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És a nossa Fé!

Futebol, Portugal, Brasil e racismo

 

«Guilherme Espírito Santo, são-tomense que por razões de deslocação dos seus pais se iniciou no futebol em Luanda, viria a ser, já com experiência de anos na equipa principal do Benfica, o primeiro negro a integrar a selecção nacional de futebol. Aconteceu em Novembro de 1937, num célebre Portugal-Espanha, primeiro duelo ibérico que a selecção nacional venceu. Há 83 anos!

Apenas em Novembro de 1978, ou seja, 41 anos depois da estreia de Espírito Santo, se estreou o primeiro futebolista negro na selecção inglesa: Viv Andersen, lendário jogador do Arsenal e do Manchester United, que aliás viria a tornar-se num militante lutador anti-racismo, lembrando, ainda recentemente, que "nos anos 70 os jogadores negros eram abertamente discriminados em Inglaterra".»

(...)

«Em Portugal a presença de jogadores negros nas equipas principais do futebol português e na selecção nacional traduziu-se por uma inteira aceitação de uma cultura aberta e multirracial do nosso povo. Jogadores como David Júlio, Hilário, Jordão, Dinis ou Salif Keita, no Sporting; Miguel Arcanjo, Jaburu, Juary ou Danilo, no FC Porto; Espírito Santo, Coluna, Eusébio ou Luisão, no Benfica, não apenas conquistaram estatuto de ídolos como promoveram a democracia racial como um hábito social saudável.

Nota especial, evidentemente, para Pelé, no Brasil, e Eusébio, em Portugal. Ambos foram determinantes na valorização social do homem negro, a pontos de se tornarem nos mais importantes embaixadores dos seus países, consagrados e admirados em todo o mundo. A influência de Pelé, apenas com 17 anos, na conquista do Mundial da Suécia (1958) ou a de Eusébio no sucesso português no Mundial de 1966, consolidaram o sentimento da tal democracia racial que o futebol promoveu como ninguém e me parece estruturante nas sociedades luso-brasileiras.»

 

Vítor Serpa, trechos de um texto intitulado "O racismo no futebol e na História"

(ontem, n' A Bola)

Ennio Morricone

Faleceu hoje o compositor italiano Ennio Morricone, autor de inúmeras bandas sonoras inesquecíveis que fazem parte do nosso imaginário.

Destaco esta, o tema de abertura da série italiana «La piovra», em português «O polvo» - transmitida em Portugal nos finais dos anos ’80 e retrata a luta de um inspector de polícia e a sua luta contra a máfia.

Creio que esta banda sonora seja a que melhor se adequa ao futebol português.

 

Foi com a música deste compositor e a voz de Dulce Pontes que o novo Estádio de Alvalade foi inaugurado.

A nossa homenagem!

Heróis no estádio

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A imagem é uma ampliação do livro "bd pop rock português" Heróis do Mar por António Jorge Gonçalves, p.18.

O interessante disto é que embora tenha assistido a muitos jogos de futebol e a alguns concertos em Alvalade (destaco, com muita saudade, o de Bruce Springsteen) não faço a mínima ideia se este concerto com os Heróis do Mar «transportados em helicóptero» antes do Sporting-Porto terá acontecido mesmo e quando (terá sido entre 1981 e 1989) algum dos leitores ou das leitoras (engraçado como agora nesta coisa do Covid-19 ninguém diz: as vítimas e os vítimos [para memória futura]).

Pronto, fico à espera da ajuda de todos e de todas (incluindo os que aqui escrevem) puxem pela memória ou em alternativa podem aproveitar para falar de concertos marcantes que tenham assistido em Alvalade, pois, lá está, nem só de futebol vive o Homem (nem o Sporting).

Como podem ver na caixa de comentários, já descobrimos qual foi o jogo.

Fiquemos, então, com as imagens, são cinco minutos de futebol bem jogado e mal apitado, vejam o critério de distribuição de amarelos de Raúl Nazaré (o apitador de serviço).

Uma nota para terminar, na época seguinte 1984/1985 o Sporting seria eliminado muito cedo da Taça de Portugal depois de um empate 0-0 (após prolongamento) com "O Elvas", vejamos quais os jogadores que participaram nesse jogo* e comparemos com aqueles que foram eliminados pelo Alverca, enfim, um dia mau, todos temos.

O 15 de Maio... de glória!

«Na véspera, a 14 de Maio de 1964, Morais (na foto, em pontapé acrobático) tinha sonhado que daria a vitória ao Sporting na finalíssima da Taça das Taças frente aos húngaros do MTK de Budapeste, na marcação de um canto directo. De resto, o antigo jogador confessou a premonição ao DN, há semanas. No dia seguinte, o sonho tornou-se real.

A equipa leonina era capitaneada por Fernando Mendes, que levantou o troféu em Antuérpia, Bélgica. Neste conjunto de atletas também pontificavam outros nomes, casos de Carvalho, Pedro Gomes, Alexandre Baptista, José Carlos, Hilário (não jogou a final, devido a lesão), Pérides e Osvaldo Silva, entre outros. Há 41 anos, o Sporting conquistou o seu primeiro triunfo numa competição europeia de futebol.

Anselmo Fernandez, arquitecto, era o treinador do clube de Alvalade na época. Mascarenhas, Figueiredo, Geo e Dé foram os restantes quatro jogadores que integraram o onze inicial leonino. O dia 15 de Maio de 1964 ficará ligado, para sempre, à história do futebol português.

O 'CANTINHO DO MORAIS'. O êxito europeu do Sporting, materializado com o famoso "Cantinho do Morais", viria a ser "imortalizado" no disco lançado na altura, aproveitando o relato radiofónico da jogada, feito por Artur Agostinho, então em trabalho para a Emissora Nacional. A música, que resulta do golo decisivo apontado por João Morais, era interpretada por Margarida Amaral.»

In.: Diário de Notícias

 

P.S.: Relembrado ontem pelo nosso leitor «Leão de Queluz»

 

Variações Golberg

Leio este texto do José da Xã e parece ter sido eu escrevê-lo, pois ele retrata, igualmente, a minha forma de ver os jogos do Sporting. Quando não são ao vivo, infelizmente menos do que aqueles que eu gostaria, prefiro os relatos radiofónicos à transmissão televisiva. Assim aconteceu neste último jogo, o qual, na Antena 1, só assisti à primeira parte. Depois, no intervalo do jogo liguei a tv e deu para ver a medalha de ouro do Nélson Évora e ao nascimento de uma nova estrela mundial no atletismo, Armand Duplanti. O Concurso de salto com vara deixou-me colado à tv e, confesso, fez-me esquecer o jogo que estava a decorrer. Como o meu telemóvel não tem a mesma aplicação do José da Xã, fiquei na ignorância e algo receoso. Mais tarde vi o resultado.

Confesso que por vezes quando os resultados do Sporting não são aqueles que eu gostaria que fossem, custa-me dormir, provoca-me insónias e por vezes vezes acordo…

 

«… um pouco antes da quarto da manhã.

As quatro da manhã é a pior hora do dia. Na realidade, aquele período de tempo entre as três e meia e as quatro e as quatro e meia é uma merda. A partir das quatro e meia, está tudo bem – uma pessoa consegue dar voltas na cama até às cinco e depois levanta-se com convicção de que há outras que também se levantam a essa hora. Para fazerem uma estúpida corrida antes de irem trabalhar, para se prepararem para o turno da manhã, para meditarem, para praticarem ioga ou passarem uns maravilhoso quarenta e cinco minutos sem pensarem nos filhos ou na hipoteca.

Ou simplesmente não pensarem.

Seja para o for.

Mas se uma pessoa acorda antes dessa hora é porque, indubitavelmente, tem algum problema.

Tem de o ter. (…)

 

Bach, Variações Golberg, Ária

Glenn Gould, Piano

 

Em 1741, um conde abastado lutava contra a doença e a insónia. Tal como era costume fazer-se na época, contratou um músico para viver em sua casa a tocar cravo durante a noite enquanto ele afastava os seus demónios. Tratava-se do equivalente barroco aos programas de rádio sobre temas da actualidade.

O músico chamava-se Goldberg e o conde levou-o a J. S. Bach para ter aulas. Numa dessas aulas o conde referiu que gostava que Golberg dispusesse de novas composições para interpretar na esperança de o animar um pouco às três da manhã. O Xanax ainda não tinha sido inventado.

Como tal, Bach compôs uma das eternas e poderosas peças de música para instrumentos de teclas uma vez composta, que ficou conhecida por Variações de Golberg; um ária seguida de trinta variações e um fim, um ciclo completo, com uma repetição da ária de abertura. O conceito do tema e variações assemelha-se a um livro de contos baseado num tema unificador – uma história de abertura que descreve um tema específico, estando cada história seguinte de algum modo relacionada com esse tema.

Enquanto pianista, são as mais frustrantes, difíceis, compiladas, transcendentes, traiçoeiras e intemporais composições musicais. Enquanto ouvinte, exercem em mim um efeito que apenas os melhores produtos farmacêuticos conseguem atingir. São um prodígio ao alcance de poucos executantes e contêm em si tudo aquilo que se pode almejar saber.

Em 1955, um jovem, brilhante e iconoclasta pianista canadiano Glenn Gould tornou-se um dos primeiros pianistas a interpretá-las e a gravá-las ao piano e não ao cravo. Decidiu gravá-las no seu primeiro álbum, para horror dos executivos da editora, que queriam algo mais mainstream. Tornou-se um dos álbuns de música clássica mais vendidos de todos os tempos, e ainda hoje continua a ser um ponto de referência a que todos os pianistas aspiram. Nenhum lhe chega aos calcanhares.” (*)

(*) RHODES, James, 1975 - Instrumental. 1ª ed. [S.l.] : Alfaguara, 2017. p. 19, 25-26

10 de Junho de 1990

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foi o dia em que pisei pela primeira vez o relvado do estádio José de Alvalade. Dia de sonhos cumpridos. Lá fui, bem acompanhado, mas para nos encontrarmos com tantos amigos, que era dia de geração. "Então como combinamos?", muitos me perguntaram, sabendo-me habitual no estádio, mas nas bancadas, para que indicasse eu pontos de referência. Que "entra-se para o relvado" (quem é que vai ver Stones e se senta na bancada, francamente ...!) e "vai-se para o sítio onde o Oceano joga", a todos indiquei. "Onde é?", perguntavam. "Em todo o relvado, claro", que a gente logo se encontraria. E encontrámos. Para ver o Kiff, the Riff, ali na minha frente, na então anunciada última digressão dos Stones (há 28 anos!). E o Jagger, que hoje faz ... 75 anos! Uff, ambos, estes Glimmer Twins, quais Cristianos Ronaldos do rock n'roll. E viva o Oceano, o todo-o-relvado, sempre!

Astronauta

Eu em criança gostaria de ter sido astronauta, outros tiveram outros sonhos.

 

"This is ground control to Major Tom

You've really made the grade

And the papers want to know whose shirts you wear

Now it's time to leave the capsule if you dare"

 

Zé Pedro, Homem do Leme

4_ZE-PEDRO.jpg

 

(É um postal escrito para o És a Nossa Fé, blog sportinguista, percebendo que alguns o podem entender desajustado).

 

Ontem ao meio da tarde vou ao café de sempre, aqui no bairro. Dois amigos, daqueles daquele antes, logo me chamam à mesa. O Paulo Morisson, que no início dos 80s andou anos com os Xutos por todo o país, diz-me que têm uma má notícia, e logo ma dá, isto de que "o Zé Pedro morreu". Surpreendo-me, que no último ano tenho estado encerrado em mim, lá num algures longe, e estive agora um mês e meio em Moçambique, voltei a semana passada, não soube sequer do espectáculo do Coliseu (ao qual teria ido, de certeza). Abato, ali na mesa do café. Não só como quando morrem os meus parcos ícones, o Lou Reed e talvez mais nenhum, a deixarem-me (ainda mais) sozinho. Mas porque agora tem sido uma revoada de mortos próximos, gente querida, conhecida, amigos, e há tão pouco ainda o João, meu irmão de pai e mãe diferentes, que não há maneira de parar de o chorar, (es)corram ou não os uísques. E também porque o Zé Pedro se ícone era próximo, aqui dos Olivais (ainda que do Norte), do Bairro Alto dos 1980s. Assim ele não divino mas herói, semi-divino, pois meio-homem, encontrável. E, mais do que tudo, terráqueo porque Zé Pedro é Xutos, aquele intangível afinal tangível que ecoou o "esse frio surdo / ... que te envolve ...", que ouviu "berras às bestas / que te envolvem" e soube que "todas as tuas explosões / redundam em silêncio" avisando que "a vida é sempre a perder", porque "nunca dei um passo que fosse o correcto / nunca fiz nada que batesse certo". Estou agora, já velho, a cumprir um texto, um meneio serôdio, nele meti um capítulo - que me dizem para cortar, que desajustado, mas não posso, que perderei todo o sentido - de propósito para me narrar/justificar numa almadia atascada no Zambeze, entre crocodilos, a trautear "e mais que uma onda, mais que uma maré / tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé / mas, vogando à vontade, rompendo a saudade / vai quem já nada teme, vai o homem do leme", o mais que se foda! que já me assomou na vida, e muitos, tantos, já foram. Por tudo isso, abato, frágil, velho, ali na mesa do café, este mesmo de onde o Driol partiu há semanas, e exactamente do mesmo, e a isto já o disse. O Paulo, e é natural que o faça, comovido que está, arranca com umas memórias do início do on the road dos Xutos. O Chico recebe notas no telemóvel, a notícia já é pública. Eu ouço um pouco e depois saio, até casa. A lembrar que puto de liceu vi Xutos com os Minas e Armadilhas. E também, um pouco, pois já nem sei bem com que amiga estava, o 1º de Agosto no Rock Rendez-Vous, mas também é certo que me lembro muito pouco de tudo o que passei no RRV, por razões que são mais que óbvias, mas ainda tenho, um pouco ainda, a memória do sentir "É amanhã dia um de Agosto / E tudo em mim, é um fogo posto / Sacola às costas, cantante na mão / Enterro os pés no calor do chão / E há tanto sol pelo caminho / Que sendo um, não me sinto sózinho". E tantos outros concertos, em Lisboa ou pelo país, até mesmo quando amigos me quiseram, mesmo sendo o puto que eu era, "road manager" - sem imaginarmos então que eu viria mesmo a ser, anos depois, um road manager em versão "mordomo" -, a apanhá-los num qualquer entroncamento ribatejano. E mais tarde, bem mais tarde, em Maputo, eu num abismo laboral, devido aos dementes lisboetas, mas feliz, feliz, pois no meio do desarranjo haviam enviado os Xutos - e no fim do espectáculo na Feira Popular, eu e o peculiar e vistoso Hernâni na primeira fila em X, como então se fazia, entro no camarim e o Kalu "estes gajos não gostam de rock?!", que o silêncio e a apatia haviam sido gerais, e eu a mentir, a dizer que ali era assim, mas claro que tudo era incompreensível para aquele público e o ZP no sorriso "vi-te na primeira fila", e eu claro que sim, pois seríamos apenas meia dúzia entre milhares a verdadeiramente ser "Xutos", naquele rock n'roll. Conheceramo-nos, mesmo, antes, ali numa massada de peixe no Mercado do Peixe, a Isabel Ramos ofertara o peixe, eu as bebidas, o Vitorino cozinhara, a delegação musical, enorme, e os convidados comeram. E acabáramos numa festa em casa da Nice, a Princesa de Pemba, porventura a mulher mais bela que eu conheci, que o Andrea andava pelas Etiópias, feita de propósito para os visitantes. E eu, só ali, abancados a conversar, a perceber que o sorriso do Zé Pedro não era matreiro, era mesmo sorriso. E saltei, para há dois anos, no Sol da Caparica, eu e a minha Carolina, princesa da minha vida, aos 13 anos, juntos aos 30 000 em X e ela, desiludida (repito, aos 13!), "pai, eles não tocaram a Maria", já ela, também, percebi, vinda do Maputo-Bruxelas, X.

 

Um postal destes num blog sportinguista, sobre clubes (e futebol)? Porque o Zé Pedro era do Benfica. Como o Kalu (seu companheiro, amigo, mano, camarada), diz, era do Porto, ele fez-se do Benfica, para o picar. Há muitos anos escrevi uma coisa sobre isso. Porque, de facto, os clubes são para isto, o clubismo é para isto. Só para isto, para nos picarmos fazendo-nos manos. E é por isso, até por isto, até por este só isto, mero futebol, que o Zé Pedro é o Homem do Leme. E mal vai quem não o percebe. E não o sente. Ao X.

 

 

Capitão Fausto

 

  

Faço, primeiro, a minha declaração de interesses: um dos elementos dos Capitão Fausto é meu sobrinho, outros três, um deles filho de um ilustre sportinguista e antigo co-autor deste blogue, conheço-os desde miúdos e o quinto já o ouço há também bastante tempo. Passando aos factos, os Capitão Fausto já editaram dois discos, com que têm obtido um assinalável êxito, foram já cabeça de cartaz de muitos e muitos espectáculos, compareceram e hão-de continuar a comparecer, nos tempos que se avizinham e cada vez mais, em eventos importantes no seu meio musical - já se exibiram, em anos anteriores, entre outros, no Optimus Alive, no Super Bock Super Rock, em Paredes de Coura, vão tocar na próxima edição do Rock in Rio e noutros festivais de relevo - e, assim eles o queiram e tenham força de vontade, que talento não lhes falta, hão-de chegar bem longe.

 

Mas o que me faz trazê-los aqui é, a par dos seus méritos de vibrantes artistas do rock, de executantes exímios e buliçosos de guitarras eléctricas, bateria e instrumentos de teclas, a apresentação, largamente maioritária, de uma condição clubística ímpar. Dos cinco elementos dos Capitão Fausto, quatro são apaixonados sócios do Sporting (o que falta, embora, ao que parece, a merecer parabéns, nem quero mencionar o que o rapaz é). Como sempre digo, assim é fácil, assim também eu. Com quatro músicos de tão fina sensibilidade, com quatro ouvidos tão apurados, há consonância que definhe, há alguma banda que desafine?

{ Blogue fundado em 2012. }

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