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És a nossa Fé!

Mourinho, o vigilante

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Há pessoas e animais que nasceram para vigiar. Lucky Luke vigiava mas sabia fazer o trabalho, quando era necessário ele próprio assentava as travessas, fixava os carris, vigiava para que o trabalho fosse seguro e com qualidade.

Já os abutres vigiam, apenas, esperam que a oportunidade caia por terra.

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Para Mourinho a equipa ia andando mas não ia convencendo.

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Já ele convence-se que acerta sempre, é um convencido. Na imagem acima lá está ele a acertar, Renato Sanches, a fantástica contratação da Roma na época passada.

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Mais uma vez acertou.

Para acertar muito é necessário estar vigilante, neste momento, parece-me que "o turco" está a vigiar o lugar de Roberto Martinez.

Dar oportunidade não significa acreditar, Mourinho não acreditou nem em Nacho, nem em Morata. Xavi acreditou em Lamine Yamal, sentou no banco um jogador que custou 126 milhões de euros e deu a titularidade a um miúdo com 16 anos.

Há treinadores que vigiam, há outros que trabalham.

Ecos do Europeu (24)

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Nem sempre podemos dizer isto, mas desta vez ninguém tem dúvidas: venceu a melhor selecção. Aquela que exibiu melhor futebol, aquela que obteve melhores resultados, a que seduziu milhões de pessoas em todo o mundo durante este Euro 2024, disputado ao longo dum mês. A Espanha do seleccionador Luis de la Fuente, digna herdeira daquele já quase lendário plantel orientado (primeiro) por Luis Aragonés e (depois) por Vicente del Bosque que venceu dois Europeus e um Mundial em apenas quatro anos.

Ontem à noite, no Estádio Olímpico de Berlim, nuestros hermanos venceram o seu quarto Campeonato da Europa, juntando-o aos de 1964, 2008 e 2012. Isolaram-se como país mais conquistador deste cobiçado troféu - que foi nosso em 2016. E revelaram ao Planeta Futebol dois extraordinários jogadores, que fizeram a diferença: Nico Williams e Lamine Yamal, extremos de pés trocados, dignos herdeiros da eterna magia do futebol de rua.

Foram eles a construir o golo inicial, aos 47'. Num magnífico exemplo de futebol de ataque, concretizado com toques rápidos e olhar fixo na baliza. Bem servido por Carvajal junto à linha direita, Yamal fez um passe de ruptura, lateralizado, Olmo deixou-a passar arrastando os centrais e Williams apareceu solto de marcação pela esquerda, culminando o lance da melhor maneira num remate cruzado.

Futebol clássico, futebol moderno, o futebol de sempre. Protagonizado por um miúdo de 22 anos do At. Bilbau, filho de imigrantes do Gana, e por um miúdo que na véspera festejara 17 anos, nascido na Catalunha de pai marroquino e mãe da Guiné Equatorial.

Vieram do quase-nada, já conseguiram quase tudo.

 

E no entanto até foram os ingleses a criar a única oportunidade de golo da primeira parte. Aos 45'+1, por Foden. Unai Simón estava lá para o travar.

A Inglaterra tentou reagir. No banco e no campo. Aos 61', o seleccionador Gareth Southgate mandou sair Harry Kane, trocando-o por Watkins: tinha a fezada de repetir a fórmula que resultou na meia-final frente à Holanda. Aos 64', Bellingham - goleador do Real Madrid, apagado a jogar como interior esquerdo na selecção - fez a bola roçar o poste num remate rasteiro. Aos 66', a genial dupla Nico-Lamine construiu um golo que só o guarda-redes Pickford conseguiu travar. Aos 73', o recém-entrado Palmer empatou num fortíssimo remate rasteiro.

Renascia por instantes a esperança inglesa. O espectáculo refinava-se, digno de uma final, em ritmo de parada-e-resposta. Aos 82', nova parceria Nico-Lamine com toque de brilhantismo: Pickford voltou a brilhar entre os postes.

Adivinhava-se prolongamento. Mas não foi necessário: Oyarzabal - que substituíra Morata aos 68' - sentenciou a partida aos 87', com preciosa assistência de Cucurella, este indiferente aos assobios que lhe dirigiam nas bancadas desde o início da partida. 

Tudo ainda podia acontecer. Esteve quase para ocorrer o empate, no minuto 90. Unai Simón defendeu à queima-roupa e Olmo, em missão defensiva, afasta-a de cabeça na recarga em cima da linha de baliza. Festejando o corte como se tivesse marcado golo.

 

Caía o pano. Southgate confirmava a fama de pé frio: segunda final consecutiva perdida, após a queda em casa, há três anos, frente aos italianos, na roleta dos penáltis finais. A Inglaterra continua em estado virgem, sem títulos nos Europeus. E o único Mundial que venceu foi o de 1966, aquele em que Eusébio mais brilhou.

Espanha inteira festeja. E com motivos para isso. Após vitórias sucessivas contra a Croácia (3-0), Itália (1-0), Albânia (1-0), Geórgia (4-1), Alemanha (2-1), França (2-1) e agora Inglaterra. Três antigos campeões do mundo derrubados. 

Craques, além do mencionados? Rodri, que não hesito em qualificar como melhor médio actual do mundo: é o verdadeiro pêndulo da equipa, o principal factor de segurança, um referencial de estabilidade. Sem surpresa, foi designado Jogador do Torneio

Outro: Fabián Ruiz. Longe de ser titular absoluto no PSG, revelou-se um dos grandes obreiros deste título europeu de Espanha. A construir golos e a marcá-los. Conciliando eficácia com talento desportivo.

Outro ainda: Dani Olmo, médio ofensivo do Leipzig. Começou no banco, terminou a titular. Imprescindível na selecção campeã. Autêntico todo-o-terreno, este catalão que «parece alemão», como dizem por lá. 

Sai do Europeu como melhor marcador, a par de Kane, Musiala (Alemanha), Mikautadze (Geórgia), Cody Gakpo (Holanda) e Schranz (Eslováquia): todos com três marcados. Soube a pouco. Longe dos cinco de Cristiano Ronaldo, rei dos marcadores no Euro 2021. Único aspecto em que este Campeonato da Europa disputado na Alemanha desiludiu.

 

Com dois golos e uma assistência, Williams foi eleito melhor jogador da final do Euro 2024. Com todo o mérito, com toda a justiça. Numa selecção campeã que integrava nove jogadores oriundos do País Basco: nada como o futebol para limar divergências políticas. 

Irá voar agora mais alto, rumo ao Barcelona. Onde promete fazer parceria inesquecível com Yamal. Mas isso já é outra história.

 

Espanha, 2 - Inglaterra, 1 (final do Euro 2024)

 

Leitura complementar: A Espanha é campeã da Europa porque o futebol ainda sorri de volta a quem não o jogar com medo. De Diogo Pombo, na Tribuna Expresso.

O velho, o rapaz e os burros

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Estádio do Jamor, 8 de Junho de 2024, Croácia e Portugal preparam o Euro 2024. Os croatas tiveram azar com o sorteio, em vez da Geórgia saiu-lhes a Itália e em vez da Chéquia saiu-lhes a Espanha. A Croácia tinha que enfrentar selecções a sério na fase de grupos do Euro e por isso encarou o desafio com Portugal com concentração e competência. Venceria, fora de casa, com golos de Modric (38 anos) e Budimir (32 anos).

Depois veio o primeiro jogo do euro.

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O velho Luka foi esmagado pelo rapaz Lamine. O estatuto, a bola de ouro, o passado de pouco valeu. Croácia 0, Espanha 3. Os 16 anos de Lamine derrotaram os 38 anos de Luka.

Uma derrota com a Espanha, um empate com a Albânia e um último jogo para decidir tudo, o Croácia vs. Itália.

90'+7'; a Croácia vence por um a zero e vai seguir em frente para os oitavos de final.

90'+8', Zaccagni (29 anos) empata o jogo, a Itália segue em frente e a Croácia, que venceu Portugal no Jamor, é eliminada.

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Os burros escocinharam no estádio mas o mal estava feito, a Croácia estava fora.

Foram as más decisões que eliminaram a selecção croata, a decisão de jogar com cinco velhos, Brozovic, 31 anos, Kovacic, 30 anos, Modric, 38 anos, Budimir, 32 anos e Perisic, 35 anos, seria fatal.

Já a Itália aos 81' tirou Darmian, 34 anos e Jorginho, 32 anos, deixou de ter em campo jogadores com mais de 30 anos, apostou num jogo com mais exigência física e as entradas aos 81' de Fagioli, 23 anos e de Zaccagni foram decisivas.

Este Croácia vs. Itália mostrou-nos que os jogos se ganham muitas vezes a partir do banco, com as substituições, tirando os velhos, pondo rapazes.

Ecos do Europeu (22)

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Finalmente a França foi capaz de marcar um golo em lance corrido. Ao sexto jogo. Que foi também o último. Com Mbappé a assistir, num centro irrepreensível (repara, Rafael Leão: é assim que se faz), e Muani a erguer-se, enviando-a de cabeça na direcção do segundo poste até terminar aninhada nas redes.

Aconteceu ontem, ao minuto 8 do Espanha-França, espécie de final antecipada do Europeu de Futebol disputada em Munique. A vice-campeã mundial em título dava enfim um ar da sua graça após ter eliminado Portugal nos quartos-de-final com a colaboração do inútil João Félix, que falhou um penálti na ronda decisiva.

 

Mbappé, astro maior da França, esgotou o seu engenho naquela assistência madrugadora. Não voltou a causar perigo. Aos 57', rematou frouxo, à figura, para defesa fácil de Unai Simón. Aos 86', desperdiçou ocasião soberba despejando a bola para a bancada. Se fosse Cristiano Ronaldo a fazer tal coisa, logo a turba tuga desataria aos gritos, exigindo-lhe que metesse os papéis para a reforma.

A França, quase sempre inferior à Espanha, pareceu conformada com aquele magro avanço. Pura ilusão: em quatro minutos, nuestros hermanos viraram a meia-final a seu favor.

Aos 21', golaço de Lamine Yamal num remate em arco a meia-distância fazendo a bola embater no ferro antes de entrar. O benjamim do Barcelona, com 17 anos incompletos, tornou-se assim o mais jovem artilheiro da história dos campeonatos da Europa. Merece tal distinção: é um dos grandes obreiros do magnífico percurso espanhol no Euro 2024. 

Aos 25', consumava-se a reviravolta. Num remate cruzado de Olmo que ainda embateu no pé de Koundé. Repunha-se a justiça no marcador.

Estava construído o resultado. Na segunda parte, os espanhóis seguraram o resultado, mesmo tendo concedido a iniciativa pontual de ataque à selecção adversária. A vitória estava atada e bem atada. Com Rodri a confirmar-se como um dos melhores médios do mundo: quase toda a construção de lances ofensivos passou por ele. Olmo, desta vez titular, justificou a aposta nele feita pelo seleccionador Luis de la Fuente. E Nico Williams, embora muito policiado por Koundé, exibiu todo o seu engenho como extremo-esquerdo clássico (embora de pé trocado).

 

Nem sempre ganha a melhor equipa. Desta vez aconteceu. Espanha está na final, a sélection bleue regressa a casa. Com um triste título: foi, neste século, o semifinalista com menos golos marcados num Europeu: apenas quatro. Ficando aquém da Grécia, com seis golos no Euro 2004 que venceu à nossa custa.

Portugal está vingado? Nem por isso. Mas não restam dúvidas: os espanhóis merecem seguir em frente. Ninguém como eles exibe futebol de tanta qualidade no Europeu da Alemanha.

 

Espanha, 2 - França, 1

Ecos do Europeu (3)

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Dois jogos muito contrastantes. Um bem disputado, com emoção quase até ao fim e uma qualidade técnica superior. O outro, cheio de momentos maçadores, com as defesas a superiorizarem-se sobre os ataques. A tal ponto que o único golo registado foi marcado por um dos centrais na própria baliza.

O primeiro, disputado há dois dias em Berlim, foi o Croácia-Espanha. Com o aliciante de vermos ainda em acção o fabuloso Modric, Bola de Ouro 2018, agora com 38 anos, e por outro lado o adolescente Lamine Yamal, do Barcelona - aos 16 anos, é o mais jovem participante de sempre numa fase final dum Europeu. De imediato escalado para o onze titular espanhol. Extremo canhoto jogando de pés trocados junto à linha direita, fez jus à fama que lhe chegou tão cedo: foi um dos obreiros da vitória. Com uma assistência e uma pré-assistência.

Os croatas, que dias antes tinham vencido Portugal num jogo de preparação para o Euro-24, desta vez não souberam aproveitar as oportunidades. Ao contrários dos espanhóis, bafejados por uma exibição superlativa de Fabián Ruiz, médio-centro do PSG - autor do passe de ruptura de que nasceu o golo inicial, de Morata, e ele próprio autor do segundo, numa extraordinária jogada individual dentro da área que partiu os rins aos centrais adversários antes de fuzilar as redes. Estava encontrado um dos primeiros heróis deste Europeu. 

Carvajal, que já se destacara com um golo decisivo no recente triunfo do Real Madrid na final da Liga dos Campeões frente ao Borussia, marcou o terceiro neste confronto com os croatas. Eis um lateral direito com vocação nata para goleador. 

Três oportunidades, três golos. Em contraste, a equipa de Modric nem de penálti conseguiu: desperdiçou o tento de honra, aos 81'. Estreia com o pé esquerdo da selecção que em 2018 se sagrou vice-campeã do mundo. Enquanto os espanhóis não deixaram margem para dúvida: são mesmo candidatos. A fúria vermelha está de volta. Se é que alguma vez se foi.

 

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O mesmo não pode dizer-se dos franceses, com pálida exibição esta noite, em Dusseldorf, perante os austríacos. Mbappé destacou-se, mas pela negativa: aos 8', rematou à malha lateral; aos 45'+1, desperdiçou excelente passe de Griezmann a isolá-lo; aos 51', só com o guarda-redes pela frente, pegou mal na bola, atirando ao lado.

Dembélé protagonizava lances sem sentido junto à linha direita, Griezmann exibia gritante ineficácia na conversão de livres e Giroud saltou do banco também para falhar uma emenda junto à baliza. Emblemas de uma França aburguesada, que se limitou a deixar o marfim correr, confiante na inépcia ofensiva dos austríacos. Que até podiam ter marcado, aos 36', por Baumgartner. 

Valeu aos gauleses um momento de azar da turma adversária, quando Wöber introduziu a bola na própria baliza, traindo o guarda-redes. Como diria um político português, em contexto bem diferente, foi uma vitória por poucochinho. Num Campeonato da Europa espera-se muito mais.

 

Espanha, 3 - Croácia, 0

Áustria, 0 - França, 1

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