Altos e baixos
O quase impensável sucede: eis o Estrela da Amadora novamente na Liga 1, agora com nova designação: Clube Desportivo Estrela. Regressa após 14 anos de ausência e depois de ter sido declarado extinto em 2011. Vamos ver esta carismática equipa do distrito de Lisboa novamente entre os grandes. Tendo hoje o antigo internacional francês Patrice Evra no grupo de investidores que comprou 90% do capital da sua sociedade desportiva. Uma enorme incógnita.
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O mesmo pode dizer-se, mas em sentido contrário, do Marítimo: desce à Liga 2 após 38 anos de permanência no escalão máximo do futebol português. Afunda-se, em larga medida, devido aos clamorosos erros de gestão ali registados. E apesar de receber generosos "incentivos" financeiros do Governo Regional da Madeira, que desta vez não lhe serviram para nada. Vai fazer companhia ao açoriano Santa Clara, também despromovido.
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Enquanto uns choram, outros festejam. Entre estes últimos incluem-se os pouco numerosos mas vibrantes adeptos do Atlético, histórico emblema do futebol lisboeta. Que acaba de vencer o impropriamente chamado "Campeonato de Portugal" - assegurando deste modo o regresso à terceira divisão. Num historial que conta com 24 presenças no escalão maior, de que está ausente desde 1977.
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Clube que parece sem recuperação possível é o V. Setúbal. Já foi um dos quase-grandes do futebol português, venceu três Taças de Portugal, andou em competições europeias e chegou a sonhar com o título de campeão nacional. Entregue a uma sucessão de dirigentes que aliavam a incompetência aos esquemas mafiosos, foi-se afundando ladeira abaixo até resvalar para um escalão não-profissional. Bateu no fundo, agora na quarta divisão do futebol. Consequência não apenas da trafulhice de quem passou pela estrutura do emblema sadino, mas também da cegueira dos sócios. Estas coisas pagam-se caras. Receio que seja um caminho sem regresso.