Ontem, José Manuel Delgado, falava de Muller e a propósito (ou a despropósito) veio Eusébio à baila.
Não se percebe a razão.
Para falar de um avançado eficaz no clube e na selecção que não andou a saltitar de emblema em emblema como Muller, Delgado deveria, teria de ter referido Peyroteo.
Os números de Peyroteo tanto na selecção como no clube são esmagadores quando comparados com Eusébio.
Peyroteo no Sporting; 332 golos em197 jogos, média 1.68 golos por jogo; na selecção, 14 golos em 20 jogos, média de 0.70 golos por jogo.
Eusébio no Benfica, 715 golos em 727 jogos, média 0.98 golos por jogo, na selecção, 41 golos em 64 jogos, média 0.64 golos por jogo.
Será Peyroteo alvo de uma espécie de racismo ao contrário?
(o e-mail de Delgado está aí, para quem quiser dizer ao sr. José Manuel que os sportinguistas não andam a dormir)
«Apesar de estarem carregados de razão, os árbitros dificilmente encontrarão o respaldo que merecem, porque o poder público só sabe andar de joelhos perante os clubes e porque o clubes, que se vêem com a faca e o queijo na mão, não querem que nada mude, vivendo, ao que parece, quase todos confortáveis no lodaçal em que está transformado o futebol português.»
José Manuel Delgado, no editorial do jornal A Bola
Fora o árbitro! (13 de Setembro):
«É verdade que os encarnados têm razões de queixa de Undlano Mallenco, o desastrado árbitro espanhol.»
José Manuel Delgado, no editorial do jornal A Bola
Todos nós temos o destino traçado na palma da mão, excepto Corto Maltese que o traçou ele próprio, com uma navalha.
Uns nascem com talento para escrever e trabalham-no, outros herdam-no, outros nem uma coisa nem outra mas inventam, inventam muito.
Continuo a ler jornais em papel.
Eu sei, estou a dar cabo da minha saúde.
Podia colocar um desafio aos leitores deste "blog", escrever um pequeno texto onde a propósito do resultado histórico de ontem, o triunfo de Portugal sobre a Escócia por 2-1 em futebol feminino, conseguissem:
1. Referir o nome do treinador de futebol masculino do Benfica.
2. Referir o Benfica.
3. Referir o FC Porto.
4. Não referir o campeão nacional de futebol feminino.
5. Não referir o vencedor da taça de Portugal de futebol feminino.
6. Não referir o clube que mais jogadoras "dá" para a selecção.
7. Não referir o nome da melhor jogadora em campo.
Estão desanimados?
É impossível, dir-me-ão.
Não é.
José Manuel Delgado num texto com 110 palavras (contando com os "a" os "as" os "se" e assim) conseguiu-o (p. 37 d' A Bola de 2017.07.24).
Enfim, as atitudes ficam para quem as toma.
Na pág. 4 do jornal referido, Filipa Reis, escreve a crónica do jogo considerando a sportinguista Diana Silva a melhor em campo, nota oito.
As outras atletas com contrato com o Sporting, tiveram as seguintes notas:
Patrícia Morais - sete
Ana Borges - sete
Carole Costa - seis
Tatiana Pinto - sete
Ana Leite - sete
Irrelevante para JM Delgado, uma questão de género, género lampião, cotevelite.
Felicidades para todas as jogadoras da nossa selecção de futebol feminino que continuem a fazer-nos sonhar.
No editorial da edição de hoje do diário A Bola, José Manuel Delgado - bem ao seu estilo - tenta defender o indefensável: salvar a face do Benfica enquanto procura amesquinhar o Sporting. Qualificando de "época positiva", assim quase em jeito de comiseração, este simples facto de estarmos a liderar o campeonato isolados à oitava jornada.
Escreve o inefável director-adjunto do jornal da Travessa da Queimada que "tirando os dois jogos com o Benfica desta época", os resultados desportivos do nosso clube "não são deslumbrantes". Até porque - salienta o plumitivo - o Sporting ainda não defrontou o FCP e o Braga.
Eu poderia escrever, na mesma lógica, que "tirando os editoriais de José Manuel Delgado", os editoriais d' A Bola quase parecem modelos de isenção. Mas não vou por aí. Limito-me a anotar, divertido, os esforços quase titânicos do ex-guarda-redes suplente do Benfica para dourar a pílula, exprimindo em jeito de interrogação o desejo de que o seu clube do coração consiga superar enfim de forma positiva a terceira prova em três meses frente às nossas cores: "Será à terceira, em Alvalade, para a Taça?"
Sem uma palavra a incomodar Vitória, sem um vocábulo a beliscar Vieira, Delgado conclui o editorial com esta pérola que soa a suspiro: "Em suma, quis o destino que Jesus fosse buscar aos jogos com o Benfica aquilo de que mais precisava..." Não é mérito, não é esforço, não é trabalho, não é determinação: foi o destino que assim quis.
Concluindo: eis o equivalente em texto àquela charutada de Mitroglu para a bancada na Supertaça que o Sporting conquistou ao Benfica. Espero sinceramente por novas "análises" deste género dadas à estampa na "Bíblia" da Queimada. Para que os nossos sorrisos se alarguem ainda mais.
No canal televisivo A Bola, o ex-guarda-redes suplente do Benfica foi buscar lã e saiu tosquiado. Estava ele a vergastar os maus modos de Bruno de Carvalho quando José Couceiro, e muito bem, lhe lembrou esta peixeirada ocorrida em 2004 durante um programa da SIC Notícias que foi interrompido em directo:
Um exemplo de elegância, dignidade e respeito pela liberdade de informação: invadir os estúdios de um canal televisivo, como um xerife manhoso a entrar num saloon a pontapé nos westerns de série B.
Delgado, armado em fino, acha bem. O Bruno é que não tem modos.
As tropas reorganizam-se. No editorial de hoje no diário A Bola, em prosa assinada pelo director do jornal, o título basta para definir toda uma linha de acção:"Benfica reage como tinha de ser". E lá surge - como não? - a estocada aos rivais do clube da Luz: "É admissível que o presidente do Benfica tenha sido surpreendido pela súbita e inesperada capacidade aquisitiva dos dois rivais. O que se dizia é que estavam todos pelas ruas da amargura, não havia dinheiro para mandar cantar um cego e, de repente, chegam Imbula e Osvaldo, e pagam-se ordenados milionários a Casillas e Maxi, enquanto a Alvalade chegam Bryan Ruiz e Teo Gutiérrez, João Pereira e Naldo, Aquilani e Bruno Paulista. Tudo isto, mais o contrato milionário de Jesus."
Na página 3 do jornal, que acaba de ser "reforçado" com uma coluna de opinião assinada por Rui Gomes da Silva (título do texto de hoje: "Só o Benfica. Claro!!!" - assim mesmo, com três pontos de exclamação!!!), o director-adjunto José Manuel Delgado segue a mesma linha de afago psicológico ao povo benfiquista, que anda de asa caída, garantindo que a opção de Vieira para treinador é indiscutível: "Sejamos absolutamente francos: Rui Vitória é um bom treinador do futebol, com provas dadas por onde passou, fiável, competente e sério. E não é por ter tido uma falsa partida no Benfica que deixa de ser o que é."
Extraordinário. A "absoluta franqueza", no periódico da Travessa da Queimada, faz-se sem um assomo de crítica: limita-se à utilização perdulária de adjectivos. De resto, A Bola mantém-se fiel aos seus pergaminhos. Como Vítor Serpa assinala sem rodeios no editorial, "o Benfica tem mesmo de reagir ao perigoso ataque dos rivais". Só lhe faltaram os três pontos de exclamação de Gomes da Silva...
Eis-nos perante algo que constitui mais do que uma declaração de intenções: é quase uma palavra de ordem. Acompanhemos com atenção as cenas que vão seguir-se.
{ Blogue fundado em 2012. }
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