Esta foi uma derrota em duas etapas - e, por isso, ainda custou mais. Na Liga dos Campeões, fizemos o mais difícil: após uma vitória brilhante e categórica (0-3) contra o Eintracht em Franfkurt e um triunfo sem discussão (2-0) frente ao Tottenham em Alvalade, tropeçámos perante o adversário que parecia mais fácil. Não uma vez, mas duas. Primeiro lá, depois cá. O Marselha foi a nossa bête noire: a 4 de Outubro, fomos torpeados pela turma francesa (4-1) numa tarde catastrófica, com Adán a naufragar em toda a linha; a 12 de Outubro, caímos em nossa casa, batidos 0-2 pela mesma equipa.
Antes desta ronda, liderávamos o nosso grupo. Depois, caímos para o terceiro lugar. Estivemos a um passo de abandonar a prova milionária: acabámos por aguentar in extremis, após um honroso empate (1-1) em Londres, e voltámos a claudicar no nosso estádio, desta vez contra o Eintracht (1-2) Lá nos safámos, em repescagem para o play off da Champions, mercê de um golo inglês marcado no último dos sete minutos extra do Marselha-Tottenham.
A estrelinha de Rúben Amorim funcionou nesse instante decisivo. Mas não apagou a nossa humilhante derrota em Marselha, personificada em Adán. Foi dele a "assistência" directa para o golo de Alexis Sánchez (13'), uma entrega de bola em zona proibida de que resultou o segundo do Marselha (16') e uma absurda saída dos postes tocando a bola com a mão fora da grande área que lhe valeu o vermelho (23'). Enterrou a equipa nestes dez minutos fatais, forçando a saída de Edwards - que estava a ter bom desempenho num desafio que até começámos a ganhar - e a súbita estreia de Israel, no pior contexto possível.
Na ronda seguinte, no nosso estádio, continuámos a naufragar. Com nova derrota frente ao mesmo adversário e uma exibição desastrosa do onze leonino perante um Marselha que há nove anos não marcava fora na Liga dos Campeões. Foi jogo de sentido único, com o Sporting remetido aos primeiros 30 metros, sem passar dali. Esgaio e Pedro Gonçalves expulsos, Coates a lesionar-se.
Com estas duas derrotas consecutivas na Liga dos Campeões desperdiçámos o acesso a cerca de 5,6 milhões de euros. E sofremos danos reputacionais inaceitáveis. Para esquecer. Ou para lembrar.
Eu havia discorrido aqui, a propósito da humilhante exibição e consequente derrota contra o Marselha, que um dos factores positivos a retirar dessa jornada que nos irá ficar na memória por muitos anos, foi o presidente não ter falado.
Pois falou hoje e melhor fora que continuasse calado. Seria um enorme poeta!
E para bem da minha e nossa sanidade mental, nem vou comentar a enormidade dos disparates que achou por bem dizer.
Ainda assim um recado: Senhor presidente, leve lá o seu mandato até ao fim e dê apenas aquela entrevista anual que compra ao Record, que é prova de vida suficiente e a gente agradece o demais recato.
Um pouco mais a frio, lá vai a minha análise ao jogo de ontem:
Positivo
Israel - Não é tão mau como a gente temia e até pode sair dali um belo GR; Não comprometeu e teve até um punhado de boas e algumas difíceis intervenções. Para quem não tem jogado esteve muito bem.
Os outros miúdos todos - Lançados às feras, conseguiram empatar com o OM, o que não é nada mau.
Esgaio - Não joga no próximo jogo, o que quer dizer que se não entrar o Paulinho, iremos começar com onze.
Pedro Gonçalves - Ver cromo anterior.
Presidente - Não fala e bem (convém não piorar o que já de si é a antevisão de uma tragédia).
Negativo
A reacção dos sócios ao questionarem as opções do treinador. Onde já se viu a malta a mandar bitaites sobre a constituição da equipa e a criticar as substituições? Deve ser o único clube do Mundo onde isto acontece!
O recado velado, ou ensurdecedor entendam como quiserem, do treinador, para dentro, nas declarações deploráveis que entendeu proferir no final do jogo. Se está mal, resolva a coisa no gabinete do presidente.
A casmurrice do treinador, que estando num processo de aprendizagem, terá que ir tirando apontamentos dos erros que vai cometendo para daí concluir que só evoluirá tentando ultrapassar esses mesmos erros. Por enquanto tem crédito para ir aprendendo, vai tendo pouco, cada vez menos, para ser casmurro. Daqui até ao assobio e à contestação é um "tirinho" e a gente sabe como é na bola, hoje génio, amanhã um falhado e eu gostava que Amorim crescesse no Sporting por alguns anos, que potencial tem ele.
Conclusão
Ainda estamos nas quatro competições da época apesar de duas delas ainda não terem começado e de outra não haver notícia de que desistamos, independentemente do lugar na tabela (já ficámos em sétimo, convém ter presente na memória). Na Liga dos Campeões estamos fortes, basta ganhar os dois jogos que faltam. Eu confio que sem Esgaio e Pedro Gonçalves a coisa até se dê, para nossa satisfação. Como diria o outro, pinares...
A derrota de ontem por 0-2 com o Marselha, sendo má e evitável, foi o menos. O pior foi mesmo perceber, e com tanta clarividência, que algo se passa com a nossa equipa, com o treinador e a estrutura. Não pode ser por pura teimosia que Rúben Amorim insiste num jogador como o Ricardo Esgaio, em má forma e psicologicamente devastado, devido a uma sucessão de erros (alguns infantis) que prejudicaram o clube e causaram derrotas e perda de pontos em várias competições. Tal como aconteceu na situação de Paulinho, um ponta-de-lança que não marca golos e que tem certamente o seu valor mas que está com um problema de confiança há meses, Amorim teima em incluir Esgaio nas opções, mesmo tendo Pedro Porro recuperado. Isto não se explica, como não se explicam as declarações de ontem dirigidas aos adeptos. Amorim é inteligente, sabe comunicar (com algumas excepções já aqui abordadas) e é um excelente treinador de futebol, como já o demonstrou inúmeras vezes, elevando o jogo do Sporting a outro patamar. Mas está a provocar alguma coisa ou alguém. A lançar um desafio. Não se pode dizer o que Amorim disse ontem de ânimo leve. O que têm os adeptos e sócios do SCP contra os jogadores que vêm do Braga? Zero. Desde que joguem à bola são muito bem-vindos. Não é Amorim que agora vem rebaixar o clube inventando uma rivalidade com o clube minhoto que nunca existiu. O Braga, com todo o respeito, e mesmo agora que irá ter investidores endinheirados, não está, nunca esteve e não vai estar nunca ao nível do Sporting. Se Amorim não está satisfeito no seu lugar que informe a direção do clube, este caminho que agora escolheu, e que me parece propositado, não é bom para nenhuma das partes. Tem que aceitar que erra, errou ao colocar Esgaio nas opções de ontem e de todas as últimas vezes que o colocou em campo. Errou ao insistir tanto em Paulinho no passado recente. Errou, talvez, ao não tentar uma reintegração de Islam Slimani. Espero que Amorim fique no Sporting por muito tempo, desde que seja justo, menos teimoso e que não ataque os adeptos e sócios com "bocas" que não lhe ficam bem. O Sporting está acima dele e irá continuar a ser o clube enorme quando um dia decidir sair. Ficamos por aqui.
Depois de duas derrotas consecutivas contra um Marselha que até então contava por derrotas os jogos efectuados, a sensação que fica é que em condições normais teriamos sempre muita dificuldade em vencer uma "colecção de cromos" musculada e experiente, sempre a apostar no erro do adversário e a tentar jogar com o árbitro para impedir o adversário de jogar. Nada que ver com Tottenham e Eintracht, que talvez joguem colectivamente melhor que o Marselha, mas também deixam jogar.
Claro que, marcando primeiro, recuando linhas e libertando espaço para o ataque móvel e a capacidade individual de Edwards, Pedro Gonçalves e Trincão virem ao de cima, o Sporting sempre teria fortes chances de vencer, mas num jogo repartido a muito superior capacidade física do Marselha viria sempre ao de cima.
Mas com Adán e Esgaio a fazerem-se estupidamente expulsar nos dois jogos depois de oferecerem um golo cada um, na prática pouco tempo houve nas duas partidas de jogo taco a taco. Rúben Amorim aproveitou e se calhar muito bem para lançar um conjunto de jovens muito interessantes, Israel, Marsá, Fatawu, Sotiris, Nazinho tiveram minutos na Champions e mostraram que existe ali muito potencial para explorar.
Não vale a pena comentar um jogo que quase não houve. Vale mais a pena abordar algumas questões que julgo cruciais:
1. Quem apostou mal ou bem num plantel curto tem de viver com ele, ou seja, respeitar o tempo de recuperação das lesões duns dando oportunidades a outros, mesmo correndo o risco de não conseguirem corresponder. Depois do que tem acontecido com St.Juste, hoje não pareceu que Coates ou Porro estivessem em condições de ir a jogo. E foram para quê?
2. Proteger um jogador às vezes é não o pôr a jogar. Talvez Esgaio, depois de falhas clamorosas nos últimos jogos, não estava em condições psicológicas de ir a jogo. Amelhor prova é o primeiro amarelo que leva, por uma sarrafada ao mesmo jogador que já tinha "aviado" em Marselha, nesse caso correndo o risco dum vermelho imediato, e que minutos antes o tinha rasteirado. O caricato é que estava no banco a alternativa mais indicada para o lugar, Fatawu, que logo demonstrou que vale dez vezes mais do que aquele manhoso do Marselha que fala português. Ficou melhor o Esgaio, agora do que estava? Ou perdeu-se de vez o jogador para o Sporting?
3. Jogar contra o árbitro na Champions é meio caminho andado para a derrota. Faltas grosseiras e protestos birrentos são completamente desnecessários numa equipa com os objectivos do Sporting. O banco é talvez o melhor lugar para repensar o comportamento. Seja de quem for, por muito importante que seja na equipa.
E agora?
Agora com Tottenham 7, Marselha e Sporting 6, Eintracht 4 continua tudo em aberto no grupo, mas perdemos toda a vantagem inicial. Se calhar o Eintracht vai decidir quem é quem. Essencial é recuperar - mas recuperar mesmo - Coates e Porro.
Toda a confiança em Amorim, mas a falta de recursos "seniores" está a fazer-se sentir e não vale a pena iludir a questão. Que bem vindos seriam Mbemba, Guendouzi e Harit, por exemplo. Quanto valem? Pelo Transfermarkt, uns 55M€...
PS: Amorim falou em más vontades de alguns relativamente a jogadores vindos do Braga, podia ter acrescentado más vontades dos mesmos relativamente ao técnico, que veio de lá também. Mas se calhar essas más vontades decorrem apenas de quem promoveu a sua vinda. Qualquer jogador que tenha vindo nos últimos tempos ou que venha seja lá de onde for tem a cabeça a prémio, e vai ser achincalhado pelos mesmos à primeira oportunidade, esquecendo por completo o que foram cinco anos de autocarros anuais bem repletos de reforços para muito pouco se ganhar. Por isso o melhor é não pensar mais no assunto, eles que rendam em campo, que as más vontades logo se reduzem à mais ínfima expressão.
Em apenas uma semana, passámos do primeiro lugar no nosso grupo da liga milionária para o terceiro posto. Com apenas um golo marcado e seis sofridos frente à turma gaulesa, numa dupla jornada que constituiu um pesadelo.
Esta noite terminámos com apenas nove jogadores em campo, após expulsões de Esgaio e Pedro Gonçalves. Expulsões que denotam absoluta instabilidade emocional dos jogadores leoninos. Somada à péssima condição física: Coates voltou a lesionar-se, sendo forçado a sair aos 35'.
Foi jogo de sentido único, com o Sporting largamente remetido aos primeiros 30 metros, sem passar dali.
Aos 30', o resultado estava feito. Com o primeiro golo na conversão do penálti provocado por Esgaio e o segundo num rápido lance ofensivo, com Gonçalo Inácio a colocar o adversário em posição legal. Quase houve um terceiro sofrido, quando Marsà esteve a milímetros de marcar na própria baliza, aos 84': a bola esbarrou no poste.
Enfim, uma hecatombe.
Algumas notas que este jogo me suscitou:
1. Erro inconcebível de Rúben Amorim ao escalar o onze. Por incluir Esgaio como lateral direito tendo Porro no banco. Nem dá para acreditar.
2. Esgaio comete duas faltas dignas de amarelo em dois minutos, vendo o vermelho aos 18'. Enterrou a equipa, tal como Adán tinha feito em Marselha. Só o técnico ainda consegue ver alguma utilidade neste jogador que mandou vir de Braga.
3. Porro acabou por entrar, mas só aos 59' - algo que de todo não se entende, depois de Amorim ter inventado Fatawu como defesa direito com a missão teórica de percorrer todo o corredor, desdobrado em ala. Algo que não chegou a acontecer pois o jovem extremo ganês ficou quase só remetido a posições defensivas até o espanhol chegar.
4. Como foi a exibição do onze leonino? Vergonhosa. Primeiro e único remate enquadrado (frouxo, de Trincão) só aos 37'. Primeiro canto aos 44'. Nenhuma oportunidade de golo. Sucessivos passes falhados. Jogadores incapazes de atacarem o portador da bola, de imprimirem intensidade e velocidade ao jogo.
5. Amorim não soube adaptar-se à pressão do Marselha, que dominou o meio-campo fazendo avançar as linhas e encurralando a nossa saída de bola. Manteve-se «fiel aos seus princípios e à sua ideia de jogo», como é costume dizer-se à laia de elogio. Neste caso nada há a elogiar. Começou aí a nossa derrota, nessa incapacidade do treinador em abandonar o seu rígido esquema táctico.
6. Inacreditável, ver Pedro Gonçalves fazer-se expulsar por uma falta inútil lá na frente e palavras dirigidas ao árbitro quando já tínhamos um a menos: recebeu dois amarelos de rajada nesse fatal minuto 60. Comportamento disciplinar inaceitável. Passámos a jogar só com nove na última meia hora, em que quase nunca saímos dos primeiros 30 metros.
7. Substituições incompreensíveis. Só com dez a partir do minuto 19, o treinador faz sair consecutivamente os nossos maiores desequilibradores: Morita, Edwards, Trincão e Nuno Santos. O campo ficou ainda mais inclinado para o lado do Marselha.
8. Arthur, que marcou contra o Tottenham, não voltou a jogar. Alguém entende porquê? Eu não consigo.
9. Onde estava St. Juste? Não estava. O defesa mais caro da história do Sporting encontra-se novamente lesionado. Ainda não completou um jogo desde que chegou.
10. Onde estava Paulinho? A ver a partida fora das quatro linhas. O avançado mais caro da história do Sporting nem saiu do banco.
11. Chega a ser atroz, a nossa inépcia defensiva. Os números desta triste época não deixam lugar a dúvidas: 18 golos sofridos em 13 jogos.
12. Com estas duas derrotas consecutivas na Liga dos Campeões, desperdiçámos o acesso a cerca de 5,6 milhões de euros.
Gostei muito do primeiro-minuto do Marselha-Sporting de anteontem. Estavam decorridos apenas 52 segundos quando Trincão, coroando excelente jogada individual, introduziu a bola na baliza - daí ser considerado, sem favor, o nosso jogador menos mau. Começava aí aquilo que parecia a terceira vitória consecutiva do Sporting na liga milionária, contra uma equipa que nem tinha marcado ainda qualquer golo na competição. Infelizmente, esse magnífico segundo inicial foi também o zénite da exibição leonina no Vélodrome marselhês. A partir daí foi-se descendo - até ao abismo.
Gostei de Edwards, que fez a assistência para o golo e ainda ofereceu a bola em condições propícias novamente a Trincão (4') e também a Pedro Gonçalves (9'). Estava a candidatar-se a ser o nosso melhor em campo quando o pesadelo colectivo provocado pelos erros de Adán forçaram Rúben Amorim a retirá-lo para meter Israel. O inglês saiu cabisbaixo, visivelmente decepcionado por sair tão cedo. Não custa entender tal decepção.
Gostei pouco que o jogo tivesse acontecido sem público, como se voltássemos ao tempo da pandemia. Consequência de um castigo merecido de que foi alvo o clube francês, mas não deixa de ser esquisito assistir a um desafio nestas circunstâncias. O futebol precisa de ter público para se mostrar realmente vivo.
Não gostei do desempenho de vários futebolistas do Sporting: em graus diferentes, oscilaram entre o medíocre e o péssimo. Refiro-me a St. Juste, Gonçalo Inácio, Matheus Reis, Ugarte, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Paulinho. Alguns deles até pareciam sem a menor vontade de jogar na Liga dos Campeões.
Não gostei nada da catastrófica exibição de Adán, responsável máximo por esta humilhante goleada que sofremos. Foi dele a "assistência" directa para o golo de Alexis Sánchez (13'), uma entrega de bola em zona proibida de que resultou o segundo do Marselha (16') e uma absurda saída dos postes com toque da bola com a mão fora da grande área que lhe valeu o vermelho (23'). Enterrou a equipa de alto a baixo nestes dez minutos fatais. Franco Israel, em estreia absoluta numa prova profissional de futebol, esteve também muito mal, com responsabilidades evidentes nos outros dois golos que sofremos (23' e 82'). Falta mencionar Esgaio, agora com novo desempenho inenarrável: partilhou culpas com Adán no lance do penálti e ofereceu a bola a Alexis Sánchez aos 86', em lance de que quase resultou o quinto golo do Marselha. Aos 43' merecia ter visto o vermelho por pontapear Nuno Tavares sem bola. O árbitro foi amigo: se aplicasse a lei com rigor, passaríamos a jogar só com nove.
E boas práticas em campo daquilo que delineou o treinador para este jogo.
Melhor não poderia ter começado, com aquele golaço de Trincão aos 50''. E logo a seguir com outra oportunidade flagrante falhada infantilmente por Pedro Gonçalves.
Depois aconteceu aquilo que todos os que vamos ao estádio principalmente, porque é ali ao pé, irrita mais, andamos a temer há muito tempo: Aquela troca de bola ali mesmo em cima da baliza um dia tinha que dar cagada. Hoje deu! E aquele que nos tem dado algumas vitórias hoje enterrou e em dez minutos deu cabo da equipa, fazendo-se inclusive expulsar como nem um puto dos infantis. Acontece aos melhores, foi pena, porque a estratégia gizada pelo treinador estava a funcionar na perfeição.
Não foi apenas Adán a estar mal, infelizmente. Ugarte perdeu a maior parte das disputas, inclusive a que deu o segundo golo do Marselha e apenas Morita deu conta do recado naquela zona do terreno. Lamento bater no ceguinho, mas mais uma vez Esgaio demonstrou que anda completamente fora dela e parece-me que só o treinador é que não vê. Mistério...
De amanhã a oito dias há outro jogo com o mesmo adversário. Não tenho a menor dúvida de que Amorim, se calhar já com Porro e com Coates, haverá de encontrar forma de vencer o encontro, para continuarmos na frente do grupo.
Com um aperitivo de luxo com os 6-0 no jogo da Youth League e com o belo golo de Trincão logo no primeiro minuto, parecia que íamos ter um jantar de gala com Edwards como mordomo, o "soneca" fazia o que queria no centro do terreno, o Marselha era incapaz de contrariar e que por muito pouco não veio o segundo golo por Pedro Gonçalves. Muito mal falhado aquele remate que tinha tudo para dar certo.
Depois veio o minuto 12, Adán demorou uma eternidade a colocar a bola na frente e acertou na perna dum Alexis Sanchez em pré-reforma. E com o mesmo Adán como protagonista vieram 20 minutos de total descalabro, a expulsão do próprio por uns inúteis centímetros, a saída daquele que estava a ser o melhor do Sporting, a entrada a frio de Israel, e o jogo perdido com 3-1 ao intervalo e três jogadores amarelados.
Amorim seguiu o sábio princípio do Tiririca, "Pior que isto não fica", e fez aquilo que devia ser feito ao intervalo. Tirou os amarelados e St.Juste e meteu os putos para fazer pela vida, com Paulinho para dar alguma capacidade de reter a bola lá na frente. A coisa funcionou durante um bom bocado da segunda parte, mas o Marselha foi sempre ajustando-se e pressionando.
No final a fadiga falou mais alto e surgiu o quarto golo. De qualquer forma, Marsà, Nazinho e Sotiris aproveitaram a oportunidade e Sotiris ia marcando um golaço num tiro de longe.
O que fica deste jogo?
1) Um ataque móvel do Sporting com Edwards como pivot ofensivo muito adequado aos jogos da Champions, que enquanto existiu em campo conseguiu desestabilizar completamente a defensiva do Marselha.
2) Um Sporting penalizado pela actuação super-infeliz do seu habitual baluarte, Adán. Também Esgaio, na sequência de jogos anteriores, esteve péssimo em todos os capítulos do jogo, se calhar precisa de parar um pouco para voltar em força. Este não é o verdadeiro Esgaio, se calha a mudar um pneu, explode o automóvel.
3) Uma retaguarda de jovens que está a fazer o seu percurso e que tem de ser protegida neste curto e desequilibrado plantel. Israel entrou a frio e logo falhou o corte, mas se não tivesse saído se calhar era golo na mesma como foi o segundo golo do Marselha.
4) Um Marselha que parece uma colecção de cromos da bola, e que vale por isso mesmo. Mesmo sem grande jogo colectivo consegue marcar, foram três golos de bela execução.
E agora?
Ganhar ao Marselha em Alvalade na próxima semana. Eu vou ter de fazer quase 300 kms em cima do acontecimento, mas vou lá estar.
Começou mal, com o atraso e comportamento do técnico do Marselha mas o golo de Trincão ainda me fez pensar que existiria uma espécie de justiça cósmica (lamento, mas o episódio protagonizado pela polícia não me parece inocente e o comportamento do treinador do Marselha reforçou a convicção de que o objectivo seria desestabilizar).
Ainda assim, o que acontece a Adán, com Adán, cai numa categoria suis generis. Ainda não digeri, confesso.
O Marselha virá a Alvalade, não teremos Adán a defender a nossa baliza mas... estou certa de que daremos boa réplica em campo. Boa réplica esta que mitigará, espero, o desapontamento que sentimos hoje.
Estarei sempre com o Sporting Clube de Portugal e serei sempre sportinguista.
E expectativas para logo mais? Estamos optimistas?
Aquele:"Droit au but" traduzir-se-á em quantos, hoje?
Espero, antecipo, um jogo muito equilibrado com o resultado a ficar 1-2, marcam Pedro Gonçalves e Paulinho. Eventualmente, é anulado um golo a Francisco Trincão.
E eu vou lá estar, doido da cabeça... no sofá, em frente à TV.
É sem dois jogadores fundamentais, Porro e Coates, que o Sporting vai entrar mais logo no Vélodrome, um estádio moderno e funcional sem grandes adornos, onde estive para ver Portugal derrotar a Polónia de Lewandovski nos penáltis na campanha que nos levou ao título europeu, com o Renato Sanches a marcar um golaço na baliza em frente à superior onde estava.
Duas equipas que vêm de percursos diferentes: o Marselha muito bem na Liga e muito mal na Champions, o Sporting o inverso. Jogadores muito experientes do lado do Marselha, muita juventude do lado do Sporting, vamos ver como é que as equipas se encaixam.
A fórmula a utilizar pelo Sporting deve ser a mesma de Frankfurt: defesa baixa, construção desde o guarda-redes para atrair adversários e libertar espaço no meio-campo para o ataque móvel funcionar em pleno.
Com St.Juste recuperado, o onze do Sporting deverá ser o seguinte, e digo isto sem prestar atenção aos jornais de hoje:
Adán; St.Juste, Inácio e Matheus Reis; Esgaio, Morita, Ugarte e Nuno Santos; Trincão, Edwards e Pedro Gonçalves.
No banco, entre outros, Marsà para a defesa, Sotiris para a linha média, Arthur Gomes, Paulinho e Rochinha para o ataque
Quantos destes tem experiência de Champions? Talvez 50%.
É suficiente para levarmos de vencida o Marselha e somarmos mais 3 pontos e quase 3M€? Não sei, mas é o que temos, não há mais no plantel, estamos mesmo "no osso". E sendo assim é preciso mesmo sorte para que o osso não se parta...
De qualquer forma, toda a confiança em Amorim e toda a fé no nosso Sporting!
Estreia da nova equipa no nosso estádio, num magnífico fim de tarde que ontem se prolongou por uma amena noite de Verão. O adversário, nesta partida ainda de pré-temporada, foi o poderoso Olympique de Marselha, finalista vencido da mais recente edição da Liga Europa, onde apenas o Atlético de Madrid foi capaz de lhe travar o passo - após se ter cruzado no caminho do Sporting, nas infelizes circunstâncias que sabemos.
Foi, portanto, um teste exigente. Nas fileiras adversárias destacam-se o internacional brasileiro Luiz Gustavo e o internacional francês Payet, carrasco de Cristiano Ronaldo na final do Euro-2016. Além do grego Mitroglou, que ontem só entrou a poucos minutos do fim, tendo sido brindado com uma assobiadela monstra.
Éramos cerca de 29 mil em Alvalade - em números oficiais, menos oito mil do que há um ano, no desafio de apresentação da equipa contra o Mónaco de Leonardo Jardim - e com uma Juventude Leonina em estado murcho, exibindo um deplorável estado de orfandade. Mas o teste essencial foi ultrapassado com distinção: os regressados Bruno Fernandes e Bas Dost - o primeiro alinhando como titular, o segundo lançado só à beira do fim - acabaram por ser os jogadores mais aplaudidos, logo seguidos de Nani - também ele regressado, após dois anos de ausência, e agora o único campeão europeu em título que resta de verde e branco. Além dele, houve três outras novidades no onze titular: o guarda-redes Viviano (protagonista de um frango monumental logo aos 4', que nos aumentou a saudade deixada por Rui Patrício), Jefferson (mais um regresso, após um ano de empréstimo ao Braga) e Matheus Pereira (será desta que se impõe na equipa principal do Sporting?)
Boas movimentações no plano ofensivo da equipa treinada por José Peseiro, logicamente ainda sem rotinas nem automatismos, perante um adversário mais avançado na preparação da época. Falta-nos um médio defensivo com qualidade (Battaglia, o último dos regressados, foi apresentado aos adeptos mas não calçou) e mantém-se um défice na posição de ponta-de-lança, que Montero não consegue preencher. Será possível ver ainda Rafael Leão como suplente de Dost?
Bruno Fernandes, colocado como médio mais ofensivo, com manifesta liberdade de movimentos, foi o jogador em maior evidência. Apontamentos muito positivos de André Pinto (marcador do golo que selou o empate por 1-1, aos 61'), Nani, Wendel e Matheus Pereira. Acuña entraria a meio do segundo tempo, para a surpreendente posição 8, em que mostrou bom desempenho. E o jogo terminou num 4-4-2, com Castaignos jogando muito próximo de Bas Dost, em evidente ensaio de soluções tácticas que irão sendo desenvolvidas ao longo da época.
Curiosidade: a braçadeira de capitão teve três titulares nesta partida: começou com Nani, passou para Bruno Fernandes entre os minutos 81 e 86, terminou com Coates.
Começou a época. Mais do que nunca é caso para dizer "até que enfim!", tamanho o desatino passado. Há que reconstruir. Vi pouco (e mal) o jogo, num restaurante, pelo topo do olho. E será pouco significativo, o realmente relevante é ter sido o "primeiro dia da nossa vida".
Neste começo de 2018/19 apenas um apontamento, na sequência de críticas à constituição do plantel e aos percursos recentes dos jogadores. Houve uma séria ruptura entre jogadores e clube. Nove rescisões e uma outra, anunciada mas nunca cumprida. Após este malvado defeso o que se vê? Acuña afinal não rescindiu, Battaglia regressa (e estes tinham sido particularmente visados pela grupo avançado do esgoto claqueiro), Bas Dost regressa, Bruno regressa. Quem não regressa? Rui Patrício, William, Gelson, Podence, e, até ver, Rafael Leão (e Ruben Ribeiro, uma patetice de Jorge Jesus, e que presumo que ninguém se importe que vá jogar para a Ásia turca). Todos da formação. Ao mesmo tempo sai um punhado de jogadores também da casa (Geraldes, Domingos Duarte, Palhinha, como antes Tobias Figueiredo, etc.) como outros ainda virão a sair (estou certo que Mané não fará o ano no clube).
Cada um destes jogadores é um caso próprio, desde a expectativa de tentar outros campeonatos à tentativa de encontrar um rumo positivo à carreira. Mas há esta óbvia coincidência. Os jogadores que não regressaram ao clube são os que foram formados no clube; e os jovens (enfim, aos 23 anos um jogador de futebol não é um "jovem") da formação não ficam no clube. Há gente que vem dizer que a culpa é dos jogadores, da "falta de valores" e patacoadas dessas. Uma enxurrada destas mostra o óbvio: os jogadores da casa querem partir, os jogadores vindos de fora querem ficar. Isto mostra uma coisa óbvia: os da casa são pior tratados no clube do que os jogadores que chegam de fora. Não há como enganar, esta é a escancarada verdade.
Para um clube que se vangloria da sua "formação", da sua "academia" e que tem tantos constrangimentos financeiros, esta situação é completamente esquizofrénica. Muito se terá devido a estes últimos anos do projecto "Jesus", avesso a jovens da casa - Jesus merece muitos créditos, e acima de tudo pela forma heróica como sustentou o plantel sob o execrável Bruno de Carvalho e a sua turba de infectos adeptos. Mas o seu projecto no clube estava esgotado. Mas a situação não se reduz a isso, decerto que há muito para mudar na cultura organizacional do futebol profissional para evitar este desequilíbrio.
Vamos lá a ver se a saúde psicológica regressa ao clube. Sem presidentes demenciais, adeptos patológicos. E sem políticas esquizofrénicas de gestão de plantéis. Isto está tudo ligado.
O Sporting defrontou em Alvalade os gauleses do Marselha, clube para onde um dia se transferiu a nossa antiga e saudosa glória Hector Yazalde, num jogo marcado pela reapresentação de Bruno Fernandes, Bas Dost e Rodrigo Battaglia aos adeptos leoninos.
A precisar de paz para se reencontrar e futuramente poder enfrentar a pressão competitiva, a equipa recebeu um bom estímulo por parte dos adeptos que a receberam com aplausos. Na primeira parte, puderam observar-se alguns pormenores ofensivos interessantes e boas movimentações a meio campo por parte de Bruno Fernandes e Wendel (bem sei que joga no Sporting - e até há o precedente de Mattheus -, mas ainda assim o seu nome não se escreve com 2 "l"). Um remate ao lado de Nani (hoje capitão), após boa movimentação e passe de Montero, e um corte providencial de Amadi, a impedir que Bruno Fernandes finalizasse uma excelente assistência de Jefferson, não marcaram tanto este período como a desatenção fatal de recepção de bola do nosso guarda-redes que permitiu a Germain adiantar os marselheses no marcador. Proveniente de uma cidade de marinheiros, esperemos que Viviano não cause no futuro mais rombos destes na nau leonina.
No segundo tempo, Wendel foi menos fluente em mandarim e preencheu uma zona mais pequena, mais marcada pelo cantonês e Petrovic continuou a evidenciar a sua pouca utilidade. Com isso a equipa viria a quebrar um pouco, pelo menos até à entrada em campo do outro "ic" (Misic), o qual se constituiu como uma agradável surpresa, arriscando com sucesso dois bons passes de ruptura. Assim, no "duelo" dos balcãs, o croata suplantou largamente o sérvio. Entre os substitutos, Jovane Cabral ofereceu mais audácia atacante que Matheus Pereira e Bruno Gaspar e Raphinha deram mais profundidade nas alas do que Ristovski e Nani, respectivamente, haviam dado no primeiro tempo. Mas, o melhor jogador voltou a ser Bruno Fernandes (recebeu de Nani a braçadeira de capitão). Dos seus pés sairia a jogada do golo do empate, com um cruzamento perfeito para um André Pinto que marcaria à segunda tentativa.
Os últimos minutos ficaram marcados pelo regresso de Bas Dost aos relvados. Um raro momento de união nuns últimos tempos bem conturbados, com o holandês, ainda sem capacidade física para muito mais, a poder sentir a ovação proveniente das bancadas. Destaque ainda para o aparecimento dos mundialistas Coates e Acuña, ambos ainda a desempoeirar pós férias.
Nota-se algum défice de jogadores que possam fazer a diferença, que desequilibrem. Talvez Lumor - hoje teve poucos minutos - tenha mais capacidade no jogo ofensivo e outra velocidade de recuperação do que Jefferson, apesar de uma ou outra excitação - passe em profundidade sem sentido - que a verdura dos seus 20 anos justifica; pode ser que Wendel consiga ser intenso os 90 minutos e que Battaglia traga o músculo que parece faltar ao meio campo do Sporting e que geralmente as equipas grandes têm, principalmente naquela zona cercana da sua área onde é importante não deixar crescer a relva. Tenho muita pena que Geraldes tenha saído pois poderia conjugar-se com Bruno Fernandes (este recuaria para "8"), dando outro tipo de soluções e aumentando assim a eficácia dos passes de ruptura da equipa. Enfim, muitos "se" e "talvez", mas, fundamentalmente, a chave da época poderá estar na integração de Nani na equipa e na sua actual ambição e motivação. Se conseguir estar ao seu melhor nível, então teremos candidato ao título. Juntemos-lhe o sarar das feridas e a simbiose perfeita entre adeptos e jogadores e o sonho será possível. José Peseiro que creia, também. Isto é o Sporting, há que acreditar. Sempre!
Tenor "Tudo ao molho...": Bruno Fernandes
#samuelfraguito (*)
(*) A propósito de este jogo simbólico entre duas equipas onde jogou o grande Yazalde, voltei a lembrar-me de um seu antigo colega de equipa, o Samuel Fraguito. Este foi um dos 10 melhores jogadores que tive o prazer de ver jogar de verde-e-branco, nos 44 anos que tenho de observar futebol ao vivo. Numa galeria de notáveis onde também constam Yazalde (obviamente), Manuel Fernandes, Rui Jordão, António Oliveira, Paulo Sousa, Balakov, Luis Figo, Cristiano Ronaldo e Mário Jardel. E para onde se encaminha, a passos largos, Bruno Fernandes. Fraguito jogou 9 temporadas de leão, tendo marcado todos aqueles que o viram jogar, dado o seu virtuosismo técnico e a sua qualidade de passe, muitas vezes efectuado de trivela (ainda Quaresma não era nascido). Afectado por inúmeras lesões - foi operado 7 (!) vezes aos joelhos - num tempo em que a medicina desportiva não era o que é hoje, o que obrigava a intervenções muito invasivas, ainda assim, dada a sua resiliência, foi providencial nas conquistas dos títulos nacionais de 74 e 80, a que juntou duas Taças de Portugal . Abandonou em 81. Passaram-se 37 anos, muitas gerações provavelmente nunca ouviram falar dele - ao contrário dos outros nomes por mim aqui apresentados - e seria da mais elementar justiça que o clube pudesse mostrar aos mais jovens quem foi este magnífico jogador. Porque vivemos um tempo em que a reafirmação da cultura do clube é de superior importância, que também passa pelo reconhecimento em vida das suas maiores figuras, e porque um talento como o de Fraguito não pode continuar escondido do conhecimento de uns e esquecido da memória de outros, faço aqui um apelo à actual SAD, na pessoa do seu líder, José de Sousa Cintra, para que homenageie o vilarealense - homem discreto e que nunca se pôs em bicos de pés - e, com isso, homenageie também a história do Sporting Clube de Portugal. O meu antecipado agradecimento.
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