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És a nossa Fé!

A ver o Mundial (11)

Afinal o onze alemão não é nenhum papão: rima e é verdade. Isso ficou bem demonstrado esta noite, em Fortaleza. O Gana impôs um empate à selecção germânica e poderia mesmo ter saído vencedor do estádio Castelão: faltou-lhe um pouco mais de maturidade táctica.

O resultado acabou por ser lisonjeiro para os jogadores comandados por Joachin Löw. Porque em grande parte do encontro - designadamente nos primeiros 45' - os ganeses foram superiores. Em velocidade, em articulação colectiva, em ambição competitiva. No meio-campo muito bem povoado.

A Alemanha apresentou-se demasiado lenta e previsível, revelando algum cansaço. Parecia ter fé de que a vitória lhe sorriria a qualquer momento, sem necessidade de transpirar muito. Pura ilusão. A rapidez, a combatividade e a técnica individual dos ganeses surpreenderam os germânicos e empolgaram o público nas bancadas, claramente a puxar pela equipa que veio de África.

 

É certo que competia aos ganeses a iniciativa do ataque: uma derrota afastava-os irremediavelmente do Mundial. Isso podia tolhê-los, mas não: foi um repto que funcionou como motivação acrescida para esta selecção, talvez a melhor do continente africano.

Alerta, Portugal: não vai ser nada fácil derrotar os ganeses, até porque também precisarão de vencer para seguirem adiante. Por este motivo, entendo mal que Paulo Bento estivesse a dar uma conferência de imprensa em Manaus à mesma hora a que decorria o Alemanha-Gana. Não seria muito mais útil acompanhar o jogo em directo?

 

Nos 45 minutos iniciais, o melhor alemão foi o guarda-redes Neuer. Isto diz tudo sobre o desempenho da equipa, incapaz de criar uma oportunidade de golo apesar dos esforçados sprints de Özil.

A segunda parte foi empolgante - do melhor que tenho visto neste ou em qualquer outro Mundial (e é já o 11º que acompanho, jogo a jogo). Com dois golos quase consecutivos do Gana (marcados por Ayew e Gyan) que viraram o resultado. O espectro da derrota, após a goleada imposta a Portugal, forçou Löw a tirar do banco a sua arma secreta: Klose. Que dois minutos depois, na primeira vez em que tocou na bola, marcou o golo do empate. O seu 15º golo em fases finais de campeonatos do mundo, em que participa desde 2002. Acaba, portanto, de igualar Ronaldo na lista dos melhores marcadores de sempre.

Há momentos que decidem a sorte e a sina de um desafio. Este foi um deles.

 

E regresso a Portugal: é necessário aproveitarmos da melhor maneira os pontos fracos que os africanos revelam - alguma inconsistência defensiva, aliás bem patente na forma como a Alemanha marcou o primeiro golo, com Götze a movimentar-se como quis entre os centrais. Naquele espaço, Cristiano Ronaldo pode fazer o mesmo. Ou melhor.

Atenção também ao corredor direito ganês, cujo lateral é Afful, um defesa que não parece vocacionado para incursões ofensivas.

Mas antes há que derrotar os Estados Unidos: é já amanhã. Um passo de cada vez.

 

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À tarde, em Belo Horizonte, ocorreu um escândalo e ia acontecendo outro no Argentina-Irão.

O quase-escândalo foi o zero a zero registado aos 90 minutos: os argentinos deixaram-se surpreender pela muralha defensiva da selecção do Irão, comandada por Carlos Queiroz, e sofreram alguns calafrios em lances de contra-ataque fortuito dos adversários. Um nó quase cego que acabou por ser desfeito pelo único argentino capaz de fazer a diferença pelo seu talento insuperável: Lionel Messi. Aos 91', aproveitando a única nesga de espaço que lhe foi concedida em todo o encontro, disparou um golo indefensável, perfeito tanto em técnica como em força. Um golo que apetece ver e rever. O segundo do astro do Barcelona, após o da vitória tangencial contra a Bósnia-Herzegovina.

O escândalo verdadeiro foi mais um penálti que ficou por marcar. Um penálti claríssimo, contra a Argentina.

Cumpriu-se o ritual, em dose dupla. De novo a equipa prejudicada foi a considerada mais fraca. De novo um erro escandaloso do sérvio Milorad Mazic, o mesmo árbitro que já tinha feito vista grossa ao derrube em falta de Éder na grande área alemã. Queiroz queixou-se. E com razão.

Felizmente, apesar dos árbitros incompetentes, este continua a ser um bom Mundial.

 

Alemanha, 2 - Gana, 2

Argentina, 1 - Irão, 0

 

Messi: dois jogos, dois golos

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