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És a nossa Fé!

Cabecinhas pensadoras.

 

A malta gosta de ataque, oportunidades, cruzamentos, desmarcações (e eu sou como a malta), mas este sistema Amorim é sólido como aço na defesa, mesmo admitindo que individualmente talvez não tenhamos os melhores defesas de todos os tempos.

Vi com atenção o jogo do Paços e ontem do Mafra. Típicas equipas de treinadores portugueses ambiciosos que querem chegar longe (não é uma crítica) na carreira. Equipas de ataque, fortes fisicamente, bom toque de bola, com desenhos nas jogadas e soluções, onde até os guarda-redes têm de dar ao pedal. A milhões de milhas do célebre defender com 9, bola no extremo a ver se o ponta de lança pinheiro a mete lá dentro.

O que vi foi muita coisa.

O que não vi foram oportunidades de golo em 180 minutos para os nossos adversários.

Até agora, o Sporting é de longe o best of the rest.

Veremos se somos suficientes para Braga (sim, o Braga…), Porto, Benfica e seus respetivos interesses. Nos três casos, são equipas com jogadores melhores do que aqueles que os nossos têm enfrentado, treinadores calejados e dados a mind games, estruturas e bancos agressivos que vão a todas e até for preciso.

O Sporting dentro de campo – e fora dele – terá de ter cabecinha.    

Aposta ganha

plata.jpg

(Foto do jornal Record)

 

Não deixou de ser uma aposta arriscada a de ontem: entrar na eliminatória de acesso à Taça da Liga, contra uma equipa que ocupa um dos lugares de topo da 2.ª Liga, com apenas um titular e oito sub-23. Todos se recordarão que jogos deste tipo no passado correram muito mal, um deles custou até a cabeça de Peseiro, além da instabilidade que iria produzir agora uma eliminação do Sporting.

Mas o onze escalado por Amorim portou-se muito bem, no modelo de jogo habitual e repetindo os mesmos movimentos, embora numa velocidade menor e também com menor precisão no passe. Alas bem avançados, alternando circulação de bola com ataque à profundidade e assim convidando o adversário à pressão dum lado e doutro e ao inevitável desgaste. Mesmo com um meio-campo em sub-rendimento, pois a articulação entre Matheus Nunes e Daniel Bragança não foi a melhor, Amorim preferiu substituir ao intervalo duas peças de desgaste nas alas. Assim, vieram duas frescas que acenturam o desgaste do adversário e ajudaram a uma vitória tranquila, que só pecou por escassa. Sporar teve oportunidades para facilmente fazer um "hat-trick".

Desta forma Amorim assentou ideias sobre a qualidade do plantel de que dispõe  e deu uma injecção de moral importante aos menos utilizados, todos importantes para o que aí vem.

O que aproveitou melhor a oportunidade, a jogar no lugar do Porro, foi Plata, a ultrapassar facilmente o defesa adversário, a criar lances de perigo algumas vezes e pecar na decisão noutras, é o tal "jogador de rua" que joga na improvisação permanente, nem ele sabe o que vai sair quando enfrenta o defesa contrário. Ontem deu o segundo golo a marcar e tem uma assistência fabulosa para o Sporar que daria o terceiro. Além disso, jogou na direita, jogou na esquerda, defendeu e atacou, tem físico, tem técnica, tem futebol para ser um enorme jogador. Mas também tem 20 anos, não chegou a Alcochete com a mesma idade de Nuno Mendes, diz Amorim que lhe falta "formação técnico-táctica", mas já é internacional A por uma selecção bem colocada para chegar ao Mundial. Tem de crescer. Mas daqui a uns anitos quanto valerá? Se calhar mais do que Pedro Gonçalves ou o próprio Nuno Mendes.

Além de Plata, Tabata e Nuno Mendes entraram muito bem, Bragança deslumbra aqui e ali, mas falta-lhe estofo físico para a guerra do meio-campo. Quaresma está a voltar ao seu normal. Mais uma vez gostei bastante de Gonçalo Inácio, que tem tudo para vir a ser o futuro comandante da defesa do Sporting.

SL

Quente & frio

Gostei muito do excelente estado do relvado de Alvalade: nada a ver com o que sucedia em épocas anteriores. E da ousadia do treinador, que apostou quase por inteiro num onze alternativo, em que apenas Tiago Tomás surgia como repetente. Oito jogadores sub-23 neste elenco titular: Luís Maximiano (capitão), Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Gonzalo Plata, Matheus Nunes, Daniel Bragança, Pedro Gonçalves e TT. Bragança e Quaresma em estreia absoluta como titulares nesta temporada. A Taça da Liga serve precisamente para isto: rodar a equipa. A missão foi bem sucedida ontem à noite, embora sem brilhantismo: cumprimos a nossa obrigação derrotando por 2-0 o Mafra, equipa da Liga 2 treinada por Filipe Cândido, que actuou vários anos nos escalões da formação leonina. Somos o primeiro semifinalista confirmado desta competição que vencemos em 2018 (com Jorge Jesus) e em 2019 (com Marcel Keizer). Levamos 11 jogos seguidos sem perder, continuamos invictos nas competições internas e já temos 37 golos marcados nesta época 2020/2021 - 2,5 golos em média por desafio. E apenas quatro sofridos nos últimos sete desafios.

 

Gostei da actuação de Gonçalo Inácio - muito concentrado no eixo da defesa, rendendo o titular Coates, e revelando segurança no início da construção ofensiva ao longo de toda a partida. No segundo tempo, destaco Daniel Bragança - fundamental nas variações de flanco e na precisão de passe na "casa das máquinas" do nosso meio-campo, cumprindo a missão que tem sido confiada a João Mário. É ele quem inicia o lance do primeiro golo, aos 64', e quem recupera a bola na jogada que dá origem ao segundo, seis minutos depois. Também gostei de Plata, protagonista da melhor jogada do desafio, construindo o segundo golo ao ganhar a bola junto à linha final, picando-a de seguida para sobrevoar a defesa e Tabata decidir. Um dos raros momentos em que o onze leonino superou a mediania e foi além dos serviços mínimos nesta partida em que (aleluia!) o árbitro Tiago Martins nos poupou aos cartões amarelos.

 

Gostei pouco de Sporar, uma vez mais, apesar de o esloveno desta vez até ter marcado. À segunda solicitação consecutiva de Nuno Mendes a partir do corredor esquerdo, iam decorridos 64 minutos, num lance de baliza aberta em que só precisou de empurrar. Segundos antes, tinha falhado. E mais nada lhe saiu bem: aos 37', de frente para o alvo, chutou contra a perna de um defesa; aos 41', tropeçou sozinho quando conduzia a bola; aos 45', deixou-se desarmar; aos 80', isolado por um magnífico passe-assistência de Max, foi incapaz de atirar às redes; aos 89', de ângulo lateral, rematou contra o guarda-redes. Muito pouco para um "goleador" que até agora, na temporada em curso, só acertou três vezes na mouche e levava cinco jogos sem marcar. Até por isto, não entendi por que motivo Pedro Marques desta vez nem ao menos se sentou no banco.

 

Não gostei da medíocre exibição de Borja, desta vez central mais colocado à esquerda e autor de pelo menos três passes disparatados, para onde não se encontrava qualquer colega, aos 20', 22' e 53'. Em geral, não gostei da primeira parte da nossa equipa: jogo lento, mastigado, rotineiro e previsível. Sem chama, sem engenho, sem intensidade, sem fibra. Sem um remate enquadrado à baliza do Mafra. Quarenta e cinco minutos que se saldaram num desolador 0-0 e forçaram a equipa técnica a fazer mudanças na equipa ao intervalo: Antunes deu lugar a Nuno Mendes na ala esquerda e Tabata ocupou o lugar antes preenchido por Tiago Tomás. Foi quanto bastou para acelerar a dinâmica ofensiva e conferir ânimo à equipa: Nuno assistiu para o primeiro golo, Tabata marcou de cabeça o segundo - ambos fazendo a diferença. Voto no ex-Portimonense como melhor em campo. Já leva dois jogos consecutivos a marcar. E teve o condão de desequilibrar sempre que conduziu a bola, vencendo todos os duelos individuais.

 

Não gostei nada de novo jogo à porta fechada no estádio José Alvalade, há nove meses interditado ao público. Quando noutros países, como em Inglaterra, já se permite o regresso de espectadores às bancadas, naturalmente em número escasso e em rigoroso cumprimento das normas sanitárias. Também não gostei nada de ver o nosso treinador, Rúben Amorim, remetido para um lugar numa tribuna, sem possibilidade de aceder ao banco, cumprindo assim o segundo dos três jogos de castigo a que o condenou o incompetente árbitro Luís Godinho. O direito ao trabalho, consagrado na Constituição da República, no futebol é posto em causa a todo o momento por qualquer senhor com apito na boca.

{ Blogue fundado em 2012. }

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