basta o que basta com um Pepe que não tem dignidade desportiva para lá estar e um Otávio que o Porto fidelizou com a ida à selecção e depois encaixou milhões . Como disse e bem o Fernando Mendes: "Isto não é a selecção de futsal do Azerbaijão."

SL

Os médios do Sporting

Quatro anos depois de Rúben Amorim chegar ao Sporting continuamos com o mesmo sistema táctico, pouco visto no futebol português, o 3-4-3, e os mesmos princípios de jogo. Construção pausada a partir do guarda-redes para atrair o adversário à pressão e "alargar" o terreno de jogo, alas bem projectados nos corredores, avançados interiores de pé contrário a recuar para pedir a bola, ponta de lança móvel alternando entre as desmarcações em profundidade e em largura. Neste modelo de jogo, o maestro, aquele que define o ritmo, acaba por ser o defesa do meio, normalmente Coates, por vezes Inácio ou Diomande.

O ponto fraco é o meio-campo, cujos dois médios-centro têm de fazer pela vida muitas vezes em inferioridade numérica com ajudas pontuais dos restantes. Quando fraquejam logo a linha de 3 defensiva fica em apuros. Foi assim com Palhinha e João Mário no primeiro ano, Palhinha e Matheus Nunes no segundo, Ugarte e Morita no terceiro, e agora Hjulmand e Morita. Curiosamente Palhinha e Matheus Nunes estão na Premier League, Ugarte no PSG, João Mário sabemos onde, Hjulmand bate à porta da selecção dinamarquesa e Morita é titular da selecção do Japão. Se há jogadores que Amorim consegue projectar ao máximo são os médios-centro. Ou seja aqueles que integram o tal ponto fraco, o que não deixa de ser curioso.

Também Bragança conseguiu evoluir tremendamente com Amorim e neste momento é uma alternativa viável aos titulares. Já Pedro Gonçalves tem um talento que dispensa treinador.

 

Mateus Fernandes é o melhor exemplo que se pode encontrar da actual política de gestão da formação do Sporting. Entrou no Sporting com 14 anos vindo do Olhanense, percorreu todos as equipas da formação, foi chamado por Amorim ainda júnior para o "grupo de elite", alternando os treinos na A com os jogos na B, foi a jogo na A duas ou três vezes e agora, com 19 anos e contrato até 2027, é titular absoluto no Estoril com quase 2.000 minutos de jogo. Na próxima temporada está pronto para lutar pela titularidade no Sporting.

Não sei se alguma vez foi campeão de algum escalão, mas isso não é o mais importante. Formou-se a ganhar e a perder com muitos mais velhos do que ele.

Samuel Justo e Dário Essugo estão no mesmo percurso. Formação centrada no jogador.

 

Depois temos aqueles jovens que vieram de fora de Alcochete, todos internacionais, todos também com características distintas. Os estrangeiros Sotiris, Tanlongo e Koindredi e os nacionais Diogo Abreu e Marco Cruz.

Projectos de crescimento, jogadores com muito potencial, mas que ainda não encontraram o seu caminho para o sucesso.

De repente temos aqui uma dúzia de médios, de diferentes idades e características, muito interessantes. Para quem, como eu, vê da bancada, o futuro do Sporting na posição está bem assegurado.

 

Daquilo que fui vendo, Pedro Gonçalves à parte, podia dividi-los em quatro grupos:

- Médios defensivos, posição "6", jogar à frente da defesa: Tanlongo (20) e Essugo (18)

- Médios versáteis, "6/8" subindo ou descendo no terreno à vez: Hjulmand (24), Morita (28), Diogo Abreu (21), Marco Cruz (19)

- Médios "box-to-box", de esticar jogo, posição "8": Sotiris (22), Koindredi (22)

- Médios ofensivos, próximos dos avançados: Bragança (23), Mateus Fernandes (19), Samuel Justo (19).

Quanto custaram no conjunto ao Sporting? Digamos que à volta de 30M€. A maior parte foi formada em Alcochete ou veio a "custo zero". Bem menos do que vendemos Ugarte.

Quanto é que já valem e poderão valer no futuro? Vários Ugartes, isso é certo.

SL

Parabéns, Mateus

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O nosso Mateus Fernandes, agora emprestado ao Estoril, está de parabéns. Fez excelente exibição ontem, na meia-final da Taça da Liga, contribuindo para eliminar o Benfica. Neste sábado, vai defrontar o Braga. Estarei a torcer por ele, naturalmente.

Confesso: este Estoril merece-me simpatia. Em Novembro, venceu o FC Porto no Dragão para o campeonato. Em Dezembro, eliminou os portistas da Taça da Liga, impedindo-os de terem acesso às meias-finais da prova. Agora, neste Janeiro de 2024, manda o SLB borda fora - com inteira justiça. Há 80 anos que os "canarinhos" não compareciam numa final

Daí contarem com o meu apoio. Até porque a conquista desta taça valorizará muito Mateus Fernandes  - que espero voltar a ver com a verde e branca novamente vestida na temporada 2024/2025. Há lugar para ele no principal plantel do Sporting, claro que sim.

 

P. S. - Um tal Marcos Leonardo, recém-contratado pelo Benfica e enaltecido pela imprensa colaboracionista da Luz como se fosse a última coca-cola no deserto, falhou ontem um penálti, contribuindo para a eliminação dos encarnados. Parece ser um "craque" à dimensão do Cabral dos 20 milhões

Hasta la vista!

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Conceição e Carmo derrotados pelo Estoril na Amoreira: FC Porto fora da Taça da Liga

 

O FC Porto acaba de saltar fora da Taça da Liga. Eliminado pelo Estoril, que derrotou sem espinhas a turma de Sérgio Conceição por 3-1. 

Com actuação calamitosa de David Carmo, o mais caro "reforço" da história portista (20 + 2,5 milhões de euros). E excelente exibição do nosso Mateus Fernandes, com assistência para o segundo golo estorilista. Que volte depressa ao Sporting, são os meus votos.

Os nossos jogadores nas Selecções

O fim de semana de jogadores Sportinguistas ao serviço das selecções foi excelente, tanto que acho que merece um pequeno destaque.

 

Tivemos várias estreias, nomeadamente as de Diomande e Hjulmand nas selecções A da Costa do Marfim e Dinamarca, respectivamente, e de Dário Essugo e Mateus Fernandes nos nossos sub-21.

Em termos de destaques individuais, Morita foi titular na vitória do Japão por 4-1 à Alemanha, Gyökeres marcou pela Suécia e Geny Catamo fez uma assistência por Moçambique.

Também as selecções portuguesas de sub-20, sub-19, sub-18 e sub-17 jogaram todas nos últimos dias, e todas contaram com vários jogadores do Sporting, demasiados para estar a enumerar.

Tivemos ainda Gonçalo Inácio e Franco Israel, convocados mas não utilizados até ao momento.

Isto é tudo um indicador da atenção e valorização que vários seleccionadores dão ao Sporting.

Pode haver um seleccionador ou outro que valoriza mais os jogadores do campeonato saudita, ou de clubes que lutam para não descer de divisão em Inglaterra ou até jogadores que não jogam pelos seus clubes, mas isso é uma gota no oceano de jogadores que o Sporting fornece às selecções e não merece a nossa atenção.

Mateus Fernandes: do veto ao empréstimo

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Há cerca de mês e meio, manifestei aqui a minha perplexidade ao saber que Rúben Amorim tinha vetado a participação de vários jogadores, incluindo Chermiti e Mateus Fernandes, no Campeonato da Europa sub-19, realizado entre 3 e 16 de Julho.

Escrevi: «Poderiam vir de lá como campeões europeus. Seguramente, pelo menos, como vice-campeões europeus (...). Viriam muito mais valorizados em termos financeiros. Mas sobretudo em termos desportivos, aquilo que mais me interessa enquanto adepto. Isto também faz parte do processo de crescimento. Que lhes foi negado.»

Desses jogadores impedidos por Amorim de participar no Europeu do seu escalão, Chermiti já saiu de vez: o Sporting despachou-o para o Everton a 11 de Agosto. 

Ontem ficámos a saber que Mateus Fernandes vai sair, embora por empréstimo, rumo ao Estoril. Em Junho tinha recebido o veto de Amorim ao Euro-2023 sub-19 sob o pretexto de ser necessário em Alvalade, por haver «escassez de médios» na equipa principal.

Fraca desculpa, que tresandava a história mal contada. Afinal, confirma-se agora, Mateus não faz qualquer falta ao plantel leonino 2023/2024. Isto só reforça as críticas que na altura dirigi ao treinador por o ter impedido de se sagrar campeão europeu sub-19.

Continuo sem perceber o verdadeiro motivo de tal exclusão.

Teorias da Respiração

O Sporting perdeu com o Marítimo (ontem, 1-0), o Arouca, o Boavista, o Chaves e o FCP. Tem cinco derrotas em 15 jogos, o que não é aceitável e não augura nada de bom para o chamado "Projeto" que Frederico Varandas diz ter com a permanência de Rúben Amorim em Alvalade. E se o Sporting ficar fora da Champions? E se o Sporting for ultrapassado no quarto lugar?

 

Nada disto é impossível e o incrível é que o clube não se tenha reforçado, até ao momento, neste mercado de Inverno (que encerra a 31 de janeiro), para além da contratação a custo zero do médio defensivo argentino Tanlongo. Faltam avançados, e desde logo um ponta-de-lança alternativo a Paulinho, faltam alternativas para as laterais, para o miolo, para o eixo da defesa. Falta muita coisa.

 

Mas mesmo assim, faltando tanta coisa, não se percebe a opção de ontem por Arthur Gomes de início e as entradas de Jovane e de Rochinha quando estamos a perder e temos que dar a volta. Nuno Santos podia levar um amarelo e ficar fora do derby na Luz? Podia. Mas também Coates estava nessa situação e jogou. Jovane e Rochinha eram as únicas opções válidas? Não: Rodrigo Ribeiro viajou para a Madeira mas ficou fora da ficha de jogo. Sotiris foi contratado porquê? Não joga e nunca é opção prioritária, mesmo quando claramente Mateus Fernandes não tem ainda a intensidade necessária para 90 minutos de futebol da Primeira Liga e o grego era titular ou suplente utilizado num clube de topo na Grécia (e não em Chipre ou no Cazaquistão). Tal como Essugo cometeu antes um erro ao ser expulso por uma entrada violenta, ontem foi a vez deste Mateus fazer asneira ao cometer penálti numa altura crucial do jogo em que até já podíamos estar a ganhar se o árbitro tivesse visto o que todos vimos na falta sobre Pedro Porro.

 

Entrámos no jogo com medo, com a lateral esquerda desprevenida e sem soluções no banco, o que já vem sendo habitual. Mas, apesar disso, podíamos e devíamos ter feito muito melhor. Há jogadores que claramente não têm categoria para jogar neste clube, temos que assumir isso e promover mudanças. É preciso investimento, é preciso estratégia, são necessárias ideias novas. A aposta em Amorim não pode ser um fim em si mesmo. O Sporting Clube de Portugal está para além desta direção, destes dirigentes e colaboradores, deste treinador e até deste plantel sofrível. O SCP quer-se eterno, duradouro, intransponível. Para que isso seja possível não basta termos um clube "bonitinho", que faz umas vendas aqui e ali, que tem um estádio todo pintado de verde por dentro e agora um bom relvado, que tem uma direção que percebe de umas coisas (de outras nem por isso), etc, etc. É preciso mais. Ambição, arrojo e uma certa vertigem de risco positiva. Não acredito em teorias da conspiração, mas sei que o jogo de ontem era crucial para que esta época não fosse um desastre completo. Vai ser, pronto. Agora é preciso respirar fundo, pensar nos prós e nos contras de começar a mudar tudo em janeiro. Falta quase o mês todo. Se for no Verão é mais seguro, embora tarde de mais. O clube precisa de saúde financeira, pode ter que vender jogadores (Porro e Edwards), mas tem de começar a preparar a viragem decisiva. Sem resultados e sem troféus, nada faz sentido. O clube foi feito para vingar e não para estar "estacionado" à mercê seja de que interesses forem.

Viva o Sporting Clube de Portugal, sempre!

O dia seguinte

O Sporting perdeu e perdeu bem ontem nos Barreiros, e se quisermos apontar culpados disso mesmo rapidamente encontramos três: Hélder Malheiro, José Gomes e Rúben Amorim. Desta vez o relvado estava com bom aspecto, chuva não havia, estava tudo em condições para jogar bem e ganhar.

Sobre o primeiro, uma desigualdade de critérios evidente no penálti que não marcou relativamente ao que marcou, duas entradas por trás em que o avançado é derrubado e nos amarelos a que foi poupando o adversário, sempre a entrar no limite sobre os nossos jogadores.

Sobre o segundo e depois da goleada em Alvalade para a Taça da Liga fez muito bem o trabalho de casa, e colocou em campo um onze que manietou o Sporting e o colocou sempre em desconforto, marcou de penálti mas além disso esteve próximo de marcar em mais uma ou outra situação em jogadas rápidas e intencionais de contra-ataque. Com certeza vamos ouvir falar de Leo Pereira.

Sobre o terceiro, que tantas vezes tenho elogiado e de que sou um apoiante desde a primeira hora, esteve francamente mal, desde o erro de casting para mim evidente de Mateus Fernandes, até à insistência numa saída a jogar que não tinha no meio-campo quem lhe desse sequência como o fazia Matheus Nunes. O jogo pedia um jogo mais directo para trás da linha de pressão do Marítimo, e esperar por eles em vez de os ter sempre de frente para o jogo, a pressionar e a tapar as linhas de passe. A equipa partiu-se ao meio, os três avançados não tinham jogo, valiam as arrancadas de Porro sempre muito marcado pelo Leo Pereira, num desses lances surgiu o penálti escamoteado.

Não dá para entender como é que o médio ofensivo da equipa B, o mais avançado dos três médios, é colocado a 8 num jogo com estas características. Tudo poderia ser diferente se ao lado de Ugarte estivesse um Marsà e ele mais à frente em vez dum Trincão ou dum Edwards, mas assim nem atacava nem defendia, os desarmes eram invariavelmente em falta, e dum deles o penálti. 

Não dá para entender a insistência num Jovane e num Rochinha que tal como Esgaio andam às voltas com os seus problemas e frustrações e não têm condições psicológicas para trazer valor à equipa. St. Juste veio fazer uns minutos para acelerar a recuperação.

Também Arthur esteve muito mal. Nuno Santos entrou tarde, Coates saiu cedo, isto de andar a jogar dois jogos no mesmo jogo só pode dar mau resultado. 

Enfim, era um jogo que tínhamos mesmo de ganhar. Andamos a fazer crescer jovens fora da sua posição e a recuperar lesionados no físico a na cabeça.

Tudo tem origem num plantel curto e desequilibrado, sem condições para atingir os objectivos da época. Temos um bom onze, mesmo assim carenciado fisicamente, mais dois ou três em determinados lugares, e depois mais ninguém ao mesmo nível. Temos alguns jovens de imenso potencial, mas apenas isso. Faltam três jogadores altos, fortes e experientes no eixo central que no jogo de ontem dariam imenso jeito para ganhar os duelos a meio-campo e pôr o adversário em sentido. 

Melhor em campo? Qualquer dos três defesas, os menos maus.

E agora? Agora é ganhar na Luz como aconteceu no ano passado. Temos onze para isso, o problema é o resto.

Muito ainda para conquistar esta época. Confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!

SL

O quadro geral

1) Este jogo começou a ser decidido na pré-época quando a saída de Palhinha, M. Nunes e Tabata é compensada apenas com Morita e um Sotiris que há-de vir a ser, mas não é. Resultado: no primeiro jogo de Janeiro o Sporting tem que alinhar com um rapaz inexperiente e sem rotinas - estavam à espera do quê?

2) Jovane é uma inexistência. Empandeirá-lo por 5 tostões agora em Janeiro era um acto de boa gestão (até Amorim se riu de nervos com aquele canto...)

3) Resumo da jornada: o SLB ganha 1-0 com um penalti manhoso. O FCP consegue empatar graças à expulsão manhosa de um casapiano. O Sporting leva com um árbitro da Ass. de Lisboa (de certeza adepto do Oriental) e perde com um penalti manhoso. É preciso fazer um desenho?

2022 em balanço (3)

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PROMESSA DO ANO: MATEUS FERNANDES

O ano que agora terminou foi, sem dúvida, o mais importante na carreira de um jovem muito promissor a que toda a massa adepta leonina passou a estar atenta. É caso para isso: tem muito talento, já deu provas de ser determinado e alimenta o sonho de um dia ser craque no futebol. A bola está do lado dele.

Mateus Gonçalo Espanha Fernandes, algarvio de Olhão, ascendeu em 2022 do escalão jovem à equipa principal. Já com maturidade acima da média para quem tem apenas 18 anos. É uma das apostas de Rúben Amorim para renovar as fileiras leoninas, fiel à imagem de marca do Sporting: há que ter confiança na prata da casa.

Mateus - formado na nossa Academia - é prata, ninguém o nega. E ambiciona ser ouro. Tem condições para isso: médio criativo dotado de boa técnica individual e capacidade de remate, a sua adequada visão de jogo permite-lhe fazer passes à distância com precisão cirúrgica. E não receia os confrontos individuais. 

A 22 de Outubro envergou pela primeira vez a verde e branca num desafio entre os "grandes": entrou aos 78' do Sporting-Casa Pia, em noite muito chuvosa que terminou com aplausos nas bancadas. Vencemos 3-1. O caloiro deu sorte à equipa. Foi justo prémio pelo seu meritório trabalho ao serviço da equipa B.

Quatro dias depois, outro marco relevante nesta carreira em construção: a estreia internacional. Logo em Londres, frente ao Tottenham. Em partida de boa memória para nós: fomos lá empatar 1-1. O miúdo algarvio enfrentou em campo uma equipa onde se destacam Harry Kane, Son, Perisic, Romero, Ben Davies e o antigo "leãozinho" Eric Dier.

Finalmente, a 30 de Novembro, outro facto digno de registo: a estreia de Mateus Fernandes a marcar. Aconteceu num desafio da Taça da Liga: goleada em casa frente ao Farense por 6-0. Um dos remates certeiros foi dele - de penálti, sem vacilar. Grande penalidade que conquistara ao ser derrubado em engenhosa incursão na área.

Estavam decorridos 83': foi um momento que jamais esquecerá. É assim que as grandes caminhadas começam a ser construídas: com pequenas etapas. Sem nunca querer dar o passo maior que a perna. Lição do futebol que também serve para a vida.

 

Promessa do ano em 2012: Eric Dier

Promessa do ano em 2013: William Carvalho

Promessa do ano em 2014: Carlos Mané

Promessa do ano em 2015: Gelson Martins

Promessa do ano em 2016: Francisco Geraldes

Promessa do ano em 2017: Rafael Leão

Promessa do ano em 2018: Jovane

Promessa do ano em 2019: Rafael Camacho

Promessa do ano em 2020: Tiago Tomás

Promessa do ano em 2021: Gonçalo Esteves

Alegre despedida de um ano agridoce

Sporting, 3 - Paços de Ferreira, 0

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Nuno Santos, em grande forma, celebra o segundo golo leonino da noite de anteontem

Foto: Miguel A. Lopes / Lusa

 

Acabou por saber a pouco. Com 3-0 ao intervalo, e o triunfo a começar a ser construído logo aos 3', num golo de cabeça de Porro correspondendo a primoroso passe de Nuno Santos, adivinhava-se goleada em Alvalade. Acabou por não acontecer. No segundo tempo tirámos o pé do acelerador e passámos a gerir o resultado contra ao Paços de Ferreira, "lanterna vermelha" do campeonato, que apenas tem 2 pontos em 14 jogos.

É verdade que o primeiro tempo decorreu a um ritmo vertiginoso, com o Sporting a acelerar pelas alas: os dois extremos deram nas vistas. Pareciam concorrer ao título de melhor em campo, competição acentuada quando Nuno Santos marcou o segundo, de frente para a baliza, empurrando-a por gentileza de Edwards. Estávamos no minuto 22: os 31 mil adeptos presentes no nosso estádio tinham motivos para se sentirem satisfeitos.

Em ambos os golos Pedro Gonçalves - que fez duo com Dário na linha do meio-campo, competindo-lhe a ligação imediata à linha ofensiva - marcou presença. No primeiro, foi ele a servir Nuno Santos, em pré-assistência. No segundo, conduziu o veloz contra-ataque colectivo. 

Faltou ao transmontano brilhar naquilo em que foi exímio na sua primeira época de verde-e-branco: metê-la lá dentro. Teve duas oportunidades para isso: aos 48', após centro milimétrico de Nuno Santos, fez a bola rasar o poste; e aos 72', quando o excesso de ansiedade o levou a rematar por cima. Não podemos pedir-lhe que construa jogo e converta, tudo em simultâneo. Ao jogar mais recuado, por imperativo táctico, a veia goleadora vai esmorecendo.

 

Quem parece renascido como goleador é Paulinho. Neste encontro com o Paços encerrou a contagem, aos 45', desta vez com assistência de Porro, num cabeceamento cheio de pontaria. Foi o seu sétimo golo em seis partidas consecutivas, contando com a Taça da Liga. Este é o Paulinho dos melhores tempos em Braga. Mereceu brinde e ovação dos adeptos ao ser substituído, aos 79'. Cinco minutos antes, o lateral esquerdo Antunes, da equipa forasteira, teve o mesmo tratamento das bancadas: os adeptos não esquecem que ele foi um dos obreiros do nosso título de campeão em 2020/2021.

O nosso sector mais recuado esteve irrepreensível (Adán fez a primeira defesa aos 41'), o meio-campo interior não se ressentiu da inédita parceria Dário-Pedro Gonçalves e ao trio mais ofensivo só faltou maior produção de golos: Trincão e Edwards desta vez ficaram em branco, com o inglês a centímetros de marcar aos 8' e aos 38'. 

 

Rúben Amorim está a cumprir o que prometeu: aposta mesmo nos jovens. Além de Dário, desta vez titular, mandou saltar do banco Rodrigo, Mateus Fernandes (aos 79') e Sotiris (em campo desde os 85'). O jovem médio, de apenas 17 anos, assumiu o papel mais ingrato na desgastante missão de substituir Ugarte, ausente por castigo. Já muito fatigado, acabou por entrar de sola num lance dividido junto à linha do meio-campo, o que lhe valeu um vermelho directo. Saiu em lágrimas, confortado com os aplausos do público. É assim que se cresce. É assim que se ganha experiência.

Mateus Fernandes, em menos de um quarto de hora, voltou a demonstrar que merece a confiança do técnico com pormenores de classe. Como quando isolou Rodrigo na grande área, aos 89'. Não custa vaticinar que vai ser craque na equipa principal.

Assim nos despedimos, em ambiente alegre e até festivo, de um ano agridoce para o futebol leonino. Com Coates a ser distinguido pelo presidente Frederico Varandas com um brinde especial, após o fim do jogo, pela tricentésima partida já feita de Leão ao peito. O mais veterano da equipa, um verdadeiro capitão, um verdadeiro campeão.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Foi pouco mais que um espectador durante grande parte do encontro. Mas, quando chamado a intervir, revelou bons reflexos. Renovou contrato: é um bastião desta equipa.

Gonçalo Inácio - O mais discreto dos nossos defesas, pautou a sua exibição pela segurança e pela eficácia. Sem falhas nem deslizes. Canhoto à direita: não tem concorrentes ali.

Coates - Inspira tranquilidade e segurança como comandante da defesa e patrão da equipa. Acalma os colegas quando estão mais ansiosos, pauta o ritmo de jogo na construção.

Matheus Reis - Combina cada vez melhor com Nuno Santos na ala esquerda. Impõe o físico nas bolas divididas. Grande passe para Edwards (8'). Tentou o golo de meia-distância (49').

Porro - Autêntico dínamo do onze titular leonino. Marcou o primeiro, à ponta-de-lança, de cabeça, o que lhe deu ainda mais confiança para uma grande exibição. Assistiu no terceiro.

Dário - Desta vez substituiu como titular o ausente Ugarte. E cumpriu a missão, no essencial, como médio defensivo. Viu o vermelho directo aos 82' por falta desnecessária.

Pedro Gonçalves - Sacrifica a veia goleadora pela construção de lances ofensivos em prol do colectivo. Missão de sacrifício bem executada: dois dos golos começaram nos pés dele.

Nuno Santos - Está em grande forma: isso nota-se cada vez que busca a bola e a endossa aos colegas lá na frente. Foi assim logo aos 3'. E também marca: o segundo foi dele.

Edwards - Parece às vezes algo apático e até fora das jogadas, mas é uma questão de estilo. Porque poucos tratam bem a bola como ele neste onze. Assistiu no segundo, aos 22'.

Trincão - Rende mais como interior esquerdo, onde evidencia todos os seus dotes técnicos. Bom trabalho aos 31' e 36'. Podia ter feito melhor aos 60', quando atirou ao lado.

Paulinho - Estará, em definitivo, recuperado como goleador? Se não é, parece. Desperdiçou aos 31, mas aos 45' meteu-a lá dentro. E podia ter bisado, aos 58', num remate à queima.

Jovane - Primeiro suplente utilizado, em estreia na Liga 2022/2023, rendeu Edwards aos 71'. Ainda distante da boa forma que chegámos a ver-lhe noutras épocas. Falta-lhe confiança.

Arthur - Substituiu Nuno Santos aos 71' já em fase de alguma contenção da nossa parte. Desta vez não protagonizou nenhum daqueles vistosos lances a que nos tem habituado.

Mateus Fernandes - Entrou muito bem, substituindo Pedro Gonçalves aos 79'. Tem bom toque de bola, visão estratégica, gosta de disputar a bola. Está no rumo certo.

Rodrigo - Rendeu Paulinho aos 79'. Cheirou o golo aos 89', quando atirou ao lado. Agora que renovou contrato será certamente utilizado bastante mais vezes.

Sotiris - Último a entrar: substituiu Trincão aos 85'. Continua a não saber utilizar da melhor maneira a força física. Podia ter visto novo cartão amarelo em lance dividido.

Quente & frio

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Chuva de golos em Alvalade: Sporting derrotou Farense por 6-0

 

Gostei muito da goleada imposta esta noite pelo Sporting ao Farense no nosso estádio. Vencemos por 6-0: foi até agora o mais dilatado triunfo leonino desta temporada, na jornada inaugural do Grupo B da Taça da Liga. Temos uma reputação a defender nesta competição: somos bicampeões de Inverno, todos desejamos o terceiro título consecutivo. É verdade que o Farense compete na Liga 2, mas está muito bem colocado no segundo escalão do futebol português, a perseguir de perto o líder, Moreirense. Esta vitória por números tão expressivos parece reconciliar o Sporting com o futebol de ataque e com a produção de golos. Fica o registo dos marcadores: Paulinho (20' e 22'), Edwards (39'), Pedro Gonçalves (48'), Arthur (75') e Mateus Fernandes (84'). Um festival: sem dúvida o nosso melhor jogo da época.

 

Gostei de Paulinho, desta vez o melhor em campo. Não apenas pelos dois golos que marcou, com apenas dois minutos de diferença, mas também pela primorosa assistência para o quinto, apesar de ter desperdiçado uma primeira oportunidade, isolado face ao guarda-redes, logo aos 8'. Duplicou, neste seu 15.º jogo da temporada, o número de golos que registara até agora. Destaque também para as exibições de Porro (assiste nos golos 3 e 4), Trincão (é dele a assistência no primeiro e participa na construção do segundo) e Pedro Gonçalves (assiste Paulinho no segundo, inicia o terceiro com um magistral passe que cruzou todo o campo e marca o quarto).

 

Gostei pouco que Dário tivesse desperdiçado a aposta que o treinador fez nele para titular, compensando a ausência de Ugarte no Mundial: o jovem médio defensivo viu um cartão amarelo, sem qualquer necessidade, logo aos 10'. Muito melhor esteve Mateus Fernandes nesta partida, que para ele será de sonho: entrou aos 69', rendendo Nuno Santos com inegável competência, foi carregado em falta dentro da grande área aos 83', quando protagonizava uma magnífica jogada individual, e quem a mete lá dentro é ele próprio, convertendo de forma irrepreensível o penálti. Assim se estreou a marcar, aos 18 anos, pela equipa A do Sporting. Um passo decisivo no início de uma grande caminhada.

 

Não gostei das exibições de Sotiris e Jovane. O grego fez toda a segunda parte, rendendo Dário, mas deixou evidentes as suas fragilidades não apenas no processo defensivo mas sobretudo como construtor de lances ofensivos: está ao nível de um jogador da nossa equipa B, não do onze principal. O caboverdiano, que há muito não calçava, substituiu Trincão aos 61'. Teve o golo à sua mercê, aos 74', mas rematou ao lado. Andou algo perdido na frente de ataque: acusa falta de confiança. Mas protagonizou um gesto bonito ao oferecer a Mateus a oportunidade de ser ele a converter o penálti, entregando-lhe a bola. É assim que se cimenta um verdadeiro espírito de equipa.

 

Não gostei nada da fraca "moldura humana" ontem registada nesta partida em Alvalade: só 17 mil espectadores, incluindo cerca de meio milhar de adeptos do Farense. É verdade que a temperatura fria e a chuva que caiu durante todo o jogo contribuíram para esta desmobilização, mas os tais sportinguistas que juram nada querer saber do Campeonato do Mundo e garantem só gostar de ver partidas do nosso clube parecem ser muito menos do que fazem supor nas caixas de comentários. Afinal o alegado amor à equipa não é suficiente para arrancá-los do sofá enquanto vão espreitando o Mundial do Catar.

{ Blogue fundado em 2012. }

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