Grande reviravolta das Leoas na segunda parte, quando perdiam 0-1 ao intervalo. Telma Encarnação fez a diferença ao empatar com um forte pontapé de meia distância (75') e oferecer o golo a Cláudia Neto com centro milimétrico (85'), fixando o resultado. Celebrou à Gyökeres, fazendo o gesto da máscara. E confirma-se como a maior contratação do futebol feminino para a nova época já em curso.
Estivemos sempre mais perto do 3-1 do que o Benfica do empate. No decurso dos nove minutos de tempo extra, Ana Capeta atirou ao poste (90'+5). E Maísa Correia desperdiçou golo, com a baliza aberta, no último lance do desafio.
Primeiro troféu leonino da temporada 2024/2025 - a nossa terceira Supertaça feminina. Parabéns às meninas por esta alegria que acabam de dar à massa adepta. E um abraço grato à Mariana Cabral, treinadora de que muito gosto. Leoa cem por cento.
(Com licença do Pedro Correia, que costuma ser o responsável por esta rubrica.)
Que leoa: Celeste Caeiro, que distribuiu cravos aos soldados a 25 de Abril de 1974. Da próxima vez que vos recordarem que, poucas semanas antes, Marcelo Caetano tinha sido aplaudido em Alvalade, mostrem esta fotografia.
As primeiras entraram no estádio da Luz como quem entra no Aurélio Pereira, e com 27 mil espectadores nas bancadas encararam o Benfica como quem encara o Fófó, e ganharam por 1-0 à equipa que talvez custe tanto como as outras todas do campeonato juntas.
As segundas entraram no sempre difícil (pelo ambiente escaldante) pavilhão de Matosinhos no dia seguinte a terem sido derrotadas por 3-0. Perdem o primeiro set e conseguem arranjar forças para ganhar por 3-1. Assim voltam ao João Rocha com a possibilidade de fechar a meia-final.
As terceiras venceram o Benfica por 15-18 na meia-final da Taça de Portugal da modalidade.
São três exemplos de equipas que não se construiram no "supermercado", construiram-se num processo longo com altos e baixos. Estas vitórias foram fruto de muito esforço, dedicação e devoção e união.
Parabéns às equipas, e muito em especial aos dois treinadores e às capitães.
Fotografia: Lady Liuwa, de Will Burrard-Lucas, via Instagram - @willbl
Durante anos foi a única leoa no Parque Liuwa, na Zâmbia. Sem quaisquer outras leoas, sem um grupo, viveu 17 impressionantes anos. Nove dos quais completamente por si só. Caçou sozinha, lesionou-se, reorganizou a forma como caçava, sobreviveu.
Durante anos, não viu um único leão ou leoa.
Morreu a 9 de Agosto de 2017, já depois de reintroduzida uma leoa no Parque Liuwa, Sepo, que teve crias de quem Lady Liuwa, dedicada avó, se ocupou com invulgar paciência.
Diz-se que os leões não sobrevivem sem o apoio de outros leões, sem um grupo. Lady Liuwa mostra-nos que o impossível, às vezes, acontece.
A história desta distinta leoa, contada pela National Geographic, é a minha sugestão para assinalar a efeméride do dia.
«Daria Bilodid, ex-atleta de judo do Sporting, relata um cenário de terror em Kiev, garantindo ter acordado “às seis da manhã com as explosões”. A ucraniana de 21 anos, bicampeã mundial da modalidade na categoria de -48kg, deixo o apelo por paz.
“Hoje acordei às seis da manhã com as explosões em Kiev, não tenho palavras, estou com muito medo e rezo pela minha família e pelo meu país. A Rússia começou a bombardear-nos, a guerra começou. Até recentemente não acreditava que isto pudesse acontecer. Para quê arruinar a vida das pessoas? Rússia e Bielorrúsia, parem. Queremos paz, queremos viver”, escreveu, nas redes sociais.»
Que magníficos golos. Sublinho: magníficos. E cinco. A ver e rever (e partilhar). É a beleza do futebol. Seja jogado por homens ou por mulheres. Um triunfo a verde e branco - bem verde, contra um adversário que recruta a peso de ouro.
Goleada ao Carnide, como é bom. Venham muitas mais. Com nota artística, ainda melhor.
Nesta modalidade, voleibol, e de resto como nas outras sou, nestes tempos de pandemia, inveterado praticante de sofá, com recurso a vários écrans e batendo forte a saudade das bancadas do João Rocha e do José de Alvalade. Mas como diz a canção, chega de saudade. No passado domingo, foi do meu sofá que dei um pulo maravilhoso e soltei o grito da vitória quando a equipa masculina ganhou a Taça de Portugal, resgatando 26 anos depois o troféu e logo sobre aquele clube que se considerava a Armada Invencível *… Mas no que quero mesmo falar é sobre as nossas leoas do Voleibol. E para fazer a transição de género lembro a explosão de alegria que as nossas jogadoras soltaram, em pleno autocarro de regresso a casa após mais uma vitória, suada, em Guimarães, quando por telemóvel viram Éder Levi fazer aquele bloco e a bola cair para o épico 28º ponto no 4º set. E foi bonita a festa, pá. No pavilhão e no autocarro, onde vozes bem afinadas cantaram, “de manhã começa o dia…”. Benditos telemóveis que fazem tão belos vídeos!
Mas é mesmo delas que trata este post. Como muito do que sucede ao Sporting ao longo dos tempos, em que se investe e desinveste, cria e extingue, num processo dialético de fazer inveja a Hegel, o Voleibol regressou há poucos anos, no masculino e no feminino. Palmarés do Sporting no voleibol:
Masculinos:
6 Campeonatos Nacionais (1954, 1956, 1992, 1993, 1994 e o último dos quais em 2018, no regresso da modalidade após longa interrupção);
4 Taças de Portugal (1991, 1993, 1995 e 2021);
3 Supertaças (1991, 1992, 1993).
Feminino:
2 Campeonatos Nacionais (3ª divisão em 2018 e 2ª divisão em 2019)
2 Taças de Portugal (1985 e 1986);
1 Supertaça (1987)
A equipa feminina começou na 3ª divisão na época de 2017/2018, foi campeã e subiu. Repetiu o feito no ano seguinte, na 2ª divisão e no seu 1º ano na principal liga foi 5ª na fase regular, não tendo a competição sido concluída devido à pandemia. Foi na época de 2019/2020 que esta equipa começou a dar mostras de que poderia ir longe. Dessa época lembro um grupo equipa coeso apesar de alguma inexperiência, compensada com muito querer, os jogos na natural casa Pavilhão João Rocha e alguns transmitidos na Sporting TV. Aqui chegado não posso deixar de referir o nome do treinador Rui Costa (e restante equipa técnica), que tem desenvolvido um excelente trabalho. Não é preciso saber muito de voleibol ** para perceber a importância e a influência deste técnico no grupo, na sua postura calma e tranquila durante os jogos e as suas intervenções pedagógicas, contrastando com o comportamento de um ou outro treinador de equipas concorrentes. Este ano a equipa está mais equilibrada e as jogadoras demonstram uma atitude competitiva muito elevada, integrando um coletivo muito forte e cheio de garra, que está aí para disputar com esforço, dedicação e devoção cada jogo e cada troféu. Para a glória.
Uma breve nota que mais não pretende que não seja demonstrar uma evidência. Para este projeto ser vencedor, de forma duradoura, precisa de ter apoio da direção das modalidades, estabilidade e um horizonte de esperança. No fundo, uma aposta clara. E não é preciso muito dinheiro. Veremos o que o futuro nos reserva.
O ecletismo que faz parte do nosso ADN justifica que os sportinguistas olhem para as modalidades e quem honra o clube envergando o equipamento com o leão rampante, sem olhar a diferenças quaisquer que elas sejam, de género, idade ou escalão. Este é o meu contributo e o primeiro de 3 posts sobre a equipa feminina de voleibol do Sporting Clube de Portugal.
Foi assim que recomeçou, com a equipa de 2017/2018, campeã da 3ª divisão (foto: wikisporting.com)
* A Armada Invencível foi uma esquadra que, no século XVI, ao serviço de Filipe II de Espanha tentou invadir Inglaterra, mas não fez jus ao nome pois sofreu uma imensa derrota.
** Mas se quiserem mesmo saber alguma coisa sobre voleibol, posições, estratégia, Sporting, etc, leiam quem sabe da poda, o Sérgio Martins também conhecido por @AdrienS_1906 no Twitter e escreve sobre voleibol às terças na Tasca do Cherba, sob o título "Bonito serviço".
Felizmente Maria José Valério (hoje falecida, vítima do malfadado coronavírus que há um ano nos virou a vida do avesso) foi várias vezes mencionada neste blogue.
Só alguns exemplos:
A 16 de Janeiro de 2012, ela viu-se brindada com este postal.
A 13 de Fevereiro de 2012, foi incluída na rubrica «Leões de Sempre» . Uma leoa, neste caso.
A 7 de Maio de 2013, recebeu os merecidos parabéns pelas suas 80 primaveras.
A 6 de Maio de 2015, nova menção especial, a pretexto do seu 82.º aniversário.
A 6 de Maio de 2017, recebeu aqui "um beijo muito especial", também em dia de aniversário.
Como sempre pensei, as homenagens devem ser feitas em vida. Ao contrário do que sucede em Portugal, onde calamos elogios quando as pessoas estão connosco e só decidimos enaltecê-las quando já cá não se encontram.
Ela deixou-nos, mas a marcha que imortalizou permanecerá connosco. Para sempre.
Gosto da Joana Cruz. Por ser sportinguista de raiz e coração. Porque demonstra garra de leoa. Porque revela um imbatível sentido de humor. Porque tem uma excelente voz. Pelos saborosos diálogos que mantém com entrevistados vários no seu programa ADN de Leão, na Sporting TV. Por ser uma das melhores profissionais da rádio em Portugal.
A Joana, sabemos agora, enfrenta o desafio da sua vida: está a combater um cancro, doença que aflige tanta gente neste país onde só se fala de Covid-19.
Ela merece o nosso apoio. Ela merece o incentivo de todos quantos nos gabamos de ser leões. Ela merece que lhe digamos, em uníssono: tu vais vencer, Joana. Vais derrotar a doença, vais superar a prova, vais golear o cancro.
Sou natural do concelho de Monchique, pelo que, creio, virá daí a precoce paixão assolapada por vulcões. Cresci rodeada por sienito, razão pela qual sei, desde tenra idade, que uma pedra granítica, brilha... Mas se estiver no meio de diamantes, fica a nú o que é verdadeiro brilho. Se afastar os diamantes, a pedra granítica consegue brilhar. Não deixa é de ter as qualidades de uma pedra granítica. Nunca será um diamante.
Cresci e refinei gostos, como se percebe.
Que as jóias da Coroa Leonina estejam rodeadas por diamantes, passou a ser o meu desejo leonino para 2021.
Fez ontem um ano. Ao minuto 70 Luiz Phellype marcaria o único golo da partida contra o Moreirense, coroando de glória (e alívio) a estreia de (pelo menos) duas Leoazinhas no Estádio e Pavilhão João Rocha.
Luís Neto saiu do jogo maltratado, deixando no ar muita preocupação pelo seu estado. O ambiente no estádio pareceu-me frio, muito frio por comparação à última vez que lá estivera, na última partida disputada em casa, da época mais desafiante de que tenho memória.
Um ano depois, sem público nas bancadas, sinto-o quase gélido. O som ambiente dos jogos alterou-se de tal forma que ainda o estranho. O Capitão Fernandes da minha memória vivida em breve sê-lo-á por outro distinto emblema e Mathieu, da minha predilecção, pendurou as chuteiras.
Passou um ano, que parece valer por três.
Estranhezas à parte, tenho muitas saudades de ver o Sporting ao vivo e de vê-lo na casa que é de todos nós.
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.