O manto diáfano da imprensa desportiva online...e não só!
Quem consultar a imprensa desportiva online, em geral, fica com uma perceção aquém da realidade. Mas há mais vida para além daqueles títulos ou artigos. Há, sobretudo, o mérito baseado na resistência de muitos clubes, entre os quais o Sporting, que teimam em quebrar o "cordão sanitário" à volta da equipa socialite, que é uma espécie de namoradinha desse regime rendido ou vendido aos milhões que hipoteticamente lhes compram jornais ou garantem audiências. E depois há uns mais sofisticados que outros. Por exemplo, o benfica teve uma derrota escandalosa, ao ficar pelo caminho no futsal, não indo disputar a final com o Sporting Clube de Portugal. Uma passagem pelos desportivos e, ou não se lê a notícia, ou lá vem a subtileza de que o Sporting junta-se ao Braga no futsal. Pois é. A verdade é que a maravilha do clube da Luz perdeu na dita o segundo jogo e assim foi de férias mais cedo.
Outro pormenor. Nelson Évora sagrou-se campeão nacional do triplo salto. Nalguns jornais lá aparece o saltador do Sporting com o equipamento da seleção ou embrulhado na bandeira nacional. Incrível. O que lhes custa ver as listas verdes e brancas de leão ao peito. Elogios, sim para o hóquei benfiquista e a reviravolta operada com a Oliveirense. Insustentável silêncio sobre o que foram os últimos minutos do jogo e a atuação da arbitragem. Mas o último jogo é contra o Sporting. Queira Deus...
Para além da importância das quatro linhas e dos resultados, há assim como que esta asfixia antidemocrática a que temos que resistir, lutando incessantemente pelo pluralismo informativo e por jornalismo sério e isento. Nos jornais, nas rádios, nas televisões e nos online.
O que leva a outro ponto. A responsabilidade dos dirigentes quando falam. O ego nunca se deve sobrepor à missão. Na política, no desporto e noutros setores da vida, há uma tentação irresistível perante os microfones. Mas, no caso do dirigismo desportivo, todo o cuidado é pouco para quem não está dentro do citado cordão sanitário. Falar pouco e bem, impõe-se, para não dar pretextos a cortinas de fumo. Até porque há mails bem mais graves que declarações em off...
Este tema tem bem mais importância do que parece.