Prestes a chegar ao fim de uma atribulada temporada, a equipa do És a Nossa Fé votou na revelação verde-e-branca 2019-2020. E também na revelação fora do universo leonino.
Comecemos pela segunda...
Tem 21 anos apenas e, apesar de ter sido internacional nas camadas jovens pelo seu país, chegou a Portugal como um ilustre desconhecido.
Rapidamente se impôs como titularíssimo na sua equipa e chega ao final da Liga com 36 jogos, 9 golos e 9 assistências. Ou seja, esteve directamente em 18 golos da sua equipa (mais de um terço dos 53 marcados). O suficiente para ser quase certa uma mudança para um clube de maior dimensão. E é um jogador para palcos imponentes.
Mais do que os números, impressiona a velocidade e o drible, associados a visão de jogo, qualidade de passe e até de remate. É um desequilibrador nato, um jogador dificílimo de parar do meio campo para a frente. Fez coisas absolutamente mágicas ao longo da época. Percebe-se porque, no seu país, haja quem lhe chame o "Messi inglês".
Por margem confortável, Marcus Edwards, do Vitória de Guimarães, é, para a nossa equipa, a revelação da Liga 2019-20.
Bateu uma concorrência de respeito, em que estavam os também muito talentosos jovens Trincão (Braga) e Pedro Gonçalves (Famalicão).
Nos próximos dias revelaremos quem, de leão ao peito, mais encheu o olho à equipa do És a Nossa Fé...
Isto que se vai iniciar hoje parece-se muito com uma série de televisão.
Não escolhi esta série (a da imagem) por acaso, aquilo, a que vamos assistir a partir de hoje, só foi possível graças a uns mascarados de fato de macaco vermelho, que não queriam perder, nem o campeonato, nem, principalmente, o papel, o papel moeda.
A primeira temporada (e na minha opinião, a verdadeira) desta Liga foi jogada nos estádios de futebol, com cheiro a cerveja e a couratos.
A segunda temporada inicia-se hoje nas pantalhas televisivas com cheiro a pipocas e a sumos de palhinha.
"A situação de Peseiro no Sporting sempre foi precária. Mais do que precária: a sua saída era inevitável, fosse durante a época ou no final. Todo o sportinguista detesta o Peseiro (eu incluído): aquele ano de 2005 nunca será esquecido. Portanto, o Peseiro sempre foi um treinador de gestão, como Sousa Cintra foi um presidente de gestão.
Eu sei que o pessoal gosta mesmo é de malhar. Por isso, o Peseiro já foi brindado com as mocadas da ordem, mesmo agora na despedida. Ora, por uma vez, parece-me que Peseiro é merecedor de um agradecimento, como Sousa Cintra o foi também: naquele ambiente lunático do final da época passada, depois do que aconteceu, com meia equipa e meia direcção em debandada, em que nenhum jogador ou teinador decentes queriam vir para o Sporting, veio Peseiro. Claro que isso foi um sinal de desespero do Sporting, mas a verdade é que veio, para um sítio onde mais ninguém queria vir.
Portanto, nalgum momento Peseiro tinha de ir. O que já não percebo é o timing da saída: depois de uma derrota a jogar com a equipa Z para uma taça sem interesse (ganhámos uma vez: acho que basta para picar o ponto), depois de duas exibições convincentes, uma contra o Boavista e outra contra o Arsenal (alguém legitimamente estava à espera de ganhar ao Arsenal com esta equipa, mesmo em Alvalade?), a um ponto do Benfica, com possibilidade de o ultrapassar este fim-de-semana, a dois dos líderes do campeonato. Porquê agora? Sobretudo quando se percebe que não foi pensada nenhuma alternativa. Lá voltámos ao nosso fétiche, que é arranjar treinadores com nome holandês que ninguém sabe o que valem (e em geral não valem um caracol; a propósito, alguém me explica esta fixação: é porque os nomes soam bem? Vercauteren, por exemplo, soa tão bem). Ora, se é para arranjar um qualquer Peseiro holandês, não se percebe para que foi isto tudo.
Esperemos que Frederico Varandas não tenha cometido aqui o seu primeiro erro grave."
Enfim, uma pessoa sente-se logo em casa. Mas faltava ainda mais qualquer coisa para completar o quadro: no dia seguinte, começo a ver o Porto-Guimarães. Felizmente, pude ir fazer outra coisa qualquer ao fim de 50 segundos, quando o árbitro decidiu expulsar um jogador do Guimarães. Se não é outro lance pioneiro, para lá caminha. Quase no fim do jogo, volto a ligar a televisão e vejo o Guimarães com dois jogadores expulsos e o Porto a ganhar apenas por 1-0. Pois, o Sporting não joga nada, mas pelos vistos o Porto também não parece grande coisa. A diferença talvez não esteja na qualidade de jogo.
Para terminar o agradável regresso ao lar, logo a seguir dizem-me que o Benfica aplicou mais uma das habituais cabazadas ao proclamado "quarto Grande" do futebol português. Bem-vindo a casa, Luciano! Deleita-te com o freak show do futebol pátrio.