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És a nossa Fé!

Farto dos varandistas e dos brunecos

Texto de Miguel Fernandes

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Do ponto de vista meramente jurídico acho muito bem que todos avancem com processos contra o Estado pela prisão preventiva baseada em indícios que afinal não se mostraram assim tão fortes. Cinco anos de prisão efectiva foi a pena máxima e só porque têm antecedentes criminais.

Enquanto cidadão fico preocupado com a legitimação de decisões por adaptações jurídicas (ficámos a saber que terrorismo pode ser sectário, vide invasão às instalações do Vitória de Guimarães).

No resto é deixar o Sporting avançar, sem receios, nem desculpas. Este perpetuar de guerrilha entre diferentes lados da barricada não aproveita a ninguém, descredibiliza o clube.

Farto dos varandistas e dos brunecos.

Sou do Sporting. De mais nada nem ninguém.

Já sabemos a opinião de todos. Remexer em buracos que todos conhecemos para quê?

Sinto que não há assim tanta gente a defender o nosso grande amor.

 

Texto do nosso leitor Miguel Fernandes, publicado originalmente aqui.

Populismo também contamina tribunais

Texto de JPT

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Como cidadão e como profissional da Justiça tenho o dever de respeitar as decisões soberanas dos tribunais (em particular dos colectivos, pois um juiz singular, num processo irrecorrível, na realidade, decide como quer). Mas também tenho o direito de as criticar. Não foi como "bruxo" nem como "brunista", mas como cidadão e como profissional da Justiça que qualifiquei a acusação da Dr.ª Cândida Vilar como um aborto jurídico, e que reduzi a zero as hipóteses do ex-presidente do SCP vir a ser condenado face à prova divulgada na comunicação social. Aliás, o mero recurso ao Google produzirá outras peças lamentáveis da mesma ilustre magistrada - até mais graves do que as que produziu neste processo - perante a evidente apatia do juiz de instrução e a adesão reverente (ou temerosa das reacções da opinião pública) da Relação de Lisboa, que acolheu a insólita qualificação dos crimes de Alcochete no regime excepcional da Lei de Combate ao Terrorismo (com a consequência que 33 pessoas estiveram presas um ano e só nove delas acabaram por ser condenada a prisão efectiva - e isso em resultado dos antecedentes, e não dos actos praticados em Alcochete).

A nossa fé pessoal não pode sobrepor-se à nossa fé no processo, e mesmo figuras que nos são odiosas não podem ser condenadas ou absolvidas quando a única prova é o alarido da opinião pública (neste caso, grosseiramente instrumentalizada) ou a intuição sem indícios que a sustentem.

 

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Apesar da inevitabilidade do erro, confio no conjunto do sistema judicial. Tenho mesmo de confiar, pois essa confiança é um pilar essencial da nossa sociedade. Por isso mesmo, sempre estive convicto da absolvição do ex-presidente do SCP - ou seja, não foi por fé nele, mas por fé no sistema. Um sistema que aplica as regras do direito, que, com todas as suas imperfeições e erros, é o melhor modo de se fazer justiça (terrena). Nos magistrados, individualmente considerados, confio menos, porque são seres humanos. Precisamente por isso, o meu maior temor são os processos não recorríveis, ou com insuficientes garantias de reapreciação das decisões.

Dito isto, não posso ficar contente com a prova de que o "sistema funciona", quando essa prova pressupõe a prévia existência de um evidente atropelo aos direitos de vários arguidos - incluindo dos condenados. Tarde é melhor do que nunca, mas se os órgãos de controlo tivessem funcionado - se o juiz de instrução não tivesse sido uma mera extensão da actuação (péssima) da Dr.ª Cândida Vilar, e se a Relação de Lisboa não se tivesse deixado contaminar pela populista tese do "terrorismo" (a quente, eu fiz essa qualificação - que é literal - no próprio dia do ataque, mas, depois, acalmei-me) - muitos danos teriam sido evitados.

 

Texto do nosso leitor JPT, publicado originalmente aqui e aqui.

Verdades

A propósito da decisão do tribunal, que absolveu Bruno Carvalho, convém ter em conta as diferentes percepções, todas elas correctas, que a VERDADE comporta:

 

- a verdade histórica, a realidade que verdadeiramente aconteceu;

- a verdade jornalística, aquela que os jornais descobrem;

- a verdade jurídica, a que foi apurada em tribunal;

- a verdade emocional, aquela que é construída de forma individual.

O Sporting nada deve ao ex-presidente

Texto de João Gil

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Bruno de Carvalho foi acusado pelo Ministério Público, teve direito a defesa, foi julgado por um tribunal e absolvido. É assim em democracia e num estado de direito. Bruno de Carvalho colocou-se nessa posição. Porque escolheu e agiu de forma a pôr-se numa situação de enorme fragilidade pessoal, institucional, profissional, social.

Qualquer Sportinguista que se preze ficou contente por ver Bruno de Carvalho ilibado. Por ele, que no fundo é um desgraçado, mas pelo Sporting, especialmente. Escrevo por mim, que fiquei contente por vê-lo absolvido.

 

De resto, [ele] pode queixar-se de si próprio. Provavelmente das suas incapacidades de liderança e de gestão. Mas isso não é culpa dos Sportinguistas, que “moralmente” devem zero ao ex-presidente. Este, pelo contrário, contraiu uma dívida para com o Sporting que não há como pagar.

Exigir, Bruno de Carvalho pode exigir. Estão aí os tribunais para isso mesmo, defender os direitos dos cidadãos, e ele sabe que pode confiar neles, afinal.

Bastou a entrevista desta noite [anteontem] à TVI para aconselhar e avisar os sócios e adeptos do que esperaria o Sporting se porventura BdC voltasse a ter o poder no clube.

 

Se queremos dar-nos bem com os outros e sermos respeitados e manter-nos em grupo, convém respeitar o outro. É básico. Caso contrário, a coisa não funciona e o grupo desenvolve uma rejeição e expulsa-nos.

Qualquer adolescente o sabe. Só Bruno de Carvalho ainda não percebeu que acusar gratuitamente e desrespeitar os que se lhe opõem não é propriamente caminho para que lhe seja devolvida a condição que perdeu e de que se julga credor por um qualquer direito de reparação que só na cabeça do ex-presidente o Sporting terá para com a sua pessoa.

 

Bruno de Carvalho acha-se injustiçado. Mas não devia. A justiça deu-lhe razão.

Direitos ao/ou sobre o Sporting, BdC não tem. Porque não é sócio. Os avançados das TV’s é que se estão nas tintas se abrem nova frente de guerra no Sporting. Estão a ser pagos para isso mesmo.

Juízo e discernimento, é o que se pede. E olhar em frente, que para trás mija a burra.

Mas ainda falta escrever o epílogo desta história, disso também estou convencido.

 

Texto do nosso leitor João Gil, publicado originalmente aqui.

Virar a página, retomar a ambição

(texto inicialmente publicado a 12 de Março neste Blog, a propósito do julgamento da vandalizacao da Academia por elementos ligados à claques) 

 

Coube-me em sorte (ou azar) testemunhar dois momentos de terror da História do Sporting Clube de Portugal. Momentos em que gente inocente perdeu a vida num estádio.

O primeiro, a 7 de Maio de 1995, foi a queda do Varandim do José Alvalade. Nunca esquecerei aqueles gritos, os choros e as sirenes das ambulâncias, por mais que viva. Um amigo com quem ia ao futebol ficou a 2 ou 3 metros de cair.

O segundo foi, um ano depois, o “very light” do Jamor. Durante anos, não consegui voltar a meter os pés num estádio. Confesso que ainda hoje me custa falar disso.

Talvez por virtude (ou defeito) dessas experiências, desde a primeira hora achei inapropriado chamar “terror” à vandalização da Academia de Alcochete (chamem-lhe "assalto" ou "invasão" se quiserem termos mais fortes). Sempre me pareceu, aliás, que o uso desse termo servia o propósito sobretudo de advogados, agentes de jogadores e de alguma comunicação social, mais ou menos comprometida com interesses que gravitam à volta do milionário negócio que é hoje o futebol.

Isto não retira gravidade ao que aconteceu. Mas “terror” ou “terrorismo” vemos todos os dias em muitas partes do mundo, infelizmente. E, convenhamos, são coisas diferentes.

Como seria lógico, a acusação de “terrorismo” caiu, ontem, no julgamento do caso da invasão da Academia. Outra coisa não poderia acontecer. E deveria fazer repensar todos aqueles que usaram tão irreflectidamente tal termo. 

Tem também, para mim, lógica que tenham caído as acusações contra o ex-presidente, Bruno de Carvalho. Pois nunca vi nada que o relacionasse directamente com o que aconteceu. 

Mas não me interessa - e acho, sobretudo, que não interessa ao Sporting - revisitar esse lamentável episódio na nossa história colectiva. No final deste julgamento, que se faça Justiça para com quem tão graves danos causou a uma instituição centenária e com tanto mérito. 

E que este momento seja também um virar de página para o Clube. Um recordar que o Clube está acima deste ou daquele presidente, e é muito maior do que qualquer estrago que possa ser inflingido por 20 ou 30 adeptos.

Viremos a página. Deixemo-nos de insultos e de crispações. Olhemos para a frente, que temos muito e longo caminho a percorrer. Para escrevermos novas páginas, essas sim dignas da História do Sporting. Pelo nosso Clube. E pelos adeptos que, tristemente, poucos anos depois do terror, não estavam connosco a festejar o Sporting Campeão Nacional.

Alcochete nunca mais

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Terminou ontem o julgamento do assalto a Alcochete, fecha-se assim a página mais negra da história do Sporting Clube de Portugal, um assalto perpretado não por bandos criminosos de clubes rivais mas por quem devia ter como princípio o apoio incondicional ao clube e aos atletas que o representam.

Foi um julgamento justo, com um colectivo de juízes incluindo a juíza principal e um ministério público que estiveram à altura e dignificaram a classe, e um acórdão que deverá  servir de referência em futuras situações.

Com a absolvição do ex-presidente e do ex-OLA fica assim o Sporting como instituição com o nome limpo, e só podemos estar satisfeitos com o facto.

O mesmo não podemos dizer da Juveleo, uma vergonha que a claque fundada pelos filhos de João Rocha se veja envolvida numa situação destas, com o ex-presidente da claque e  muitos elementos próximos do actual condenados a pesadas penas de prisão, nalguns casos efectivas noutros ainda o poderão ser, dado estarem indiciados noutros processos igualmente violentos.

Não se pronunciou o tribunal, nem tinha condições para tal, sobre a responsabilidade política da situação que vivemos no final da época de 2017/2018, nem sobre os atropelos aos regulamentos do clube pelo ex-presidente nos dias que se seguiram ao assalto, em devido tempo os sócios do Sporting se pronunciaram sobre o assunto, e o destituiram, suspenderam e expulsaram por uma maioria esmagadora de votos e votantes.

Importa agora fazer o mesmo a todos os condenados ainda sócios, para que nunca mais se repita uma situação assim no Sporting.

Isto sim é o Sporting Clube de Portugal:

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Alcochete nunca mais !!!

SL

Os crimes de Alcochete

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«Isto não é amor ao clube. É crime. É crime.»

Sílvia Pires, presidente do colectivo que julgou os arguidos de Alcochete

 

Confiar na justiça.

Esta é a atitude certa, em qualquer circunstância. Julgo que neste blogue, onde há pessoas que pensam de modo muito diferente em quase tudo quanto se relaciona com o Sporting, nunca houve ninguém que exprimisse opinião diferente desta: confiar na justiça.

Esta sexta-feira, dia 29, é, portanto, um dia tão bom como qualquer outro para reafirmar este princípio. O dia que se segue ao da sentença proferida, em primeira instância, pelo colectivo de juízas que determinou 41 penas condenatórias e três absolvições no chamado processo de Alcochete - investigado e concluído dentro dos prazos legais e com uma celeridade muito superior ao que estamos habituados.

 

Há dois aspectos neste acórdão - que ainda não li e, portanto, só consigo comentar a partir de notícias escritas com base na súmula lida na sessão de ontem pela juíza-presidente, Sílvia Rosa Pires - que convém salientar.

O primeiro é o facto de cerca de quatro dezenas de adeptos do Sporting - vários deles igualmente sócios, ao que presumo - terem ousado invadir e destruir as instalações da Academia leonina, até há poucos anos considerada um centro de excelência máxima em matéria de formação no futebol. Estes indivíduos protagonizaram um "ataque bárbaro" (palavras da magistrada) a um local que devia ser uma espécie de santuário para toda a massa adepta. Ali cometeram-se crimes graves - e não foram provocados pelos habituais "inimigos do Sporting", mas por sportinguistas. Com imagens que voltaram a colocar a Academia literalmente nas bocas do mundo, desta vez não por motivos de excelência mas de indecência.

A partir deste acórdão, portanto, deixaremos de falar em "alegados crimes" relacionados com Alcochete: a palavra "alegados" cai com esta sentença condenatória. Houve mesmo ilícitos penais, agora punidos com penas diversas - incluindo nove casos de prisão efectiva.

Entre os que cumprirão pena de prisão inclui-se o líder histórico da Juventude Leonina que permaneceu cerca de duas décadas à cabeça desta claque. Que, de algum modo, fica assim simbolicamente decapitada. Não por capricho de comentadores ou arbítrio de jornalistas, mas por solene decisão judicial.

 

Além dos 41 arguidos que acabaram condenados em graus diversos, o acórdão determina ainda três absolvições, considerando que nas audiências de julgamento foi impossível fazer prova da suposta "autoria moral" dos crimes de Alcochete, invalidando a controversa tese inicial do Ministério Público. Neste reduzido número de arguidos agora absolvidos incluem-se o ex-presidente Bruno de Carvalho e o actual dirigente máximo da JL, Mustafá. Também aqui, como no resto, imperou o princípio que nunca deixámos de defender: acreditar na justiça. Por ser uma das traves mestras do sistema democrático que nos rege.

Numa longa entrevista ontem concedida ao Jornal das 8 da TVI, perante um interlocutor impreparado, timorato e gaguejante, o antigo presidente leonino admitiu a possibilidade de instaurar um processo por indemnização ao Estado português que pode chegar às instâncias jurídicas internacionais. É inteiramente livre de proceder assim, no exercício de um direito de cidadania, se considerar que não lhe foi feita justiça, o que não parece muito consentâneo com a absolvição que acaba de lhe ser decretada.

Entretanto, não deixa de ser irónico ver agora vários dos seus apoiantes mais indefectíveis - com a linguagem incendiária que todos lhes conhecemos, integrada no caldo de cultura que degenerou nos crimes de Alcochete - celebrarem nas redes sociais a "vitória da justiça" depois de andarem anos a alimentar teses conspiranóicas contra o poder judicial, que seria parte integrante de uma vasta operação universal destinada a derrubar aquele que continuam a venerar com cega idolatria. 

 

Afinal não havia conspiração alguma: houve crimes, houve punições, houve absolvições, haverá recursos para outros patamares judiciais se assim for decidido por advogados e Ministério Público.

Prevaleceu a justiça. Confirmando assim que devemos acreditar nela. Não apenas quando nos é conveniente, mas em todas as circunstâncias. Antes, durante e depois.

Quem não acredita na justiça, não acredita na democracia. Já passou para o lado de lá ou nunca de lá saiu.

Nesse lado eu jamais estarei.

Decisão do Tribunal é boa para o Sporting

Desde a primeira hora que considerei uma vergonha todo o processo de rescisões. Na minha opinião, nenhum jogador pensou no clube e nos seus adeptos. Escolheram o seu dinheiro e as suas carreiras em detrimento da nossa paz, do nosso sossego, do nosso amor. Não pestanejaram quando nos desiludiram, não se importaram com milhares de crianças que os viram partir sem olhar para trás. Quem rescindiu procurou melhor, quem ficou teve medo de arriscar e quem voltou fê-lo porque não encontrou o que procurava. Para mim, foi isto. Simples e frio.

Que fique claro, quando os jogadores do Sporting decidiram rescindir o contrato, fizeram-no com o clube, não com o presidente, apesar de se terem servido de Bruno de Carvalho para o fazer.

Hoje a justiça mostrou que não tinham razão. Nem Carvalho e nem Jacinto, ambos funcionários do clube à data, foram condenados. O Sporting não teve, por isso, qualquer tipo de ligação ao acto que alguns energúmenos cometeram.

Como Sportinguista, esta absolvição ao antigo presidente é um alívio. É uma página negra que não foi escrita, apesar de muitos a ditarem.

VIVA O SPORTING

O fim do processo

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Foi lida hoje a sentença do processo referente à invasão à Academia do Sporting em Alcochete.

O resultado foi aquele que se vinha adivinhando: Bruno de Carvalho, Bruno Jacinto e Nuno Mendes foram absolvidos de todos os crimes. Para os restantes, houve oito penas suspensas, quatro multados, e nove penas efetivas.

Sobre a decisão

É bastante positivo que Bruno de Carvalho tenha sido considerado inocente, é o sinal inequívoco que o Sporting, enquanto instituição, está  isento de culpa dos hediondos actos. O que me preocupa, nesta situação, é a justiça portuguesa ter sido capaz de prender alguém sem as provas suficientes que levariam a uma condenação. Ainda estamos muito longe de ter a justiça que merecemos enquanto cidadãos.

A decisão tomada tem que ser vista como base para os restantes processos de violência, relacionada com desporto, que estão a decorrer. Por exemplo, não espero menos de cinco anos de prisão efectiva para Luís Pina no caso do assassinato de Marco Ficini. Também não espero menos de cinco anos para os elementos dos No Name que atacaram um adepto do Sporting nos últimos dias.

 

Sobre o Sporting

À medida que a absolvição de Bruno de Carvalho foi ganhando forma, começaram a surgir os primeiros pedidos de impugnação da AG de destituição e das últimas eleições. Acho que é legítimo que se discuta isto mas não concordo. Na minha opinião pessoal, o resultado da AG é demasiado óbvio para se poder achar que é tudo resultado de manipulação dos media. Até porque há Sportinguistas susceptíveis aos media mas achar que todos o são é achar que a massa adepta do Clube é, por defeito, estúpida e que não é capaz de tomar decisões em urna. Eu, não me vendo a mim nem aos meus consócios como inimputáveis, tenho que respeitar a vontade da maioria.

Espero que os absolvidos consigam recuperar a dignidade na sua vida pessoal e profissional, conto que processem o Estado pelo impacto nas suas vidas, mas também espero que entendam que não faz sentido arrastar o Sporting para mais uma desnecessária sessão de exposição mediática.

O que eles dizem

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«O Ministério Público pediu a absolvição de Bruno de Carvalho neste tristíssimo e dramático caso - o mais vergonhoso da história do Sporting Clube de Portugal - mas ele ainda não foi absolvido. Mas os brunistas mais empedernidos - aqueles que ainda existem, e são alguns - fizeram já disto uma razão suficiente para se acharem no direito de exigir o regresso dele não apenas à condição de sócio do Sporting, da qual foi expulso, mas também à reocupação do lugar do qual foi destituído. Os brunistas sabem o que estão a fazer: é mais um embuste, mais uma batotice, mais uma vigarice. Inflamam as massas com mais uma cortina de fumo para enganar toda a gente.

A expulsão de sócio e a destituição de Bruno de Carvalho não teve nada a ver com Alcochete. Rigorosamente nada. Ele até podia ter estado à porta de Alcochete a defender a honra do clube e a integridade física dos jogadores e dos técnicos que foram agredidos por aquela gentinha. Ele foi destituído e expulso por tentar impedir a realização da assembleia geral de 23 de Junho e pela violação da suspensão preventiva a que estava sujeito; pela usurpação de funções e pela tentativa de bloqueio das contas do Sporting;  pela criação de órgãos fantasmas completamente à revelia dos estatutos do clube; e pelo uso indevido de meios do clube.»

António Macedo, Sport TV+, 13 de Março

 

 

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«Espero que perante este comportamento do Ministério Público que, provavelmente, conduzirá à sentença de absolvição do ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, se não confunda a responsabilidade criminal com justa causa e responsabilidade disciplinar.

Os sócios do Sporting Clube de Portugal reunidos em assembleia geral fizeram justiça ao deliberarem a sua destituição com justa causa e a confirmação da pena de expulsão aplicada - deliberações com as quais [Bruno de Carvalho] se conformou. Não há que misturar absolvição de um crime público com destituição, ou expulsão e readmissão, no seio de uma associação privada. 

Uma coisa são os factos criminosos praticados em Alcochete; outra coisa são os desvarios e as infracções disciplinares praticadas em Alvalade. Aqueles foram testemunhados por menos de uma centena de pessoas; a estes assistiram milhões, estupefactos e incrédulos.»

Dias Ferreira, A Bola, 14 de Março

Ser Rambo não dá bom resultado

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"Queria pedir desculpas aos jogadores, eles são as verdadeiras vítimas [...] prejudiquei gravemente as vítimas, a instituição Sporting e a própria Juve Leo."

É uma das frases a reter de todo este processo. 

Todas as vezes que estamos nas redes sociais a insultar tudo e todos. Todas as vezes que, numa discussão numa caixa de comentários, ameaçamos alguém com violência... Há sempre uma consequência.

Às vezes a realidade apanha-nos. E, a estes rapazes, apanhou da pior maneira. Quando deram por si, estavam a agredir jogadores do Clube que amam (acredito que o façam). Quando deram por si estavam a ser detidos e hoje, quase dois anos depois, estão sentados em tribunal. Provavelmente prestes a serem, e bem, condenados.

Estamos no século XXI, devíamos ser capazes de discutir sem chegar a este ponto. Devíamos ser capazes de verbalizar a nossa opinião sem agredir o nosso interlocutor.

Ser Rambo não dá bom resultado.

A morte do dragarto

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Foram estas as frases que ecoaram do testemunho de Pinto da Costa sobre Alcochete:

"Vou responder ao que me perguntarem. Ninguém falou comigo, recebi uma notificação para estar aqui, não faço ideia do que vou dizer porque não sei o que me vão perguntar. Tudo o que eu souber responderei. Não sei por que fui arrolado, não há problema nenhum"

"Lembro-me de todos os presidentes do Sporting e ainda hoje mantenho excelentes relações com alguns deles, como Sousa Cintra, Dias da Cunha, Soares Franco e Godinho Lopes"

"Lembro-me que Bruno de Carvalho tinha tido 90% numa AG e de repente começou a ser contestado por toda a gente." O presidente do FC Porto recorda uma troca de palavra entre Bruno de Carvalho e Jaime Marta Soares, que o deixou "chocado". Bruno de Carvalho disse que Jaime Marta Soares também era "croquete", "fui eu que o salvei". O presidente da MAG terá ripostado: "Deviam eram ser todos destituídos".

"Não percebi por que vim cá. A sra juíza agradeceu a minha apresença e disse que não era da responsabilidade dela eu ter sido chamado, sentiu que eu não podia adiantar muito. Felizmente desconheço este processo. Nem sei onde é Alcochete... O tempo foi uns 5 minutos, o resto foi de espera. Eu não podia dizer nada porque felizmente deste processo só sei que foi dia 15 de maio"

 

Que isto sirva para abrir os olhos a todos os que acham que estamos bem sendo uma bengala do Porto. O Sporting vale muito mais que uma mantinha nas pernas.

«E achavam que era com medo que os jogadores iam começar a jogar mais, era isso?»

«– Mas entraram lá de cara tapada e com essa atitude numa de dar o tal ‘aperto’, para criar medo. E achavam que era com medo que os jogadores iam começar a jogar mais, era isso?
– Hoje em dia tenho a certeza que o medo não motiva as pessoas. Na altura o que podia pensar, e que é estúpido, era que os jogadores teriam de dar o máximo mas de facto não tenho direito de pedir satisfações a ninguém…
– Sim mas o medo, o bato, o ameaço, o vou a casa, o que é que isso pode motivar?
– Sim, tem toda a razão…
– Porque isso do estamos muito ofendidos são balelas… Sabe, guardei aqui duas frases da conversa: ‘Honra a quem foi a Alvalade’ e ‘Deus perdoa, a Juve Leo não’… Portanto, ainda foram glorificados até perceberem que tinha dado barraca… O que é que motivava? Um pai dá uma grande tareia um filho porque em vez de passar teve muito bom, ajuda alguma coisa? Motiva?
– Acho mesmo que na altura… Não queria de todo amedrontar os jogadores… Ia pedir justificações…
– Mas pelo que ouvimos aqui ninguém perguntou nada, foi logo a virar… Foi entrar, agir e sair…
– Falo por mim, só queria mesmo encontrá-los no campo e falar… Sei que as vítimas aqui são eles, não sou eu. Como tem dimensão, quero pedir desculpa e às vezes meto-me no lugar deles e pensar… Quando fui preso pensei nisso, nas conversas que tive com a minha família, comentava com a minha tia, que é médica, porque tem casos desses… Não querendo voltar atrás que não posso, que me mudou a vida, a única coisa que posso fazer é pedir desculpa e afastar-me destes fenómenos. Não venho aqui dizer que sou inocente, participei nos grupos, estive lá…»

Não me recordo se alguma vez cheguei a escrever sobre o que aconteceu em Alcochete. Na verdade, durante algum tempo creio que fiz tudo para ignorar ou tentar esquecer o que fui lendo nos jornais e redes sociais e vendo na televisão. É complicado, as notícias (fruto da exploração jornalística) foram e têm sido permanentes. E tentar ignorar não permite apagar o que aconteceu.

As declarações de Tiago Neves (um dos arguidos do processo Alcochete) que li reproduzidas no jornal Observador são um retrato, não apenas na sua experiência individual, mas de um modo de estar em sociedade. A juíza que o interroga pergunta de forma lapidar «E achavam que era com medo que os jogadores iam começar a jogar mais, era isso?» Quão fanáticos temos de ser para acreditar numa coisa destas? Quão alienados da realidade temos de estar para nos transformarmos em mitomanos? Quem acredita que este é um fenómeno exclusivo do futebol ou sequer do desporto?

A minha relação com o futebol (e de certa forma, com o próprio Sporting) mudou naquele dia. Não consigo deixar de ir a Alvalade ou de seguir os jogos na televisão quando jogamos fora de casa, mas sinto que perdi a alegria e a paixão pelo jogo. Comecei a ver futebol na televisão em 1991 (campeonato do mundo de júniores em Lisboa) e a frequentar estádios de futebol em 1992 (no estádio da Medideira a ver o Amora). Alvalade, acompanhado pelo meu pai e, mais tarde, pelo meu irmão, começou a ser uma visita quinzenal a partir de 1999. O meu avô, que nunca conheci, era um apaixonado tão grande pelo seu Piedade que faleceu enquanto assistia a um jogo.

Não tenho filhos, mas se algum dia os tiver não estou certo que os queira ver num estádio de futebol. Tudo isto porque leio e oiço diariamente gente que não só acredita em teorias da conspiração, como defende que um jogador de futebol com medo joga mais.

O Sporting somos nós

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Sou do tempo em que o Sporting eram aqueles que nos estádios, nos pavilhões e nas pistas conduziam a camisola do clube às conquistas e aos triunfos. Os Yazaldes, Damas, Agostinhos, Lopes, e muitos outros. Os nosso ídolos. Tudo o resto era acessório.

Os tempos são outros, mas em todo o caso é completamente inadmissível e uma vergonha para o Sporting o número de dirigentes, treinadores e jogadores que foram agredidos fisicamente nas instalações do clube nos últimos tempos, com ovos, murros, pontapés, tochas, cintos, e garrafões de água. Foram mais de uma dúzia entre dirigentes, treinadores e jogadores, entre eles capitães de equipa.

Hoje no tribunal de Monsanto, um rapaz de 29 anos que participou no assalto à academia do próprio clube e que trocou mensagens onde manifestou a intenção de "ir bater" veio dizer que "Queria ir lá dar uma espécie de 'aperto', mas nunca foi minha intenção agredir, era mais pedir justificações. A minha intenção nunca seria ir lá agredir jogadores, a minha intenção era assustá-los e fazer com que eles percebessem que deviam ter dado mais no campo, deviam ter ganhado". Pois.

Diz ele também que "É tudo condenável, não me revejo nisto, não sei o que me passou pela cabeça na altura. Percebo que isto chocou o país. Isto, se calhar, era um vício que eu tinha, o Sporting e as claques". Pois.

Mas o que impressiona ainda mais é a quase indiferença de alguns Sportinguistas perante este estado de coisas. Se calhar é um pouco como a violência doméstica. Se eles apanharam, então é porque mereciam. E se a filha menor dum deles foi insultada e cuspida, paciência.

A pergunta que deixo é como é que o Sporting poderá atrair os melhores dirigentes, treinadores, capitães e jogadores, quando o que lhes pode muito bem acontecer é serem agredidos nalgum canto escuro por quem se julga dono do clube. 

SL

Quando já pensávamos ter visto tudo…

«"Fui repreendido por suturar Bas Dost",

recorda enfermeiro do Sporting.

 

Carlos Mota, enfermeiro do Sporting, marcou presença esta quarta-feira no Tribunal de Monsanto, onde testemunhou no julgamento do processo do ataque à Academia de Alcochete, a 15 de maio de 2018.

Mota recorda ter suturado Bas Dost depois das agressões ao avançado holandês, medida que conduziu a uma repreensão, revelou: "Não vi a agressão ao Bas Dost. Fui eu que o suturei, fui repreendido porque achavam que tinha de esperar que chegasse o médico que vinha de Lisboa para suturá-lo. (...) Frederico Varandas estava lá. Só sei que o homem estava a sangrar, a chorar deitado, e eu propus-me a suturá-lo. Fui repreendido, dizendo eles que era um ato médico. Fiquei surpreendido, porque se tinha de chamar um médico que estava em Lisboa e ia demorar a chegar a Alcochete", relatou o enfermeiro, que garante não ter sentido medo.

"Andei em enfermagem para servir quem necessita. Não tive medo, fui agredido, mas não tive medo", acrescentou Carlos Mota, recordando também a chegada de Bruno de Carvalho à Academia após a invasão:

"Chegou de semblante triste, naturalmente. Acho que foi uma vergonha para o Sporting. Recordo [o ataque] com tristeza, porque sou enfermeiro e sportinguista desde que nasci. É triste que se aproveitem estas situações para denegrir e dar cabo do Sporting. Ele era presidente na altura, bem ou mal, era o presidente, eu respeitava-o por isso", rematou Carlos Mota.»

 

In: Jornal «O Jogo» acedido em 29/01/2020

O que se julga em Monsanto

Texto de Sol Carvalho

Tenho lido inúmero comentários sobre o julgamento. Dum lado, o aumento e o detalhe das provas de um ato de violência gratuita e a clarificação, no mínimo, da existência de um clima que o permitiu. Do outro, já que a defesa do ato em si é muita fraca, a linha da defesa de que BC não foi o organizador do mesmo.


Ora, precisamente essa dicotomia me parece estranha e desfasada do essencial. Há um julgamento em curso. Do ponto de vista judicial, pode haver interesse em saber se o presidente foi mandante ou não, mas eu acho que esse rumo é precisamente o que serve os interesses de quem quer fugir às responsabilidades. Nenhum presidente (ia a dizer “no seu perfeito juízo” mas de repente apercebi-me da ironia da coisa) daria uma ordem direta para um ataque. Dou de barato esperteza suficiente a BC para não o fazer. Ou seja, a culpa material será, no mínimo, muitíssimo difícil de obter. E isso abre espaço para o contra-ataque de BC e seus acólitos e empregados a que temos assistido.


A segunda questão do julgamento acho que tem a ver com as responsabilidades específicas e com o tamanho de cinturadas e socos que cada um cometeu o que é valido para considerar atenuantes e tempo de pena.
Mas o que julgo essencial e, para mim, esse é o verdadeiro julgamento, é o segundo apuramento das responsabilidades morais e políticas dos intervenientes. Ou se quiserem, a confirmação da responsabilidade moral que já teve decisão e pena na Assembleia Geral do Sporting.


Não vejo os jogadores todos por igual (Bata e Acuña eram alvos e ficaram, Rafael Leão até foi saudado e “pirou-se”) não considero “santos” os seus conselheiros e agentes. Não vejo as claques também todas por igual, embora no caso, a claque em causa (ou pelo menos parte dela) assumiu publicamente a cumplicidade do ato e se a instituição não estava de acordo, só teria de expulsar os prevaricadores (ou na Juve Leo não havia estatutos?).
Resta o topo da pirâmide e referimo-me a BC e à sua direção. O que já ouvi e li neste julgamento me dá o direito e a liberdade de fazer desde já de confirmar um julgamento moral e político. E se Varandas tem de assumir responsabilidades “pelo que fez à equipe de futebol” (e acho que tem mesmo de o fazer) também BC tem de assumir responsabilidades “pelo que fez à equipe de futebol” (afinal não têm de comer todos por igual?).


Ora, a deslocação para a tecnicidade de ter sido o mandante ou não, pode ser muito importante para a justiça mas para mim enquanto Sportinguista é secundária. E estamos a repetir um truque antigo: PC falou e fez corrupção mas como as escutas eram ilegais, ele deixou de ser corrupto... Deixou? A sério?
Eu acho que o julgamento moral e o que nos interessa essencialmente já foi efectivado. E a pena já executada. Este julgamento não é, pois, para julgar a culpabilidade moral mas eventualmente a culpabilidade material do evento. Mas para o Sportinguista, a culpabilidade moral deveria ser, e foi, mais do que suficiente. Agora não passa de uma confirmação que se torna evidente em cada depoimento novo que aparece. Deixem então de nos atirar poeira aos olhos!

No banco dos réus (18)

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«Foi assim o dia 18 do julgamento de Alcochete: André Pinto recorda em depoimento tudo quanto viu e ouviu: "Disseram que nos matavam se não ganhássemos o próximo jogo." Agressores iam sobretudo à procura de Battaglia e Acuña.»

 

O dia 18 do caso de Alcochete: pontapés a Bas Dost, Taça como um furúnculo numa reunião surreal, bilhetes no OLX e uma saída emocionada. «Em 26 anos de profissional, nunca vi nada assim», disse Mário Monteiro, preparador físico.

 

Um manicómio em autogestão

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Os promotores do movimento Dar Futuro ao Sporting entregaram ontem ao presidente da Mesa da Asembleia Geral o conjunto de assinaturas que recolheram com vista à destituição imediata dos órgãos sociais eleitos para um mandato de quatro anos faz hoje 16 meses, em 8 de Setembro de 2018.

Estes sócios querem abrir um novo processo eleitoral no clube alegando haver «justa causa» para a destituição. Esforcei-me por entender qual é, mas as confusas declarações do porta-voz do movimento não me esclareceram. «A violação de estatutos, a relação tripartida entre a direcção e os sócios, e os últimos conflitos que não têm trazido paz ao clube são razões que podem levar à justa causa», declarou António Delgado.

Dizer isto ou não dizer nada, parece-me, é rigorosamente igual.

 

Por notável coincidência, a formalização da entrega destas assinaturas a Rogério Alves ocorreu no mesmo dia em que Jorge Jesus prestou o seu impressionante depoimento em tribunal sobre o assalto a Alcochete.

Um depoimento que, culminando o que já ficara dito em audiência por testemunhas anteriores, comprovou que na recta final do seu mandato o presidente Bruno de Carvalho estava de relações cortadas com o treinador e toda a equipa técnica, com os capitães do plantel profissional de futebol e praticamente com todos os jogadores.

 

As declarações já prestadas perante o colectivo de juízas permitem fixar um doloroso retrato do que era o nosso clube em Maio de 2018: um manicómio em autogestão, onde um mitómano irresponsável dava rédea solta a um bando de criminosos.

Os efeitos traumáticos desta situação caótica deixaram um rasto demolidor, contaminaram fatalmente o período que ainda vivemos e vão demorar muito tempo a extinguir-se de vez. Quem queira "dar futuro ao Sporting", chame-se como se chamar, deve ter a noção exacta disto.

 

ADENDA

Ao que me garantem, um dos promotores desta acção de destituição, Carlos Mourinha, distinguiu-se na assembleia geral de 10 de Outubro por ter concluído a sua intervenção desta forma: «Presidente, vá para o car**** que o fo**!».

Fico elucidado quanto ao nível intelectual de alguns mentores do movimento agora posto em marcha.

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