- Ruben Amorim: O melhor treinador que vi no Sporting, virou o jogo com as mexidas que fez na equipa.
- Harder: Algumas equipas conseguem suster um nórdico goleador, mas muitas poucas aguentam com dois nórdicos goleadores.
- Hjulmand: que Golaço!
- Dr. Luís Freitas Lobo: Hoje teve uma prestação do nível "se é para isto vou deixar de pagar a merda da Sportv e meter pirataria". Que falta de isenção, que falta de capacida de análise, passou 89 minutos a elogiar o Braga, uma equipa que fez três remates no jogo todo e marcou dois golos, com muita sorte à mistura. Só quando o Sporting estava a ganhar 3-2 é que se ouviram plavaras positivas à exibição do Sporting, mas aí também eu sou um grande analista, se me limitar a elogiar quem está a ganhar.
- Carlos Carvalhal: Mais um da colecção de ressabiados com o Sporting. Ainda hoje deve achar que foi despedido injustamente, depois da época de sonho que fez em 09/10, um 4.º lugar a 30 pontos do 1.º.
- Toda a equipa do Braga. Para ver se aprendem que o futebol não é só dar cacetada e fingir que se sofreu uma falta assim que um adversário está por perto.
- Luís Godinho: Num jogo com bastante cachaporra da parte do Braga, conseguiu ainda assim dar mais amarelos por protestos do que por faltas cometidas. Não viu ainda um encosto de ombro a Trincão na área do Braga, em que o ombro do jogador da casa eram os dois braços e o ombro do Trincão era o seu peito, nem viu que Franco Israel foi atropelado por um adversário no lance do primeiro golo, estando no chão no momento do remate devido a isso mesmo.
De vencer o Famalicão. Conquistámos os três pontos num terreno habitualmente difícil, onde o SLB tombou logo na primeira jornada, perdendo 0--2. Dominámos por completo. Impusemos o nosso ritmo, o nosso caudal ofensivo, a nossa inegável superioridade física, técnica e táctica. O jogo terminou 3-0, com o Sporting mais perto de marcar o quarto do que a equipa visitada de conseguir o tento de honra. Israel só fez uma defesa digna desse nome em toda a partida, aos 66'.
De Quenda. Marcou o nosso segundo golo, aos 63', num pontapé de ressaca: o seu golo de estreia na Liga. Foi o mais jovem jogador leonino de sempre a facturar no campeonato nacional de futebol. Com apenas 17 anos, 5 meses e 27 dias. É também ele a iniciar o primeiro. Merece, sem favor algum, ser designado melhor em campo.
De Gyökeres. Desbloqueou o jogo: estava escrito que voltaria a não ficar em branco - e foi o que aconteceu aos 57': recebe a bola de Morita na área, faz uma rotação perfeita libertando-se da marcação e fuzila as redes num remate indefensável. Pôs fim à reputação defensiva da equipa minhota: antes desta partida o Famalicão só tinha um golo sofrido em casa, destacando-se como segunda melhor defesa da Liga. Agora já não é. O craque sueco leva 12 marcados neste campeonato.
De Gonçalo Inácio. Outra estreia a marcar na Liga. Foi dele o terceiro, dando a melhor sequência a um centro perfeito de Geny, aos 86'. Assim culminou uma enorme exibição no plano defensivo, não apenas a travar investidas da turma anfitriã mas desenhando passes a romper linhas, como sucedeu aos 29' e aos 77'.
De Trincão. Não marcou, mas trabalhou imenso para a equipa, impondo o seu virtuosismo técnico. Remate rasteiro a rasar o ferro aos 33'. Quase marcou aos 45'+4: corte in extremis de um central. Tem intervenção decisiva no segundo golo, confirmado na recarga por Quenda. Imparável a actuar entre linhas e a baralhar marcações com as suas constantes variações de velocidade.
De Daniel Bragança. Tornou-se imprescindivel no onze titular. Voltou a ser o pensador da equipa, elemento fundamental no excelente jogo colectivo do Sporting. Faz sempre pressão sobre o portador da bola e, ao recuperá-la, sabe colocá-la no sítio certo. Influente na construção do segundo golo: começa nos pés dele.
Dos regressos. Diomande, Morita e Pedro Gonçalves voltaram a ser titulares. No primeiro e no terceiro caso, após lesões. O nipónico na sequência de mais uma participação pela selecção do seu país que envolve sempre deslocações demoradas e cansativas. Nenhum deles está ainda na melhor forma, embora o médio ande já perto disso, como demonstrou no movimento de ruptura de que nasceu a assistência para o primeiro golo.
De termos disputado 30 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 18 triunfos nas últimas 19 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.
De ver o Sporting marcar há 51 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
De não sofrermos um golo há 680 minutos. Outra marca extraordinária nesta Liga 2024/2025.
De continuarmos inexpugnáveis, tanto em casa como fora. Sem uma derrota no ano civil em curso, que começa a aproximar-se do fim.
De Gustavo Sá. Médio criativo do Famalicão, internacional sub-21: confesso que é um jogador de que gosto muito. Saiu lesionado, infelizmente, aos 43'.
Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo, de quem não temos boas recordações. Mas desta vez cumpriu no essencial, sem nenhum erro digno de registo. Incluindo numa disputa de bola entre Diomande e Aranda que Freitas Lobo teimava em ver penálti (mas não foi) e no golo de Gonçalo, que Freitas Lobo insistia ter sido em fora-de-jogo (mas não foi).
Do balanço após mais de um quarto da prova. Melhor ataque (30 golos), melhor defesa (só dois sofridos), melhor goleador. Comando isolado. Desde 1973/1974 que não facturávamos tanto nas primeiras nove rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, como até muitos benfiquistas e portistas admitem. Perseguimos um objectivo que nos foge há sete décadas: a conquista do bicampeonato. Estamos no bom caminho.
Não gostei
Da lesão de Nuno Santos. O aguerrido ala esquerdo magoou-se com gravidade numa disputa de bola, bem ao seu jeito, tendo saído de maca aos 45'+8. Vai estar, no mínimo, algumas semanas fora de competição.
Do golo anulado. Aconteceu aos 11': marcado por Pedro Gonçalves, de regresso ao onze seis jogos depois, com assistência de Nuno Santos. Mas não valeu: havia ligeira deslocação, assinalada pelo VAR.
Do 0-0 ao intervalo. Não traduzia, de todo, o intenso domínio leonino forçando o Famalicão a entrincheirar-se no seu reduto. A muralha só começou a ruir ao minuto 57. E acabou por cair com estrondo. Demos três à equipa que tinha levado o Benfica ao tapete.
Avisem, por favor, o Luís Freitas Lobo para não chamar "Quenda" ao Geny enquanto tenta comentar jogos do Sporting na Sport TV. Mas digam-lhe isso só daqui a dois dias. O pobre coitado deve estar ainda inconsolável por o nosso terceiro golo ao Famalicão ter sido validado, apesar de ele insistir uma vez e outra que merecia anulação devido a "fora-de-jogo".
LFL comentando o jogo Rio Ave-Sporting (exclusivo És a Nossa Fé)
O que ele viu na Rio Ave TV * (minuto 3):
«O grande golo de Embaló até mexeu com o tempo! Com uma chuva e um vento tremendo, quando estava um tempo tranquilo para aquilo que se previa. Uma grande jogada, um grande arranque do Rio Ave!»
O que aconteceu de facto:
Duarte Gomes: «No início do lance que resultou no golo de Embaló, Amine puxou o braço esquerdo de Pedro Gonçalves, derrubando em falta o seu adversário. A infracção foi clara e devia ter valido a anulação, via VAR, do golo do Rio Ave.» (A Bola)
Fortunato Azevedo: «No início da jogada, Pedro Gonçalves é consequentemente agarrado. Falta clara que o árbitro deveria ter assinalado. Golo deveria ter sido invalidado.» (O Jogo)
Jorge Coroado: «Amine cometeu falta sobre Pedro Gonçalves, punível com livre directo, na jogada que precedeu o golo dos vilacondenses.» (O Jogo)
Jorge Faustino: «Jogada do golo de Embaló iniciou-se em recuperação de bola de Pote, numa situação em que este foi claramente puxado. Infracção por sancionar que justificava intervenção do VAR.» (Record)
José Leirós: «No início da jogada, Amine, com a mão direita, agarrou e deliberadamente puxou Pedro Gonçalves, derrubando-o. Falta evidente por assinalar.» (O Jogo)
Marco Ferreira: «Fábio Ronaldo recupera a bola após Amine agarrar Pote, impedindo-o de disputá-la. Na sequência, Embaló faz golo. Árbitro valida. VAR erra ao não intervir, punindo a infracção no início da jogada.» (Record)
Pedro Henriques: «Com a mão direita, Amine puxa claramente a camisola do Pedro Gonçalves. Na repetição por trás, percebe-se que a camisola está já completamente fora do corpo do jogador. É isso que leva o jogador do Rio Ave a ficar com posse de bola. Há claramente falta.» (Observador)
Rui Rodrigues: «Amine, com o seu braço direito, puxa claramente o Pedro Gonçalves e acaba por projectá-lo para o chão. Este puxão, de forma ostensiva, acaba por provocar a queda do Pedro Gonçalves. Daqui resulta toda a jogada até a bola entrar na baliza do Sporting. O VAR devia ter chamado o árbitro. Falta por assinalar, erro importante.» (Sport TV).
O que ele viu na Rio Ave TV * (minuto 29):
«É um choque forte que deixou mais colocado o Trincão!»
«Um choque muito forte, com a sola na bota do Nóbrega! Ficou ali a marca...»
O que aconteceu de facto:
Duarte Gomes: «O único motivo pelo qual Trincão pontapeou o pé de Miguel Nóbrega foi a abordagem totalmente negligente, em salto, com perna esticada e pitons à mostra, do defesa. Penálti por assinalar, a exigir intervenção do VAR.» (A Bola)
Iturralde González: «Penálti contra o Rio Ave, claríssimo. É um penálti muito, muito claro! O defesa [Nóbrega] entra a disputar a bola de forma temerária e acerta no avançado [Trincão]. Penálti por assinalar e também cartão amarelo, pela forma como o defesa do Rio Ave abordou o lance.» (Record)
José Leirós: «Clássico jogo perigoso com contacto. Miguel Nóbrega não teve em conta o perigo do movimento efectuado, atingindo Trincão. O árbitro errou ao não assinalar penálti.» (O Jogo)
Jorge Faustino: «Nóbrega tem abordagem claramente negligente ao tentar jogar a bola de sola quando Trincão rematava com o peito do pé. Mesmo tocando na bola, acertou com sola da bota no pé de Trincão. Penálti.» (Record)
Fortunato Azevedo: «Quando Trincão se preparava para pontapear a bola, Miguel Nóbrega lança-se com o pé em riste e com a bota da sola atinge Trincão. Jogo perigoso activo, com contacto, cometido dentro da área, que não foi assinalado. Era, por isso, penálti.» (O Jogo)
Pedro Henriques: «Nóbrega corta o lance com uma patada de frente para trás, acabando por acertar com os pitons em Trincão. Toda a abordagem do jogador é desproporcionada e perigosa. Há ali imprudência e negligência, há mais do que um simples corte de bola. O pontapé de penálti seria a decisão mais correcta para este lance.» (Observador)
Rui Rodrigues: «Quando Trincão tenta rematar, num lance totalmente controlado, o jogador do Rio Ave lança-se com a sola da bota bem à mostra. Com negligência. Actuou sem ter em conta o perigo do seu acto para o adversário. Ficou um pontapé de penálti por assinalar e um cartão amarelo por exibir.» (Sport TV)
O que ele viu na Rio Ave TV * (conclusão):
«Olhando aquilo que foi o jogo do princípio ao fim, Nóbrega foi o melhor jogador em campo porque foi o melhor nas diferentes fases do jogo.»
«Miguel Nóbrega é um dos centrais com melhor capacidade de passe na primeira fase de construção do nosso campeonato.»
Gonçalo Inácio com mialgia, Francisco Trincão com um traumatismo ("cortesia" do central do Rio Ave que Luís Freitas Lobo elegeu como "melhor em campo" no domingo), Paulinho ainda a recuperar de uma tendinite após três semanas de paragem.
Começo por dizer que o empate de hoje em Vila do Conde teve como principal autor o árbitro, que foi André Narciso, tal como aliás já tinha acontecido na última vez que perdemos pontos, em Guimarães. Assim temos de começar por falar sobre isso.
Mesmo em várias das vitórias conseguidas ao longo deste campeonato temos muitas queixas da arbitragem. Segundo li em algumas notícias, parece que é estratégia da "Estrutura" não comentar as mesmas, o que toda a gente sabe que é sempre uma estratégia muito acertada, já que ser roubado quase todas as semanas e estar caladinhos é uma receita vencedora. Agora se vier alguma queixa, mais ou menos tímida, decorrente do empate de hoje, eu diria que vem muito tarde.
Voltando à arbitragem deste jogo, só de memória temos:
Há uma falta evidente sobre Pote no início da jogada que origina o primeiro golo do Rio Ave;
Há um corte perigosíssimo dentro da área do Rio Ave, a tal ponto que provoca um pancada que obriga à saída de Trincão por lesão. Não sei qual é a regra da FIFA invocada esta semana, deve ser aquela que diz que desde que não se arranque a cabeça ao jogador, vale tudo para cortar uma bola. É uma entrada negligente e devia ter sido marcada grande penalidade.
Há mais um penálti evidente sobre Pedro Gonçalvez na segunda parte, quando o jogo estava 2-2. O nosso jogador foi agarrado para o impedir de ir à bola.
Os defesas do Rio Ave tiveram todos margem para poderem efectuar meia dúzia de faltas cada um, isto porque dessa meia dúzia, duas não são marcadas e três ou quatro são feitas à vontade, porque só há lugar a amostragem de cartões ao fim desse número de faltas.
Nos 5 minutos de descontos da segunda parte há uma expulsão de um jogador do Rio Ave, em que este demora mais de um minuto para sair, há a marcação de dois ou três livres e de um canto, mas mesmo assim o jogo acabou assim que se chegaram aos 5 minutos em ponto.
Depis temos de falar de Rúben Amorim.
Não sei por que carga de água achou que um jogo fora, com um adversário difícil e com condições climatéricas más era bom para colocar Diomande a titular pela primeira vez desde 18 de Janeiro. Viu-se que o jogador estava fora de forma, com falta de velocidade e preso de movimentos, e foi precisamente pelo seu lado que sofremos logo aos 5 minutos. Tal como não percebo que Quaresma, em excelente forma, tenha ido para o banco logo neste jogo, para dar lugar ao costamarfinense.
Depois, voltamos ao problema de sempre. Como Paulinho está lesionado, inciámos o jogo só com uma opção de ataque no banco, no caso Edwards. Lesiona-se Trincão durante o jogo, entra Edwards ainda na 1.ª parte e vamos para a 2.ª parte sem nenhuma opção de ataque no banco. Ao fim de quase 200 jogos de Amorim no Sporting, ainda andamos a acabar com Coates a ponta-de-lança.
De seguida temos de falar de Adán. Depois de duas boas épocas iniciais, teve uma bastante fraca no ano passado, e está a ir pelo mesmo caminho este ano.
Raramente é mais-valia, por isso nunca conto que ele defenda um grande remate, um livre directo ou uma grande penalidade. Fio-me na defesa para deixar criar muito poucas ocasiões ao adversário, porque se essa ocasião aparece mais vale confiar na Nossa Senhora do que em Adán para nos safar.
Se o espanhol se ficasse por aí, no não acrescentar nada, já podíamos ficar satisfeitos. Infelizmente tem paragens cerebrais, como uma a meio da 1ª parte em que oferece a bola ao adversário que só não deu golo porque não calhou, ou na grande penalidade que comete, numa saída completamente tonta.
Não sei se estamos a preparar Franco Israel ou Diego Callai para a sucessão, ou se pensamos que Adán ainda tem condições para ser titular. O que é certo é que continuamos a sofrer um número assustador de golos para a quantidade de lances de perigo que consentimos.
Por fim temos de falar na Rio Ave TV, que fez a transmissão deste jogo. Não sei como é que ainda permitem que jogos da 1.ª Liga sejam transmitidos por canais de clubes, o que dá azo a comentários tendenciosos e a que não se repitam nem se comentem em condições alguns lances duvidosos, como os que referi acima. Um dos comentandores era um tal de Freitas Lobo, que pela maneira como só só via Rio Ave e só falava de Rio Ave, está no sítio certo, a trabalhar no canal do clube do seu coração.
A turba dos invejosos voltou a atacar. Contra o alvo do costume: Cristiano Ronaldo, o nosso maior jogador de sempre. É quanto basta para ter em torno dele uma legião de ressabiados prontos a morder-lhe as canelas.
Traçam-lhe o epitáfio há longos anos - desde que dobrou os 30, em 2015. Depois disso, vejam lá, já ele se sagrou campeão da Europa. Foi capitão da equipa das quinas na conquista da primeira Liga das Nações. Ás dos artilheiros no Euro-21. Tornou-se o único futebolista a disputar cinco fases finais de Europeus. Recordista absoluto, como rei das internacionalizações à escala global e maior marcador de sempre em futebol de selecções. Primeiro a meter a bola no fundo das redes em cinco Campeonatos do Mundo.
Vencedor de três Ligas dos Campeões, pelo Real Madrid (2016, 2017, 2018). E de três campeonatos: um em Espanha (Real Madrid, 2017), dois em Itália (2019, 2020).
Bola de Ouro em 2016 e 2017.
Tudo isto, repito, após os 30 anos.
Há dias, marcou mais quatro ao serviço da equipa das quinas. Tem um palmarés fabuloso: 122 golos pela selecção nacional.
Quanto mais obstáculos supera, mais eles rosnam, furibundos.
A inveja é tramada. Gera ódio, do mais rançoso.
Muitos dos que diziam cobras e lagartos de Fernando Santos, insultando-o de alto a baixo, saíram desta vez hipocritamente em defesa do ex-seleccionador só porque Cristiano Ronaldo cometeu a heresia de declarar esta frase, em conferência de imprensa: «Temos um ar fresco agora, com ideias diferentes.»
Foi quanto bastou para antigos e recentes detractores de Santos incharem de fúria. Incluindo alguns que andaram anos a promover um tal Nélson Oliveira como génio do futebol e entoavam hossanas ao Renato Sanches.
O rancor fervilha até entre adeptos do Sporting, algo para mim totalmente incompreensível. Quando jamais lhe ouvimos uma palavra menos lisonjeira para o nosso clube, que justamente consagrou o nome de Cristiano Ronaldo na Academia de Alcochete, um dos grandes viveiros de talentos do futebol mundial.
Todos estes sofrem o maior castigo: continuam a levar com ele. Vão inchar ainda mais.
«A transição é um passe que não é mais do que isso, não é nenhuma acção de condução nem sequer de triangulações. É essencialmente um passe que faz a equipa sair desse momento defensivo para outro momento, de organização ofensiva.»
Luís Freitas Lobo, na Sport TV, durante a transmissão do Braga-Sporting. Quem souber descodificar este jargão da bola, faça o favor de me explicar. Agradeço desde já.
Primeiro parágrafo e primeira frase do segundo parágrafo da coluna de opinião de Luís Freitas Lobo, hoje, no jornal O Jogo:
«Os quatro momentos do jogo (organização ofensiva e defensiva, e respectivas transições) fazem a essência da análise das equipas, mas detetar as vantagens que podem (ou não) existir dentro de cada um desses momentos é, na descodificação do jogo em concreto, a verdadeira forma de perceber a qualidade dessa equipa em diferentes fatores.
Podemos, nesta sub-interpretação do jogo, distinguir quatro diferentes (momentos de) vantagens: vantagem numérica, qualitativa, posicional e dinâmica.»
Não percebi patavina. Quem souber esclareça-me, se faz favor.
Lamento verificar que o Pedro Correia não percebe nada de ciência futebolística nem de semiótica linguística. Vejo-me, assim, obrigado a vir aqui, em prol da verdade e dos legítimos interesses dos leitores, converter o que disse o magistral geómetra Freitas Lobo na língua própria dos treinadores e restantes profissionais da bola, quando gritam aquilo que Lobo interpreta. Senão vejamos:
Quando o Freitas Lobo diz: «O Porto neste início de encontro define uma zona de pressão média-baixa.»; Lopetegui, na verdade, exclamou: "Ponham-se à retranca cabr$#&!!"
FL: «Lopetegui não pediu largura a André André, pede-lhe que apareça por dentro a pegar na bola.»; Polesegui: "Ou deixas de fazer ronha ou estás fod&%$# comigo!!!"
FL: «O jogador russo já lhe tinha ganho a frente.»; Lobrecusi: "O panasc$#% do russo está-te a comer e tu a ver!!!"
FL: «O Porto baixou a zona de pressão.»; Tropegosi: "Estão todos borrados, mas é."
FL: «Embora jogando com dois pivôs, há sempre a possibilidade de um deles bascular um pouco para fazer essa cobertura.» Telogueti: "O gajo é um buraco do tamanho da &%$# da mãe dele, tapa-me isso, car&ª$#!!!"
FL: «André André procura sempre associar-se a outras linhas, juntando as pontas do meio-campo.» Petelogui: "Mas o qué'que esta palhaço está prá'li a fazer???"
FL: «É uma transição individual, feita apenas por um jogador em posse, sem a ligação colectiva que a equipa deve ter nessa construção mais apoiada.» Tetelegui: "Passa a bola, fução do ca&/*$!!!"
FL: «Ruben Neves tem que esticar o jogo mais rapidamente no flanco.» Pipilogui: "Corre, panel$#%&, andáste ontem nos copos e não podes com uma gata pelo rabo!!!"
FL: «André André adapta-se a tudo isto com a sua intensidade e qualidade de interpretação dos espaços.» Lepegoti: "Vai-te a eles, caral&%$#!!!"
Como vêem falta ao Pedro Correia um ou dois mestrados em futebolês para chegar ao nível hermenêutico que eu, felizmente para vós, já adquiri.
Não vi o jogo, mas conservei a música de fundo. Não era Mozart, nem a Callas, nem sequer Ella Fitzgerald
Era o que se arranjava: Luís Freitas Lobo.
Enquanto trabalhava, mantive ontem o som da partida Dínamo de Kiev-Futebol Clube do Porto, transmitida pela Sport TV: forneceu a atmosfera ideal para me me concentrar naquilo que fazia.
Freitas Lobo é muito mais do que um comentador do esférico: é um verdadeiro poeta da pantalha, artífice da metáfora, ourives do rendilhado oral.
Fala de futebol como se discorresse sobre física quântica. Ficamos a perceber o mesmo: nada. Mas não deixamos de admirar aquela catarata de palavras com o seu cunho inconfundível.
Aqui estão algumas das suas pérolas, que fui escrevinhando enquanto o escutava de costas para a televisão:
«O Porto neste início de encontro define uma zona de pressão média-baixa.»
«Lopetegui não pediu largura a André André, pede-lhe que apareça por dentro a pegar na bola.»
«O jogador russo já lhe tinha ganho a frente.»
«O Porto baixou a zona de pressão.»
«Embora jogando com dois pivôs, há sempre a possibilidade de um deles bascular um pouco para fazer essa cobertura.»
«André André procura sempre associar-se a outras linhas, juntando as pontas do meio-campo.»
«É uma transição individual, feita apenas por um jogador em posse, sem a ligação colectiva que a equipa deve ter nessa construção mais apoiada.»
«Ruben Neves tem que esticar o jogo mais rapidamente no flanco.»
«André André adapta-se a tudo isto com a sua intensidade e qualidade de interpretação dos espaços.»
Outros diriam: por qué no te callas? Mas eu não. Considero aliás que Lobo está para a bola como algumas divas estão para a ópera: com ele ao leme, até o microfone treme. De reconhecimento e emoção.
Só lamento que actue em transição individual, feita apenas por um jogador em posse, sem a ligação colectiva que a equipa deve ter nessa construção mais apoiada. Signifique isto o que significar.