É mais que evidente que estamos perante uma época desportiva tremendamente exigente do ponto de vista físico, ainda mais para as equipas recheadas de internacionais que disputam a Champions.
Os jogadores são os mais afectados, jogando no limiar do risco, sem o descanso necessário, em terrenos castigados pelo Inverno e sujeitos a lesões graves.
Por esta altura existe uma epidemia de lesões no futebol europeu. Vários responsáveis já se pronunciaram sobre a mesma, que o previsto Mundial de Clubes ainda irá agravar.
Só numa semana, nos dois grandes de Lisboa, aconteram três roturas de ligamentos do joelho e mais três ou quatro complicações musculares.
Mas por essa Europa fora o mesmo se passa. O Man.City caiu a pique na tabela depois de duas ou três lesões, o Man.United acabou de perder um jogador que muito estava a ajudar Rúben Amorim.
No Sporting, a tudo isso se juntou a mudança imprevista de equipa técnica, um sucessor que falhou na tarefa, e um terceiro treinador que anda a correr atrás do prejuízo. Não há tempo para treinar, não há forma de rodar jogadores sem pôr em causa as vitórias, uns falham aos jogos por lesão, outros jogam sem descanso.
Só mesmo um Augusto Inácio, de que desconheço qualquer qualificação académica relevante, para pôr em causa o desempenho da estrutura do Sporting, envolvendo o departamento médico, treinador, departamento de performance, insinuando que tudo tem a ver com incompetência ou pior do presidente. Isso aconteceu pouco antes da visita do Sporting ao Dragão, em que em caso de vitória tinha arrumado de vez com o clube e treinador esta época. E o Sporting só não ganhou porque o apitador João Pinheiro fez vista grossa a um penálti no último minuto contra o Porto, e o VAR Tiago Martins que viria a validar um golo do Porto em Faro com manifesta falta atacante.
Só falta agora que o Bruno de Carvalho, lá do Big Brother onde se encontra, venha discorrer sobre micro-roturas e fibroses, traumatismos e entorses, fascites plantares e unhas encravadas.
Rui Borges tem sido muito claro sobre o que se passa no Sporting. Um diálogo franco e aberto entre os diferentes responsáveis e os jogadores, uma gestão muito dia a dia na pressão dum calendário inclemente, nada se faz sem o acordo de todos.
Isso implica que qualquer desconforto dum jogador seja sinalizado imediatamente e que não aconteça o que aconteceu com St. Juste, que já lesionado teve um lance infeliz, o Sporting sofreu um golo e ele teve mesmo de sair a seguir.
Com Gyökeres é bem visivel esse trabalho conjunto. O sueco faz por administrar muito bem o esforço quando chamado, tentando o retorno à sua melhor forma.
Existe desde sempre com este presidente uma aposta clara e assumida em plantéis curtos que abram espaço aos jovens da formação, o que com Rúben Amorim e o seu modelo de jogo foi levado um pouco ao exagero.
Emprestaram-se jogadores que agora fazem falta, como Essugo, Koindredi e outros, até porque havia um histórico recente de lesões em jogadores como Pedro Gonçalves, Gyökeres, Daniel Bragança e St. Juste.
Amanhã vamos a Dortmund sem Gyökeres e Trincão por cansaço, sem Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Morita, Catamo, Daniel Bragança e St. Juste por lesão, mas levamos jovens de talento que valem muitos milhões. E vamos com Biel que vai ter de demonstrar porque foi contratado.
Vamos para disputar a vitória. Se depois conseguimos ou não, logo se verá, e fazer calar aqueles que ainda não ultrapassaram a colossal derrota eleitoral que teve o seu candidato e insistem em martelar na mesma tecla, a da incompetência dum presidente ganhador no futebol e nas modalidades.
Convocados (sublinho aqueles que vi a cores e ao vivo anteontem na Tapadinha pela equipa B):
GR: Rui Silva, Franco Israel e Diego Callai; Defesas: José Silva, Esgaio, Fresneda, Gonçalo Inácio, Eduardo Quaresma, Diomande, Debast, Matheus Reis e Maxi Araújo; Médios: Hjulmand, João Simões, Eduardo Felicíssimo, Alexandre Brito e Manuel Mendonça; Avançados: Biel, Afonso Moreira, Quenda, Lucas Anjos, Rafael Nel e Harder.
De perder dois pontos em casa. Contra o modesto Arouca, que segue em 12.º no campeonato nacional de futebol. E da forma como perdemos, com aspectos caricatos.
De St. Juste. Exibição calamitosa do central holandês, que parece ter ludibriado a equipa técnica garantido estar apto para a recepção ao Arouca. Não estava, como se viu mal tocou na bola. Sem capacidade física, em vez de se sentar na relva ou atirar para fora, fez um arriscadíssimo passe à retaguarda, em balão, traindo o guarda-redes, que estava adiantado. Rui Borges mandou-o sair de imediato. Dificilmente voltaremos a ver este defesa de 29 anos, com mais ano e meio de contrato, alinhar pelo Sporting. Está novamente lesionado: é quase inacreditável.
Do frango de Rui Silva. Cometeu autogolo aos 8', quando St. Juste fez aquele atraso disparatado: estava afastado dos postes, quis deter a bola com o pé mas acabou por tocar-lhe de calcanhar e ela entrou onde não devia. Um lance para os "apanhados", segundo muita gente. Mas sem ponta de graça para nós.
Da lesão de Daniel Bragança. Magoou-se sozinho, logo aos 12'. Forçado a sair, amparado. Coisa grave, garante-lhe paragem por vários meses: rotura de ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Que mais nos irá acontecer?
De Morten. Noite infeliz do capitão. Nada lhe saiu bem. Cometeu um penálti aos 45'+1, permitindo o segundo golo arouquense - outro oferecido de bandeja no mesmo jogo: Henrique Araújo, emprestado pelo Benfica, converteu o castigo quatro minutos depois. Amarelado nesse lance, o médio dinamarquês fez falta absolutamente desnecessária que lhe valeu o segundo cartão e consequente expulsão, aos 62'. Passámos a jogar só com dez e não contaremos com ele na próxima partida.
Da ausência de Diomande, castigado. Fez falta. Sem ele ao comando, a nossa linha defensiva ressente-se. St. Juste foi um desastre. Debast, que o substituiu, esteve muito nervoso e sem confiança. Gonçalo Inácio, central à esquerda, acumulou passes falhados (5', 15', 24') e limitou-se a marcar com os olhos numa jogada em que a turma forasteira fez a bola embater na trave.
De ver Chico Lamba jogar contra nós. Excelente exibição do lateral direito do Arouca, produto da formação leonina. Esteve onze épocas no Sporting, foi internacional júnior e capitão da equipa B, mas acabou transferido por falta de utilização na equipa A, onde apenas calçou uma vez. Saiu cedo de mais. Tem apenas 21 anos e qualidade para integrar o plantel leonino.
Do nosso segundo empate seguido. Na ronda anterior tínhamos empatado no Dragão com o FC Porto (1-1), agora aconteceu o mesmo na recepção ao Arouca (2-2). Aproveitou o Benfica para encurtar distâncias: está só a dois pontos.
Gostei
De Harder. Melhor em campo. Ao contrário de vários outros, aparenta excelente forma física. Lutador incansável, fez tudo para conseguirmos os três pontos. Marcou o nosso primeiro golo, num bom remate cruzado aos 17', assistiu no segundo e esteve quase a oferecer o terceiro a Gyökeres aos 90'+2. Deixou bem claro este recado em campo ao treinador: merece ser titular.
De Trincão. É o nosso jogador mais utilizado: Rui Borges continua a contar com ele. E é recompensado: depois de ter marcado golos cruciais ao Nacional e ao V. Guimarães, o avançado minhoto voltou a ser muito útil, numa fase do jogo em que muitos adeptos já não acreditavam que fosse possível conseguirmos o empate. Fixou o resultado aos 74', num pontapé forte e cheio de pontaria. Mais um ponto que fica a seu crédito.
De Quenda. Muito boa exibição do jovem extremo, o elemento mais desequilibrador do nosso plantel, capaz de criar movimentos de ruptura junto à linha, sobretudo do lado esquerdo. Inicia o segundo golo num desses movimentos e esteve ele próprio quase a marcar, aos 42', num disparo que o guardião do Arouca defendeu com dificuldade.
De Gyökeres. Enfim, recuperado. Sem o fulgor que já lhe vimos, mas sem virar cara à luta nem perder de vista a baliza adversária. Foi dele o passe para o golo de Harder. Viu o guarda-redes negar-lhe dois golos com boas defesas aos 35' e aos 74'. Pena ter falhado a emenda à boca da baliza, já no tempo extra: teria sido o 3-2.
Da estreia de Alexandre Brito. Médio defensivo, com apenas 19 anos, teve agora oportunidade de se mostrar na equipa principal: entrou aos 85', substituindo João Simões - ainda mais jovem do que ele. Esperemos que não fique por aqui.
Das palmas no fim do jogo. Impressionante manifestação de confiança dos adeptos na equipa, apesar de dois pontos terem ficado pelo caminho. Apoio é isto.
De continuarmos no comando. Temos o Benfica dois pontos atrás de nós e o FC Porto com menos oito. Faltam 12 jornadas para o fim.
Era assim que brincava com os meus filhos com objectos escondidos pela casa, eu e milhões de pessoas pelo Mundo inteiro, nada de inédito portanto por aqui.
E se o joguinho não é inédito, o fado do adepto do Sporting também não.
Seria lá uma época normal se não acontecessem coisas que não lembram ao Diabo, ele próprio, ao Sporting?
Ontem, à falta de melhor, arranjou-se um golo dos apanhados, daqueles que vai virar "même" e viralizar.
E calhou-nos outro artista do folclore arbitral, o que configura uma tendência que se tornará habitual, tal a predominância dos apitadeiros de serviço no nóvel elenco federativo. Que acumulam com benfiquismo militante, já agora, o que é duplamente preocupante.
Mais quanto ao resto, corremos o risco de um destes dias não termos homens para fazer um onze de jeito, mas isso tem um responsável, que certamente se assumirá. Lembro que as equipas de topo têm um conjunto de 20 a 25 jogadores e algumas até ultrapassam os 30, devido aos calendários demasiado preenchidos e ao número exagerado de jogos, o que leva a demasiadas lesões, musculares e outras. Se se opta por grupos pequenos, como é o nosso caso, há que manter o departamento médico precavido para o que possa vir a acontecer. Lembro que o verbo precaver é sinónimo de antecipar. Não preciso explicar, creio.
Voltando ao malfadado jogo de ontem, chamem-lhe premonição ou o que quiserem, mas assim que o APAF apitou para o início e vi como Inácio abordou alguns lances e o próprio "traidor" St. Juste, que me cheirou a esturro. E como o senhor Peter afirmou, tudo o que poderia ter corrido mal, correu e por ironia, mais uma, das desgraças que acontecem só ao Sporting, o guarda-redes que tivemos de contratar por ausência de um titular decente, deu uma casa do tamanho da Ponte Vasco da Gama e mais um bocado das salinas do Samouco. A casa teve ainda mais uma assoalhada, porque se o rapaz não tem tocado na bola aquele "passe açucarado" do Ste Juste daria um pontapé de canto e assim deu golo para o adversário.
A malapata continua. Sinceramente nem sei como isto vai acabar, quero que acabe bem, tenho esperança de que acabe bem, mas pelo andar da carruagem, sei não.
Por aqui, em Aarburg, está frio, muito frio.
Esperava eu que os rapazes me aquecessem um pouco a noite de ontem, mas o hábito das noites frias está a começar a ser preocupante.
Vale-me estar com o filho sportinguista. E a beleza da neve. E a cerveja a ficar gelada na varanda.
Andam alguns adeptos do Sporting muito nervosos com as lesões. Uns tantos, infelizmente, embarcam nas teorias da conspiração espalhadas pelos nossos adversários e chegam a virar-se contra o treinador Rui Borges. Nem faltam sequer canalhas com insinuações torpes sobre as clínicas de Frederico Varandas.
Dirijo-me apenas àqueles que têm demonstrado insatisfação, mas de boa-fé. Para lhes dizer isto: ao contrário do que supõem, o Sporting está muito longe de ser o único dos chamados "três grandes" afectado por lesões. Os quadros que aqui trago comprovam isto. Foram ontem divulgados pela SIC, a quem deixo a devida vénia.
Fica claro que Sporting, Benfica e FC Porto se equivalem nesta matéria. Aliás à semelhança do que vem acontecendo com muitas equipas europeias, confrontadas com crescentes exigências do calendário desportivo - matéria cada vez mais polémica. São custos da alta competição induzidos por uma indústria que olha mais para o lucro do que para a integridade física dos profissionais do futebol. Esquecida de que os homens não são máquinas.
Vale a pena consultar os restantes quadros. Um deles enumera todos os jogadores do SLB que esta época já encostaram por lesões diversas.
Mas não foram só estes. Anteontem, contra o Mónaco para a Liga dos Campeões, outros dois encarnados viram-se forçados a rumar de emergência à enfermaria. Di María pára pelo menos um mês devido a lesão muscular na coxa esquerda, enquanto Aursnes contraiu uma entorse traumática do joelho esquerdo com estiramento capsular. Aguarda-o também longo tempo de imobilidade forçada.
Deixem-se portanto dessa lamúria: não suporto frases do género «isto só acontece ao Sporting». Simplesmente por não ser verdade.
Fechado o mercado de Inverno, o valor do plantel do Sporting é claramente o maior do futebol português segundo o TM. São 466M€ contra 341M€ do Benfica e 303M€ do Porto, e já agora, 109M€ do Braga.
Isto acontece porque o Sporting conseguiu reter os jogadores mais valiosos do plantel, enquanto substituiu dois jogadores que estavam em perda, Kovacevic e Edwards.
Rui Borges tem procurado ajustar o plantel ao seu modelo de jogo baseado no 4-4-2 clássico, nomeadamente realocando dois centrais a outras funções. Assim, já é clara a definição do onze-base e do alternativo (a sublinhado estão os jogadores actualmente a contas com lesões/limitações físicas):.
Onze-base: Rui Silva; Fresneda, Diomande, Inácio e Maxi; Trincão, Hjulmand, Morita e Quenda; Pedro Gonçalves e Gyokeres.
Onze alternativo: Israel; Quaresma, St. Juste, Debast/Quaresma e Matheus Reis; Catamo, Debast, João Simões e Biel; Bragança e Harder.
São estes os 21 jogadores que contam para o que falta da época. Sobram Nuno Santos (lesionado), Callai, Esgaio, e os miúdos da B. Que ainda agora esmagaram o Mónaco por 4-0 para a Youth League.
Obviamente que um ou outro reforço teria sido bem vindo. Um Sarabia por empréstimo ou um Gustavo Sá por exemplo, mas é preciso não esquecer que daqui a três meses a época terminou. Qualquer um que viesse teria de render no imediato, ou seja, teria de vir com ritmo e utilização no seu clube de origem e isso não é fácil conseguir. Vir para aquecer o banco ou competir com os miúdos não faz sentido.
Ficaram dois jogadores mais ou menos seguros para a próxima época.
Temos um bom plantel, o mais valioso de sempre. Mas, segundo A Bola, "o Sporting é de longe a equipa que tem jogadores com uma sobrecarga maior em 2024/2025. Sete que, entre clubes e selecções, somam acima dos 2500' esta temporada. Mais: três deles, Hjulmand, Gyokeres e Trincão, já estão bem acima dos 3000 minutos de utilização quando ainda estamos no início da 2.ª volta da Liga."
O sucesso do Sporting tem um preço e esse preço é o esforço pedido a jogadores internacionais pelos seus países como Morita, Maxi, Catamo, Hjulmand e Gyökeres, já que o nosso seleccionador faz por ignorar a melhor equipa nacional da actualidade. E esse esforço propicia as lesões.
Todos nos recordamos de como Jorge Jesus menosprezava as competições europeias para concentar esforços no campeonato num contexto competitivo muito menos exigente do que este. Não andamos a levar goleadas de Skanderbeus, perdemos e bem contra grandes equipas da Champions.
Resumindo, se alguma coisa foi mal feita foi, como aqui alertei na altura, no início da temporada, na aposta num plantel curto numa época de exigência máxima de acordo com a vontade de Rúben Amorim.
Mas isso agora pouco interessa. Interessa é ganhar a Liga e voltar ao Marquês. Temos plantel para isso, assim a sorte nos ajude e a APAF nos deixe.
PS: Entretanto, do lado de lá da 2.ª Circular, no clube com que estamos na luta pela conquista da Liga e da Taça de Portugal, já passou para três o número dos jogadores que se lesionaram para o resto da temporada: Manu Silva, Bah e Di Maria...
Parece praga ou maldição: temos mais dois jogadores lesionados. Matheus Reis e Morita.
O que fazer?
Imaginem-se por momentos no papel do Rui Borges. Como resolveriam este duplo problema no dia em que o Sporting disputa a final da Taça da Liga com o Benfica?
Com Nuno Santos infelizmente incapacitado para o resto da época, com uma rotura do tendão rotuliano do joelho direito, quem deve ser o seu sucessor natural? Até que ponto esta baixa pode prejudicar a dinâmica da equipa? Receiam que o onze leonino venha a ressentir-se desta ausência?
Temos neste momento três centrais lesionados: Diomande, Matheus Reis e o "eterno" St. Juste. O mais recente é o internacional marfinense, agora com entorse no tornozelo esquerdo: vai ficar pelo menos três semanas fora dos relvados.
Dois outros, Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma, pararam antes, também devido a lesões. A nossa defesa está presa por arames.
O que deve ser feito já a pensar no jogo deste sábado contra o Casa Pia?
Jeremiah St. Juste voltou a lesionar-se ainda antes de começar a época. Pela oitava vez desde que chegou ao Sporting, em Maio de 2022.
Desta vez lesionou-se sozinho, o que também não é caso virgem. Culpa dum pico mal medido e totalmente desnecessário, como se ignorasse as fragilidades do seu corpo, no amigável contra o Sevilha, na terça-feira.
Vale a pena recapitular aqui o historial de lesões deste central holandês de 27 anos que tem vínculo contratual com o Sporting até 2026 e está salvaguardado por uma cláusula de 45 milhões de euros.
Infelizmente, convenço-me de que St. Juste é, no fundo, um lesionado crónico. Quando está apto, revela-se até um defesa acima da média no futebol português. Problema: isso acontece poucas vezes.
Matheus Reis e St. Juste (este último também com queixas físicas após o particular Sporting-Sevilha) irão falhar também a Supertaça, por castigo.
Diomande, expulso após o desafio contra a turma andaluza, pode igualmente falhar por este motivo disciplinar a presença no desafio da Supertaça. Irá mesmo acontecer? Nesta matéria, a doutrina divide-se. *
Sendo assim, pergunto-vos: admitindo que todos estes futebolistas ficarão impedidos de actuar contra o FCP, qual deverá ser o nosso onze titular no primeiro embate da nova temporada?
* ADENDA: Diomande joga na Supertaça. Cumprirá castigo sábado, ausente do Troféu Cinco Violinos.
Gonçalo Inácio com mialgia, Francisco Trincão com um traumatismo ("cortesia" do central do Rio Ave que Luís Freitas Lobo elegeu como "melhor em campo" no domingo), Paulinho ainda a recuperar de uma tendinite após três semanas de paragem.
Alguns jogadores têm chegado lesionados. São acolhidos mesmo assim, a ver se passa. O problema é quando não passa.
Aconteceu com St. Juste, que já vai na sexta lesão desde que foi contratado, há um ano, por 9,5 milhões de euros.
Aconteceu com Bellérin, que em Janeiro apareceu vindo de lesão prolongada e pouco depois já estava parado novamente. O que explica, sem dúvida, o seu preço reduzidíssimo: um milhão de euros; outro tanto, caso fosse accionada a opção de compra ao Barcelona. O Sporting não a accionou: o espanhol foi devolvido.
Será craque? Como ter a certeza, se em toda a carreira, até agora, apenas disputou 26 jogos da primeira divisão em Espanha? Provavelmente isto explicará os módicos 3,8 milhões de euros que esteve quase a custar aos cofres leoninos.
Convém lembrar também: nesta Liga 2022/2023, em nove jogos, já tivemos quatro centrais do lado direito. Neto (Rio Ave, FC Porto, Chaves, Portimonense, Estoril), Gonçalo Inácio (Braga, Boavista, Gil Vicente, Santa Clara), Esgaio (Boavista) e St. Juste (Estoril, Santa Clara).
Tanta falta de estabilidade ajuda certamente a explicar por que motivo temos hoje a quinta defesa mais batida do campeonato.
Do regresso às vitórias. Triunfo inequívoco no nosso estádio perante um Gil Vicente que dominámos durante toda a partida. Vencemos 3-1, com golos de Morita (16'), Pedro Gonçalves (22') e Rochinha (82'). Ainda marcámos mais dois - Paulinho aos 11', Trincão aos 62' - mas não valeram, por fora-de-jogo. Pela equipa de Barcelos marcou o espanhol Navarro, no último minuto.
De Morita. A melhor exibição do internacional japonês vestido de verde e branco. Estreou-se a marcar pelo nosso emblema e fez uma assistência de sonho para o segundo golo, com um túnel de calcanhar. Protagonista de vários passes de ruptura, combinou muito bem com Ugarte no meio-campo leonino. A figura do jogo.
De Marsà. Outra estreia, desta vez como titular na nossa equipa principal. E logo para o lugar habitualmente ocupado por Coates, no eixo da defesa. O jovem catalão, apenas com 20 anos, correspondeu à confiança que nele depositou o treinador: exibiu segurança, maturidade e bom domínio técnico. É dos pés dele que tem início o segundo golo do Sporting, com uma soberba abertura de 50 metros. O golo sofrido aconteceu já com ele fora de campo: aos 72', entre aplausos do público, cedeu lugar a St. Juste.
De Pedro Gonçalves. Retomou o estatuto de goleador nesta sua partida n.º 100 na Liga portuguesa actuando onde mais gosta: lá na frente, sem posição fixa. Deu a melhor sequência ao magnífico passe de Morita, metendo-a lá dentro. Aos 75', foi ele a oferecer o golo com um centro muito bem medido que Edwards desperdiçou.
De Nuno Santos. Procurou o golo, desta vez sem o conseguir. Mas foi um dos obreiros deste triunfo leonino pela dinâmica que imprimiu ao nosso corredor esquerdo. Assistiu Morita no primeiro do Sporting, cinco minutos após ter servido Paulinho no golo anulado por deslocação do ponta-de-lança. Sempre inconformado, com energia inesgotável.
De Adán. Não teve muito trabalho, mas voltou a ser útil. Atento, concentrado, com reflexos rápidos, fez uma grande defesa aos 60'. Nove minutos depois, evitou um golo que parecia quase certo. Pena ter sido batido no último minuto, em lance no qual não teve culpa.
Da estreia de Rochinha a marcar. Entrou apenas ao 78', rendendo Paulinho. Bastaram quatro minutos em campo para facturar, na primeira vez em que tocou na bola. Golo à ponta-de-lança, dando ao ex-avançado do Braga uma lição prática de como se marca sem complicar. Junta-se à lista dos nossos artilheiros desta época.
Do regresso de St. Juste. Lesão muscular debelada enfim: oxalá possamos a partir de agora contar sempre com ele. Por precaução, Amorim só lhe deu ordem para entrar aos 72': até aí, a nossa linha de centrais estava totalmente preenchida por canhotos. O holandês parece estar em boa forma. A tal ponto que até arriscou progressões no terreno, como aquela em que cruzou recuado quase junto à linha final, aos 89', oferecendo um golo que Sotiris desperdiçou com um remate disparatado.
Do resultado ao intervalo. Vencíamos por 2-0, resultado que deixava antever uma segunda parte tranquila. Assim foi: construímos oportunidades e só pecámos na finalização. A vitória pareceu-nos sorrir bastante cedo, para compensar o que tem sucedido noutras partidas já disputadas desta Liga 2022/2023.
Da homenagem à nossa equipa de futsal. Os nossos grandes campeões da modalidade exibiram a Supertaça recém-conquistada aos adeptos no estádio José Alvalade, minutos antes do início deste Sporting-Gil Vicente. Momento emotivo, com o nosso capitão João Matos em evidência ao segurar o troféu.
Não gostei
Do golo sofrido ao cair do pano. Quando tudo deixava antever que sairíamos desta vez com as nossas redes intactas, um lapso colectivo da nossa defesa, algo desconcentrada, propiciou o "tento de honra" do Gil Vicente. Não havia necessidade.
De Trincão. Foi o nosso jogador com exibição mais fraca. Agarra-se à bola, parece com vontade de actuar sozinho, perde-se em fintas inconsequentes e desperdiça boas oportunidades. Aconteceu duas vezes, aos 34' e aos 41', para desagrado dos colegas e do próprio treinador. Nunca fez a diferença pela positiva.
De Paulinho. Continua sem marcar no campeonato nacional 2022/2023.
Das lesões. Continuamos com vários jogadores indisponíveis. Três só na defesa: Coates, Neto e Porro. Além de Jovane e Daniel Bragança. Isto forçou Amorim a montar um onze titular com sete esquerdinos - facto invulgar.
Dos amarelos por protestos. Nuno Santos e Esgaio viram cartões desnecessários por algum excesso temperamental. E Pedro Gonçalves arriscou um segundo amarelo pelo mesmo motivo. Nada justifica isto, muito menos num jogo em que vencíamos desde o minuto 16.
Do desperdício na segunda parte. O golo da tranquilidade só ocorreu na recta final do jogo. Podia ter acontecido mais cedo se não falhássemos tantas oportunidades - por Edwards, Nuno Santos e Trincão.
Da fraca assistência. Menos de 28 mil adeptos nas bancadas num jogo iniciado às 19 horas de sexta-feira. É verdade que o nosso desempenho nas competições internas tem sido decepcionante. Mas isso não é motivo para desertar do nosso estádio.
Da classificação. Com os três pontos agora conquistados, subimos para já ao sétimo lugar do campeonato. Oxalá o Estoril empate ou perca para não voltarmos ao oitavo.
Ontem a selecção de Fernando Santos teve um triste fim, mas foi adequado ao cada vez mais irresponsável seleccionador. Que não se esqueça do Pepe e do Otávio para o Catar, é disso mesmo que a selecção precisa, nessa altura o William e o Moutinho estarão de certeza no topo da carreira, o Cristiano terá terminado a pré-época, aquilo vai ser mesmo para ganhar, o melhor está para vir.
Já no Sporting o problema está claramente na exiguidade e desequilíbrio do plantel, fustigado por uma sucessão de lesões, quase todas traumáticas, que têm ocorrido neste início da temporada, o que impede a continuidade dum onze e mina a organização da equipa.
Neste momento temos Porro, St. Juste, Neto, Coates, Jovane e Bragança na enfermaria, já por lá passaram Adán, Ugarte e Paulinho, é mesmo gente a mais para um plantel reduzido ao mínimo. Se calhar é mais fácil dizer quem é ainda que não passou por lá.
Se Amorim tinha preparados um plano A com Paulinho e um plano B em ataque móvel, podendo escolher o mais indicado aos diferentes jogos ou momentos dos mesmos, sem Paulinho teve de apostar as fichas todas no plano B, e se as coisas correram optimamente na Champions, correram muito mal na Liga, vamos já com três derrotas, duas delas perante equipas "pequenas".
E correram mal porquê?
Basicamente porque ter um ataque móvel de três "levezinhos" que não defendem obriga a ter depois um resto da equipa possante e comprometida no processo defensivo, e isso o Sporting claramente não tem. Para defender mesmo estão lá Ugarte e os três centrais. Isso claramente não chega.
Então ou o Sporting marca primeiro, recua linhas e ganha espaço para matar o jogo (na Champions é assim que joga o Sporting), ou sofre primeiro, é forçado a avançar e põe-se a jeito para sofrer uma derrota mais ou menos pesada. Foi assim contra o Porto, o Chaves e o Boavista.
Obviamente que este problema não se resolve substituindo uns levezinhos por outros. Resolve-se introduzindo envergadura física no onze. Jogadores como Sotiris, Essugo e Fatawu podem ser muito úteis nesse "robustecer" da equipa, mas Paulinho é essencial.
Não é por acaso que sairam por muitos milhões Nuno Mendes, Palhinha e Matheus Nunes (alguns reclamavam que era o Bragança que devia jogar no lugar dele... nem vale a pena dizer mais nada).
Não é por acaso que o jogador mais valioso neste momento do plantel dá pelo nome de Manuel Ugarte.