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És a nossa Fé!

2024 em balanço (8)

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Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

VITÓRIA DO ANO: 4-1 AO MANCHESTER CITY

Depois da nossa primeira vitória simbólica em Londres, ocorrida em 2023 quando ali eliminámos nos penáltis o Arsenal na Liga Europa, uma goleada ao Manchester City para a Liga dos Campeões. Aconteceu a 5 de Novembro, na despedida de Ruben Amorim de Alvalade. O treinador que nos levou à conquista de dois campeonatos nacionais não poderia ter desejado melhor final para o seu percuso de quase cinco anos no Sporting. 

Foi um desafio épico e comovente, com as emoções sempre à flor da pele. Um desafio que deu pleno significado ao lema celebrizado pelo fundador do nosso clube: ser «tão grande como os maiores da Europa».

Recebemos, vulgarizámos e derrotámos sem discussão o teatracampeão inglês, orientado por Pep Guardiola, que muitos consideram o melhor treinador do mundo. E com um plantel recheado de estrelas: Haaland, Foden, Ederson, Savinho, Akanji, Kovacic, Bernardo Silva, Gundogan, De Bruyne...

 

Até nem começou nada bem: sofremos um golo, por Foden, logo aos 4'. Mas soubemos dar a volta. Demonstrando brio, personalidade, carácter, irreprimível vontade de vencer.

Gyökeres brilhou, confirmando que é hoje um dos maiores pontas-de-lança do futebol europeu. Exibição superlativa do internacional sueco (três golos, aos 38', 49' e 80', estes dois de penálti). Mas também de Pedro Gonçalves (extraordinário, o passe para golo no primeiro de Gyökeres). Destaque também para Israel (impediu três golos, um dos quais de Haaland) e Maxi Araújo (em estreia como artilheiro na Champions, aos 46 segundos da segunda parte, num lance colectivo que merece figurar na antologia dos melhores de sempre do historial leonino). Sem esquecer Diomande, Quenda e Trincão. 

Matheus Nunes regressou fugazmente a uma casa onde já foi feliz, desta vez como ala esquerdo do City. Esteve apagado, mas certamente gostou dos aplausos que lhe tributaram nas bancadas de Alvalade. Em noite de simbiose perfeita entre público e equipa. No final, os jogadores formaram um corredor de honra ao técnico que tão bem serviu o Sporting e levantaram-no ao ar, em clima de euforia, numa das mais inesquecíveis manifestações de júbilo que conhecemos no nosso estádio.

 

Naquela noite gloriosa fechámos a primeira metade da jornada da Champions 2024/2025 no segundo lugar da classificação, com 10 pontos, a par do Mónaco, terceiro, e só atrás do Liverpool, que comandava com 12 pontos. Entre 36 equipas.

Dava-nos toda a esperança de apuramento para a fase seguinte da competição, com jogos a eliminar. Infelizmente, depois seguiram-se duas derrotas - já com Amorim longe, a treinar o Manchester United. Mas isso é outra história, bem diferente desta.

 

 

Vitória do ano em 2012: meia-final da Liga Europa (19 de Abril)

Vitória do ano em 2013: 5-1 ao Arouca (18 de Agosto)

Vitória do ano em 2014: eliminação do FCP da Taça no Dragão (18 de Outubro)

Vitória do ano em 2015: conquista da Taça de Portugal (31 de Maio)

Vitória do ano em 2016: conquista do Campeonato da Europa (10 de Julho)

Vitória do ano em 2017: eliminação do Steaua de Bucareste (23 de Agosto)

Vitória do ano em 2018: goleada ao Qarabag (29 de Novembro)

Vitória do ano em 2019: conquista da Taça de Portugal (25 de Maio)

Vitória do ano em 2020: conquista da Taça de Portugal em basquetebol (8 de Outubro)

Vitória do ano em 2021: conquista do campeonato nacional de futebol (11 de Maio)

Vitória do ano em 2022: conquista da Taça da Liga (29 de Janeiro)

Vitória do ano em 2023: eliminação do Arsenal em Londres (16 de Março)

2024 em balanço (2)

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TREINADOR DO ANO: RUBEN AMORIM

É inevitável: teria de ser ele o eleito. Foi o melhor ano de Ruben Amorim (escrito sem acento em Ruben, como apenas soubemos, insolitamente, no dia em que ele nos deixou) no Sporting. Quando ele conquistou o segundo campeonato nacional para o nosso clube desde que iniciou funções. Conseguindo tanto em cinco anos incompletos como tínhamos alcançado nos 40 anos anteriores.

Soube tão bem como em 2021. Ou ainda melhor. Porque desta vez havia espectadores nos estádios e pudemos apreciar a equipa ao vivo. Mas também porque tínhamos um plantel com mais qualidade, o que bem se reflectiu nas exibições. E fomos mais longe na dimensão do triunfo, conseguindo a nossa maior pontuação de sempre: 90 pontos. Segunda maior de que há registo, em termos absolutos, num campeonato nacional. 

Dominámos do princípio ao fim. Numa dinâmica imparável sob a batuta de Amorim. Concluímos as 34 jornadas com 29 vitórias, 3 empates e apenas 2 derrotas. Golos marcados? 96. Sofridos? Apenas 29.

Dez pontos de avanço sobre o Benfica, segundo classificado. Dezoito sobre o FC Porto, que ficou em terceiro.

 

Amorim não se limitou a imprimir categoria, talento e classe aos seus jogadores campeões na Liga 2023/2024. Fez o mesmo nas onze jornadas da Liga seguinte, agora quase a meio. 

Liderou essas rondas só com vitórias, somando 33 pontos. Mais oito do que o Benfica e mais seis do que o FC Porto. 

Na Liga dos Campeões cumpriu quatro jornadas quase com nota máxima: três triunfos, um empate, segundo lugar entre 36 participantes na prova de maior prestígio do futebol europeu. Vencemos o Lille em Alvalade (2-0), empatámos com o PSV em Eindhoven (1-1), fomos à Áustria arrancar um triunfo ao Sturm Graz (2-0). E, cereja em cima do bolo, goleámos o Manchester City em casa (4-1).

Uma das maiores proezas de sempre do Sporting em competições da UEFA. Sem precisarmos do calcanhar do Xandão.

 

Amorim deixou-nos a 11 de Novembro rumando à Premier League, onde estão outros compatriotas: Marco Silva (igualmente ex-técnico do Sporting), Nuno Espírito Santo e agora Vítor Pereira. Foi um trauma para os adeptos.

Mas saiu como o treinador português com mais títulos e troféus alcançados em Alvalade. Com números quase inacreditáveis. Não perdeu qualquer jogo da Liga em 2024. E alcançou 71% de vitórias durante os quatro anos e oito meses que permaneceu entre nós - nenhum outro português aguentou tanto tempo no Sporting. 

Em comparação, recorde-se que José Peseiro conseguiu 64%, Silas não foi além dos 61%, Marcel Keizer ficou-se pelos 60% e João Pereira - fugaz sucessor de Amorim - quedou-se nuns ínfimos 37,5%.

Mais ainda: legou-nos um plantel em grande parte escolhido por ele que continua a dar cartas no campeonato nacional. Basta referir alguns nomes: Morten, Morita, Gyökeres, Diomande, Geny, Harder, Nuno Santos e Pedro Gonçalves. Multifuncionais, em vários casos. Jogarão bem em qualquer sistema táctico.

Quem faz o que pode, a mais não é obrigado. Amorim fez muito. Por mim, ser-lhe-ei sempre grato. Aconteça o que acontecer.

 

Treinador do ano em 2012: Domingos Paciência

Treinador do ano em 2013: Leonardo Jardim

Treinador do ano em 2014: Marco Silva

Treinador do ano em 2015: Jorge Jesus

Treinador  do ano em 2016: Fernando Santos

Treinador do ano em 2017: Jorge Jesus

Treinador do ano em 2018: Nuno Dias

Treinador do ano em 2019: Paulo Freitas

Treinador do ano em 2020: Rúben Amorim

Treinador do ano em 2021: Rúben Amorim

Treinador do ano em 2022: Nuno Dias

Treinador do ano em 2023: Rúben Amorim

Quatro*

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Quatro é um número curioso. Nos relógios que usam numeração romana até se escreve IIII em vez de IV, tem uma explicação qualquer que não é para aqui chamada, mas ajuda quando a gente quer responder a quem nos pergunta quantas derrotas seguidas tem o João Pereira à frente da equipa principal do Sporting. É que assim serve apenas uma das mãos, basta encolher o polegar, aquele que há um mês servia para "amandar um ganda fixe" quando nos perguntavam como estava o Sporting. Já viram se tivéssemos que responder "à romana", teria que ser com as duas mãos e o "pai de todos" não poderia ser mostrado com veemência aos que por ora nos vão gozando.

Quatro são também os lados de um losango, aquilo que tem sido o arremedo de "fio de jogo", ou falta dele, apresentado pelo aprendiz de treinador que em tão má hora o presidente decidiu promover a principal. Eu de Principal só gostava da Vitória, que como se constata pelo visto nos últimos quatro jogos, se pirou de Dallas, "pardá-las", as vitórias, aos nossos adversários.

Hoje até nem sequer se pode falar de falta de eficácia, aos seis minutos, ou VI se quiserem, já Geny num remate do Catamo a tinha mandado beijar o véu da noiva, mas depois aquilo deixou de carburar, tanto que até contagiou o VAR, pareceu-me. Também me pareceu que com os nossos a jogar sem treinador, ou com o Paulinho no banco vá, aqueles Manneken nem uma pinguinha mijariam fora do penico.

Mas num jogo disputado numa cidade apelidada de Veneza belga, meter água até foi natural, como natural começa a ser o viking não rematar à baliza. Também com o raio da falta de esquadria do malfadado losango, onde queriam que a bola fosse parar?

E por falar em parar, quando é que se pára esta desgraça?

 

*"Depois de quatro derrotas seguidas o próximo passo é melhorar". Eu diria que estamos à beira do precipício, só nos falta um passo em frente.

O dia seguinte

Mais uma voltinha, mais uma viagem, com o outro era uma viagem de sucesso, com este uma viagem de fracasso.

Um onze improvisado, mais uma vez o maldito losango na zona central, com o pior defesa dos três no lado direito a titular, com o habitual ala direito a interior esquerdo, um par de médios a jogar ao lado um do outro que nem entravam no ataque nem ajudavam na defesa, e Gyokeres a fazer de Paulinho. A machadada final foi a entrada do pior ala direito para ala esquerdo, que ofereceu a derrota ao adversário.

Durante todo o jogo em Brugge não houve uma única jogada de combinação nas alas, uma desmarcação do interior nas costas do defesa que saia ao ala, nada. O desgraçado do Catamo que fintasse o primeiro, e o segundo e depois o terceiro, o Trincão a gozar o espectáculo. O Quenda nem isso, vagueou pelo terreno.

Entrámos no jogo a ganhar e perdemos mais uma vez. João Pereira acha que continuando no tal losango maravilhoso que paira na sua cabeça para a próxima será diferente. Se calhar não vai.

Assim, vamos ver o que vai acontecer em Alvalade no sábado. Quem começa a ter a cabeça em risco, inimigos tem muitos e a oportunidade finalmente apareceu, chama-se Frederico Varandas. E essa turba de letais e ultras quer ver o Sporting a arder.

João Pereira já não existe como treinador, anda por lá.

Se lá estivesse eu não faria pior. Pelo menos deixava fazer aos jogadores aquilo em são bons.

Qual foi o jogador que cresceu com João Pereira? Zero.

SL

Quarta derrota consecutiva

Resultado honroso para o Sporting: perdeu em Brugge, contra a equipa local, apenas por 1-2.

Honroso porque este continua a ser um onze sem treinador. Aliás, sem equipa técnica. Vejo uns senhores sentados no banco, mas nenhum deles é treinador.

João Pereira é pálida imitação. Nem anda lá perto.

Os jogadores esforçaram-se e conseguiram. Acabam de superar mais uma marca esta noite: quarta derrota consecutiva. Só dois remates à baliza,  incluindo o do golo solitário.

Balanço arrepiante: três golos marcados e dez sofridos nestas quatro partidas.

Há 12 anos que não nos acontecia.

E nunca um alegado técnico da nossa equipa principal, até hoje, tinha registado quatro derrotas nos primeiros cinco jogos.

Talvez isto não seja derrocada. Mas, com franqueza, não sei que outro nome lhe chamar.

Como vai ser logo?

 

Atrevam-se a dar palpites sobre o desafio do Sporting, logo à noite, na Liga dos Campeões 2024/2025. Contra o Brugge, campeão em título e actual segundo classificado da Liga belga, no seu estádio. Vai com dez jogos seguidos sem perder.

Do nosso lado, além das ausências prolongadas de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, também Morita e Daniel Bragança ficaram fora da convocatória. Enquanto Israel e Eduardo Quaresma regressam.

Isto significa que dos três médios titulares só um (Morten) está apto. Péssima notícia, forçando a convocatória de miúdos da equipa B para este jogo internacional.

 

ADENDA:

Não houve vencedores no repto que aqui lancei antes do Sporting-Arsenal (1-5)

Quente & frio

 

Gostei muito de ver o Estádio José Alvalade com 47 mil espectadores, como é próprio das noites grandes de futebol, na recepção ao Arsenal, há três dias. Casa cheia e sem nunca faltar o incentivo ao nosso onze nem ao novo técnico, João Pereira, nesta sua estreia internacional à frente da principal equipa de futebol do Sporting.

 

Gostei do golo marcado por Gonçalo Inácio ao vice-campeão inglês. Aconteceu no minuto 47 deste Sporting.Arsenal: este primeiro quarto de hora da segunda parte foi o único período positivo da nossa equipa em todo o jogo. O golo, na sequência de um canto apontado por Trincão, permitiu-nos sonhar com uma reviravolta após termos chegado ao intervalo a perder 0-3. Infelizmente foi esforço sem sequência. Aos 65'' sofremos o quarto, que nos despertou os olhos para a realidade: iríamos perder por goleada - a nossa primeira derrota nesta campanha da Liga dos Campeões, em que Ruben Amorim nos deixou invictos. Cenário previsível - e que infelizmente aconteceu.

 

Gostei pouco da estreia do João Simões, agora um dos dez jogadores portugueses mais jovens de sempre a disputar a Liga dos Camões. Cumpriu um sonho com apenas 17 anos - esta foi a parte positiva. De negativo, entrar só aos 88', quando já perdíamos por 1-5, e mal dispôs de tempo para tocar na bola. Certamente o jovem médio teria preferido um baptismo na Champions muito diferente, em maré de vitória.

 

Não gostei que o nosso primeiro remate enquadrado tivesse ocorrido apenas aos 47', por Morita, quando já perdíamos por 0-3. Pior foi termos sofrido mais dois, numa quase antítese da goleada que havíamos imposto três semanas antes ao Manchester City, também no José Alvalade. Consequência directa do onze escolhido por João Pereira, com um inoperante Edwards como interior esquerdo sem a capacidade de penetração entre linhas característica do lesionado Pedro Gonçalves. Na prática, não apenas entrámos só com dez de início como rasgámos uma avenida no nosso flanco esquerdo para que o melhor jogador do Arsenal, Saka, pudesse impor o seu futebol como dono e senhor. Edwards não fechava à frente, Maxi Araújo era batido em sucessivos confrontos individuais, Gonçalo Inácio revelou uma tremideira inexplicável como central à esquerda. Enquanto Morita se via forçado a desguarnecer o meio-campo para acorrer às dobras laterais e recuar em apoio da defesa vezes sem conta, deixando Morten isolado. O capitão dinamarquês, apesar disso, foi o melhor do nosso lado: quase marcou aos 73' e aos 90'+2, com Raya a negar-lhe os golos com grandes defesas. Lá atrás as coisas não foram mais bem-sucedidas. Diomande, de cabeça perdida, deixou-se amarelar logo aos 3' e pode considerar-se um homem cheio de sorte: devia ter visto o segundo cartão em duas ocasiões posteriores, nomeadamente quando provocou um penálti, aos 63'. Também Israel esteve muito longe de se mostrar à altura do que lhe era exigido: teve culpas em pelo menos três dos golos que encaixou, aos 7', 21', 45'+1, 65' e 82'. Só neste jogo sofremos tantos como nas sete partidas anteriores. Na primeira derrota em casa desde Outubro de 2023, quando perdemos com a Atalanta, 32 jogos antes deste. Já quase não nos lembrávamos de um desaire assim em Alvalade.

 

Não gostei nada desta estreia em provas da UEFA de João Pereira como sucessor de Ruben Amorim ao comando da equipa principal do Sporting. Pior do que a derrota foi a inexplicável passividade de toda a equipa técnica no banco, o facto de não terem mexido no onze após o intervalo, quando já perdíamos por 0-3, e de só aos 68' decidirem fazer as primeiras trocas que há muito se impunham, com Daniel Bragança a render o inoperante Edwards e Geny a substituir um errante Maxi Araújo. Pior ainda só as declarações do técnico após o jogo, aludindo a «erros da casting» que ninguém parece ter compreendido, começando por ele próprio, e sublinhando a necessidade de ver a equipa «levantar a cabeça». Frase sem sentido: faz lembrar outros tempos, felizmente bem longe dos actuais.

Todos temos um plano

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Acredito que o plano do Sporting Clube de Portugal fosse empatar os colossos ingleses.

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Um empate com o City, outro com o Arsenal seria óptimo.

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Foi mais do que óptimo.

Em vez dos dois pontos planeados, conquistámos três.

Agora é focarmo-nos no campeonato e no jogo com o Santa Clara.

Dois dos golos do Arsenal foram antecedidos de faltas sobre Viktor e Morten? Claro que foram. O penalty é anedótico? É. Vale a pena estar a falar sobre isso? Claro que não.

Focados no próximo desafio.

Passe a passe, sem ter medo, abrimos, jogamos o nosso segredo e a sorrir conquistarmos o mundo num abraço tão profundo.

Vamos a isso, sábado.

Atropelados mas vivos

Saído da primeira sessão de fisioterapia, tenho a dizer-vos: Somos uns abençoados! Não é para todos sermos atropelados por um comboio e continuarmos vivos. Amassados, totalmente, mas vivos.

Uma sobrevivência que se afirma, talvez, porque no íntimo de cada leão haja a convicção de que não soubemos, por culpa própria, sair da linha que o Arsenal nos impôs - durante toda a primeira parte testemunhei-a do meu lugar no estádio, alinhado que estou com o limite da grande área: uma cerca inglesa apoiada numa linha de 4, coesa, agressiva, intensa, sempre capaz de destruir-nos e aos nossos tíbios ensejos ou fragilíssimos laivos de vontade de sair a jogar.

Uma desgraça tanto maior quando a intensidade dos bifes, que nos fizeram em picado, foi proporcional à moleza, displiscência e descrença leoninas. Na primeira parte jogámos sem personalidade e sem atitude. E isso para mim é o mais incompreensível.

Concordo com quem defende que o Marcus Sornas Edwards é vezes de mais um jogador a menos, que Matheus Reis deveria ter jogado de início, que Catamo devia ter entrado mais cedo, mas, repito, para mim foi a atitude da equipa que nos tramou. Incapazes de responder ao fortíssimo Arsenal - diga-se - que cedo nos encostou às cordas, intimidámo-nos, amedontrámo-nos. E com medo nunca se ganha.

Leio e oiço que João Pereira é líder, competitivo, exigente e que muito sabe de táctica e estratégia. De futebol, em suma. Ora sabendo que os nossos jogadores já deram provas que bastem de que também eles são vencedores, ganhadores e campeões; sábado lá estarei, seguro que daremos a resposta que se impõe, ganhando ao Santa Clara. Pondo na linha os espíritos mais derrotistas e descrentes na força deste Sporting.

"João, vai ser mais cedo"

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Assobiam-me aqui ao lado que o Ruben também perdeu no jogo de estreia na Europa com uma derrota volumosa e que na estreia na Liga dos Campeões levou com o mesmo resultado de hoje, com o Ajax aqui em Alvalade.

Se a consequência for o João igualar a performance de Amorim, fico-me já por aqui, mas...

Comparando os dois jogos (os primeiros de cada um), a seu favor o ex-treinador tem que, comparado com o de hoje, o plantel era de terceiro mundo. Mas também o adversário. As coisas estariam equilibradas, portanto.

Contra si, o João tem o factor de ter hoje um plantel à sua disposição que goleou o tetra campeão inglês há pouco mais de quinze dias e incomparavelmente com mais qualidade. Mas defrontou uma equipa muito superior ao Lask qualquer coisa. Eu acho é que aqui o equilíbrio não é tão visível.

E aí residirá o busílis. É que a gente já está habituados a ganhar por cinco, não a perder por cinco e parece-me que o João ainda não tem unhas para tocar esta guitarra. Ainda. Não se pede que seja um Paredes, um Chaínho seria excelente. Estaremos cá para ver.

Por hoje não se mostrou grande tocador do instrumento. Disse na CI que tinha estudado o adversário, mas quem descuida a defesa nas laterais, prescindindo de Matheus Reis em detrimento de um Edwards que nem terá necessitado de tomar banho e que se esqueceu do desiquilibrador Catamo, corre o risco de não passar no exame. E a consequência de jogar sem laterais, foi fazer com que os três centrais andassem toda a primeira parte aos papeis, com destaque para Inácio, que para além de fazer um ror de passes errados, ofereceu dois golos aos arsenalistas. Redimiu-se depois com o único que marcámos, mas o mal já estava feito.

A coisa correu tão mal que até o capitão esteve a leste, ou no Pólo Norte, de tão fria que foi a sua prestação.

A perder por três ao intervalo, não se percebeu porque continuava Harder no banco e Edwards em campo, mas o João deverá saber.

Em resumo, o João, com uma equipa incomparavelmente superior à que jogou o primeiro jogo internacional de Ruben, perdeu com uma equipa incomparavelmente superior ao adversário que derrotou Ruben. Não seria traumático se os rapazes tivessem jogado bem e tivessem tido o azar de perder, mas eles estiveram francamente mal. Eu quero pensar que hoje não passou de um dia mau de todos eles e que o João vai ter umas aulas no Conservatório.

E quero pensar que eles, os jogadores, ultrapassarão isto rapidamente e demonstrarão já no próximo jogo que tudo não passou de uma noite má.

Afinal o objectivo "Champions" mantem-se intacto, o primeiro lugar na Liga não foi violado, a permanência na Taça de Portugal está conseguida.

Só peço encarecidamente ao João que não volte a utilizar "aquela frase batida", parafraseando o nosso consócio Sérgio, de "agora é levantar a cabeça". Por duas razões: Ninguém bateu com a cabeça no chão, apesar do enorme melão e não quero que nos tempos mais próximos tenha razão para o dizer.

Agora é lamber as feridas e voltar à caça. Assim procede o Leão.

Pior estreia possível

Em três semanas, uma diferença abissal. A 5 de Novembro, no José Alvalade, goleámos o Manchester City por 4-1. Hoje fomos goleados, no mesmíssimo cenário: o Arsenal veio a Lisboa vencer-nos por 5-1. Primeira derrota da temporada como equipa visitada. Ha 32 jogos que não perdíamos em casa - desde 5 de Outubro de 2023, contra a Atalanta.

O que mudou nestes 21 dias? Só o treinador.

Pior estreia possível de João Pereira como técnico do Sporting em desafios internacionais. É um facto, não há volta a dar.

Boa Morte, boa sorte

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Às vezes é preciso sorte nas escolhas que fazemos.

Do Lourinhanense ao Arsenal.

Outras vezes as coisas acontecem.

Hoje é dia de Sporting vs. Arsenal, um dia bom para recordarmos Luís Boa Morte, actual seleccionador da Guiné-Bissau. Sobre a selecção da Guiné-Bissau e a hipótese de um jogador do Sporting a representar falaremos noutra altura.

Hoje é dia de estarmos focados de (quase) garantirmos a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões.

Adenda:

Luís, o grande injustiçado de Scolari. Baía, bah, Boa Morte, sim, merecia 2004.

Como vai ser logo?

 

Atrevam-se a dar palpites sobre o desafio do Sporting, logo à noite, na Liga dos Campeões 2024/2025. Contra o Arsenal, vice-campeão inglês e actual quarto classificado da Premier League, em Alvalade.

 

ADENDA:

Não houve vencedores no repto que aqui lancei antes do Sporting-Manchester City. Um dos jogos mais memoráveis de toda a história do nosso clube nas competições europeias.

Embrulha, Zé Pereira

UEFA deu autorização para João Pereira falar

 

Os senhores da UEFA, ainda que não sendo muito recomendáveis nalguns assuntos, deram hoje uma lição ao zé pereira dos treinadores, dizendo-lhe desta forma que pode ir tocar o bombo para a terra dele, acompanhado pelos cabeçudos dos seus onze vices, onze.

Isto é que vai por ali um arraial.

 

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Rúben Amorim: despedida inesquecível de Alvalade com goleada ao City de Guardiola

Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

Gostei muito do jogo épico do Sporting na passada terça-feira, em Alvalade, contra o Manchester City, que muitos consideram a melhor equipa do mundo, treinada por aquele que também costuma ser apontado como o melhor treinador actual do planeta futebol: o catalão Pep Guardiola. Vencemos por 4-1 (com 1-1 ao intervalo) após uma segunda parte em que o onze leonino se comportou como autêntico rolo compressor, neutralizando uma equipa recheada de estrelas: Haaland, Foden, Ederson, Savinho, Akanji, Kovacic, Bernardo Silva, Gundogan e De Bruyne. Exibições superlativas de Gyökeres (três golos, aos 38', 49' e 80', estes dois de penálti), de Pedro Gonçalves (extraordinário, o passe para golo no primeiro do craque sueco), de Israel (não evitou o golo de Foden aos 4', mas impediu três outros, um dos quais de Haaland) e de Maxi Araújo (em estreia como artilheiro na Champions, aos 46 segundos da segunda parte, num lance colectivo que merece figurar na antologia dos melhores de sempre do historial leonino), sem esquecer Diomande, Quenda e Trincão. 

 

Gostei da simbiose total entre adeptos e equipa - incluindo equipa técnica, neste desafio contra o tetracampeão inglês que marcou a despedida de Rúben Amorim do José Alvalade após 1703 dias no Sporting antes de se tornar treinador do United, onde inicia funções na próxima segunda-feira. Gostei do regresso de Matheus Nunes - como ala esquerdo - ao nosso estádio, onde foi brindado com fortes aplausos apesar de vir como adversário. Gostei da celebração final, com os jogadores a formarem um corredor de honra ao técnico que tão bem serviu o Sporting durante quase cinco anos e levantarem-no ao ar, em clima de euforia, numa das mais belas noites de glória que conhecemos no nosso estádio. Fechamos a primeira metade da jornada da Champions 2024/2025 no segundo lugar da classificação, com 10 pontos, a par do Mónaco, terceiro, e só atrás do Liverpool, que comanda com 12 pontos. Entre 36 equipas.

 

Gostei pouco de me lembrar que já restam poucos heróis de outro dia épico na história do Sporting: aquele 18 de Março de 1964, em que derrotámos por 5-0 o Manchester United cheio de génios da bola como o inglês Bobby Charlton (futuro campeão do mundo em 1966), o escocês Denis Law e o irlandês George Best. Goleada alcançada na segunda mãos dos quartos-de-final da Taça dos Vencedores das Taças que viríamos a conquistar dois meses depois. Após os recentes falecimentos de Carvalho e Alexandre Baptista, sobrevivem Pedro Gomes, José Carlos, Hilário e Figueiredo. 

 

Não gostei de lembrar um dos nossos, que só por manifesto infortúnio não estava ali, defrontando o campeão europeu de 2023: Nuno Santos, que rompeu pela terceira vez os ligamentos do joelho direito, tendo a época acabado para ele a 27 de Outubro em Famalicão. Mas foi bem substituído por Maxi no difícil confronto com Savinho, o melhor elemento deste City que nos visitou. 

 

Não gostei nada, uma vez mais, do péssimo hábito de alguns idiotas, que teimam em assobiar o hino da Champions no nosso estádio. Como se preferissem disputar outra prova, muito inferior, como a Liga Europa (onde estão FC Porto e Braga) ou a Liga da Conferência (palco do V. Guimarães, que ali está a ser bem-sucedido). Quando é que estes imbecis se deixam de comportar como adeptos de equipa pequena e enfiam os assobios no lugar mais recôndito que tiverem?

Orgulho

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Quatro rondas cumpridas da Liga dos Campeões. O Sporting mantém um desempenho notável: três vitórias e um empate. 

Começámos por derrotar o Lille em casa (2-0). Depois empatámos com o PSV em Eindhoven (1-1) e vencemos o Sturm Graz na Áustria (2-0). Acabamos de golear o poderoso Manchester City em Alvalade (4-1).

Nove golos marcados e apenas dois sofridos. 

Este é outro legado extraordinário de Rúben Amorim: um percurso digno de aplauso na prova máxima da UEFA. Também nos palcos transeuropeus, à semelhança do que acontece nas competições nacionais, o Sporting deixou de ser uma "equipa fácil". 

 

Olho para o quadro aqui reproduzido e confirmo: o nosso bravo plantel segue em segundo na classificação da Champions. Com 99% de possibilidades de integrar o lote final dos 24 mais pontuados. Mas a percentagem que mais importa é esta: temos já 64% de hipóteses de ficar entre os oito primeiros desta fase inicial da prova.

Recordo quais são os outros sete: Liverpool, Borussia Dortmund, Aston Villa, Inter, Arsenal, Barcelona e o City agora ferido pela derrota em Alvalade. 

Procuro outros clubes portugueses - e acabo por encontrar o Benfica no 23.º lugar. Inútil prosseguir a pesquisa: não há mais nenhum.

O que confere ainda maior valor à prestação leonina. E nos enche de genuíno orgulho. Não é caso para menos. 

Pódio: Gyökeres, Pedro Gonçalves, Maxi

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Manchester City, da Liga dos Campeões, por quatro diários desportivos:

 

Gyökeres: 33

Pedro Gonçalves: 28

Maxi Araújo: 27

Israel: 21

Quenda: 25

Trincão: 25

Geny: 24

Diomande: 24

Morten: 24

Matheus Reis: 23

Debast: 22

Daniel Bragança: 21

St. Juste: 21

Morita: 18

Eduardo Quaresma: 16

Harder: 2

 

Todos os jornais elegeram Gyökeres como melhor em campo.

Do Casa Pia ao topo do Mundo

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Atento o título acima, os meus caros poderiam pensar que me estou a referir ao melhor treinador de que tenho memória que passou pelo Sporting, Ruben Amorim, que revolucionou e acordou um gigante adormecido, devolvendo-nos o orgulho de fazermos parte desta grande família sportinguista. Para ser justo, um laivo deste despertar tinha já acontecido com outro treinador, Jorge Jesus, a quem a pecha de não ter sido vencedor retirou alguma luz ao futebol também entusiasmante que a equipa chegou a praticar e tendo conquistado até à altura o maior número de pontos na prova raínha. Outros valores (ou a falta deles) concorreram para que não ficasse na história do clube como um treinador ganhador. Ainda assim, nada comparado e a anos-luz do brilho que hoje o futebol que se pratica, irradia.

Passado o intróito e descodificando o título, o que quero dizer é que até quase ao final da primeira parte do jogo de ontem que os rapazes brilhantemente venceram, quando o inevitável Gyokeres empatou a partida, a nossa equipa deu uma de Casa Pia para pior, já que defendeu não com duas linhas de cinco, mas com um 6X4, que até chegou a ser 7X3 e ao contrário dos Gansos, não ficaram bem fechadinhos lá atrás, mas foram dando abébia atrás de abébia, que felizmente o nosso redes, o melhor em campo na primeira parte, foi defendendo como pôde, algumas vezes de forma brilhante. Era a fase autocarro a que não estamos habituados ver o Sporting praticar e como não é hábito, não saiu tão bem como com os Casa Pias do nosso campeonato.

Mas eis que um puto faz um passe (assistência é modernice) magistral e o tanque sueco a mete lá dentro com um remate soberbo e parece que as amarras, como que por obra e graça dos deuses da bola, se quebraram colocando em campo outra equipa.

E veio o intervalo e no reatamento, em pouco mais de cinco minutos aquela equipa à rasquinha a defender e amorfa a atacar, metamorfoseou-se e "de rajada" meteu duas batatas lá dentro, a primeira por Maxi e a segunda num "petardo" da marca de grande penalidade, a castigar uma falta clara sobre Trincão, que de ausente em parte incerta na primeira parte, apareceu em pleno na segunda. Tal como Pedro Gonçalves, uma inutilidade que fez dois passes soberbos, um deles para o segundo golo que é de se lhe tirar o chapéu. Quando estas unidades aparecem e se libertam, o cheirinho a bom futebol é logo outro e a equipa chegou a ser brilhante nalguns momentos.

O futebol é assim, por isso é tão entusiasmante. De uma derrota anunciada que até poderia ter acontecido e por números complicados, os jogadores souberam manter a calma e responder ao golo sofrido não com o descalabro, mas com vontade de vencer. Comparando com aquele jogo em que levámos cinco do mesmo City, eu diria que a diferença foi uma grande exibição de Israel, a existência de Gyokeres e Quenda e as enormes exibições na segunda parte de Pote e Trincão. E uma pontinha de sorte, que também faz parte, como disse o ainda nosso treinador.

Fomos "ambos os dois", clube e treinador, do Casa Pia até ao Olimpo em situações diferentes. Que por lá fiquemos durante muito tempo.

O fim do mundo em Alvalade

Devo o meu sportinguismo aos meus avós, Chaveiro e Rosa. Uma das melhores memórias de infância prende-se com uma lembrança constante da minha avó, que ela muitas vezes repetia. Lembrava o relato do Sporting, 5 Manchester United, 0, de 1964, que virou a eliminatória da Taça das Taças (a que vencemos), após uma derrota por 4-1 em Inglaterra. Reproduzia as palavras de Artur Agostinho, espantado e entusiasmado com o feito de Géo, Osvaldo, Morais e companhia: “é o fim do mundo em Alvaladeeee!”. Obrigado, Ruben, Franco, Viktor e a todos os outros.  Ontem, o mundo acabou outra vez em Alvalade.

{ Blogue fundado em 2012. }

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