Rugidos de Leão (1)
«Não tenho filiação política, sou filiado apenas no Sporting Clube de Portugal, com muito orgulho - um clube que muitas alegrias me tem dado ultimamente.»
Vasco Palmeirim, hoje, em entrevista à Visão
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
«Não tenho filiação política, sou filiado apenas no Sporting Clube de Portugal, com muito orgulho - um clube que muitas alegrias me tem dado ultimamente.»
Vasco Palmeirim, hoje, em entrevista à Visão
«Olhai que ledos vão, por várias vias,
Quais rompentes LEÕES e bravos touros,
Dando os corpos a fomes e vigias,
A ferro, a fogo, a setas e pelouros.»
Os Lusíadas, canto X
Faz hoje dez anos, morria em Lisboa um dos mais carismáticos sportinguistas de todos os tempos - o grande Artur Agostinho, figura popularíssima do desporto, do cinema, da rádio e da televisão. Além de se distinguir na imprensa desportiva: durante mais de uma década, entre 1963 e 1974, dirigiu o jornal Record. Também esteve à frente do jornal do nosso clube. Que era o clube dele. Leão de gema, com o coração verde e branco.
Muitos de nós recordaremos para sempre os seus vibrantes relatos radiofónicos em tardes de futebol e os programas em que deu a cara anos a fio na RTP - concursos, festivais da canção, séries, telenovelas e a apresentação do saudoso Domingo Desportivo, onde se falava da modalidade que mais nos apaixona mas sem insultos nem gritos. Ao contrário do que hoje sucede, serão após serão, em canais nada recomendáveis.
No papel mais memorável de todos quantos protagonizou durante uma carreira profissional que se prolongou por sete décadas na comunicação e no espectáculo, fazia de motorista. Contribuindo para o êxito d' O Leão da Estrela original, realizado em 1947 por Arthur Duarte. Nesse filme, cheio de cenas hilariantes, há um diálogo delicioso entre António Silva, que fingia ser seu patrão, e Artur Agostinho, que fingia ser chofer do outro.
Discutem. Às tantas, o primeiro agarra-lhe no casaco e descobre um emblema do Sporting. E logo a discórdia dá lugar a um abraço cúmplice. Com o genial António Silva (também sportinguista na vida real) a rematar assim:
«Se é Leão, é um homem de bem!»
E era mesmo.
Eis como alguns dos jovens da formação, com muitos anos de leão ao peito, viveram este aniversário do Sporting Clube de Portugal, através das redes sociais
(Max)
(Geraldes)
(Tiago Tomás)
(João Goulart)
(Daniel Bragança)
Temos talento, temos futuro.
Queremos mais ouro. Mais Sporting.
Hoje é um dia muito especial porque fiquei a saber que nasceu o Henrique de Almeida Leite, primeiro filho do meu primo Rodrigo. Para além da felicidade que é sempre ter um elemento novo na família, há que assinalar a excelente opção na escolha do nome: em honra a um dos principais fundadores do nosso clube em 1906 e membro da sua primeira direção. E, como não podia deixar de ser, o Henrique já é sócio do Sporting Clube de Portugal!
Aproxima-se pela esquerda, todo ele simpatia e sorrisos para miúdos e graúdos. Ponho a minha melhor cara de má, afino a voz e disparo:
- Capitão, tenho uma pergunta para fazer-lhe...
JM: (sorridente, ignora por completo o tom sério e grave da malfadada adepta) Diga, diga...!
- Não se ria, Capitão, olhe que o assunto é sério...
JM: (sem desarmar, todo ele simpatia, para meu agudo desespero!) Diiiga...!
- (mas não haverá nada que lhe desfaça o sorriso? que ameace a boa disposição?) Oh Capitão, tenho estado aqui a pensar... (interrompo o discurso, fito o chão, olho-o cabeça ainda reclinada em sentido descendente) é uma espécie de preocupação, sabe? Sente falta do carrapito!?
JM: (contém a gargalhada in extremis, cabeça a abanar para os lados qual boneca havaina colada no tablier de um Cadillac) Hum, hum, hum, errr, não, sim, er, mais ou menos.
Gargalha, enfim! Acompanho-o, claro.
- E então Capitão, super original, a pergunta, não?
JM: Ainda hoje ninguém ma tinha feito!
Ahahahahah
Completa hoje 33 anos, é nosso atleta desde 2002 e um símbolo maior do Sporting Clube de Portugal. É Sportinguista, dos pés à cabeça (incluindo ex-carrapito) e uma ajuda preciosa na hora de sedimentar a relação entre adeptos e Clube. Que a genuinidade do sorriso nunca se perca - especialmente para aqueles que estão longe do Pavilhão João Rocha -, que a alegria de jogar de Leão ao peito não se dissipe e que a dúvida nunca se instale: é também graças a si que estamos certos de que... o Sporting? Está de pedra e cal.
Feliz aniversário, Capitão Matos! Muitos parabéns - e obrigada -, capitão João Matos...!
Edição: correcção de 2005 para 2002 (em 2005, integrou a equipa sénior)
Fotografia de minha autoria, tirada a 24 de Agosto de 2019 - Torneio Masters, Portimão
A Sporting TV estreou ontem uma nova rubrica no seu Grande Jornal: intitula-se, e muito bem, "Grandes Leões".
A estreia, à conversa com o jornalista Nuno Miguel Simas, aconteceu com Eduardo Barroso - o que já foi aqui assinalado pelo José Cruz.
Limito-me, portanto, a destacar nos parágrafos que se seguem algumas frases proferidas na antena leonina pelo conhecido cirurgião, ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting e sócio n.º 461-0 do Clube de todos nós:
«Momentos muito felizes da minha vida estão ligados aos êxitos do Sporting.»
«Logo no primeiro ano do Jesus, devíamos ter ganho aquele campeonato. Merecíamos tê-lo ganho. Perdemos na Madeira, com o União, num jogo em que o golo deles é fora-de-jogo. Fomos de longe a melhor equipa a praticar futebol.»
«O Sporting não pode apagar a sua história.»
«É muito bom lembrar-me da relação que tive com o meu pai e o meu avô, que também eram sócios do Sporting. O avô Alfredo, o meu pai, João Jacques e eu próprio. Uma vez, na Tapadinha, chovia tanto tanto tanto tanto que só havia três pessoas que não saíam da bancada: o meu avô, o meu pai e eu.»
«Também tenho momentos tristes. No dia em que o meu avô morreu, era suposto ir-me buscar para vermos o Sporting-Sp. Covilhã e ele não apareceu. Eu chorei. O avô tinha sofrido um acidente vascular e tinha morrido. E eu não sabia: não me disseram. Pensei que o avô se tinha esquecido do neto.»
«Nós não devemos ter problema de falar dos nossos momentos menos felizes e de saber dar-lhes a volta por cima.»
«Temos que nos unir outra vez, em torno da solução escolhida há um ano e tal.»
«Os cargos devem ser para cumprir até ao fim e no fim é que devem ser julgados.»
«Temos de continuar a pensar no nosso Sporting em função daquilo que nos pode trazer de bom.»
(vou brincar)
Leio a notícia e penso que este comportamento leonino só é justificável pelo agrado com as eleições e pela alegria em haver um novo presidente.
(agora a sério)
Seja qual for o resultado o clube terá que sair sempre vencedor.
Não mataram o rei, não perdemos a guerra, o Sporting não acaba, é só o jogo da bola. Quem não perceber isto, faz parte do problema que é o nosso país.
O meu saudoso Tio Manel que me meteu nestas andanças de sportinguista, na sua simplicidade dizia-me muitas vezes, com os seus olhos brilhantes de esperança: "é assim, João, umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se". Foi nesta condição que cresceu o meu coração de Leão. Ele, nunca desistiu. Eu ainda vou a meio.
Foto: Gustavo Bom/Global Imagens
Armando Aldegalega, atleta olímpico, campeão e recordista nacional em várias distâncias, prestes a completar 80 anos
João Correia é um português que fez 34 anos há poucos dias e que por sorte minha, olha para mim como um amigo. Não liga muito a futebol e se ligasse, sei que a sua simpatia maior não seria verde e branca. Isso não me impede de escrever um texto em sua honra. Creio que a sua história de resiliência e busca pela glória é do mais leonino que há.
O João teve o azar de ser atropelado quando era uma criança de dois anos e de até hoje tem como companheira uma cadeira de rodas. Coisa que não o impediu de ser um atleta de topo. E quando escrevo de topo, refiro-me ao homem que venceu as duas primeiras medalhas internacionais para o atletismo adaptado português. Já foi em 2003 e 2004. Depois seguiram-se mais de dez anos sem competição. É que sofreu uma gravíssima lesão que parecia limitá-lo ainda mais. Nada mais errado. Cirurgiões de todo o mundo não o quiseram operar. Acabou por encontrar a solução por cá e tornou-se num case study internacional. O facto de estar vivo desafia todas as probabilidades e nada lhe garante que cada corrida não seja a última. Mas não tentar, não é uma opção. Pelo meio, foi inspiração de centenas de atletas do norte do país (onde reside), sendo o mentor de uma nova geração.
Na passada sexta-feira, após ter batido o seu recorde pessoal, João Correia entrou em pista para mais uma prova. Estava no Estádio Olímpico de Londres, a correr no Campeonato do Mundo. Poucos dias antes esteve na despedida de David Weir, o Pelé do atletismo adaptado, seu amigo e atleta que dividiu a sua treinadora com João. Os meus colegas que me perdoem o off-topic mas que esta é uma história de leão, é!
Do fundo da minha alma leonina, também eu proclamo: obrigado, Cosme Damião.
Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito há um ano Presidente da República.
Nenhum verdadeiro Leão atira a toalha ao chão.
Islam Slimani é um jogador "raçudo", como os comentadores de futebol gostam de dizer. Eu prefiro chamar-lhes Leões. A jogadores como o Slimani, não aos comentadores.
Depois há os outros. Os jogadores "quase". Aqueles que quase conseguem, quase marcam, quase fazem tudo quase bem.
"Se é leão, é homem de bem!"
Anastácio da Silva/António Silva, no filme O Leão da Estrela, de Arthur Duarte
Mesmo de férias, não alheio a más notícias.
Este senhor, nascido a 16 de Julho de 1935, faz hoje 80 anos. Todos os portugueses (re)conhecem a sua voz inconfundível. Voz magnífica, que tantos golos relatou ao longo de uma carreira longa e frutuosa. E que continua em boa forma, nomeadamente aos microfones da Sporting TV.
Daqui vai um abraço a Fernando Correia, um dos melhores profissionais da nossa rádio e da comunicação em geral. Um homem desde sempre ligado ao desporto português e em particular ao Sporting, seu - e nosso - clube do coração.
Muitos parabéns, Fernando.
Há alguns dias, dizia alguém, em comentários neste "blog", que o Marquês de Pombal estava a fazer festinhas ao Leão; era um Leão submisso que estava na estátua.
A submissão, a nossa, suposta, submissão foi demonstrada hoje.
Fomos ao antro da lampionagem (Seixal) conquistar mais um título para o nosso grandioso e glorioso clube.
Sport Lisboa e Benfica 1 vs. Sporting Clube de Portugal 2; iniciados de Sporting; campeões nacionais... mais uma vez.
(espero sentado para ver o destaque que a comunicação social vai dar a este título)
Empatar sofrivelmente com o Estoril, uma das equipas mais medíocres deste campeonato, é um péssimo cartão de visita para os últimos desafios da temporada.
Não basta jogar bem às vezes. É preciso jogar bem sempre.
Não basta haver esforço de vez em quando. É preciso esforço permanente.
Não basta haver dois remates perigosos à baliza e ficar meia hora a dormir em campo depois disso. Se esses remates não se concretizam, surgem mais dois. E outros dois, se for preciso.
Ou se é Leão ou não é. Meio Leão é ão.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.