All Grave, o campeonato da corrupção
Passaram quase 20 anos mas se há campeonato que sportinguistas, portistas e, principalmente, os benfiquistas sabem que foi conquistado fora das quatro linhas foi a Liga de 2004/2005, o ano do suposto centenário do clube da roda de bicicleta.
José Veiga, que mais tarde seria preso por corrupção, encomendou um livro onde as manigâncias foram explicadas.
Essa época começa com José Veiga como homem forte do Estoril, principal accionista, e António Figueiredo, o lampião da CMTV, como presidente da SAD do Estoril.
Numa das reviravoltas em que o futebol é fértil, Veiga passa a director do Benfica, muda-se de armas e bagagens (muitas armas e muitas bagagens) para a Luz na companhia do primo José Fernando, uma espécie de guarda Abel ou de diabo de Gaia, um operacional.
Em Outubro de 2004, Veiga "vende" as acções do Estoril.
Em Abril de 2004 comemoraram-se os 30 anos do 25 de Abril, mas será no ano seguinte que, mais uma vez, ficará provado que Abril não chegou ao futebol nacional.
A 12 de Abril de 2005, António Figueiredo, presidente do Estoril SAD, garante que o desafio com o Benfica se vai realizar na Amoreira. No dia seguinte a Liga e o Benfica comunicam, oficialmente, que o jogo ocorrerá no Estádio do Algarve.
"Fomos prejudicados em três pontos naquele jogo e outros três na primeira volta" Carlos Xavier, treinador-adjunto do Estoril.
O jogo, disputado a 24 de Abril, foi um regabofe total. O árbitro, Hélio Santos, até foi presenteado com um par de chuteiras do Benfica.
Na semana antes do jogo, José Fernando, o primo de Veiga, foi visto várias vezes no Estoril a conversar com jogadores do clube da linha.
Resumindo, o Benfica conseguiu mudar o local do jogo para o Algarve, o Benfica "tratou tão bem" o árbitro do jogo que até lhe ofereceu umas botas de futebol à vista de toda a gente e por último aliciou ou tentou aliciar jogadores do Estoril.
Lá atrás tinha falado em regabofe total vejamos algumas incidências do jogo, Ricardo Rocha comete um penalty claro e inequívoco sobre Moses, não assinalado, claro. Aos 79' é expulso mais um jogador do Estoril, "por palavras". Três minutos depois é assinalado um livre inexistente a favor dos vermelhos.
Desse livre resultou golo, o Estoril com nove jogadores em campo venderá cara a derrota, 1-2 mas pouco ou nada havia a fazer, era impossível o Estoril conquistar pontos naquele jogo.
Fica o aviso, amanhã vamos jogar com uma equipa algarvia e depois vamos jogar com o Estoril.
Eles andam aí, como vemos na imagem, muito abraçadinhos uns aos outros.
Contra a competência de outros fora do campo nós temos de ser melhores, muito melhores, dentro das quatro linhas.