Num campo inclinado pela arbitragem dum incompetente e manipulado Godinho, que conseguiu engolir o fora de jogo posicional do Pedro Gonçalves e assim anular um golo legítimo, o Sporting desperdiçou uma excelente oportunidade de chegar à paragem do campeonato como líder isolado.
Pinto da Costa, com casamento ou sem ele, está à beira de cair da cadeira, as negociatas em proveito próprio via empresários estão-se a tornar muito visíveis, as saídas a custo zero ameaçam continuar, o Conceição anda de trombas e lá lhe empregaram o filho de novo, mas o CA/APAF e os seus árbitros continuam a valer mais do que comprar grandes jogadores. E hoje até conseguiram dar cabo da ligação informática ao VAR para não terem de levar com um penálti revertido por simulação do Taremi, e um golo anulado por fora de jogo posicional. Se calhar foram os mesmos do assalto ao nosso presidente nas garagens do Dragão.
Mas, voltando ao jogo, e a chegar ao intervalo a ganhar por 1-0 o Sporting perante um Braga forçosamente cansado pela jornada europeia só tinha que ganhar o jogo. E não ganhou porque Edwards, Bragança, Catamo e Trincão entraram muito mal, desconcentrados, a atacar sempre optando pelo mais difícil, faltosos ou ausentes a defender. Nada acrescentaram à equipa. E assim, em vez duma vitória folgada, surgiu um empate fruto dum grande remate de bola parada do jogador do Braga, fruto de mais um desarme em falta do Bragança por falta de físico para a função.
Não é fácil jogar com este Braga. Uma equipa com um futebol miudinho, de pé para pé, que sabe bem quando travar e quando acelerar, com bons executantes como Ricardo Horta, mas o Sporting tinha feito o mais difícil. Chegar ao intervalo a ganhar num lance digno do melhor Pedro Gonçalves a passe de Diomande. Na segunda parte o Braga viveu da incapacidade do Sporting sentenciar o jogo, teve a sorte dum livre frontal e dum remate soberbo do Djaló.
Enfim, temos de aceitar o resultado, aceitar também que Hjulmand e Nuno Santos, principalmente estes dois, não tenham ainda condições para os 90 minutos, aceitar que Edwards e Trincão ainda gravitem à volta dum planeta qualquer. Mas custa.
Imaginam possível nos tempos que correm um jogo assim como a Supertaça de ontem em Aveiro entre o Sporting e o Porto, com o Luís Godinho, depois dum festival de apito com amarelos para todos os gostos, uns mal dados a começar por um originado por mais uma canalhice do Otávio, outros por dar, alertado pelo João Pinheiro, a expulsar o arruaceiro Pepe e depois o Conceição?
Eu não consigo. Nunca aconteceu, e enquanto esta arbitragem APAF se mantiver ao serviço de Porto e Benfica não vai acontecer.
O jogo Paços de Ferreira-Braga contou com um ingrediente inédito: foi arbitrado por um francês, no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Federação Portuguesa de Futebol e a sua congénere gaulesa.
Willy Delajod: assim se chama o chefe da equipa de arbitragem desse desafio, que terminou empatado a zero.
Ao abrigo do mesmo protocolo, a FPF enviou para França o árbitro Luís Godinho. Que apitou o Bordéus-Lens (1-2), com videoarbitragem de Bruno Esteves. Um desafio que terminou envolto em polémica: os adeptos da equipa visitada acusam Godinho de ter inventado o penálti que permitiu a vitória dos visitantes.
É absolutamente incompreensível a escolha do juiz francês para o irrelevante jogo em Paços de Ferreira na mesma jornada em que se disputou o primeiro dos seis clássicos da Liga 2021/2022. Com miserável arbitragem de Nuno Almeida, um apitador que já devia estar reformado pois atingiu a data limite para o exercício da actividade na temporada anterior mas acabou repescado para esta época.
A pergunta tem de ser feita: por que motivo não foi escolhido o árbitro francês para apitar o Sporting-FC Porto?
O senhor Almeida, "coadjuvado" pelo inefável João Pinheiro na vídeo-arbitragem, assassinou o clássico desde o apito inicial. Com três cartões exibidos em menos de quatro minutos e 40 faltas assinaladas ao longo de toda a partida. Em total antítese com os critérios adoptados no recente Campeonato da Europa e contrariando as próprias recomendações dos responsáveis da arbitragem portuguesa, aconselhando menos interrupções de jogo no nosso campeonato, o oitavo com mais faltas em 35 Ligas europeias.
Como assinalava ontem Daniel Sá no Record, «raramente conseguimos assistir a mais de um minuto de futebol contínuo» neste primeiro clássico da temporada. O que só acelera o desinteresse das novas gerações pela modalidade: em vez de um jogo, há meio-jogo.
«Os 90 minutos de futebol de 40 faltas serão cada vez menos apelativos para o público em geral», acentuando a tendência para só ver resumos em vez da transmissões integrais das partidas. Com a queda de receitas daí decorrente.
Poderia falar na diferença de critério entre o padre Arturito e o padre Godinho, quanto à acção disciplinar aplicada a Gonçalo Inácio, na época passada e Raul Silva, no jogo de ontem. Nem quero acreditar que a cor das camisolas tenha influência, costuma-se dizer, cada cabeça, sua sentença, ou neste caso, a cada árbitro, o seu critério.
Falo apenas no padre Godinho e sua análise de lances em que um jogador de forma impetuosa, pisa o adversário. Não posso deixar de reconhecer coerência ao padre Godinho, para ele, a regra é sempre a mesma, "in dubio, contra o Sporting C.P."
Talvez não mereça nota máxima dos responsáveis da arbitragem no tuga soccer, porque afinal, ao contrário do padre Mota, a inclinação de campo alcançada, não terá produzido o efeito desejado, a perda de pontos do campeão nacional...
Mas sem dúvida, que à segunda jornada do campeonato, ainda incompleta, já todos percebemos que o colinho regressou e com ele, o limpinho, limpinho de má memória...
Antes do mais foi um belo jogo da Liga Portuguesa, intenso, dividido, duas equipas muito bem trabalhadas tacticamente, três belos golos, defesas fenomenais, um jogo em que adoraria ter estado num ambiente de amigos e famílias e com a Pedreira a transbordar, obviamente sem petardos a rebentar, tochas a voar, cânticos de filhos da puta, pancadaria e cargas policiais.
Foi também um jogo em que esta caricatura de árbitro - tal como fez em Famalicão na época passada - não teve problemas em tentar estragar. Deve ter algum problema mal resolvido com o Sporting ou então é apenas incapacidade de conseguir apitar um jogo com um critério uniforme e ter inteligência emocional nos momentos críticos. Um árbitro que contemporiza com o primeiro lance claro para amarelo de Raul Silva, que com o segundo seria expulso, e com o teatro e os protestos constantes de Galeno não pode ser o mesmo que mostra um amarelo a Matheus Reis acabado de entrar por fazer uma coisa que muitas fazem sem consequências e por uma falta no limite desse mesmo amarelo. Godinho nunca mais.
Voltando ao jogo, uma primeira parte muito disputada a meio-campo, com o Sporting a dominar e o Braga a aproveitar perdas de bola para lançar contra-ataques rápidos, mais ou menos o mesmo número de oportunidades para os dois lados, Adán fenomenal e Jovane a fazer a diferença num grande golpe de cabeça após um enorme centro de Esgaio.
A segunda parte começou com o Sporting de novo por cima: grande jogada colectiva que proporcionou uma concretização de classe de Pedro Gonçalves, o Braga incapaz de equilibrar o jogo e o resultado parecia feito.
Aí pelos 70 minutos, tudo o que havia para correr mal ao Sporting começou a correr. O Braga meteu avançados frescos e foi atrás do prejuízo, as pernas começaram a fraquejar do lado do Sporting com Palhinha a sofrer uma carga que o abalou, as substituições forçadas de Amorim não acrescentaram nada, Godinho inclinou o campo e começou o sofrimento. No fundo aquilo a que o Sporting está habituado, é a nossa sina.
É preciso dizer que, mesmo tendo conta que estava a jogar com 10, a equipa cometeu o erro de se acantonar atrás, ao jeito duma defesa 6-0 do andebol, no caso uma 5-4 à frente de Adán, deixando o Braga muito bem comandado por AlMusrati circular a bola à vontade à sua frente, à procura do momento certo para a incursão ou para o centro. E assim passámos por grandes dificuldades, sofremos um golo, outro belo golo por sinal. Mas o apito final felizmente chegou, mesmo tarde e a más horas, para nos garantir os três pontos.
Temos realmente uma bela equipa, uma equipa sem dúvida superior à Campeã Nacional do ano passado. A coluna vertebral manteve-se mas Paulinho está bem melhor, as contratações de Esgaio e Vinagre foram cirúrgicas. Com Ugarte vai ser a mesma coisa. Jovane, debeladas as lesões, pode ter a sua época de afirmação. Matheus Nunes faz esquecer João Mário. Todos se conhecem melhor e melhor dominam o sistema, a equipa joga melhor futebol e marca belos golos.
Temos uma equipa candidata ao título. Mas apenas isso. A temporada ainda agora começou e daqui a nada temos a Champions. Importa agora mantê-la para lá do fecho do mercado, seria mesmo frustrante se algum dos que estiveram ontem na Pedreira tivesse de sair. Espero bem que não, arranje-se o dinheiro onde se puder arranjar.
PS: Percebem porque é que o Max quer sair, ou é preciso fazer um desenho?
Nem preciso recorrer ao critério utilizado no SCB-SCP da época passada, ao Gonçalo Inácio, essa missa foi celebrada por outro padre. Hoje, durante a primeira parte, Raul Silva teve duas entradas por trás, qualquer delas a merecer o cartão amarelo. O padre Godinho entendeu avisar na primeira e mostrar amarelo na segunda.
Durante a segunda parte, Mateus Reis cometeu idêntica imprudência, mas o árbitro não utilizou o mesmo critério. Nem vou falar nos protestos de Galeno, que teriam merecido outra atitude, pelos constantes protestos.
Em Braga, assistimos à celebração de missa, provavelmente encomendada pelo bafiento tuga soccer. Mesmo assim, vencemos...
Trata-se dum ditado brasileiro que o meu falecido sogro que por lá andou citava de vez em quando e que traduz a diferença de entendimento sobre o que de mal acontece aos outros e aquele nos acontece a nós.
Ontem assisti via TV a uma das decisões mais estúpidas dum árbitro de futebol de que me recordo, a dum jogador expulso por na sequência dum remate esforçado à baliza o pé que rematou ter pousado no tornozelo que o defensor lá colocou. Mas foi essa mesmo caricatura de árbitro o responsável por ter voltado atrás no penalti assinalado ao Zaidu em Alvalade, bem como pelo amarelo no lance anterior para expulsão desse mesmo Zaidu, e por tudo aquilo que se passou depois em Famalicão e de que nem vale a pena falar. Foram quatro pontos subtraídos ao Sporting nesses dois jogos, duas expulsões de Rúben Amorim e agora mesmo 45 dias de castigo ao nosso presidente pelo protesto pelo que esse senhor fez ao Sporting nesse jogo em Alvalade.
Foi também essa mesma caricatura de árbitro que ia deixando passar incólume a bárbara agressão do Taremi no Dragão, apenas o expulsando quando chamado pelo VAR e escrevendo no relatório aquilo que levou a que apenas fosse castigado com um jogo.
Não é o VAR que apita os jogos é o árbitro. O VAR apenas o alerta para situações que deverá rever e analisar. Perante uma lesão grave como aquela, e estando definido que as faltas que levem a lesões graves levam a expulsão, o VAR fez bem em chamar a atenção. Recordemo-nos porém que há um ano o nosso LP sofreu uma grave lesão depois de carregado por um jogador do Marítimo (bem à minha frente em Alvalade, que saudades ai ai), o árbitro nem marcou falta e esse jogador não foi expulso. E ficámos até hoje sem o nosso LP que bem falta nos faz. E o VAR da altura não chamou a atenção ao árbitro para rever o lance.
Luís Godinho é o melhor exemplo da triste arbitragem que temos: não tem conhecimento do jogo, não tem estofo psicológico para aguentar a pressão, não reúne condições para apitar jogos de futebol a este nível, prejudicou directa e indirectamente de forma grave aquele que dizem ser o seu clube, chegou agora a vez ao Porto. Curiosamente Pinto da Costa consegue fazer toda uma intervenção de defesa do seu clube sem se referir uma única vez ao nome deste senhor, o que apenas quer dizer uma coisa: que o tem no bolso e o irá "recuperar" de forma a que ele nunca mais se esqueça deste "deslize".
Não é o primeiro, não será o último. Onde é que pára o abaixo-assinado?
O futebol é um desporto de contacto, os acidentes infelizmente acontecem e por vezes da forma mais estúpida possível (eu que o diga). Que David Carmo recupere depressa e que o Luiz Phellype volte a integrar ainda mais depressa as fotos das vitórias e das conquistas do Sporting Clube de Portugal.
Os mesmos comentadores que nas pantalhas debitam a cartilha do ódio ao Sporting, acusando-o de beneficiar dos favores da arbitragem, fecharam os olhos aos dois penáltis perdoados ao Braga no jogo de sábado contra a nossa equipa. Um empurrão pelas costas de Rolando a Feddal e um derrube de Raul Silva a Tiago Tomás, que as imagens tornam evidente. O primeiro foi transformado pelo árbitro Fábio Veríssimo em... falta atacante do Sporting. O segundo ocorreu quando o vídeo-árbitro João Pinheiro estaria a pairar em meditação transcendental lá nos confins da "cidade do futebol".
No empurrão a Feddal, dizem eles, nada se passou: tudo depende da intensidade. São os mesmos, em vários casos, que vislumbraram fúria intensiva no involuntário toque de Coates ao guarda-redes do Famalicão, justificando a anulação do nosso terceiro golo nesse jogo pelo árbitro Luís Godinho que nos impediu de ali conquistar os mais que merecidos três pontos e valeu a Rúben Amorim a segunda expulsão na sua carreira, a segunda ao serviço do Sporting (a primeira, por mera coincidência, foi também ditada por Godinho).
São os mesmos, exactamente os mesmos. E, do nosso lado, ainda há por vezes quem acredite neles.
22' - Penálti não convertido pelo Sporting. Devia ter sido repetido: no momento em que Nuno Santos pontapeia a bola, a grande área está invadida por vários jogadores do Famalicão. Diz a lei que, não havendo golo, o pontapé de penálti deve ser repetido. Como sucedeu, na mesma jornada, no Belenenses SAD-Braga, favorecendo a equipa minhota.
23' - Pedro Gonçalves amarelado por simulação quando tentava a recarga na sequência do penálti falhado. Contradiz decisão do árbitro Luís Godinho, favorável ao Famalicão, no minuto 49.
36' - Campana, já com cartão amarelo desde o minuto 8 devido a uma entrada por trás que derrubou Palhinha, volta a fazer falta sobre o nosso médio defensivo, desta vez com um pisão no seu pé esquerdo. Falta que justificava o segundo amarelo - e consequente expulsão do famalicense. Contradiz decisão do árbitro, desfavorável ao Sporting, no minuto 80.
39' - Gustavo Assunção, junto ao círculo central, trava saída rápida de Nuno Santos, agarrando-o e derrubando-o. Abortado um ataque perigoso do Sporting sem que o jogador do Famalicão visse o amarelo.
45'+2 - Gustavo Assunção (novamente) afasta ostensivamente a bola quando Pedro Gonçalves se preparava para o arremesso junto à linha lateral. Não houve cartão, contrariando decisão do árbitro desfavorável ao Sporting no minuto 80.
45'+3 - Entrada duríssima em tackle deslizante, de Pereyra sobre Antunes, com o defesa do Famalicão aplicando a sola no tornozelo esquerdo do nosso jogador. Só viu amarelo: devia ter sido expulso.
Após o apito para o intervalo - Riccieli, que provocara o penálti cometendo falta sobre Nuno Santos, recebe cartão amarelo por gritar e gesticular em direcção a um grupo de jogadores do Sporting enquanto todos abandonavam o campo. Nuno Santos é também amarelado sem que se perceba porquê.
49' - Valenzuela passa por Coates caindo dois metros à frente, em evidente tentativa de cavar uma falta. Fica sem advertência do árbitro, ao contrário do que sucedera com Pedro Gonçalves no minuto 23.
53' - Pereyra, já com amarelo, derruba Nuno Santos, que conduzia um ataque prometedor junto à linha lateral da grande área. O segundo cartão ficou no bolso do árbitro.
66' - João Mário conduz a bola junto à linha da baliza, já dentro da grande área, para cruzar quando Herrera o afasta do caminho empurrando-o ostensivamente com o braço esquerdo para fora do relvado, contra os placards publicitários. O árbitro nada assinalou. O vídeo-árbitro Artur Soares Dias deixou passar. Penálti evidente contra o Famalicão que ficou por marcar.
70' - Gustavo Assunção salta, levanta os braços e grita contra Luís Godinho ao ser-lhe assinalada uma falta. Não viu o amarelo, por aparente "gestão do jogo" por parte do árbitro, contrariando o que viria a decidir contra o Sporting no minuto 80.
72' - Riccieli, já amarelado, derruba Tiago Tomás junto à linha, no meio campo defensivo do Famalicão. Impôs-se novamente a "gestão do jogo": não houve segundo cartão ao famalicense.
80' - Luís Godinho exibe segundo cartão a Pedro Gonçalves, expulsando o nosso médio criativo ao ser-lhe assinalada falta num lance a meio-campo que não constituiu entrada negligente nem cortava ataque prometedor do Famalicão. Pedro terá sido expulso por pontapear a bola já sentado no chão, após a interrupção por falta. Duplicidade de critério do árbitro, que decidira de forma diferente, favorecendo o Famalicão, no minuto 45+2.
90' - Coates marca o terceiro golo do Sporting, que nos daria três pontos no confronto de Famalicão. O árbitro valida mas reverte a decisão na sequência de um alerta do VAR. Artur Soares Dias - que só deveria intervir em lance claro e inequívoco, segundo estipula o protocolo que regulamenta a vídeo-arbitragem - alega ter existido falta do uruguaio sobre o guarda-redes Luiz Júnior. As imagens, no entanto, comprovam que só há um ligeiro contacto entre o braço esquerdo de Coates e o guardião, e mesmo assim já fora da pequena área, quando Luiz Júnior se fazia tardiamente ao lance, após impulsão prévia do defesa leonino, acabando a bola por bater na cabeça do nosso capitão e ressaltar para a baliza deserta. Lance limpo que Godinho invalidou.
90'+2 - Luís Godinho exibe o cartão vermelho a Rúben Amorim, por alegados protestos. O técnico leonino é expulso pela segunda vez, com um intervalo de sete semanas, numa partida dirigida pelo mesmo árbitro - ele que jamais vira um cartão dessa cor, enquanto jogador e enquanto treinador, ao longo de toda a sua carreira no futebol.
Duas opiniões insuspeitas sobre o mais polémico lance do Famalicão-Sporting - aquele em que é anulado um golo limpo da nossa equipa, marcado pelo capitão leonino aos 90'.
Ambas publicadas na edição de ontem do jornal A Bola:
Bagão Félix: «O golo anulado a Coates em Famalicão é de difícil julgamento. Honestamente, acho que uma vez assinalado como válido pelo árbitro, a intervenção do VAR é duvidosa, porque seja qual for o ângulo de observação não há uma infracção categórica.»
Vítor Serpa: «É possível garantir, através de imagens paradas ou até mesmo de uma sucessão de frames, que houve irregularidade? Não me parece. Quanto muito seria possível interpretar como tal, mas nunca com absoluto rigor. O que nos remete para a possibilidade de uma invasão inapropriada do VAR no jogo.»
Cai definitivamente por terra a tese que alguns andam desde domingo a propagar sobre a pretensa "unanimidade", entre todos quantos não são adeptos do Sporting, relativamente à decisão assumida nesse jogo pelo árbitro Luís Godinho, sob pressão do vídeo-árbitro Artur Soares Dias.
Bagão Félix e Vítor Serpa juntam-se assim a António Oliveira, Manuel Cajuda e outros observadores isentos de devoção leonina mas dotados de honestidade intelectual.
Mas em duas arbitragens miseráveis, esta época, conseguiu subtrair 4 pontos ao Sporting e expulsar pelas primeiras duas vezes o nosso treinador e pela primeira vez o nosso melhor jogador.
Dizem que é do Sporting.
Mas, esquecido ou não, do campeonato que nos fez perder, carregado ou não, por não ter chegado com a puta das suas mãos à cabeça do Luisão, conseguiu ontem na Sport TV pôr em evidência todos os maiores erros cometidos pelos jogadores do Sporting, branquear completamente a actuação tendenciosa e parcial do apitador de serviço, mais o seu partenaire no Jamor, e justificar a falta de Coates no lance decisivo, ao contrário do que disseram António Oliveira, Manuel Cajuda, Bagão Felix ou Rui Santos, e finalmente criticar o presidente do clube pela sua reacção que entende digna dum calimero.
Mas será mesmo que o Sporting tem alguma coisa a ver com estes sujeitos ?
Caso sejam sócios, que o Sporting lhes devolva o dinheiro das quotas e eles que sejam sócios do que quiserem, que se assumam como lampiões ou andrades (ia a dizer tripeiros, mas já me explicaram a diferença), ou do que quiserem.
Do Sporting, não !
Entre sportinguistas destes e "lampiões" como Paulo Bento e Rúben Amorim, mil vezes os segundos.
Já não bastava um turbo-comunicado veiculado por um putativo porta-voz do Conselho de Arbitragem, minutos após o fim do Famalicão-Sporting, ter assegurado ao País - via agência Lusa - que o miserável desempenho do apitador Luís Godinho atingira nível de excelência.
É a primeira vez que algo semelhante ocorre: em escassos minutos, um órgão colectivo reúne, analisa, delibera e difunde a deliberação, esquecendo-se apenas de tirar a máscara ao anónimo porta-voz. Parece uma rábula do Ricardo Araújo Pereira, mas aconteceu mesmo, na noite de sábado, com a depressão Dora ainda à solta.
Na mesma linha deste corporativismo saloio, saindo em defesa do indefensável, surge agora a inefável Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol em apoio incondicional a Godinho, urrando contra «a linguagem utilizada por diversos agentes com responsabilidades acrescidas no futebol português». Num ridículo comunicado bilingue - redigido igualmente em inglês, talvez na esperança de que venha a ser alvo de análise na ONU - a APAF considera «inaceitável» a lesão da «honra e do bom-nome» de Luís Godinho (nome omitido no comunicado). Esquecendo um facto fundamental: quem insiste em ferir a honra do senhor Godinho, reiteradamente, é o próprio senhor Godinho.
E logo parte do suspiro lacrimejante de virgem ofendida para a ameaça façanhuda, revelando ter «encaminhado para o Conselho de Disciplina as declarações proferidas após os jogos do fim-de-semana e remetido queixas para outros órgãos judiciais e associativos no sentido de apurar responsabilidades».
De caminho, insulta. Qualificando de «total irresponsabilidade» o atrevimento daqueles que ousaram contestar o péssimo trabalho de Luís Godinho exercendo o direito à livre expressão garantido na Constituição da República Portuguesa. Quer impor a lei da rolha, como desabafa sem rodeios: o que se pretende é «banir, de uma vez por todas, este tipo de discursos [isto é, as críticas] no futebol em Portugal».
Rolha, portanto, mas só para os outros. Como ironizava Millôr Fernandes, «toda regra tem exceção. E se toda regra tem exceção, então, esta regra também tem exceção e deve haver, perdida por aí, uma regra absolutamente sem exceção». Perguntem à APAF.
António Oliveira - glória do futebol português - deixou ontem tudo bem claro, em palavras lapidares, no Trio d' Ataque da RTP 3: «Não deixaram o Sporting ganhar o jogo.»
Referia-se à miserável actuação do árbitro Luís Godinho no Famalicão-Sporting da véspera. O inenarrável apitador que já conseguiu expulsar Rúben Amorim em dois jogos: o Sporting-FC Porto, da terceira jornada, e agora este, relativo à nona jornada.
A primeira pergunta deve ser feita ao presidente da Liga, Pedro Proença (ele próprio antigo árbitro), e ao presidente do Conselho de Arbitragem, José Fontelas Gomes. Como é que o mesmo homem de apito é nomeado duas vezes para dirigir jogos do Sporting com escassas sete semanas de intervalo sabendo-se da enorme celeuma que suscitara no clássico de Alvalade?
Seguem-se outras, que a SAD leonina tem o dever de apresentar em sede própria, junto dos órgãos jurisdicionais, e na praça pública. Como é que aquele que todos consideram o melhor jogador do campeonato português, Pedro Gonçalves, acaba expulso aos 80', por acumulação de amarelos, numa partida em que só cometeu duas faltas? Alega Godinho que terá simulado penálti num caso e terá pontapeado a bola em protesto noutro caso: acontece que jogadores do Famalicão, ao longo do mesmo jogo, fizeram uma coisa e outra ficando impunes.
Basta isto para qualificar de vergonhosa a actuação do expulsador. E já nem menciono o penálti sobre João Mário que Godinho fez de conta que não viu. Nem da suposta falta sobre o guarda-redes cometida por Coates num lance em que é indiscutível ter sido ele a saltar primeiro. E regresso aqui às palavras de Oliveira: «Não me pareceu que houvesse qualquer falta no golo do Coates. Primeiro, porque é fora da pequena área. E, antes do guarda-redes, já ele lá estava à procura da bola.»
O mais revoltante, no entanto, é verificar que Rúben Amorim já contabiliza duas expulsões. De nada lhe vale ser enaltecido por todos os comentadores como um dos treinadores com mais fair play e menos incendiários do futebol português. Basta comparar: como jogador, ao serviço de Belenenses, Braga e Benfica, efectuou 337 jogos sem nunca ter sido expulso; como treinador, antes de vir para Alvalade, cumpriu 13 jogos no Braga, sem qualquer expulsão.
No Sporting, onde está apenas há nove meses, já vai no segundo cartão vermelho em 21 jogos - ambos exibidos pelo mesmo apitador. Isto diz tudo sobre os critérios da arbitragem portuguesa. Critérios de nomeação, desde logo. E critérios de justiça desportiva, depois.
Passsam os anos, mudam as décadas, é a miséria de sempre. Parafraseando o sábio António Oliveira: eles não deixam o Sporting ganhar jogos. Nem campeonatos.
Obviamente que o SCP também terá que se queixar de si próprio, pela perda dos dois pontos em Famalicão. Afinal desperdiçámos uma grande penalidade e oferecemos o golo do empate ao adversário, com um frango monumental do guarda-redes. E quanto assim acontece, colocamo-nos a jeito...
No entanto, uma vez mais num jogo do SCP, a arbitragem, que deveria passar despercebida, assumiu o protagonismo pelas piores razões.
Vamos a factos:
- Em dois jogos dirigidos por Luís Godinho, o treinador Rúben Amorim recebe ordem de expulsão. No jogo de Alvalade, frente ao FCP, o árbitro é complacente com uma entrada de Zaidu, não lhe mostrando o cartão vermelho. Ontem foi excessivamente rigoroso com Pedro Gonçalves. No primeiro cartão amarelo, não houve uma clara simulação e no segundo mostrou amarelo porque o jogador protestou, afastando a bola do local, quando anteriormente tinha apenas advertido um jogador do Famalicão por prática semelhante. No lance do golo anulado a Coates, por toque no guarda-redes, apetece perguntar a Luís Godinho se este toque foi mais ou menos intenso do que o toque de Zaidu em Pedro Gonçalves, no jogo de Alvalade.
- Pelos exemplos que enumerei (não estou a invocar outros jogos, com outros árbitros e diferentes critérios, estou a ser factual) são decisões de Luís Godinho, logo, posso ser objectivo, porque o mesmo árbitro mostra diferente interpretação na análise dos lances, consoante tenha que decidir contra ou a favor do SCP.
- Perante este quadro, em meu entender, o SCP pela voz do seu presidente, Frederico Varandas, deveria lançar um apelo público aos responsáveis pela arbitragem, pedindo que até final da época, evitassem nomear Luís Godinho para jogos do clube. E porque não recuperar uma acção que foi necessária nos tempos de José Roquette, decretar luto no SCP pela verdade desportiva?
- A nossa surpreendente liderança à 9.ª jornada está a incomodar o sistema podre que dirige o tuga soccer. Ontem tivemos apenas uma breve amostra do que estará por vir, agora que se aproximam importantes embates com SCB e SLB. Os padres que celebram as missas parecem estar ordenados para, em caso de dúvida, decidir sempre contra o SCP. Luís Godinho não deixa margem para dúvidas: são dois jogos sempre a lesar-nos. Vamos estar atentos às decisões que tomar nos jogos de FCP, SLB e SCB para percebermos a coerência do seu critério...
Com muito mais certeza que o treinador dos portistas, eu atrevo-me a oferecer o milhão de euros, que não tenho, se alguém me apresentar aqui um esclarecimento tão célere do Conselho de Arbitragem a um lance ajuizado pelo VAR, menos de uma hora depois de um jogo terminar.
Não vou perder mais tempo com uma arbitragem tendenciosa, que perdoou ao Famalicão o que castigou o Sporting, o amarelo por simulação de penálti, o segundo amarelo por reincidência em entradas à margem das leis, e que como em Alvalade fez de palhaço, revertendo a decisão tomada no terreno e que estava à vista de todos pelo "conselho" dum VAR que nunca podia ter certeza alguma sobre os lances em questão. Foram mais dois pontos roubados ao Sporting, já tinham sido dois roubados em Alvalade. O artista de circo e o "modus operandi" foram os mesmos.
Parabéns ao artista, mais a sua troupe de ilusionistas do Jamor: a continuar assim ainda vai ser o próximo presidente do Conselho de Arbitragem.
Quanto ao jogo em si, para mim e do ponto de vista colectivo foi o melhor jogo do Sporting da temporada: dominou completamente o adversário, que quase nunca criou perigo, teve uma boa saída a jogar, variações de flanco oportunas, jogo interior eficaz, combinações bem conseguidas, cantos e livres bem trabalhados e a causar perigo, controlo do ritmo da partida, temporizando e acelerando em momentos chaves, recuperava a bola bem no campo do adversário. Existe um trabalho de casa bem feito que salta aos olhos de todos.
Mas também existiram erros individuais que complicaram o que estava a ser fácil e colocaram a equipa a jeito para o artista fazer o seu número. Logo a abrir Sporar falha um golo meio feito, a seguir deixa o penálti (não seria ele a marcar ?) para um Nuno Santos que denuncia completamente o remate, depois Adán falha clamorosamente a saída e Sporar logo atrás dele o corte, João Mário e Nuno Santos falham remates frontais que sentenciavam a partida e Borja faz um passe completamente idiota, que origina o livre fatal. Nesse livre parece-me que Palhinha não acompanha o colega do lado no salto, baixa instintivamente a cabeça e deixa a bola passar num arco que entra na baliza junto ao poste.
E voltamos à questão da falta dum ponta de lança do calibre dos dois últimos que tivemos, o que para mim é absolutamente essencial para dar outro conforto a esta equipa e ajudá-la a conquistar os objectivos pretendidos.
Sporar é um profissional dedicado e competente, um avançado móvel que trabalha imenso para a equipa e marca golos, mas não chega, e esta pressão que está a cair sobre ele em nada ajuda ao seu rendimento como ponta de lança. Hoje passou ao lado do jogo.
Artista de circo à parte, não se pode jogar tanto e marcar tão pouco. Precisamos dum artilheiro.
Para o Famalicão, que passou ao lado da goleada, fica a certeza que foi um pontinho caído do céu. Que lhes faça bom proveito, mas pelo menos deviam mostrar-se agradecidos.
Da nossa superioridade frente ao Famalicão. Empatámos 2-2 no mesmo estádio onde na época passada havíamos perdido por 1-3. Infelizmente o resultado da partida de hoje não traduz a qualidade da exibição leonina. Este nosso primeiro empate fora de casa da Liga 2020/2021 acaba por saber a pouco.
Dos nossos golos. O primeiro, apontado aos 37' por Pedro Gonçalves num excelente remate rasteiro, desenhando uma soberba diagonal com o pé esquerdo, após contornar uma floresta de pernas, para o ângulo mais difícil da baliza adversária. O segundo, um espectacular disparo de Porro na conversão de um livre directo quando estavam já decorridos 45'+4, no último lance da primeira parte, que terminou com o Sporting a vencer 2-1.
De Pedro Gonçalves. Vão escasseando os adjectivos para qualificar a actuação do ex-famalicense, o melhor jogador do campeonato. Hoje marcou o seu décimo golo em oito jogos da Liga: leva cinco partidas consecutivas a facturar, liderando destacado a lista dos goleadores. Infelizmente, no campeonato português os artistas como ele são tratados com desprezo e raiva pelos árbitros mais incompetentes, como o que hoje nos calhou pela segunda vez em nove jornadas.
De Porro. Incansável a controlar o nosso corredor direito, onde dá largas à sua vocação ofensiva. Mas o livre que transformou em golo foi marcado do lado esquerdo: é, sem dúvida um dos melhores do Sporting neste ano prestes a chegar ao fim. Já tinha ajudado a construir o nosso golo inicial, com uma recuperação de bola. E logo aos 7' cruzou de forma exemplar para Sporar, no que podia ter sido uma assistência para golo caso o esloveno não andasse em greve de remates. O jovem internacional sub-21 espanhol foi, para mim, o melhor em campo.
De Palhinha. Outra boa exibição do nosso médio defensivo, que no entanto parece algo desacompanhado naquela zona do terreno cada vez que Matheus Nunes fica fora do onze inicial. A sua influência na equipa mede-se não apenas pelos cortes que protagoniza e pelas recuperações que consegue, mas também pelas faltas que obriga os adversários a fazer. Desta vez, só à sua conta, foram amarelados três: aos 69', 83' e 87'. Destacou-se ainda por dois potentes remates com selo de golo, aos 32' e aos 54', forçando o guardião a defesas muito difíceis. Anda com vontade de marcar: não custa prever que vai conseguir metê-la lá dentro num dos próximos jogos.
Do centésimo jogo de João Mário pelo Sporting. O campeão europeu formado na Academia de Alcochete estreou-se na nossa equipa principal há nove anos, tendo sido lançado pelo treinador Domingos Paciência a 14 de Dezembro de 2011. Uma longa ligação, intensificada neste seu regresso ao clube em que espera sagrar-se campeão. Pena ter hoje falhado um remate crucial quando tinha só o guarda-redes pela frente, aos 78', atirando a bola para a bancada.
De ver o Sporting no comando da Liga. Aconteça o que acontecer nesta jornada, e apesar dos dois pontos hoje perdidos em Famalicão, manteremos o primeiro lugar. Continuamos a ser a única equipa invicta. E até agora marcámos em todas as jornadas do campeonato.
Não gostei
Do árbitro Luís Godinho. Saiu-nos na rifa pela segunda vez em nove jogos: é caso para dizer que andamos com azar. À terceira ronda do campeonato, o clássico Sporting-FC Porto, foi ele a inclinar o campo com uma arbitragem calamitosa, poupando o defesa portista Zaidu a duas expulsões ainda no primeiro tempo. Não contente com isso, expulsou Rúben Amorim ao intervalo por palavras em tudo idênticas às do treinador do FCP que fingiu não ter ouvido. Desta vez voltou a fazer estragos, novamente contra o Sporting: expulsou Pedro Gonçalves aos 80', por acumulação de amarelos com o primeiro cartão a ser exibido por alegada "simulação" que só existiu na cabeça dele, e aos 90' anulou um golo limpo a Coates que nos daria os três pontos. E voltou a expulsar o nosso técnico, imitando o que fizera em Alvalade, como se Amorim fosse uma espécie de hooligan dos treinadores portugueses. Uma vergonha haver sujeitos como este, que tudo fazem para lesar os virtuosos da bola e conspurcar o nosso futebol.
De Adán. Muito intranquilo, o guarda-redes espanhol saiu disparatadamente dos postes, falhando o salto e permitindo que o Famalicão fizesse um golo no primeiro remate à nossa baliza, na sequência de uma bola parada, quando estavam decorridos 43'. Aos 89' sofreu o segundo golo - ao segundo remate - na conversão de um livre em que pareceu mal colocado na baliza e reagir tarde na tentativa de bloquear a bola.
De Sporar. Uma nulidade: com ele em campo, parecíamos jogar só com dez. Incompreensível, a decisão do técnico de mantê-lo em campo até ao minuto 63. Logo aos 7', incapaz de fazer a emenda frente à baliza, desperdiçou um cruzamento milimétrico de Porro. Aos 57', isolado por Coates, atrapalhou-se com a bola na grande área e acabou por oferecê-la a um adversário. E ainda foi ele a falhar a marcação a Gustavo Assunção no livre de que resultou o primeiro do Famalicão: ficou parado, de braços caídos, a "marcar" com os olhos. Merece ir para o banco.
Do penálti falhado por Nuno Santos. Estavam decorridos 22 minutos quando o ala canhoto, chamado a converter uma grande penalidade, rematou de modo muito denunciado, permitindo a defesa do guarda-redes. Teria sido o nosso primeiro golo - e, com a bola lá dentro, a história desta partida seria bem diferente. Mas é revelador que tenha sido Nuno Santos a marcar o penálti e não Sporar, ponta-de-lança, como seria mais lógico. Uma prova - mais uma - da falta de confiança do esloveno nos seus atributos goleadores.
Do nosso primeiro empate fora de casa. Até agora, só contávamos por vitórias todos os desafios na condição de equipa visitante. Não admira este desaire, pois passámos a jogar com menos um numa fase decisiva do jogo e ainda tivemos o apitador a actuar contra nós, permitindo entradas violentas, a todo o momento, aos jogadores do Famalicão enquanto mandou para a rua Pedro Gonçalves, um dos profissionais menos faltosos do campeonato português.
Passaram apenas quatro dias e eis o FC Porto - escandalosamente beneficiado pela arbitragem em três dos quatro jogos que já disputou para o campeonato nacional de futebol - aos gritos contra os senhores de apito. Desta vez contra um letão, que ontem arbitrou o Manchester City-FCP, jogo em que os portistas foram derrotados por 1-3 após terem estado dois minutos em vantagem no marcador. Alegam eles (alega o treinador Sérgio Conceição, pois Pinto da Costa desta vez meteu a viola no saco, batendo a bola baixa), e provavelmente com razão, que o apitador teve influência no resultado.
Godinho, ao deixar passar em claro uma entrada de Zaidu sobre Porro, aos 19', que podia ter deixado o nosso ala direito incapacitado para o futebol e ao expulsar o nosso treinador por ter dito a mesma palavra proferida pelo técnico do Porto minutos antes. Num estádio vazio, tudo isto se percebe muito bem - e alguns canais de televisão já demonstraram a chocante disparidade de critérios, com recurso a legendas. Faltando apenas, no caso de Conceição, a parte do vernáculo. Mas só Rúben Amorim foi castigado.
Martins, ao recomendar a Godinho, já no tempo extra da primeira parte, que revertesse o penálti assinalado contra o FCP, que levou também à retirada do segundo amarelo a Zaidu - o tal jogador que devia ter sido expulso muito mais cedo com vermelho directo. Ao proceder como procedeu, o vídeo-árbitro violou de modo chocante o protocolo de intervenção do VAR, que só autoriza este a pronunciar-se sobre um lance se houver "erro claro e óbvio", o que não era manifestamente o caso.
2
Não deixa de ser curioso - e até divertido - ver os beneficiados de sábado transfigurados em queixosos de quarta-feira. Agora com aparente razão: o letão de apito, com a bênção do VAR, fez vista grossa a um pisão sobre Marchesín (menos evidente, apesar de tudo, do que o de Zaidu a Porro), assinalou um penálti que não devia ter sido marcado e ainda inventou um livre directo em zona frontal, por falta inexistente e do qual resultou o segundo golo do City.
Qual a diferença?
A diferença é que o FCP interfere há pelo menos 30 anos nos meandros da arbitragem nacional, mas é impotente para inclinar o campo a seu favor nas competições internacionais. Dar duas entrevistas em poucos dias - como acaba de fazer o presidente do FC Porto - com alusões nada veladas a Pedro Proença, presidente da Liga, pode bastar para que o "bafo do dragão" influencie os senhores de apito cá na terra, mas de nada serve a partir de Tui ou Badajoz.
3
Tais entrevistas não constituem prova de força: são prova de fraqueza. O FCP perdeu cinco pontos em duas jornadas e soma três jogos consecutivos sem vencer. É quanto basta para fazer soar campainhas de alarme nas Antas. E lá voltam as cumplicidades do costume. O poderio de Pinto da Costa construiu-se nestas décadas num misto de intimidação e impunidade: eles podem dizer e fazer o que querem (no rectângulo português), contando sempre com uma comunicação social reverente - o que não admira, pois já foi tornado público que pagam viagens e hotéis a comentadores afins.
Um dos bitaiteiros que mais tempo passam nos estúdios televisivos fazia ontem e anteontem vénias ao velho crocodilo, expressando-lhe «todo o respeito», enquanto zurzia sem piedade em Frederico Varandas por se ter atrevido a «iniciar uma polémica» com o papa do Apito Dourado. Isto quando a arbitragem nacional ameaça regressar aos tenebrosos anos 90 - talvez a mais vergonhosa década das competições desportivas a nível nacional.
4
«A questão central no lance entre Zaidu e Pedro Gonçalves deixou de ser o possível penálti e passou a ser a de perceber se o protocolo permite que em lances de intensidade discutível possa haver intervenção. A resposta é não. By the book, essa só deve acontecer em situações em que seja cometido um erro claro e óbvio. Claro que há muitos lances subjectivos ou de intensidade que são evidentes e nesses o VAR deve actuar como já actuou. Mas o de Alvalade foi um dos tais impossíveis de carimbar.» [texto infelizmente sem ligação digital].
Palavras desassombradas de uma pena insuspeita de simpatizar com o Sporting: Duarte Gomes, em artigo publicado na edição de terça-feira do jornal A Bola. Um texto em que o ex-árbitro recomenda a divulgação das mensagens trocadas entre o árbitro e o vídeo-árbitro em lances que suscitem controvérsia. «Lá chegará o dia», assegura. Defendendo, para já, «um esclarecimento público sempre que aconteça uma situação atípica, que cause ruído e levante suspeitas». Exactamente ao contrário do que agora sucedeu, com o Conselho de Arbitragem remetido a um inaceitável silêncio.
O FC Porto - escandalosamente beneficiado nos jogos que já travou com Braga, Marítimo e Sporting - não aceitará, sou capaz de apostar. Embora seja, também ele, prejudicado nos desafios que disputa além-fronteiras. Como ontem aconteceu.
Isto não deve inibir, de forma alguma, o presidente do Sporting de lutar pelo primado da transparência. Com a certeza prévia de que, nesta matéria, qualquer graçola de Pinto da Costa constitui uma espécie de medalha. Sinal evidente de que Varandas está a incomodar um dos maiores protagonistas de atentados à verdade desportiva desde sempre cometidos no futebol português.
É realmente comovedor ouvir o Sérgio Conceição, mais a corte de comentadeiros e paineleiros afectos, lamentar-se de tudo e mais alguma coisa, da qualidade do árbitro, da protecção aos poderosos, ao fim e ao cabo dum resultado falseado. Na terminologia introduzida pelo saudoso José Maria Pedroto, dum roubo de igreja.
Também ele, Conceição, se queixa agora da pressão do Pepe Guardiola e do banco do Manchester City sobre a arbitragem.
Se calhar o Sérgio expressou-se mal... o que ele queria era exprimir a sua indignação pelo Godinho não ter sido o árbitro e o Tiago Martins o VAR. Não entende porque é que o Fontela Gomes e a APAF não mandam na UEFA.
Realmente, não se compreende...
SL
{ Blogue fundado em 2012. }
Siga o blog por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.