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És a nossa Fé!

A um e a outro

Alguns comentadores desportivos dizem que foi Rúben Amorim o grande responsável pela construção deste Sporting confiante e ganhador.

Os ressabiados (e alguns são comentadores desportivos também) dizem ou dão a entender que este Sporting existe apesar de Frederico Varandas e não graças a ele.

O que dizem de Rúben Amorim não deixa de ser verdade. Foi ele que definiu um plantel, um modelo de jogo e um estilo de liderança que ganhou títulos e troféus sem deixar de suportar o crescimento financeiro do clube. Foi claramente o melhor treinador do Sporting nos últimos 50 anos (pelo menos). O Sporting "voava" alto esta época na Liga e na Champions no momento em que ele saiu para assumir o lugar de treinador do Manchester United. 

O que não quer dizer que não tenha cometido erros, como trocar um ponta-de-lança alto e forte por um "ataque móvel" como aconteceu na 3.ª época. 

Mas a verdade também é que com Frederico Varandas e Marcel Keizer o Sporting já tinha alguns troféus, e com Frederico Varandas e Rui Borges continuou a ganhar. E nas modalidades encontramos outros “Rubens Amorins”, como Ricardo Costa e João Coelho, também apostas deste presidente.

Por outro lado, no Manchester United Rúben Amorim não tem conseguido dar a volta à situação que o clube atravessa. Acabou de perder a final da Liga Europa e vai estar fora das competições europeias na próxima época. Muitos adeptos desse clube já consideram que ele está a fazer mais parte do problema do que da solução.

Sendo assim, parece-me que o grande responsável pela construção deste Sporting confiante e ganhador foi mesmo Frederico Varandas. Foi ele que arriscou a contratação de Rúben Amorim, sem curriculum nem diploma, e lhe deu - com o apoio do seu braço-direito Hugo Viana - todas as condições para crescer e vencer.

Foi ele também que deixou o orgulho de lado e contratou no momento certo Rui Borges para ultrapassar a situação João Pereira.

Foi ele também que montou a estrutura de scouting que fisgou e não largou Diomande, Gyökeres, Hjulmand, Debast e Rui Silva, entre outros.

Foi ele também que reconstruiu a academia de Alcochete que produziu Geovany Quenda e João Simões, entre outros, e que logo quando entrou fidelizou um grupo de elite onde estavam Nuno Mendes e Gonçalo Inácio.

Não sei se neste momento Rúben Amorim precisa mais dum Frederico Varandas no Manchester United do que Frederico Varandas dum Rúben Amorim no Sporting.

Vamos ver o que o futuro reserva a um e a outro. 

SL

Parabéns, Ruben Amorim

"Remontada" épica hoje em Manchester. Jogadores saíram a chorar, adeptos extasiados nas bancadas.

Ainda há pouco ele saiu e só podemos ter sentimentos de saudade e gratidão, como temos de Bruno Fernandes, Manuel Ugarte e daqui a nada iremos ter de Viktor Gyökeres.

Um grande clube revela-se também pelos grandes sentimentos, gratidão por quem muito contribuiu, compreensão pelos trajectos profissionais de cada um, saber que quem sai leva saudades do tempo que passou entre nós.

Muitos parabéns a Ruben Amorim, extensivos aos outros dois citados.

Não gosto muito da personagem. Foi um enorme jogador mas também um agente-duplo que contribuiu para o triste fim de João Rocha, mas a frase é muito feliz e adaptando-a fica "por cada leão que sair, outro se levantará".

SL

Um homem é um homem, um sobrinho sem o padrinho é um sobrinho

O Man.United foi eliminado nos penáltis pelo Fulham na Taça de Inglaterra, e Rúben Amorim veio dizer: "O objectivo é ganhar a Premier League outra vez. Não sei quanto tempo irá demorar. Temos um objectivo e continuamos em frente, aconteça o que acontecer."

O Milan sofreu mais uma derrota para a Liga, a terceira seguida, depois de ter tentado com um arraial de pancadaria (vulgo atitude) opor-se ao melhor futebol da Lazio. Ainda teve um jogador expulso com uma entrada digna das artes marciais mistas, e o Sérgio Conceição veio dizer: "Sinto muito pelos tiffosi, porque estou habituado a vencer desde criança e isto dói. Não me sinto bem..." 

Depois parece que se o Amorim for despedido, entre ele e a equipa técnica encaixarão cerca de 20M€.

Se o Conceição for despedido, parece que por contrato é um "bye, bye e num boltes".

Enfim, nada que não se esperasse no percurso dum e doutro. 

 

PS: O treinador do Fulham é o tal Marco Silva, aquele que nos deu uma Taça de Portugal no Jamor e que depois foi corrido ao pontapé pelo nosso ex-presidente porque não vestia o fato... Onde é que já vi isso ultimamente?

SL

Bruno Fernandes, Ugarte, Ruben Amorim

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Bruno, com alma de leão, celebra o golaço aos 52': United eliminou Arsenal

 

Foi bom rever ontem dois nossos grandes ex-jogadores, Bruno Fernandes e Manuel Ugarte, num dos mais míticos estádios do planeta: o Emirates, em Londres. Disputava-se a Taça de Inglaterra, o Arsenal recebia o Manchester United, Ruben Amorim defrontava aquela que hoje é, para muitos, a melhor equipa do mundo.

Aqueles que entoam hossanas às arbitragens da terra de Sua Majestade deviam ter visto este jogo, emocionante do princípio ao fim. Jogo sem vídeo-árbitro, o que nos faz abrir a boca de espanto: como é que a segunda mais importante competição futebolística inglesa, em desafios de cartaz grande como este, prescinde do VAR?

Sem esta instância de recurso, o árbitro errou impune. Aos 38', Bruno Fernandes é claramente derrubado em falta por Gabriel Jesus em posição frontal à baliza, a um metro da grande área: o apitador fez vista grossa. E aos 68' é assinalada uma grande penalidade por alegada falta de Maguire que nunca existiu. Felizmente Bayindir, o guadião turco dos red devils que ontem terá feito a melhor exibição da sua vida, defendeu o penálti apontado por Odegaard .

 

Antes já o nosso Bruno, confirmando que esta experiência na Premier League só lhe refinou as qualidades, abrira o marcador num golaço a passe de Garnacho. Futebol linear e geométrico, em contra-ataque letal: o argentino progrediu junto à linha direita e cruzou para o capitão, que disparou de primeira, sem a deixar cair no chão. Era aos 52', rompia-se o empate a zero, os devils (ontem equipados de azul) haviam resistido à pressão ofensiva da equipa da casa com uma sólida defesa a cinco onde o veterano Maguire era o patrão.

Aos 61', desaire para o United: Dalot é expulso ao ver o segundo amarelo - Ugarte, também amarelado, viria a arriscar o mesmo. Foi já com um a mais em campo que o Arsemal marcou enfim, aos 63', por Gabriel Magalhães. Seguiu-se o tal penálti que nunca devia ter existido. E, aos 76', uma defesa do outro mundo do guardião turco, que voou com êxito para negar o golo a Declan Rice.

 

Houve prolongamento, sem golos. Mais meia hora de pressão constante do emblema anfitrião, impotente perante a muralha defensiva da equipa visitante, que podia ter resolvido a eliminatória a seu favor em dois ataques rápidos que puseram à prova os reflexos de David Raya entre os postes.

Seguiu-se a roleta dos penáltis. Bruno, com a braçadeira de capitão, fez questão de apontar o primeiro: assim se revela a fibra de um campeão. Marcou com o requinte que lhe conhecemos. Dando o mote aos colegas Diallo, Yoro, Lisandro Martínez e Zirkzee: nenhum falhou. Enquanto Bayindir voltava a brilhar, defendendo o pontapé de Havertz. 

Tarde de glória para a equipa agora comandada por Amorim: os red devils eliminavam o Arsenal na terceira ronda da Taça de Inglaterra. A "armada invencível" orientada por Arteta naufragava em casa, enquanto a estrelinha do português brilhava naquele empolgante fim de tarde londrino. As notícias sobre a agonia do United eram francamente exageradas.

3-4-3 em modo ziguezague

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Penso que ninguém terá dúvidas que um dos pilares do modelo de jogo de Rúben Amorim é a linha defensiva de três elementos comandada pelo elemento central, sempre muito coesa e alinhada para forçar o fora de jogo dos adversários.

Com a saída de Coates foi Diomande que quase sempre assumiu o lugar. Trata-se do defesa mais poderoso, mais forte no jogo aéreo defensivo, mais confiante, mais focado no jogo, naturalmente ainda com aspectos para melhorar. Vale 40M€ no TM, Inácio 45M€, Debast 22M€, Quaresma 14M€, Matheus Reis 8M€, St. Juste 8M€. Preços que me parecem correctos e que têm em conta as idades e os desempenhos.

Dado que no modelo de jogo de Amorim os alas são extremos adaptados que fazem todo o corredor, ele sempre procurou ter um mais defensivo e outro mais ofensivo, de forma a poder formar uma linha de 4 a defender sempre que necessário. Na época passada, as duplas eram Catamo/Matheus Reis e Esgaio/Nuno Santos. 

No Man.United ele chegou e rapidamente fez o mesmo. Neste último derbi com o Man.City o comandante foi Maguire, com De Ligt e Martinez de cada lado. Nas alas Dalot mais defensivo e Diallo mais ofensivo, acabando este por ser decisivo no jogo ao sofrer o penálti no primeiro golo e marcando o segundo.

 

No Sporting veio João Pereira e mudou para pior. Dois alas ofensivos bem avançados no campo, Catamo e Maxi, e o trio defensivo entregue a si próprio. 

Quando depois um dos defesas abandona a posição acontece isto. A linha recta transforma-se num ziguezague...

Assim, são já 12 golos os sofridos pelo Sporting em 6 jogos (6-0, 1-5, 0-1, 1-2, 1-2 e 3-2) com João Pereira. Média de dois por jogo.

SL

Parabéns, Ruben

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Acabas de vencer o maior rival da tua nova equipa, o Manchester United, na casa dele. O City voltou a enfrentar-te - e voltou a perder, com mês e meio de diferença.

A 5 de Novembro, ainda contigo ao leme, o Sporting goleou o City em Alvalade para a Liga dos Campeões: 4-1. 

Hoje o United saiu vitorioso perante o mesmo adversário para a Premier League: ganhou 2-1, virando a desvantagem que se mantinha até escassos minutos do fim. Com o nosso Bruno Fernandes a marcar o primeiro golo.

Outra humilhação para Pep Guardiola, que muitos ainda consideram o melhor treinador do mundo. Será mesmo?

Consulto a classificação do campeonato inglês e verifico que a tua equipa já subiu dois lugares desde que aí chegaste. Nada que me surpreenda, devo confessar.

Parabéns, Ruben.

E contudo, ele é humano

É inevitável continuar a falar do ex-treinador do nosso clube, Ruben Amorim.

Se a herança que deixou é pesada, eu diria leve, que deixar a equipa destacada no primeiro lugar da Liga, com dez pontos na Liga dos Campeões, nas meias da Taça da Liga e dentro da Taça de Portugal, se acarreta responsabilidade ao seu sucessor, também lhe deixa meio caminho andado para o sucesso, se a herança que deixou é pesada, dizia, a que recebeu não é melhor. Há até uma substancial diferença que paradoxalmente pode ser semelhante e passo a discorrer:

João Pereira herdou uma equipa a carburar com a precisa mistura de ar e combustível, ainda que o combustível seja um pouco (muito, para ser rigoroso) mais barato que o que Ruben Amorim encontrou em Manchester. Já o agora treinador dos "Red Devils", encontrou uma equipa com combustível a mais e ar a menos, daí demorar a sair fumo branco pelo escape.

Ontem assisti ao jogo entre o Arsenal, que nos "espetou" cinco sem resposta há pouco mais de uma semana e o Manchester United recheado de estrelas, a perder por 2-0 (que poderiam ser 3, ou 4, ou mais) e a levar "um baile de bola", com apenas dois remates enquadrados e desses um com "selo de golo" e apenas por volta dos 70'. Ou seja, a diferença de orçamento redundou num desempenho igual, a suposta superioridade individual foi semelhante, foi medíocre. E neste desempenho medíocre do MU vi várias coisas, algumas que me preocuparam e discorro de novo:

O sistema de jogo tão querido de Amorim começa a estar lá. Bruno Fernandes, p.e. até defende, coisa que raramente o via fazer até à chegada de Ruben, que eu acompanho com regularidade os jogos do MU; As dinâmicas de jogo começam a ser as que tinha no Sporting, a utilização de dois alas, etc. aquilo a que nos habituou, até aquela irritante troca de bola entre o GR e os defesas a "dois" metros da baliza. O que me preocupou foi o recuo de Bruno Fernandes, mais para 6, a defender e 8, a atacar e a falta de uma referência na frente de ataque. Perceberam já quem encaixa aqui na perfeição, certo? Isso, Pedro Gonçalves e Viktor Gyokeres.

Com o dinheiro que abunda por aquelas bandas, e a coisa por lá não é como por cá, a concorrência é grande e não se resume a três e mais um ou outro que de vez em quando manda um fogacho, temo que para fazer andar em ritmo de cruzeiro e a carburar bem esta equipa de Manchester, em Janeiro, se por cá a mistura de combustível se continuar a deteriorar, estas duas peças do tão bem oleado motor sportinguista nos sejam surripiadas em modo gangue dos catalizadores, que é como quem diz, quando dermos por ela, já o motor está completamente desiquilibrado e a emitir demasiado CO2 e a fazer mais barulho que a produzir força, isto é, a marcar golos, ou, parafraseando um ex-primeiro-ministro, a produzir "(isto é) só fumaça".

Resumindo: O jogo de ontem em Londres não foi muito diferente do jogo em Lisboa na semana passada, apenas o resultado foi diferente. Pontos a favor e contra em ambos: JP tinha a favor uma equipa rodada e a carburar na perfeição e contra, o poderio do adversário e a sua recente posse como mecânico-chefe; Deu barraca da grossa, principalmente porque resolveu inventar; RA tinha contra uma equipa ainda sem rotinas, em crise clara de identidade, com cada peça a trabalhar por si, desiquilibrada, que minimamente conseguiu pôr a jogar, mas que evidenciou que lhe falta a necessária rodagem, para seguir sem percalços na prova. Contra ambos estava a equipa que melhor está neste momento na liga inglesa e isso não é de menosprezar.

A pergunta-chave é: Isto é mais difícil para quem? Para Ruben, ou para João? Eu direi que para João, porque me parece menos preparado, o que é normal, começou mais tarde na função e herdou uma equipa que estava bem, mas que era a imagem de "outro" e está a ser difícil entender-se com os jogadores e os jogadores com ele. Seria avisado, uma vez que praticamente não há tempo para treinos profundos, continuar como estava, que no futebol há frases sábias como a que diz que "em equipa que ganha não se mexe" e depois, na pré-época, com os que ficassem e outros que indicasse para vir, começar a dar o seu cunho pessoal à equipa. O Ruben tem que fazer o contrário, tem que devolver ao jogo uma equipa animica, técnica e tacticamente destroçada e para alguém que entende tão bem o jogo, se tiver o condão de agarrar o balneário como teve no Sporting, mais cedo do que tarde as coisas melhorarão e o MU voltará à tona e a discutir títulos.

No entanto, como o que me interessa é o futuro do Sporting, o que eu queria era que o MU já estivesse a 100%, a "TOP" como dizem nuestros hermanos, para não se lhes meter na idéia de virem cá buscar já em Janeiro duas ou três das nossas peças fundamentais. É que um motor pode funcionar sem um ou dois segmentos, gasta um pouco mais de óleo e perde compressão e força, mas sem piston e cambota é que não funciona mesmo.

Ah! O título do post. É que Amorim também perde, é um mortal como João Pereira.

O "meu" novo clube inglês

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Muitos de nós "tivemos" ou "temos" clubes ingleses.

Confesso que até hoje só torci por um, que até veste de azul: o Chelsea, quando era treinado por José Mourinho e apresentava vários portugueses no plantel.

Compensou: naquelas cinco épocas, o clube londrino venceu três vezes a Premier League, uma Taça de Inglaterra e três taças da Liga. Mourinho pôs fim a meio século de jejum do principal título no Chelsea. E fez mais: estabeleceu novo recorde absoluto de pontos alcançados no campeonato inglês (95, na época 2004/2005) e o menor número de golos sofridos (apenas 15, na mesma época). Bateu outro máximo ao disputar 64 jogos seguidos em casa sem derrotas - superando a proeza do Liverpool no período 1978-1981.

A partir de agora, o meu clube inglês passa a ser o Manchester United. Nem preciso de explicar porquê.

E vocês? Quais são (ou foram) os emblemas de que mais gostam no futebol em Inglaterra?

Obrigado, Rúben

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Contigo ainda ao leme, o Sporting vulgarizou e derrubou o Manchester City, tetracampeão inglês, campeão europeu em 2023, talvez a melhor equipa do mundo. Na Liga dos Campeões.

Uma das nossas mais épicas jornadas europeias de sempre.

Chegaste a Alvalade e não tardaste a somar vitórias. Sais quase cinco anos depois com a aura de triunfador ainda mais reforçada. Dando novo valor e novo significado a uma das palavras mais detestadas em Portugal: meritocracia.

Mereces toda a sorte do mundo. E novos triunfos no teu currículo - a partir de segunda-feira no Manchester United, histórico rival do City.

Como vai ser logo?

 

Atrevam-se a dar palpites sobre o desafio do Sporting, logo à noite, na Liga dos Campeões 2024/2025. Contra o Manchester City, tetracampeão inglês, em Alvalade.

 

ADENDA:

Parabéns aos leitores Blackrock Lion, Carlos Silva, Leoa 6000 e Maximilien Robespierre, bem como ao meu amigo José da Xã - todos vencedores do repto que aqui lancei antes do Sturm Graz-Sporting. 

As 5 fases do luto

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Da página do modelo na Wikipedia.

Segundo o modelo de Kübler-Ross, aqueles que experimentam um sentimento de perda imensa depois dum evento traumático passam por 5 fases emocionais, descritas como recusa, raiva, negociação, depressão e aceitação. O percurso pode ser progressivo ou com recuos e avanços ao longo do tempo. No final teremos uma nova vida ou uma crise sem fim.

Trata-se dum modelo que surgiu na área da medicina, mas que foi já utilizado noutros domínios, por exemplo na gestão dos recursos humanos, como nos processos de despedimento massivo. Penso que houve um em França que correu muito mal há uns anos, suicídios incluídos.

Para não irmos para outras situações (por exemplo para as cheias de Valência), imaginem que destroem o vosso muito estimado automóvel topo de alguma gama amanhã num acidente algures. 

Numa primeira fase não acreditamos no que aconteceu. Não pode ser. Não estou a ver bem. Não é possível.

Na segunda vem a raiva. Porquê eu? Que mal fiz eu? Quem foi o culpado? Quem foram os malditos? Qual foi a conspiração?

Na terceira vem a negociação. Bom, foi apenas o carro. Não sofri nada. O outro teve tanta culpa quanto eu, a estrada também. Até tenho seguro contra todos os riscos.  Com o que me dão posso comprar outro. Até lá, tenho o carro do seguro. 

Na quarta vem a depressão. Não me apetece sair. Não me apetece conduzir. Tenho medo dos carros. Não quero saber de carros, vou andar de transportes públicos.

Na quinta vem a aceitação. Acidentes todos têm. Já comprei carro novo. Até é melhor que o outro, mais seguro também.

 

Isto tudo para falar da saída de Amorim neste momento da época, com a equipa invicta na Liga e no andar de cima da Champions. Um tremendo choque para todos.

Para mim também. Tenho sido um feroz apoiante dele desde o primeiro dia, aquele da manifestação anti-Varandas nas portas de Alvalade e duma vitória frente ao Desp. Aves, estranha pelas expulsões mas com alguns sinais prometedores. Um tremendo choque.

E como estou eu no meu ciclo de luto?

Bom, pela primeira fase passei num minuto. Dúvida nenhuma que uma proposta do gigante Man. United neste momento era irrecusável. Que ele lá iria estar desse por onde desse.

Pela segunda demorei mais. Vieram à baila o bicampeonato, as abordagens aos jogadores, o compromisso de todos, e... o abandono. Ou mesmo a traição.

Depois veio a terceira, essa também pouco demorou. O Sporting de Amorim, o Sporting sem Amorim, o Sporting que Amorim encontrou quando chegou, o Sporting que Amorim deixa quando sair, o trajecto de João Pereira, o capitão Hjulmand, o espírito de equipa, o ADN de leão, enfim, muita coisa. 

Mas veio depois a depressão. Mas e agora? Sem ele como vai ser? Lixámos o campeonato, vamos cair a pique, os lampiões e os morcões já estão em fase crescente, agora que o Vieira derrete o "principezinho" e o Pinto da Costa com a mão no caixão dá cabo do fidalgo Villas-Boas e o Conceição do "traidor" Bruno é o carma, é a sina do Sporting, o clube do quase. Sempre há qualquer coisa quando está tudo a correr bem. Não ir a Alvalade. Não ver na TV. O quê??? Impossível.

 

Mas logo depois veio a aceitação. Obrigado por tudo, Amorim, e passa bem que nós também. Não penses que sais a fugir rumo a Tires apanhar o jacto. És um profissional e um homem quer queiras quer não. Ganhas os dois jogos da Liga, passas a pasta ao João Pereira, até porque não vais deixar ninguem que o faça, e depois vais à tua vida. Com grande aplauso pelo teu trabalho mas sem homenagens "póstumas" porque, independentemente de tudo o resto, a última palavra para a saída foi tua e sabes bem o rombo que causaste no projecto do bicampeonato.

E pronto. Este é o meu percurso no ciclo de luto. 

Cada Sportinguista terá o seu.

Mas não queiramos ser como as almas-penadas brunistas da tasca que ainda vivem na raiva pela queda do querido lider. 

SL

Sobre Ruben Amorim

Independentemente da decisão que Rúben Amorim venha a tomar - ficarei contente se ficar, respeitarei se sair - há aqui uma questão acima disto tudo que não se percebe como é que não é regulada pela FIFA/UEFA.

Só há dois períodos de transferências para jogadores numa época, que na Europa é o período de Verão e depois o mês de Janeiro. E muito bem, senão o mundo do futebol era uma selva, por exemplo o Sporting estava em risco constante de um clube rico vir cá e levar jogadores importantes de um dia para o outro, o que causava um efeito dominó, porque depois o Sporting iria a outros clubes buscar jogadores para suprir essas saídas.

Se a saída de um jogador importante causa transtorno a um clube, imagine-se então este caso do Rúben Amorim, em que um clube rico irresponsável com muito dinheiro para derreter pode cá vir a qualquer altura do ano, bater a cláusula e deixar o Sporting sem treinador, literalmente de um dia para o outro.

Ou seja, parece-me evidente que também devia haver restrições ao período de transferência de treinadores e elementos da equipa técnica, semelhante às dos jogadores.

Se o Man. United quisesse contratar alguém, que fosse ver na lista de treinadores desempregados, que deve ter bastantes opções, em vez de vir atrás do treinador da moda.

E se corre bem?

Provavelmente o jogo de ontem terá sido o último de Rúben Amorim ao comando da equipa de futebol do Sporting.

Sendo assim, foram quatro anos e meio dum trabalho de excelência a todos os níveis, nos títulos alcançados, na qualidade de jogo obtida, na valorização dos jogadores, na capacidade de liderança, enfim, em tudo mesmo.

De longe (de muito longe) o melhor treinador que passou pelo Sporting na minha existência como adepto de bancada. Transformou completamente o que era o futebol do Sporting, colocou-o ao nível que as classificações actuais da Liga e da Champions demonstram.

Essa mesma excelência está na origem da saída. Um dos maiores clubes do mundo, da pátria do futebol, com uma história incrível, uma base de adeptos fiel e apaixonada e uma capacidade financeira tremenda, aposta nele agora e já, para fazer o mesmo no Man.United que fez no Sporting. Com a ajuda do Bruno Fernandes e do Ugarte, mais o Dalot e o Lindeloff (terá sido ainda seu jogador enquanto júnior?) não tenho a menor dúvida de que o vai conseguir. Aceitam-se apostas sobre o número de jogos que fará até o seu nome ser cantado nas bancadas de Old Trafford.

Como não tenho a menor dúvida que não é desta forma que Rúben Amorim deveria sair do Sporting, deixando tristes e "descalços" jogadores, sócios e adeptos, a começar por aqueles que ontem, como eu, o aplaudiram ontem em Alvalade. Ele tem consciência disso, a conferência de imprensa de ontem demonstrou o seu incómodo, que terá sido agravado pela reacção negativa do plantel. De qualquer forma o aplauso ficará, um aplauso de reconhecimento e gratidão, mas a estátua não existirá. Essa fica para o Manuel Fernandes.

O Sporting Clube de Portugal está acima de qualquer treinador que o sirva. E a SAD estava a preparar-se para o dia de saída de Rúben Amorim.

João Pereira está há três anos a ser formado para o efeito, nos cursos de treinador e na prática das equipas sub23 e B. Todos conhecem o que foi como jogador, formado no Benfica, passou como sénior também por Gil Vicente, Braga, Sporting, Valência, Hannover e Trabzonspor, mas muito poucos o conhecem como treinador, desde logo porque não pode assumir o lugar de treinador principal. Muita coisa em comum com Rúben Amorim enquanto jogador: partilharam balneário e tiveram por vezes os mesmos treinadores, passaram pelas selecções jovens, foram internacionais A.

A informação que tenho é de alguém com uma postura cordata, diferente daquele jogador que recordamos e muito bem aceite pelos jogadores, mas pouco mais.

No fundo, João Pereira é alguém que nasceu Sportinguista. Olho para ele não como um Silas mas como um misto de Paulo Bento e de Rúben Amorim, discípulo de Amorim em termos do modelo de jogo. É uma aposta pessoal de alto risco do presidente Frederico Varandas, como foi a do próprio Rúben Amorim.

Desde vez não teve de ir a Braga aturar o "trolha" e não tem de gramar com a conversa do IVA.

E se corre bem?

SL

Cristiano Ronaldo: sim ou não?

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É agora evidente que Cristiano Ronaldo deixou de contar para o Manchester United. Está desde ontem a treinar à parte e já se sabe que não será convocado para o próximo desafio, contra o Chelsea.

Chegou a altura de perguntar ainda com mais insistência aos nossos leitores: o Sporting - carente de golos como anda - deve aproveitar esta conjuntura para trazer de volta o mais célebre de todos os jogadores que formámos?

Amorim: ficar ou partir?

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Alguns meios de comunicação social - os do costume - desataram ontem a dar quase como certa a saída de Rúben Amorim do Sporting. Confundindo os desejos com a realidade. Apontam o Manchester United como o novo clube do nosso treinador, agora que Ole Gunnar Solskjær foi afastado do comando dos Red Devils. 

Consultando há pouco a imprensa britânica, verifico que os candidatos mais prováveis ao lugar deixado vago pelo norueguês são Mauricio Pochettino, Zinedine Zidane, Luis Enrique, Erick ten Hag e Brendan Rodgers. Não necessariamente por esta ordem. 

O que não deixa de ser lisonjeiro para Amorim: pelos vistos alguns por aí já o comparam com os técnicos do PSG, do Ajax e do Leicester, além do ex-treinador do Real Madrid e do actual seleccionador espanhol.

Deixemo-los especular à vontade: é bom sinal. E façamos tudo para que Rúben permaneça em Alvalade, onde está vinculado por uma cláusula de 30 milhões de euros. Aliás ele próprio disse, apenas há cinco dias, que tenciona ficar «muito tempo» connosco. É uma excelente notícia - esta sim, confirmada por fontes idóneas. 

Sintam-se os caros leitores à vontade para se pronunciarem sobre o tema.

Mais dez

Bruno Fernandes contribuiu - e de que maneira - para a qualificação do Manchester United, que vai disputar a próxima Liga dos Campeões.

Isto significa, nos termos do contrato estabelecido em Janeiro entre os dois clubes para a transferência do craque português, que o Sporting receberá mais dez milhões de euros. Cinco milhões desta qualificação somados ao 20.º jogo entretanto cumprido pelo jogador com a camisola do United.

Enfim, uma boa notícia: Bruno já tão longe e ainda a facturar.

{ Blogue fundado em 2012. }

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