A 11 de Maio - há 75 dias - ficou claro, pelas palavras do seu empresário, que Manuel Ugarte sairia do Sporting no final da época. As palavras foram públicas e não deixaram dúvidas a ninguém.
A 27 de Maio - há 59 dias - Ugarte fez o último jogo de verde e branco, defrontando o Vizela. Era ponto assente que rumaria a um clube que batesse a cláusula dos 60 milhões de euros.
A 15 de Junho - há 40 dias - o presidente do Sporting assumiu, em entrevista à televisão do clube, que o internacional uruguaio iria mesmo sair «para um de dois grandes clubes europeus».
A 7 de Julho - há 18 dias - Ugarte foi oficialmente apresentado como reforço do Paris Saint-Germain para a nova temporada.
Hoje, 25 de Julho, à hora a que escrevo, o talentoso médio defensivo ainda não tem sucessor no plantel do Sporting. Apesar de a sua posição ser nevrálgica em qualquer equipa que ambiciona conquistar títulos e troféus.
Assim falou ontem Rúben Amorim de Pedro Gonçalves. Dando razão àquilo que vários de nós aqui temos escrito sobre o mesmo assunto.
Não percebo muito bem estas palavras, vindas de quem vêm. Não é o treinador que escala o onze? Estará a implorar por um novo n.º 8? Então nenhum dos reforços contratados nem nenhum dos miúdos promovidos à equipa principal (Sotiris, Tanlongo, Rochinha, Mateus Fernandes) serve para o efeito? Será mesmo necessário recuar Pedro Gonçalves, diminuindo-lhe a sua potencialidade como homem-golo?
Enfim, esta declaração algo incompreensível tem pelo menos o condão de iluminar uma evidência: o nosso plantel possui um valor superior àquilo que vem exibindo em campo. Porque vários jogadores estão deslocados das posições em que mais rendem.
Se Rúben me permite, sugiro-lhe que não espere pela próxima época para pôr em prática as mudanças que se impõem. Faça-as já.
Posso estar enganado, mas a posição do jogador que irá jogar ao lado do Palhinha não é bem a do tradicional 8. Será uma mistura de 8 com 10.
Um verdadeiro box-to-box com golo. Que ligue a equipa, o maestro da equipa.
Nem Palhinha é um verdadeiro 6 neste sistema de jogo. A posição 6 começa a ser feita pelo defesa central do meio.
Palhinha também tem liberdade para ligar a equipa e tentar o golo.
Ou seja, neste sistema de jogo cada posição é feita por dois jogadores. Ou, visto outra forma, cada jogador faz mais do que uma posição dentro do campo de jogo. A razão da preferência de jogadores polivalentes por Rúben Amorim.
Na época 2015/16 tínhamos: 6 - William Carvalho 8 - Adrien Silva 10 - João Mário
O meio-campo da seleção campeã da europa.
João Mário foi um excelente jogador na época passada. Só tinha um problema: não tinha velocidade nas pernas para fazer o papel de 8. Mas tem pantufas e inteligência para perfumar o futebol paciente. E tinha a sorte de ter Palhinha que fazia, também, a parte das funções dele libertando-o.
Na sua nova equipa, ou o reforço francês permite-lhe ter a mesma capacidade no sistema de três centrais, ou caso contrário, Jorge Jesus comprou lenha para se queimar, pois tem que jogar em 4-4-2, e apenas neste sistema táctico, para tirar o máximo rendimento do jogador.
Daniel Bragança é um 10, um mágico com a bola nos pés. Não é um tradicional 8.
Rúben Amorim tentou variar o sistema tático, usando um 3-5-2, com Daniel Bragança a 10. O resultado não foi muito famoso.
Daniel Bragança vai ser muito útil quando precisarmos marcar golos na segunda parte, esticando a equipa na frente, com o adversário fechado.
Palhinha não tem substituto no Sporting.
Ugarte é um misto de 6 e 8 raçudo e bom tecnicamente. A ser contratado, permite dar fôlego e descanso a Palhinha; e nos jogos com adversários fortes fazer dupla com ele.
Matheus Nunes, se se libertar ainda mais, será um box-to-box de altíssimo quilate com golo nos pés. Não pode falhar tantos passes, como em alguns jogos o fez.
Tabata é um bocado incógnita. Tem muito golo nos pés e é tecnicamente desinibido também. Terá a raça e o poder de choque do Matheus Nunes?
O tempo responderá e é nos treinos, em função das características do adversário, das lesões, da forma, e dos castigos, que será dada resposta.
Texto do leitor David Rodrigues, publicado originalmente aqui.
A fórmula usada por Rúben Amorim na época passada, e que tão bons resultados produziu, deverá ser repetida nesta época prestes a iniciar-se.
Não há um onze titular indiscutível. Há adversários que são analisados previamente e que, face à análise, implicam a escolha deste ou daquele onze inicial do Sporting Clube de Portugal.
Não é só na questão da pontuação que Rúben Amorim defende a teoria do jogo a jogo. Também na selecção do onze inicial nota-se que o treinador escolhe aqueles que, face a determinadas circunstâncias, serão os melhores para aquele tipo de exigência.
Na última época, vimos jogadores a saltar, com alguma surpresa, para o onze inicial. Por norma, essas alterações prendiam-se mais com as características do adversário do que com algum abaixamento de forma do jogador que saía do onze.
Para a posição 8, o Sporting Clube de Portugal possui jogadores de excelente qualidade. Estou convencido de que Rúben Amorim há-de saber encontrar aquele que, entre os candidatos ao lugar, melhor se adapte ao adversário. Hoje, pode ser Matheus Nunes; amanhã, pode ser Tabata; depois de amanhã, pode ser Daniel Bragança.
Muito importante para o Sporting Clube de Portugal é saber que existem várias opções para preencher a posição 8 e que todas elas convergem para superar as diferentes dificuldades que o clube irá encontrar em todos os jogos das diferentes competições em que vai participar.
Para o próximo sábado, contra um adversário que tem um meio-campo muito combativo – Sporting Clube de Braga -, apostaria no Matheus Nunes.
Para o jogo contra o Futebol Clube de Vizela apostaria no Tabata.
Texto do leitor Francisco Gonçalves, publicado originalmente aqui.
É o momento indicado para fazer a pergunta aos leitores do És a Nossa Fé: quem deve ser o nosso novo número 8 titular, preenchendo o lugar deixado vago pela saída de João Mário?
Há pelo menos três candidatos: Matheus Nunes, Tabata e Daniel Bragança. Qual deles tem mais hipóteses?
Andamos desesperadamente à procura de um médio defensivo. Battaglia já não está, Idrissa Doumbia é para despachar, Miguel Luís não se adaptou à posição e deve ser emprestado, Eduardo Henrique foi um dos maiores fiascos impingidos por Hugo Viana ao presidente do Sporting, Mattheus Oliveira nem consigo classificá-lo como jogador.
Estes não servem. Mas temos João Palhinha: 25 anos, formado em Alcochete, esteve por empréstimo nas últimas duas épocas em Braga, onde foi titular com vários treinadores - Rúben Amorim incluído. Para quê dispensar um jogador que mantém ligação contratual com o Sporting até 2023 se logo a seguir, para compensar esta saída, teremos de ir a correr arranjar alguém para o mesmo lugar?
Tudo isto até pode ter lógica, mas eu não a descortino. Agradeço desde já a quem souber esclarecer-me.
Laterais competentes, um médio defensivo capaz de dar conta do recado e sobretudo um ponta-de-lança. Decorridas dez jornadas do campeonato, o Sporting carece de reforços nestas posições.
Lamento que Frederico Varandas tenha acreditado no que lhe recomendou Hugo Viana. Sem homem-golo não vamos lá.
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