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És a nossa Fé!

A ver o Mundial (10)

2018-Russia-World-Cup[1].jpg

 

ENFIM, NEYMAR

 

O Brasil deu ontem um passo decisivo para assumir sem rodeios a candidatura ao título de campeão mundial ao superar o México e atingir os quartos-de-final - o que sucede pela sétima vez na sua história. Num jogo em que durante a primeira parte cedeu a primazia da iniciativa à equipa adversária, que se foi desgastando em sucessivas iniciativas de futebol ofensivo travadas pela defesa canarinha, liderada pelos veteranos Thiago Silva e Miranda e guarnecida com dois laterais imprevistos: à esquerda, Filipe Luís (por impedimento de Marcelo); à direita, Fagner (terceira escolha após a lesão de Dani Alves que o impediu de viajar para a Rússia e a lesão muscular de Danilo).

O plano resultou. As energias físicas e anímicas do México - que nunca venceu o Brasil numa fase final de um Mundial - foram-se esgotando em lances de bonito futebol de ataque desenhados nas alas pelos dinâmicos Herrera e Guardado mas neutralizadas pelo "escrete". E na segunda parte operaram a reviravolta, assumindo o comando das operações. Com momentos que fizeram lembrar o melhor Brasil que guardamos na memória - desta vez protagonizados por Neymer. Foi ele a abrir o marcador, aos 51', coroando uma bela jogada colectiva e uma decisiva assistência de Willian. Foi ele também a acelerar e a cruzar, aos 88', para o golo da confirmação, a cargo de Firmino, entrado dois minutos antes com manifesta vontade de ser titular em vez do apático Gabriel Jesus. Volta a marcar pelo segundo jogo consecutivo, após ter feito o gosto ao pé contra a Costa Rica ao cair do pano.

Disputado na cidade russa de Samara, este foi um jogo digno de Mundial que castigou a equipa mais ousada e premiou a equipa mais astuta. Com Cristiano Ronaldo, Messi, Iniesta, Kroos, Salah e Lewandoski fora do torneio, Neymer começa a emergir como a grande figura deste Campeonato do Mundo. Já a espreitar a Bola de Ouro.

 

Brasil, 2 - México, 0

A ver o Mundial (4)

2018-Russia-World-Cup[1].jpg

 

O FIM DA HEGEMONIA ALEMÃ

 

A primeira grande surpresa do Mundial aconteceu há pouco: a Alemanha foi derrotada em Moscovo pelo México de Ochoa, Herrera, Vela, Chicharito e Layún. Uma partida emocionante em que os mexicanos souberam impor a sua organização colectiva frente à superioridade germânica. Em campo estavam seis titulares da final de 2014, em que a selecção alemã derrotou a Argentina: Neuer, Boateng, Hummels, Ozil, Kroos e Müller.

Foi um bom espectáculo de futebol, emotivo do princípio ao fim, com a turma germânica a dispor de mais posse de bola mas quase sempre de modo inconsequente. Os mexicanos nunca deixaram de explorar o contra-ataque, em ofensivas perigosas que poderiam ter-lhes valido um segundo golo.

A vitória foi construída aos 35', num desses lances de futebol rápido, desenrolado ao primeiro toque, com a defesa alemã demasiado subida, sem rins para acompanhar a velocidade de Chicharito, que assistiu, e Lozano, que fuzilou a baliza à guarda de Neuer.

Há 36 anos que a poderosa Alemanha não perdia uma partida inicial de um Campeonato do Mundo - a anterior fora em 1982, no inesquecível certame disputado em terras espanholas, ao ser derrotada 1-2 frente à Argélia. Nos últimos quatro mundiais, em jogos de estreia, os alemães golearam sempre. Essa hegemonia terminou hoje. E torna este Mundial mais emocionante.

 

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O primeiro jogo do dia opôs a Costa Rica à Sérvia. Confesso: estava a torcer pela simpática selecção costarriquenha, que no Mundial do Brasil exibiu um futebol de grande qualidade e mantém quase intocável o seu onze-base. O maestro é o "nosso" Bryan Ruiz", que saiu entretanto de Alvalade envolto na máxima discrição, quase sem ninguém dar por isso.

Jogo pastoso, com maior acutilância sérvia mas superioridade técnica da Costa Rica, onde Bryan continua a ter bons pormenores - embora nem sempre com a intensidade necessária, como muito bem sabemos. Outro nosso velho conhecido, Joel Campbell, entrou a meio da segunda parte e também se mostrou igual a si próprio: muita finta no entretanto, mas quase sempre condenado a perder a bola na hora da decisão. Já vimos este filme.

 

Alemanha, 0 - México, 1

Costa Rica, 0 - Sérvia, 1

A ver o Mundial (19)

Três minutos, à beira do fim, ditaram uma das mais impressionante reviravoltas em jogos do Campeonato do Mundo. Em benefício da Holanda contra uma das equipas-sensação da prova: o México de Herrera, Guardado, Aquino, Guillermo Ochoa e Rafa Márquez. Com arbitragem de Pedro Proença.

Foi um jogo muito calculista, disputado com extrema lentidão na primeira parte, na tarde húmida, viscosa e soalheira de Fortaleza. Com o técnico mexicano, Miguel Herrera, a vencer o duelo táctico nesse período da partida ao montar a sua equipa com um dispositivo eficaz, impedindo as habituais cavalgadas ofensivas dos holandeses. Foi recompensado logo a abrir o segundo tempo quando o México pareceu embalado para a vitória com um golo de Giovani dos Santos em que o guardião Cillessen pareceu mal batido.

 

A partir daí, a supremacia táctica coube ao treinador holandês. Herrera mandou recuar demasiado as linhas, defendendo o resultado tangencial quando ainda havia mais de 40 minutos para jogar. Por sua vez Van Gaal trocou Van Persie, hoje marcadíssimo, por Huntelaar: a partir daí, e pela primeira vez neste desafio, a Laranja Mecânica fez jus ao cognome, comandando as operações. Poderia até ter chegado à vitória mais cedo: uma defesa extraordinária de Ochoa aos 57' travou-lhe o passo na sequência de um canto marcado por De Vrij. Depois, aos 74, o excepcional guardião mexicano impediu Robben de chegar ao golo.

Mas a pressão holandesa era fortíssima: adivinhava-se o empate a qualquer momento. Que chegou enfim aos 88', com um potente remate de Sneijeder, aproveitando uma bola de ressalto. Três minutos depois, já no período complementar, Robben voltou a ser protagonista de um lance polémico dentro da área mexicana: aparentemente, Rafa Márquez prendeu-lhe o pé de apoio em zona proibida. Pedro Proença não hesitou, apontando para a marca de grande penalidade.

Já aos 44' um lance semelhante - culminando com outra queda de Robben, derrubado por Andújar - motivara fortes protestos holandeses, aos quais o árbitro português fez orelhas moucas. Desta vez tudo foi diferente: Huntelaar, chamado a converter o penálti, não falhou. Herrera protestou contra Proença, como lhe competia, mas a meu ver sem razão.

 

Já não havia tempo para reagir. Caía o mito Ochoa - até ao momento, o melhor guarda-redes do Mundial. Caía a selecção mexicana. Mas de pé, com o orgulho de quem se bate sem temor até ao fim. Merecia ter seguido em frente. Mas esta Holanda, já se percebeu, está imparável. Até onde chegará?

 

Holanda, 2 - México, 1

A ver o Mundial (6)

Pode um jogo que termina empatado a zero ser um bom espectáculo? Pode. Aconteceu esta noite, no Brasil-México. Um jogo aberto, emotivo, bem disputado. Futebol de alto nível, com várias oportunidades de golo para ambas as equipas. Mas o destaque vai por inteiro para o guardião mexicano, Guillermo Ochoa, que fez uma das melhores exibições de que me recordo de um guarda-redes numa fase final de um campeonato do mundo.

O momento da partida aconteceu aos 25', dando fama planetária ao defensor da baliza mexicana: Dani Alves faz um centro muito comprido, da lateral direita, para um cabeceamento fulminante de Neymar na grande área adversária. Ochoa voa para a bola, num espectacular mergulho para o seu lado direito, desviando-a para canto em cima da linha de baliza. Um movimento fabuloso que fez irromper aplausos espontâneos nas bancadas do estádio Castelão, em Fortaleza.

Confiante como nunca, o guarda-redes de 28 anos que há dias sofreu um golo marcado por Bruno Alves no último minuto do Portugal-México desta vez não deixou entrar nada. Neymar (por três vezes), Paulinho, Bernard e Thiago Silva bem tentaram, de diversas maneiras, mas em vão. O Brasil teve mais oportunidades de golo, mas o México também não deu tréguas às redes brasileiras. Júlio César que o diga: salvou dois golos quase certos.

Com uma equipa muito organizada, os mexicanos souberam pressionar e ocupar espaços no terreno, cortando as vias de acesso à sua área. Apresentando um colectivo digno desse nome, em que se destacaram nomes tão diversos como o veterano Rafa Márquez (35 anos, quatro campeonatos mundiais no seu currículo), Vázquez, Giovani dos Santos, Moreno, Guardado e Herrera. Embora nenhum tão influente no desfecho como o espectacular Ochoa, que foi guarda-redes titular do Ajaccio - clube da Córsega que acaba de descer à segunda divisão francesa - e vai ficar sem contrato a partir deste Verão.

Havemos de ouvir falar mais dele, não tenho a menor dúvida.

 

Brasil, 0 - México, 0

 

Ochoa, herói do jogo

Notas sobre o jogo de ontem

 

1. Não há conquistador sem sorte. A sorte sorriu à selecção nacional no desafio amigável contra o México, ontem de madrugada. No último lance do jogo. Com um grande golo marcado por Bruno Alves - o seu décimo com as cores nacionais. Quem diria que é um defesa?

 

2. Vale a pena ver e rever o golo. Pelo sentido posicional de Bruno Alves, pela sua capacidade de elevação, pela força do remate de cabeça - como se o jogo estivesse a começar e não à beira do fim. E sobretudo pelo inconformismo que revela: ele é dos que pensam, e muito bem, que um empate sabe sempre a pouco. É com este ânimo que temos de jogar no Mundial do Brasil.

 

3. Mas o golo não vale só pela finalização. Vale também pela destreza de Helder Postiga, que consegue arrancar um livre em zona perigosa. E pela exemplar execução do castigo por parte de João Moutinho, que continua a ser uma evidente mais-valia da selecção nos cruciais lances de bola parada.

 

4. Quando só um defesa consegue marcar, isto diz-nos alguma coisa do nosso défice ofensivo. Eder bem se esforça, mas até ao momento tem sido inconsequente: ficou em branco no medíocre jogo-treino com a Grécia e repetiu a dose nula neste embate realizado em Foxborough (Massachusetts, EUA), com milhares de adeptos portugueses nas bancadas.

 

5. Melhor português em campo? Eduardo. Salvou pelo menos dois golos quase inevitáveis. E comprovou que estamos bem servidos de guarda-redes na selecção. Se o nível fosse o mesmo na linha avançada podíamos desde já sonhar com os quartos-de-final da prova máxima do desporto-rei.

 

6. Rui Patrício permaneceu no banco. Estará Paulo Bento a pensar relegá-lo à condição de suplente nesta fase final do Campeonato do Mundo após o guarda-redes do Sporting ter cumprido como titular toda a qualificação? Creio que não. Mas vale a pena estarmos atentos.

 

7. Pepe e Meireles, ao que parece, continuam tocados. Se não recuperarem a tempo do nosso jogo inaugural contra a Alemanha o primeiro pode ser substituído por Ricardo Costa, a quem não falta experiência, e o segundo dará espaço a William Carvalho em posição mais recuada forçando Miguel Veloso a adiantar-se no terreno. Nada que preocupe excessivamente o seleccionador, tenho a certeza.

 

8. Cristiano Ronaldo voltou a não jogar, como já havia sucedido frente à Grécia. Mas parece apto a alinhar no último jogo-treino antes do Mundial - contra a Irlanda, na terça-feira. Para nós não pode haver melhor notícia. Porque a selecção é muito inferior sem ele, está mais que visto.

 

9. Boas notas neste jogo? Além das já referidas, destaco as exibições de Luís Neto - muito seguro no eixo da defesa, ao lado de Bruno Alves - e de Vieirinha, que já tinha causado boa impressão contra a Grécia pelas suas velozes incursões na ala direita do nosso ataque. Mas Neto deve acautelar-se com os cartões: aquela entrada violenta que lhe mereceu o amarelo, num jogo mais a sério, talvez lhe valesse um cartão de outra cor.

 

10. Não entendi a colocação de Fábio Coentrão na posição de médio interior: como seria de esperar, não trouxe qualquer benefício ao desenho táctico da selecção. Nem vislumbrei a vantagem de ver André Almeida como lateral esquerdo titular. Seria uma homenagem à "polivalência" do rapaz? Eu sei que a sorte tem vindo ao nosso encontro, mas convém não abusar dela.

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