Depois da nossa primeira vitória simbólica em Londres, ocorrida em 2023 quando ali eliminámos nos penáltis o Arsenal na Liga Europa, uma goleada ao Manchester City para a Liga dos Campeões. Aconteceu a 5 de Novembro, na despedida de Ruben Amorim de Alvalade. O treinador que nos levou à conquista de dois campeonatos nacionais não poderia ter desejado melhor final para o seu percuso de quase cinco anos no Sporting.
Foi um desafio épico e comovente, com as emoções sempre à flor da pele. Um desafio que deu pleno significado ao lema celebrizado pelo fundador do nosso clube: ser «tão grande como os maiores da Europa».
Recebemos, vulgarizámos e derrotámos sem discussão o teatracampeão inglês, orientado por Pep Guardiola, que muitos consideram o melhor treinador do mundo. E com um plantel recheado de estrelas: Haaland, Foden, Ederson, Savinho, Akanji, Kovacic, Bernardo Silva, Gundogan, De Bruyne...
Até nem começou nada bem: sofremos um golo, por Foden, logo aos 4'. Mas soubemos dar a volta. Demonstrando brio, personalidade, carácter, irreprimível vontade de vencer.
Gyökeres brilhou, confirmando que é hoje um dos maiores pontas-de-lança do futebol europeu. Exibição superlativa do internacional sueco (três golos, aos 38', 49' e 80', estes dois de penálti). Mas também de Pedro Gonçalves (extraordinário, o passe para golo no primeiro de Gyökeres). Destaque também para Israel (impediu três golos, um dos quais de Haaland) e Maxi Araújo (em estreia como artilheiro na Champions, aos 46 segundos da segunda parte, num lance colectivo que merece figurar na antologia dos melhores de sempre do historial leonino). Sem esquecer Diomande, Quenda e Trincão.
Matheus Nunes regressou fugazmente a uma casa onde já foi feliz, desta vez como ala esquerdo do City. Esteve apagado, mas certamente gostou dos aplausos que lhe tributaram nas bancadas de Alvalade. Em noite de simbiose perfeita entre público e equipa. No final, os jogadores formaram um corredor de honra ao técnico que tão bem serviu o Sporting e levantaram-no ao ar, em clima de euforia, numa das mais inesquecíveis manifestações de júbilo que conhecemos no nosso estádio.
Naquela noite gloriosa fechámos a primeira metade da jornada da Champions 2024/2025 no segundo lugar da classificação, com 10 pontos, a par do Mónaco, terceiro, e só atrás do Liverpool, que comandava com 12 pontos. Entre 36 equipas.
Dava-nos toda a esperança de apuramento para a fase seguinte da competição, com jogos a eliminar. Infelizmente, depois seguiram-se duas derrotas - já com Amorim longe, a treinar o Manchester United. Mas isso é outra história, bem diferente desta.
Rúben Amorim: despedida inesquecível de Alvalade com goleada ao City de Guardiola
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Gostei muito do jogo épico do Sporting na passada terça-feira, em Alvalade, contra o Manchester City, que muitos consideram a melhor equipa do mundo, treinada por aquele que também costuma ser apontado como o melhor treinador actual do planeta futebol: o catalão Pep Guardiola. Vencemos por 4-1 (com 1-1 ao intervalo) após uma segunda parte em que o onze leonino se comportou como autêntico rolo compressor, neutralizando uma equipa recheada de estrelas: Haaland, Foden, Ederson, Savinho, Akanji, Kovacic, Bernardo Silva, Gundogan e De Bruyne. Exibições superlativas de Gyökeres (três golos, aos 38', 49' e 80', estes dois de penálti), de Pedro Gonçalves (extraordinário, o passe para golo no primeiro do craque sueco), de Israel (não evitou o golo de Foden aos 4', mas impediu três outros, um dos quais de Haaland) e de Maxi Araújo (em estreia como artilheiro na Champions, aos 46 segundos da segunda parte, num lance colectivo que merece figurar na antologia dos melhores de sempre do historial leonino), sem esquecer Diomande, Quenda e Trincão.
Gostei da simbiose total entre adeptos e equipa - incluindo equipa técnica, neste desafio contra o tetracampeão inglês que marcou a despedida de Rúben Amorim do José Alvalade após 1703 dias no Sporting antes de se tornar treinador do United, onde inicia funções na próxima segunda-feira. Gostei do regresso de Matheus Nunes - como ala esquerdo - ao nosso estádio, onde foi brindado com fortes aplausos apesar de vir como adversário. Gostei da celebração final, com os jogadores a formarem um corredor de honra ao técnico que tão bem serviu o Sporting durante quase cinco anos e levantarem-no ao ar, em clima de euforia, numa das mais belas noites de glória que conhecemos no nosso estádio. Fechamos a primeira metade da jornada da Champions 2024/2025 no segundo lugar da classificação, com 10 pontos, a par do Mónaco, terceiro, e só atrás do Liverpool, que comanda com 12 pontos. Entre 36 equipas.
Gostei pouco de me lembrar que já restam poucos heróis de outro dia épico na história do Sporting: aquele 18 de Março de 1964, em que derrotámos por 5-0 o Manchester United cheio de génios da bola como o inglês Bobby Charlton (futuro campeão do mundo em 1966), o escocês Denis Law e o irlandês George Best. Goleada alcançada na segunda mãos dos quartos-de-final da Taça dos Vencedores das Taças que viríamos a conquistar dois meses depois. Após os recentes falecimentos de Carvalho e Alexandre Baptista, sobrevivem Pedro Gomes, José Carlos, Hilário e Figueiredo.
Não gostei de lembrar um dos nossos, que só por manifesto infortúnio não estava ali, defrontando o campeão europeu de 2023: Nuno Santos, que rompeu pela terceira vez os ligamentos do joelho direito, tendo a época acabado para ele a 27 de Outubro em Famalicão. Mas foi bem substituído por Maxi no difícil confronto com Savinho, o melhor elemento deste City que nos visitou.
Não gostei nada, uma vez mais, do péssimo hábito de alguns idiotas, que teimam em assobiar o hino da Champions no nosso estádio. Como se preferissem disputar outra prova, muito inferior, como a Liga Europa (onde estão FC Porto e Braga) ou a Liga da Conferência (palco do V. Guimarães, que ali está a ser bem-sucedido). Quando é que estes imbecis se deixam de comportar como adeptos de equipa pequena e enfiam os assobios no lugar mais recôndito que tiverem?
Atento o título acima, os meus caros poderiam pensar que me estou a referir ao melhor treinador de que tenho memória que passou pelo Sporting, Ruben Amorim, que revolucionou e acordou um gigante adormecido, devolvendo-nos o orgulho de fazermos parte desta grande família sportinguista. Para ser justo, um laivo deste despertar tinha já acontecido com outro treinador, Jorge Jesus, a quem a pecha de não ter sido vencedor retirou alguma luz ao futebol também entusiasmante que a equipa chegou a praticar e tendo conquistado até à altura o maior número de pontos na prova raínha. Outros valores (ou a falta deles) concorreram para que não ficasse na história do clube como um treinador ganhador. Ainda assim, nada comparado e a anos-luz do brilho que hoje o futebol que se pratica, irradia.
Passado o intróito e descodificando o título, o que quero dizer é que até quase ao final da primeira parte do jogo de ontem que os rapazes brilhantemente venceram, quando o inevitável Gyokeres empatou a partida, a nossa equipa deu uma de Casa Pia para pior, já que defendeu não com duas linhas de cinco, mas com um 6X4, que até chegou a ser 7X3 e ao contrário dos Gansos, não ficaram bem fechadinhos lá atrás, mas foram dando abébia atrás de abébia, que felizmente o nosso redes, o melhor em campo na primeira parte, foi defendendo como pôde, algumas vezes de forma brilhante. Era a fase autocarro a que não estamos habituados ver o Sporting praticar e como não é hábito, não saiu tão bem como com os Casa Pias do nosso campeonato.
Mas eis que um puto faz um passe (assistência é modernice) magistral e o tanque sueco a mete lá dentro com um remate soberbo e parece que as amarras, como que por obra e graça dos deuses da bola, se quebraram colocando em campo outra equipa.
E veio o intervalo e no reatamento, em pouco mais de cinco minutos aquela equipa à rasquinha a defender e amorfa a atacar, metamorfoseou-se e "de rajada" meteu duas batatas lá dentro, a primeira por Maxi e a segunda num "petardo" da marca de grande penalidade, a castigar uma falta clara sobre Trincão, que de ausente em parte incerta na primeira parte, apareceu em pleno na segunda. Tal como Pedro Gonçalves, uma inutilidade que fez dois passes soberbos, um deles para o segundo golo que é de se lhe tirar o chapéu. Quando estas unidades aparecem e se libertam, o cheirinho a bom futebol é logo outro e a equipa chegou a ser brilhante nalguns momentos.
O futebol é assim, por isso é tão entusiasmante. De uma derrota anunciada que até poderia ter acontecido e por números complicados, os jogadores souberam manter a calma e responder ao golo sofrido não com o descalabro, mas com vontade de vencer. Comparando com aquele jogo em que levámos cinco do mesmo City, eu diria que a diferença foi uma grande exibição de Israel, a existência de Gyokeres e Quenda e as enormes exibições na segunda parte de Pote e Trincão. E uma pontinha de sorte, que também faz parte, como disse o ainda nosso treinador.
Fomos "ambos os dois", clube e treinador, do Casa Pia até ao Olimpo em situações diferentes. Que por lá fiquemos durante muito tempo.
Noite histórica ontem em Alvalade que vai ficar gravada a ouro na história do clube e na memória de sócios e adeptos. A maior vitória frente a um grande europeu nos últimos 60 anos.
A 18 de Março de 1964, o Sporting goleou o Manchester United de Bobby Charlton, Dennis Law e George Best, por 5-0, na segunda mão dos quartos-de-final da Taça dos Vencedores das Taças que viria a ganhar.
A 5 de Novembro de 2024, o Sporting goleou o Manchester City de Guardiola, Haaland, Foden, Bernardo Silva e Matheus Nunes por 4-1 na primeira fase da Liga dos Campeões.
Um feito só possível pela extraordinária capacidade duns jogadores, duma equipa, dum capitão, dum treinador, dum director desportivo e dum presidente que conseguiram, todos a remar para o mesmo lado, sem protagonismos descabidos, um feito inimaginável, seis anos depois do dia mais negro da história do Sporting, o dia do assalto a Alcochete.
Foi um jogo que não começou nada bem. O Man.City caiu em cima, destruiu a saída a jogar, provocou erros sucessivos junto à nossa baliza, marcaram um e falharam dois ou três. Pelo meio, uma perdida escandalosa de Gyökeres que, se fosse o Paulinho, logo diriam o pior.
O "tiki-taka" de Guardiola versão City foi nessa fase um regalo de ver, um bailado junto à nossa área com os jogadores sempre em movimento e a encontrar espaços de penetração.
Previa-se o pior em Alvalade. Mas, já quase no intervalo, num lance de laboratório, Quenda inflectiu no terreno e lançou com o pé de dentro Gyökeres, que se redimiu do falhanço anterior. O City abanou e logo a seguir Trincão falhou uma grande oportunidade.
De qualquer forma, o 1-1 ao intervalo não correspondia ao que tinha sido o jogo. O Man.City merecia estar em vantagem.
O jogo recomeçou e o Sporting marcou de rajada dois golos. O primeiro num lance colectivo de excelência logo na saída de bola, com Maxi e Pedro Gonçalves numa combinação perfeita e remate "à matador" do uruguaio do mate. O segundo em mais uma arrancada de Trincão, travado em falta já na grande área.
Com dois murros o City foi ao tapete, incrédulo com o que tinha acontecido, incapaz de reagir. O "tiki-taka" já não era o da 1.ª parte, falhavam os passes de penetração, não conseguiam recuperar no imediato a bola, sujeitavam-se aos contra-ataques do Sporting. Ainda tiveram um VAR que descobriu um penálti mais que discutível, um remate próximo de baixo para cima que parece resvalar no corpo e vai ao braço. Se calhar o melhor é cortar os braços ao Diomande, estão lá a fazer o quê ? Mas a verdade desportiva foi reposta pela trave.
E o City ainda mais se afundou. Rúben Amorim refrescou a equipa com três substituições, o lado esquerdo defensivo por onde o City canalizava muito jogo deixou de preocupar, no seguimento dum canto Catamo fez uma maldade e Matheus Nunes mais uma vez demonstrou que o lugar dele não é ali, recordo-me da tentativa falhada de Amorim ao colocá-lo a ala direito por ausência de Porro no primeiro ano.
Assim chegámos ao 4-1 com oportunidades para mais um ou dois, como por exemplo naquele outro falhanço de Gyökeres frente ao guarda-redes adversário.
E foi a festa em Alvalade, a comunhão com os jogadores, a volta de honra, o cântico "Eu fui a Braga..." cantado a plenos pulmões, Amorim lançado ao ar, toda a sua equipa a passar pelo "túnel". E, claro, já todos temos as maiores saudades e ele ainda não saiu, ainda tem de ir a Braga ganhar.
Melhor em campo: Gyökeres. Além do "hat-trick", intervenções decisivas a defender nas bolas paradas, uma sobre a linha que evitou um golo adversário. Depois dele todos os outros, a começar por Maxi Araújo.
Arbitragem: Forçado pelo VAR a marcar aquilo que não considerou ao vivo.
E agora? Braga, outro jogo muito difícil na corrida para o Marquês.
Uma palavra final sobre Frederico Varandas. Se a contratação de Rúben Amorim foi um golpe de génio, a gestão da sua saída foi de grande estadista, a recusa da saída imediata, a promoção do capitão Hjulmand como garante da continuidade, a conferência de imprensa conjunta, a homenagem em Alvalade antes do jogo que poderia ter um resultado humilhante, enfim, estamos muito bem entregues.
Hugo Viana está de saída para o Man.City, Rúben Amorim para o Man.United, alguns jogadores no final da época ou mesmo antes sairão também, mas o Sporting Clube de Portugal através do seu futebol nunca antes teve a exposição mundial deste momento, nunca antes esteve tão próximo da visão do fundador formulada em 8 de Maio de 1906: "Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande quanto os maiores da Europa."
PS: Os 5-0 ao Man.United passaram-me ao lado, mas estive em Alvalade nos 7-1 ao Benfica e agora nos 4-1 ao Man.City. Também vi a cores e ao vivo o grande Héctor "Chirola" Yazalde, e vejo agora o tremendo Viktor Gyökeres. Não me posso queixar.
O cão de Bernardo chama-se Charles como o Rei do Reino Unido.
Ao "capitão" do Manchester City, que Guardiola teve de substituir, obrigando-o a entregar a braçadeira, por indecência e má figura, ao "enganar" o árbitro levando-o a marcar um "penalty" inexistente, nem sei o que lhe chamar.
Merdinhas?
Enfim, fim do jogo. Sporting Clube de Portugal 4 - Bernardo Silva 1.
(Alvalade, uma tarde desta semana. O que isto era, o que isto já é, o que isto pode vir a ser...)
Há seis anos o futebol do Sporting Clube de Portugal era falado pelo mundo fora pelos piores motivos possíveis. Um assalto à academia, agressões a jogadores, o "bom gigante" Bas Dost com um enorme penso na cabeça na enfermaria, o presidente acossado em pleno ataque de nervos. Todos queriam saber que raio de "far-west" era aquele na Europa civilizada.
Agora é falado pelos melhores. Um dos mais poderosos clubes de futebol do mundo, controlado por uma monarquia árabe, com ambições globais através do City Football Group, escolheu para sucessor do seu director desportivo catalão, ex-colega no Barcelona do melhor treinador do mundo, o director desportivo do Sporting Clube de Portugal.
Todos querem perceber porquê, e na explicação em todas as línguas do mundo vem todo o sucesso do "Sporting Lisbon" (como diz o New York Times) nas últimas temporadas. As compras e vendas, os encaixes financeiros, a academia Cristiano Ronaldo, o treinador Rúben Amorim, e os diversos craques do Sporting que podem ainda mais enriquecer o plantel do Manchester City.
Dificilmente o Sporting poderia ter melhor publicidade do que esta, num momento em que está disponível para vender uma participação minoritária na SAD, promove em Alcochete encontros de responsáveis da formação dos melhores clubes europeus, tem um projecto de transformação do estádio alinhado com os melhores, as duas equipas do clube estão bem posicionadas para passar à fase a eliminar da Champions / Youth League.
Enquanto no Ethiad Stadium apenas existem General Admission Tickets, Season Tickets, Premium Seating e Hospitality Packages, que incluem o acesso a lounges e a "complimentary food and/or drinks" nós vamos ter Emerald, Platinum, Gold e Silver, com variantes Plus e Premium, e ainda mais bares e lounges. Se calhar o próximo a ir para o City não vai ser Rúben Amorim, mas André Bernardo, com os seus "pichts" e "power points", para ajudar a fazer o City 3.0.
E assim, num momento em que os dois rivais estão acossados com problemas que vão demorar muito tempo a resolver, processos judiciais, danos reputacionais, acusações mútuas entre os actuais e antigos dirigentes, claques em guerra civil, o Sporting segue tranquilo e unido rumo ao futuro.
O tal futuro sonhado pelo fundador: “Queremos que o Sporting seja um grande clube, tão grande quanto os maiores da Europa”.
Oxalá (do árabeInsha'Allah).
PS: Comentários do habitual cardume de sardinhas seguem directamente para adubo.
Vai circulando com insistência a informação de que Hugo Viana - pedra angular do futebol leonino - estará de saída para assumir a direcção do futebol do Manchester City, substituindo Txiki Begiristain. O mesmo cargo que desempenha desde 2018 em Alvalade.
A confirmar-se, será talvez óptimo para ele, mas péssima notícia para o Sporting. Apetece pedir-lhe que fique por cá mais uns tempos.
Os jogadores (e a maltinha dirigente, claro) têm muita culpa no que chamamos de 'futebol português'. Quase sempre os árbitros são enganados e comidos pela lógica trapaceira dos que estam em campo e por isso, quase sempre os árbitros agem por hábito e tradição.
Ontem, claro que Diomande é bem expulso, À LUZ DOS HÁBITOS da bola lusitana.
Quando dois jogadores se empurram, é sempre amarelo para ambos, como se fossem crianças, PORQUE É ESSA A TRADIÇÃO. Os jogadores têm de tomar juízo ou ser mais bem treinados, para não fazerem esse tipo de fita.
Quando se vê um cotovelo no ar (ou uma mão na cara) e o de trás ESTREBUCHA E REBOLA, é SEMPRE amarelo, porque é esse o hábito. Os jogadores têm de ser educados para manterem os braços em baixo.
Como é sempre amarelo quando um idiota rebola no chão porque parece ter sido pisado (o amarelo a Edwards). Como é sempre amarelo quando um jogador entra com 'fisicalidade' e o que tem a bola estrebucha e desata a ganir. Que pode um árbitro fazer, se o público assobia e os bancos se levantam? Como é que se acalma a malta? Com amarelo, pois claro...
(O VAR não pode falar em amarelos mal dados, como sabemos)
Como NUNCA É PENALTY quando o guarda-redes se sai à Tarzan. Em Portugal, na pequena área, os Guarda-Redes até podem montar uma banca de queijadas de Sintra que será sempre falta do atacante...
A arbitragem é sobretudo vítima destas tradições ou hábitos. Um árbitro que vá contra a corrente não chega a internacional e porquanto não chegam à dinheirama que se ganha a apitar jogos europeus.
Duvido que se consiga mudar isto, somos um povo que gosta pouco de instituições fortes, regras e justiça independente (não há outra, mas vocês sabem do que estou a falar...).
p.s. No Arsenal-City, assistimos ao exagero em sentido contrário. Kovacic devia ter sido expulso umas dez vezes. Mas eu preferiria um futebol assim, rijo (sem lesões para os jogadores, claro).
Péssimo cartaz para o futebol, a final da Liga dos Campeões entre Manchester City e Inter - ganha pelo clube inglês por margem tangencial (1-0). Num jogo chato, monótono, sem chama, sem emoção, sem risco.
O milionário City de Guardiola financiado por petrodólares conseguiu enfim ingressar na lista de vencedores da prova-rainha da modalidade. Quanto à qualidade do espectáculo, esteve ao nível de uma partida entre equipas do meio da tabela da Liga portuguesa.
O Sporting jogou bem melhor em três jogos desta época europeia do que qualquer dos finalistas de ontem.
A magia do futebol pairou na espectacular meia-final da Liga dos Campeões hoje disputada no Santiago Bernabéu. O Manchester City entrou em campo com vantagem - e algo sobranceiro - após ter vencido 4-3 na primeira mão. Aumentou a confiança - e ganhou um toque adicional de arrogância - quando se adiantou no marcador, aos 73', com golo de Mahrez, com assistência de Bernardo Silva.
O Real só fez o primeiro remate enquadrado aos 90', já em desespero, com os de Manchester prontos a celebrar a passagem à final. Foi golo, marcado por Rodrygo. Que bisou no minuto seguinte, já no tempo extra, igualando a eliminatória.
Tudo teria sido bem diferente se Grealish, entrando pelo lado direito da defesa espanhola como faca em manteiga, não tivesse desperdiçado duas soberanas oportunidades de marcar, aos 82' e aos 83'. Numa delas Mendy tirou a bola quase em cima da linha de golo, a outra foi impedida por Courtois, em defesa por instinto com o pé.
Seguiu-se o electrizante prolongamento: Benzema ampliou a vantagem, de grande penalidade. Assim selou o resultado e colocou os merengues na final da Champions contra o Liverpool, a 28 de Maio, em Paris. Um embate que vai ser tira-teimas, pondo em confronto o futebol inglês com o espanhol.
E renovando o interesse por esta modalidade que apaixona o mundo.
Viu-se no sábado o City a pôr o United fora de órbita. Fernandes, Pogba, Telles e companhia terão visto a bola sempre a passar lá longe, sobretudo na segunda parte. O resultado foi mentiroso, pois mais realista teriam sido aí uns 8-0 dos que os 4-1 finais.
Augurava-se, portanto, um massacre para quarta-feira, mas ambas as equipas, com a eliminatória fechada, resolveram tacitamente converter o desafio num jogo de treino. Viu-se assim um City a gasóleo que ainda assim, dada a diferença orçamental do plantel, não deixaria de apoquentar com severidade um Sporting turbo. E viu-se um Sporting que soube no empate ganhar três coisas.
A primeira foi a resiliência de uma defesa enquanto rochedo vergastado por sucessivas ondas de ataque. A segunda foi um Edwards bem mais interessante e descontraído do que o Edwards de dias antes contra o Porto, deixando no ar a expectativa de que quem foi capaz de se afirmar tanto em tão pouco tempo ainda terá mais para oferecer. A terceira foi a estreia de mais um chaval da academia, um imberbe Rodrigo Ribeiro que disse olá ao mundo e do pouco tempo que teve mostrou, pelo menos, que sabia o que fazer.
A brincar a brincar nesta época o Sporting já confirmou a maturidade de Matheus Nunes e Gonçalo Inácio que há um ano eram apenas debutantes, está a fazer de Porro um craque de craveira internacional (Guardiola a meter conversa com ele no final do jogo...) e de Ugarte uma certeza, lançou o "monstro Essugo" que promete mundos e fundos do alto dos seus 16 anitos e agora este RR.
Gostei muito da vibrante atmosfera nas bancadas do estádio do Manchester City, onde alguns milhares de adeptos leoninos nunca deixaram de puxar pela nossa equipa. Um exemplo do que deve ser uma verdadeira claque - neste caso alargada praticamente a todos os portugueses ali presentes. Que motivaram e galvanizaram a nossa equipa neste que foi o nosso melhor resultado de sempre na Liga dos Campeões. Empatámos lá, sem golos, frente a um dos emblemas milionários do futebol contemporâneo que actuou com um naipe de craques: Ederson, Stones, Laporte, Fernandinho, Sterling, Bernardo, Foden, Gundogan e Gabriel Jesus. Nada a ver com o desafio da primeira mão, em que fomos goleados pelo campeão inglês.
Gostei do nosso jogo colectivo, sempre compacto e bem organizado, com Rúben Amorim a distribuir bem cada jogador no terreno, encurtando distâncias e anulando linhas de passe aos adversários. Com dois capítulos diferentes: a primeira parte desenrolou-se quase apenas no nosso meio-campo defensivo enquanto na segunda fomos arriscando acções ofensivas, em contra-ataques que até podiam ter ditado a vitória leonina. No nosso lance mais perigoso, Paulinho falhou o golo, permitindo a defesa do "ressuscitado" Scott Carson, substituto de Ederson. Edwards, que substituiu Sarabia aos 58', foi um dos elementos em maior destaque: fez grande cruzamento a sobrevoar a área para Matheus Reis (73'), picou a bola no tal lance que Paulinho desperdiçou (76'), serviu Slimani (82') e lançou bem Nuno Santos (90'). Imprimiu velocidade ao jogo, desequilibrou, protagonizou aqueles três passes de rotura. Gonçalo, Coates, Ugarte e Porro foram obreiros incansáveis. Adán negou um golo a Sterling com uma defesa monumental (38'). Mas o meu destaque nesta partida vai para o veterano Luís Neto, numa das suas melhores exibições de verde e branco: cortes providenciais ao 8', 38', 54', 63', 64' e 69'. Nunca se atemorizou por ver Sterling como adversário directo. Exemplar.
Gostei poucoda primeira parte, em que resistimos às investidas do City mas fomos quase sempre incapazes de transpor a linha do meio-campo, com todos os jogadores atrás da bola. A fase inicial do plano estava cumprida: faltava a outra, que falhara por completo em Alvalade, quando não fizemos um remate à baliza dos ingleses. Desta vez isso não aconteceu. As primeiras investidas, muito tímidas, resultaram em quase-passes para Ederson aos 57' (por Tabata) e aos 60' (por Edwards). Mas a partir daí as oportunidades sucederam-se. Podíamos ter marcado por Matheus Reis (73'), Porro (74') e Esgaio (90'+1), além do tal lance de Paulinho, que envolveu também Porro e Edwards. O 5-4-1 apresentado em campo por Amorim desta vez funcionou, para satisfação de todos nós. Ficou comprovado que Slimani e Paulinho podem actuar juntos, ao contrário do que alguns diziam. E ainda vimos o treinador lançar em estreia absoluta na equipa principal - e logo num cenário destes - o jovem avançado Rodrigo Ribeiro, ainda júnior, que promete fazer furor já na próxima época leonina. Entrou aos 89', para render Slimani: jamais esquecerá.
Não gostei que tivéssemos sido eliminados da Liga dos Campeões. Mas foi o nosso melhor desempenho nesta prova, em que afastámos Besiktas e Borussia Dortmund, além do empate agora alcançado em Manchester. É assim, por etapas, que uma equipa cresce e ganha prestígio também nos palcos internacionais. Bónus adicional: o 0-0 de ontem valeu meio milhão de euros aos cofres leoninos e reforçou a pontuação das equipas portuguesas na UEFA pouco depois de o FC Porto ter sido derrotado em casa pelo Lyon, nono classificado da Liga francesa.
Não gostei nada do resultado da primeira mão, que logo nos impediu de disputar o acesso aos quartos-de-final: por mais que fizéssemos, seria impossível superar uma diferença tão desnivelada frente ao líder do campeonato inglês. Até porque voámos para Manchester sem elementos nucleares: Matheus Nunes (castigado), Palhinha, Daniel Bragança e Pedro Gonçalves (lesionados). Também não gostei nada de ver o City introduzir a bola na nossa baliza, aos 47': felizmente o golo foi invalidado, por fora-de-jogo milimétrico do marcador, Gabriel Jesus. E o empate a zero prevaleceu até ao fim, confirmando a pista que eu tinha aqui lançado ontem: fomos mesmo capazes de fazer um brilharete em Manchester.
Era um jogo em que nada havia a perder mas que não era evidente o que valia mais a pena ganhar.
Rúben Amorim escolheu ganhar o respeito por si mesmo e pelos seus jogadores, mostrar que o resultado da primeira volta aconteceu mas não reflecte de forma nenhuma a diferença entre as duas equipas, deixar a melhor imagem do Sporting na Europa e no exigente mercado inglês.
E conseguiu isso com um onze desfalcado de quatro titulares, com uma dupla de médios inédita e numa fase de evidente desgaste de vários jogadores importantes do plantel.
Obviamente que o Man.City vinha dum dérbi desgastante, tinha a eliminatória resolvida e não tinha necessidade de dar o máximo, mas ainda assim teve aqueles movimentos característicos duma das melhores equipas do mundo: parece que jogam de olhos fechados, todos sabem o que os outros vão fazer, o perigo para o adversário é constante.
Depois duma primeira parte em que o Sporting defendeu bem mas teve imensa dificuldade a sair a jogar, e dum início da segunda marcada pelo golo anulado ao adversário, a troca dum ausente Sarabia por um motivado Edwards transformou a equipa, tornou-a muito mais incisiva e as oportunidades para marcar aconteceram, a mais flagrante das quais desperdiçada por Paulinho frente ao guarda-redes.
E o jogo terminou com o Man.City a desperdiçar também ocasiões para sentenciar o resultado.
Grande jogo de Inácio e Ugarte no tempo todo e de Edwards enquanto jogou. Todos os pesos-pesados - Adán, Coates, Neto, Paulinho e Slimani - estiveram muito bem, Matheus Reis também. Tabata demonstrou que o lugar dele é no meio e não nos lados, Porro está ainda a recuperar o tempo perdido pelas lesões. E mais um miúdo de 16 anos se estreou, agora o Rodrigo Ribeiro. Esgaio devia recordar-se dos tempos em que foi o melhor marcador da equipa B e sentir-se mesmo mal com aquele pontapé de ressaca para o 4.º anel do estádio.
Assim o Sporting encerrou com final mais ou menos feliz a sua campanha na Champions deste ano, terminando com 3V 1E 4D e encaixando uns 40M€ que muita falta fazem. Agora só tem é de lá estar na próxima. E se possível fazer ainda melhor, aproveitando tudo o que conseguiram aprender nos confrontos com as grandes equipas que defrontámos este ano.
E agora mudar o chip, pois temos de ir a Moreira de Cónegos na segunda-feira. E só a vitória vai servir.
O verdadeiro Mourinho é o actual. Há uns anos o verdadeiro Mourinho era esse, o de há uns anos. As pessoas mudam, umas vezes para melhor, outras para pior. Mourinho piorou. Contrataria hoje em dia o Mourinho para treinar o Sporting? Eu não.
O City foi o verdadeiro City e teve também sorte. Mas se precisasse de marcar mais, marcava com ou sem sorte, por ser o verdadeiro.
Qual é o verdadeiro Rúben? Essa é mais difícil... parece ser alguém com muito talento na sua profissão e que é paciente / teimoso no seu processo, na sua certeza (a teimosia quando não em excesso é uma virtude, na minha opinião – ainda se está para ver quão teimoso Rúben é, ou se é simplesmente paciente).
A seguir ao jogo, muitos de nós lamentámos o facto de não ter fechado aquele meio-campo, de jogar com o Esgaio à esquerda, de insistir no Pedro Gonçalves, etc... Ele manteve-se fiel ao plano e desta vez correu mal. Mas… e se tivesse corrido bem? Vamos aprendendo, infelizmente mais lentamente que o que desejaríamos.
Se calhar falta um plano B para estas ocasiões.
Os jogadores sentem-se melhores que o que são, ainda que ontem [terça-feira] tivessem levado um banho de humildade.
O Sporting tem sido uma verdadeira equipa e o todo tem sido muito maior que as partes individuais somadas. Portanto, acho que os jogadores sentem-se melhores que o que são (Matheus Nunes, então esse, depois das palavras de Guardiola, deve sentir-se mesmo top). Mais a sério, talvez tenham caído à terra.
Às vezes faz bem. Custa, mas faz bem. Muitos de nós, adeptos, também caímos.
Os nossos três grandes são efectivamente muito piores que os colossos europeus, não apenas pelos orçamentos díspares, mas também - diria que essencialmente - pela diferença de competitividade dos campeonatos dos colossos versus a competitividade do nosso.
Em Inglaterra o City tem de jogar sempre a top, caso contrário é derrotado pelo último da tabela ou eliminado por uma equipa de terceira na taça.
Cá, de muito difícil, temos só os jogos entre os grandes. Os outros, salvo algum descuido, são sempre favas contadas, jogos de um só sentido, sempre contra equipas que fazem do ferrolho a sua principal arma. Essas equipas pelo menos são espertas. Fecham-se quando jogam com os colossos cá do burgo.
Se calhar também devíamos ser mais espertos quando jogamos com os colossos da Europa... só que não está no nosso ADN (expressão irritante, mas dá jeito...).
A mais difícil de todas: o que é melhor? Vaiar ou apoiar? Os adeptos tiveram razão nos aplausos ou foram levados pela emoção?
Confesso que me emociona ver o apoio após uma goleada contra. Mas isto só aconteceu porque foi com o City. Acredito que se fosse com uma equipa média da Europa ou pior, com algum rival português, jamais teríamos apoiado naqueles minutos finais, pelo menos da forma como foi. Enfim, ninguém estava efectivamente contente, mas neste caso as claques tiveram um papel pedagógico (quem diria... as claques...) e fizeram o que tinha de ser feito. Creio que foram elas a puxar pelo estádio em peso e como que deitaram gasolina na chama da emoção dos sportinguistas.
Acho que as claques tiveram a razão do seu lado e o resto do estádio foi levado pela emoção.
Texto do leitor Ulisses Oliveira, publicado originalmente aqui.
Primeiro equívoco: ao contrário do que é habitual, Rúben Amorim não esteve muito bem, na antevisão do jogo contra os ingleses [Sporting-Manchester City]. A forma como ele se referiu à equipa adversária e, principalmente, ao seu treinador, pecou por excesso, naquilo que é uma apreciação positiva do seu adversário.
Rúben Amorim poderia, quiçá, transportar essa apreciação para o plano da admiração, não necessitando, contudo, de enveredar por um discurso que esteve muito próximo da vassalagem.
Segundo equívoco: a forma como Rúben Amorim reconheceu as abissais diferenças entre a qualidade das duas equipas e dos próprios treinadores não teve reflexo na planificação das dinâmicas da equipa para o jogo.
Se, na opinião do nosso jovem treinador, o Manchester City é assim tão superior ao Sporting Clube de Portugal, competir-lhe-ia armar a equipa para esse cenário. Ao invés, o que se viu foi o conjunto leonino a jogar como se do outro lado estivesse uma equipa da sua igualha.
Terceiro equívoco: as adaptações de jogadores a posições que não são as suas. Na Liga portuguesa, ou em situações de ausência de outras soluções, percebe-se que o treinador proceda às adaptações julgadas plausíveis para enfrentar um compromisso.
Ontem [terça-feira], em Alvalade, jogava-se a Liga dos Campeões, havia soluções para preencher, naturalmente, todas as posições e, por conseguinte, não havia necessidade de inventar – Ricardo Esgaio é um excelente jogador, é polivalente, mas essa circunstância de ser adaptável não pode prevalecer se estiver no banco quem, vocacionalmente, desempenha bem a posição.
Quarto equívoco: não utilizar o banco de suplentes quando o resultado já é, escandalosamente, mau: Rúben Amorim deveria ter procedido a algumas alterações que pudessem tentar inverter o sentido das coisas. O intervalo teria sido o momento ideal para fazer alguns ajustes e introduzir novos artistas para os segundos 45 minutos.
Merece destaque especial a forma como Pedro Gonçalves não esteve no jogo e, ainda assim, regressou para a segunda parte.
Primeira certeza: o Sporting Clube de Portugal não tem, ainda, pedalada para esta fase da competição. É verdade que está muito mais próximo de atingir essa capacidade do que estava há um ano, mas continua longe do valor médio das equipas que, por norma, estão neste patamar.
Seria necessário que, por sorte, o sorteio indicasse uma daquelas equipas outsiders, com menor qualidade, para que os leões pudessem ambicionar os quartos-de-final.
Segunda certeza: Matheus Nunes é um jogador fantástico e nem sequer repara contra quem está a jogar.
Para ele, são todos iguais. Foca-se no seu jogo e quem estiver por perto que saia da frente. Fabuloso.
Texto do leitor Francisco Gonçalves, publicado originalmente aqui.
Sim, é muito bonito aplaudir a equipa nos momentos difíceis. Sim, também eu achei comovente a reacção dos adeptos. Sim, este é o único caminho possível para consolidarmos as conquistas dos últimos anos para que não sejam acidentais e esporádicas.
Mas, desculpem lá, no desafio de terça-feira todo o colectivo leonino pecou por absoluta falta de intensidade - e isto não merece aplauso. Chegarmos ao intervalo só com três faltas cometidas e vermos o jogo terminar sem qualquer oportunidade de golo nem termos feito sequer um remate à baliza é algo inaceitável.
Bem sei que existe enorme diferença de atitude competitiva entre as equipas portuguesas, ao nível de clubes, e as inglesas. Este abismo só se atenua ao nível de selecções.
Bem sei que por cá mantemos péssimos hábitos: um dos mais baixos tempos úteis de jogo de toda a Europa (59' em média e no recente FCP-Sporting jogaram-se apenas 43 minutos); partidas do campeonato com mais de 40 interrupções; futebolistas a mergulharem para o relvado com esgares de dor, simulando faltas, mal sentem um toquezinho; péssimos árbitros que fazem questão de ser protagonistas do espectáculo pelos piores motivos.
Mas isto não justifica a fraquíssima intensidade dos nossos jogadores neste desafio dos oitavos da Liga dos Campeões. Denotaram falta de personalidade e revelaram excessivo respeitinho pelo poderoso City - ao ponto de terem parecido entrar em campo já derrotados. Foi exasperante vê-los correr o tempo todo atrás da bola.
Por coincidência, no mesmo estádio e perante o mesmo clube que derrotámos vai fazer dez anos, para a Liga Europa.
É verdade que o City da temporada 2011/2012 não revelava a mesma qualidade do actual. Mas nessa equipa jogavam David Silva (campeão mundial e europeu), Agüero, Kompany, Touré, Tévez, Balotelli, Joe Hart e Nigel de Jong. Todos viriam a sagrar-se campeões de Inglaterra no final dessa época.
E o Sporting de Sá Pinto tinha uma equipa claramente inferior a este de Rúben Amorim, nem vale a pena comparar. Basta lembrar que terminámos esse campeonato em quarto lugar, só com 59 pontos - menos 16 do que o FCP, vencedor.
Apesar das óbvias limitações, vencemos o City em casa. E batemo-nos como leões no jogo da segunda mão, que perdemos por 2-3 mas bastou para seguirmos em frente. Temos essa eliminação do campeão inglês no nosso currículo europeu.
Agora vi muito pouco, quase nada, desse espírito. E tive pena.
Tal como lamentei a assobiadela monstra dos adeptos ao Hino da Champions, péssimo hábito que nos custará nova pesada multa da UEFA e parece indiciar que muitos sportinguistas detestam ver a equipa na Liga dos Campeões.
E dificilmente aceito que um jogador tão talentoso como Matheus Nunes proteste com a equipa de arbitragem ao ponto de ver um amarelo que o impedirá de actuar em Manchester.
Uma vez mais, vícios do futebol português incompatíveis com a alta-roda do desporto europeu.
Há ainda muita coisa a mudar. Dentro e fora do relvado.
{ Blogue fundado em 2012. }
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