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És a nossa Fé!

Que contraste

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Eis um dos muitos motivos que me levam a admirar Rúben Amorim: nunca o ouvi desculpar um desaire falando de árbitros. Optou por não comentar quem apita e vem cumprindo a promessa. Tenha ou não razões de queixa.

Bom exemplo para os adeptos do Sporting.

Que contraste na comparação com Jorge Jesus, que elogiava as arbitragens mais escabrosas, quando estava no Benfica, dizendo: "limpinho, limpinho!"

O fosso

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Segundo a Wikipedia, um fosso (do latim "fossa"), em arquitectura militar medieval, é uma escavação profunda e regular, destinada a impedir ou dificultar o acesso do agressor à linha de defesa de uma fortificação. A terra, retirada durante a sua escavação, pode ser utilizada para erguer muros de defesa. Conforme o tipo de seu preenchimento, pode ser "seco" ou "molhado".

No nosso estádio temos uma coisa desse tipo, que apenas dificulta o acesso dos sócios e adeptos ao jogo, uma ideia realmente estúpida de alguém que talvez sonhasse em fazer do estádio um palco de grandes concertos. E agora lá temos aquela coisa que não serve para nada mas da qual custaria muitos milhões vermo-nos livres. Se calhar mais barato ficaria implodirmos o estádio e fazermos um novo. 

No futebol português também existe um fosso. Dois compadres construiram uma fortaleza com duas torres altaneiras, foram partilhando títulos internos e milhões de participações externas, repartindo "padres", actuais e futuros, como nos drafts da NBA, infiltrando os órgãos decisores de ex-dirigentes e adeptos, colonizando outros clubes, implantando amigos e cartilhados em tudo o que é Comunicação Social, até com a pandemia Covid conseguiram montar uma Unilabs "à maneira". Tudo limpinho, limpinho, limpinho. Ainda temos hoje árbitros que são filhos ou familiares doutros que lá andaram nos tempos dos "quinhentinhos" e dos "cafés com leite". Sem hipóteses de "mijar fora do penico" e sempre prontos a uma ajudinha nos momentos críticos. 

E o castelo foi prosperando. Ganhar traz dinheiro, dinheiro traz capacidade de montar equipas competitivas, equipas competitivas trazem capacidade de ganhar. E quando estão com dificuldade, alguém amigo do castelo dá o jeito. E nas conquistas todos aparecem. Dos pedreiros aos juízes. Claro que sempre houve um ou outro momento em que as duas torres estavam tão distraídas uma com a outra que aconteceu uma entrada furtiva. Mas logo houve um tocar a reunir, no Rei dos Leitões ou noutro sítio qualquer. 

E depois o tal fosso. Qualquer um que não alinhasse não chegaria ao castelo, árbitro inconveniente ou clube que se armasse em independente podia ter a certeza que lhe corria mal a vida. Como correu ao Sporting, muitas vezes esteve quase a ganhar mas depois uma mãozinha dum árbitro, uma azia doutro, uns jogos que pareciam oferecidos a outros, uns jogadores que pareciam estar a jogar de camisola trocada. Como no ano passado em que Palhinha recebe um amarelo inacreditável antes do jogo com o Benfica e Gonçalo Inácio é expulso em Braga. Como naquele ano distante em que perdemos com o Porto em casa com o Manuel José como treinador e ele estranhou o rendimento dum ou doutro dos seus jogadores. Se calhar por isso nunca treinou o Porto. O tal fosso.

E ao dia de hoje o tal fosso ainda lá está, mesmo que bem mais pequeno do que já foi. O fosso existe nos orçamentos e valor dos plantéis daqueles dois relativamente ao nosso clube, nas arbitragens que nos castigam duramente (na B então é mesmo à descarada), nas equipas que contra nós parece que tomaram a poção do Astérix e que contra os rivais chá de cidreira, nos adeptos doutros clubes que parecem adeptos doutro rival. Ainda agora o Porto a perder com o B-SAD contou com um jogador da outra equipa que resolveu sair dali depressa e ir tomar banho, tal era a despreocupação com que entrava aos lances, e até conseguiu ter um jogador lesionado no banco para levar um amarelo e lesionado cumprir o castigo. Outro episódio dos "chitos" à moda do Porto.

Apesar dos títulos alcançados nas últimas três épocas, 1 CN, 1 TP, 2 TL, 1 ST, para muita gente influente aqui e ali o Sporting continua a ser o terceiro clube português, algures entre os dois maiores e o Braga. E sabem bem porquê. 

Por isso entendo que Frederico Varandas esteve muito bem na última entrevista em denunciar o tal fosso e apontar para a sua extinção, num momento em que, dos dois compadres donos das torres, um já saiu de cena vergado a um conjunto de acusações que envergonham qualquer um e o outro, pela idade que tem, já se julga inimputável e se calhar tem razão, vai ser a lei da natureza a decidir do seu destino.

 

#JogoAJogo

SL

Levados ao colo

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Benfica-Portimonense, anteontem, minuto 76: Vlachodimos derruba Beto, da turma algarvia, na grande área encarnada. 

Em vez de marcar penálti contra o SLB, o árbitro Tiago Martins assinala simulação, brindando o jogador derrubado com cartão amarelo. Nesse preciso momento, para azar do onze de Portimão, o vídeo-árbitro Bruno Esteves dormia uma retemperadora soneca na chamada "cidade do futebol".

Graças ao duo Martins-Esteves, o Benfica arrancou três pontos nesta partida, vencendo aflitivamente por 2-1.

O que escreveram ontem sobre este lance os especialistas em arbitragem na imprensa desportiva?

 

Duarte Gomes: «Beto não simulou qualquer falta. Foi rasteirado na área do Benfica, no pé direito, pelo joelho de Vlachodimos. O árbitro errou em campo e o VAR devia ter corrigido em sala.» (A Bola)

Fortunato Azevedo: «Vlachodimos aborda tarde a bola e de forma negligente, com o joelho direito, atinge a perna direita de Beto, que estava assente no terreno do jogo. Penálti, claro, não assinalado. E pergunta-se: por que razão o VAR não actuou?» (O Jogo)

Jorge Coroado: «Beto jogou a bola e colocou o pé no solo, em antecipação. Vlachodimos chegou tarde e, com o joelho direito por baixo do corpo, atingiu o avançado, contribuindo para a sua queda. Penálti que ficou por sinalizar e mal decidido o amarelo ao avançado por simulação.» (O Jogo).

Jorge Faustino: «Vlachodimos, ao deslizar pela relva - e apesar de recolher os braços -, tocou com o joelho direito no pé direito de Beto. Lance difícil de observar em campo e queda exagerada terão sido as razões do erro. Penálti por sancionar. (Record)

José Leirós: «Um exemplo em que o VAR devia solicitar ao árbitro para ir ver as imagens. Beto não se deixou cair nem simulou. Mal exibido o amarelo: era penálti porque Beto foi tocado no pé de apoio pelo joelho do guarda-redes.» (O Jogo)

Marco Ferreira: «Vlachodimos tenta antecipar-se a Beto mas acaba por atingir com o joelho o pé do avançado. Pontapé de penálti por assinalar. (Record)

 

Refira-se ainda a honestidade intelectual do treinador Álvaro Magalhães, ex-jogador do Benfica e assumido adepto encarnado, ao escrever estas linhas no diário A Bola, sobre o mesmo lance: «Nota final para o lance aos 76' na área do Benfica em que fico com a sensação de Vlachodimos ter feito falta para penálti sobre Beto. A ser marcado o penálti, o Benfica sofreria, por certo, muito mais e arriscava-se mesmo a não vencer o último jogo de 2020.»

 

Limpinho, limpinho - como costuma dizer um ilustre pensador do futebol. 

Sujinho, sujinho

24 de Agosto: Boavista-Benfica (0-1)

Benfica ganha com golo mal anulado ao Boavista

(Árbitro: Marco Ferreira)

 

1 de Novembro: Benfica-Rio Ave (1-0)

Maxi faz falta no golo de Talisca e golo mal anulado ao Rio Ave

(Árbitro: Manuel Mota)

 

9 de Novembro: Nacional-Benfica (1-2)

Arbitragem manchada com golo anulado ao Nacional

(Árbitro: Bruno Paixão)

 

21 de Dezembro: Benfica-Gil Vicente (1-0)

Vitória encarnada com golo ilegal

(Árbitro: João Capela)

Um calimero chamado "limpinho"

O programa, de que tenho sido um espectador muito irregular, é exibido na SIC Notícias e chama-se O Dia Seguinte. Dizem-me que é o "programa desportivo de maior audiência" na televisão portuguesa. Comecei a vê-lo na segunda à noite, julgando que faria jus ao título pondo em destaque dois jovens campeões portugueses: Rui Costa, recém-sagrado campeão mundial de ciclismo, proeza inédita do desporto nacional, e João Sousa, primeiro tenista luso a vencer um torneio ATP, em Kuala Lumpur.

Pensei que por uma vez a palavra "desporto" deixasse ali de ser um eufemismo como sinónimo exclusivo de futebol.

 

Nada disso: mais do mesmo, apenas mais do mesmo.

O programa - como de costume - foi dominado pelo representante do Benfica, que num tom ainda mais exaltado do que o habitual, se assumiu como o calimero de serviço, queixando-se de que o seu clube anda a ser espoliado pela arbitragem.

Por sinal o mesmo clube que na época passada foi beneficiado pela mais escandalosa arbitragem da temporada, logo rotulada de limpinha por aqueles que agora rasgam as vestes perante supostos erros dos donos do apito.

 

Assisti, quase sempre com o som desligado, a parte do referido programa. Ainda na esperança de que pusessem em foco as proezas de João Sousa e Rui Costa (o ciclista, não o outro). Mas em vão. Nem haveria tempo para o efeito, pois um só lance do Benfica-Belenenses mereceu meia hora de lamúria e gritaria, como ia constatando nas esporádicas ocasiões em que repunha o som.

Quando aquilo ia a meio, desisti de vez. Prometendo a mim próprio que tão cedo não voltam a apanhar-me como espectador. Quando quiser ver o Calimero, prefiro o original. O dos desenhos animados.

Sobre arbitragens

1. Se Pedro Proença não se tivesse associado às comemorações do 120º aniversário do FC Porto, oferecendo uma grande penalidade ao clube de Pinto da Costa, o Sporting era agora líder do campeonato.

 

2. Os limpinhos andam "revoltados" com as arbitragens. Os mesmos que na época passada beneficiaram da mais escandalosa arbitragem do campeonato e ainda vieram elogiá-la, como já tinham feito numa tristemente célebre taça da liga.

Deviam ter vergonha.

Sem penas

1 - Se o Benfica mudar o nome do restaurante Catedral da Luz para Capela da Luz, o árbitro João passa a ser masterchef?

 

2 - Se o Benfica passar esta eliminatória europeia, a RTP Memória vai transmitir o próximo jogo?

 

3 - Se A Bola continuar a errar todas as suas previsões sexy sobre o Benfica, a Maya pode ser a próxima directora? 

 

4 - Se uma princesa beijar Maxi Pereira, o sapo transforma-se em quê?

Deus não pode pedir-me isto

Os limpinhos vão jogar com o Estoril e ao Sporting dá jeito que o Estoril perca o jogo na Capela da Luz. Faltam três jornadas para este pesadelo acabar e estamos quase, quase, lá: na Liga Europa. Jogar uma época inteira fora das competições europeias é uma aberração para os adeptos e um revés financeiro para o clube. É capaz de ser assim. É capaz também de ser profundamente injusto para Jesualdo Ferreira e para esta equipa de bravos. Agora é que tenho mesmo de dizer: mas puxar pelos limpinhos? Querer que os limpinhos ganhem para serem campeões? Não, não me podem pedir isso. Não me podem pedir que vá contra a minha natureza. O meu anti-benfiquismo tem décadas de solidez. É um processo de aprendizagem que demora o seu tempo. Não levem a mal, mas eu sou um orgulhoso anti-benfiquista. Isto dá trabalho, sabem. Não me peçam para desejar que estes gajos ganhem para darmos um passo em frente na classificação. Deus sabe que não me pode pedir mais isso e como Deus sabe que não me pode pedir isso: na próxima jornada não estou cá.

{ Blogue fundado em 2012. }

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