No dia 11 de Junho, Pedro Correia, lançou um desafio, quais as três equipas favoritas à conquista do Europeu.
Apenas dois respondedores colocaram a Itália entre os possíveis vencedores; Francisco Chaveiro Reis e Paulo José Ramos.
A selecção vencedora foi, no entanto, a que melhor futebol praticou, muito por culpa de Mancini, um treinador que não foi em "cattenacios" nem em duplos trincos.
Um treinador que procurou que a sua equipa jogasse sempre um futebol positivo, estão de parabéns, a Itália e Mancini.
Gosto muito de Mancini. Sempre gostei. Foi um senhor no calcio e um ídolo em Génova. Ganhou com a Samp o único scudetto da história do clube com uma equipa onde brilhava Vialli, o grande Vierchowod, Lombardo (o Caccioli italiano), Cerezo e Pagliuca. Nuns quartos de final da UEFA deu-me, ao marcar o golo nas Antas, uma grande alegria quando eliminou o Porto. Isso mesmo, eu fico muito muito feliz com o insucesso dos outros, não vale a pena engrossar a maralha de hipócritas que anda por aí. Mas lembro-me bem de um jogo, estava ele já na Lázio (onde foi, infelizmente, campeão) e regressou ao Luigi Ferraris contra a sua Sampdória, camisola que tinha vestido durante 15 épocas. No final, os adeptos da Samp gritaram o seu nome e fizeram-no ir às lágrimas, cobrindo-o de cachecóis. Mais ou menos a mesma coisa que vi ao vivo quando Nedved regressou ao Olímpico com a camisola da Juve. É verdade, o calcio é outro mundo, outra mística, outro culto. Para mim, é assim que se deve sentir o futebol, a nossa equipa, o nosso clube. Serve isto para dizer duas coisas. O futebol, ao contrário do que disse o mui venerável José Manuel Barroso, é muito mais do que um jogo. No dia em que for só isso, acabou. Finito. A outra, é que ainda há uma diferença entre a ópera e o futebol: num está-se bem caladinho para não perturbar o espectáculo, no outro grita-se com tudo o que se tem para que os nossos ganhem e a nossa camisola brilhe. Porque só isso interessa.
Ribeiro Cristóvão andava muito preocupado com a possibilidade de o Sporting ser "triturado e humilhado" pelo Manchester City. Eram receios infundados. Não só isso não sucedeu mas também a vitória em Alvalade contra a turma de Roberto Mancini parece ter inaugurado um ciclo nada prometedor dos nossos antagonistas na Liga Europa. Que o diga o Swansea, que acaba de derrotar - de forma "soberba", garante a BBC - os milionários do City também por 1-0, destronando-os do comando da liga inglesa. Afinal quem tritura quem, amigo Ribeiro Cristóvão?
O Manchester City e o Manchester United jogaram no domingo à hora do almoço. Não havia melhor jogo para ver depois do empate de véspera do Sporting. O United marcou primeiro sem merecer marcar e depois de ter marcado o primeiro marcou mais dois. Ao intervalo, o City perdia em casa 0-3 e jogava contra 10. Os comentadores portugueses anteciparam a segunda parte assim: como treinador latino que é, Mancini ia jogar à defesa, no erro do adversário para evitar a goleada, ou seja, os jogadores do City iam provocar a expulsão de um jogador do United para ficarem novamente em igualdade numérica. Luís Freitas Lobo disse isto com entusiasmo e disse de seguida quem eram os "amarelados" do United que seriam "caçados". Não podia estar mais enganado. O City reorganizou-se defensivamente com a entrada de mais um central e passou a controlar o jogo onde devia: a jogar à bola. Mancini queria defender bem para atacar melhor. Resultado: enquanto teve pulmão, o City foi perfeito e marcou dois golos. Acabou o jogo por cima e com os adeptos a renderem uma brutal salva de palmas. O City perdeu o resultado, mas ganhou o jogo. É isto que há quem não entenda: o futebol é muito mais do que "faltas inteligentes", "transições ofensivas" e "mecanismos tácticos". Futebol é vermos a nossa equipa perder e depois batemos palmas. Não jogamos para expulsar adversários. Jogamos por puro prazer. É também por isto que vou bater palmas ao senhor Mancini quando ele entrar em Alvalade depois de rebentar com o Porto na Liga Europa.
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