Aposta na formação
Foi um dos melhores dias de sempre na Academia de Alcochete. Na presença dos altos responsáveis pelo futebol do Sporting (Frederico Varandas, Hugo Viana e Tomaz Morais), de muitos jovens dos escalões de formação e do mestre Aurélio Pereira, do seleccionador nacional Roberto Martínez e adjuntos, os nossos sub19 demonstraram uma enorme superioridade face à equipa congénere do Liverpool e assim conquistaram o acesso à final four da Youth League.
O resultado final de 1-0 reflecte pouco o que passou em campo. Esta equipa, tal como a principal, marca muito pouco para as oportunidades que constrói. Rodrigo Ribeiro e Afonso Moreira destacaram-se no desperdício.
Se calhar com o Liverpool aconteceu o mesmo, porque cada vez mais se trata duma metodologia comum, mas do Sporting estiveram fora alguns dos melhores desta idade, como Travassos (lesão), Essugo, Mateus Fernandes, Fatawu e Chermiti. E se me perguntassem, pelo que vi hoje, qual o jogador do Liverpool que teria lugar na melhor equipa de sub19 do Sporting, ficava-me pelo capitão médio defensivo e por um defesa central.
Com o Sporting em 4-3-3 existiram três jogadores que se destacaram e todos no eixo central. Callai muito seguro na baliza embora falhando alguns lançamentos ao pé, Marco Cruz (melhor em campo), que parece um clone de Ugarte até fisicamente, assume todo o controlo do meio-campo e por ali passa pouco ou nada, e Rodrigo Ribeiro, cujas movimentações são semelhantes às de Chermiti e de Paulinho. O que, além das diferenças óbvias entre o 3-4-3 e o 4-3-3, faz supor que existe uma ideia clara do que se pretende em determinadas posições.
Os restantes também estiveram bem. Gonçalo Esteves anda a tentar reencontrar-se depois da desilusão que teve no Estoril. Gilberto Batista tenta que a concentração dure os 90 minutos. Muniz, muito certinho, teve um corte assombroso. Muito certinhos também David Monteiro e Marquêz (médio ofensivo), este com uma intervenção decisiva no golo. Samuel Justo é um intuitivo de momentos onde desequilibra. Os dois pontas, Afonso Moreira e Diogo Cabral, sempre acutilantes.
Em vez de andarem a coleccionar derrotas na equipa B e nos sub23, não podiam antes estar concentrados no título nacional de juniores desta época? Podiam, mas não seria a mesma coisa.
SL