Sim, é possivel, mas muito arriscado e provavelmente fatal.
Refiro-me ao facto de uma equipa de futebol, por opção técnica, jogar com 10 jogadores.
É possível contra equipas como o Oleiros.
Foi possível, mas muito arriscado contra o principal adversário na corrida pelo título. Os centrais, o extremo e os médios conseguiram superar-se e suplantaram a ausência.
Agora, na Champions, com equipas de topo, jogar 13 minutos com menos um jogador na defesa, numa altura, em que defender bem era a palavra de ordem, foi mesmo fatal. Dir-me-ão que outro jogo houve na Champions, e contra um colosso, em que também jogámos assim durante 17 minutos. Verdade. Por acaso não foi fatal, até porque já perdíamos o jogo.
Para quem possa ter dúvidas e com a devida vénia ao Lateral Esquerdo:
P.s. este texto tem 3 ou 4 dias de atraso, mas, infelizmente, a sua actualidade não está nem estará beliscada...
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre JONATHAN SILVA:
- Eu: «Tinha missões difíceis: enfrentar alternadamente Quaresma e Brahimi. Foi bem sucedido na maior parte das vezes e ainda se estreou a marcar apenas ao segundo jogo como titular do Sporting. Merece nota positiva, aliás como quase todos os seus colegas.» (26 de Setembro)
- Rui Cerdeira Branco: «Jonathan Silva teve a oportunidade e agarrou-a com ambos os pés e hoje apetece-me mais sublinhar isso do que destacar quem deu o testemunho exatamente oposto, no mesmo jogo e numa fase equivalente da carreira.» (11 de Dezembro)
- Francisco Melo: «Foi um bálsamo de sportinguismo, depois de 24h em que a modalidade do tiro (nas suas várias categorias: ao Marco Silva, ao Bruno de Carvalho, ao Tobias, ao Jonathan, etc) monopolizou a agenda da imprensa desportiva e blogues.» (3 de Março)
Não foi só o golo, foi uma boa segunda parte. Destaco o atrevimento na frente, a crescente competência a sair com a bola, a driblar, a arrastar os adversários, a antecipar os movimentos defensivos do adversário na preparação das jogadas ou na recuperação das bolas logo num primeiro instante de perda ainda junto ao ataque. Na vontade permanente de querer construir, especialmente no apoio a jogadas ofensivas disponibilizando-se como segunda linha, mesmo à linha ou avançando para a zona frontal à baliza quando a disputa se faz claramente dentro da área. Boas competências táticas, inteligente, voluntarioso. Um puto novo, cheio de garra que talvez, talvez com o andar da quilometragem se faça um jogador mais completo e competente a defender. Aliás, parece-me uns furos acima nesse aspeto face ao início da temporada. À defesa tem nervo e parece-me cada vez mais critério, ainda assim tem tudo para beneficiar de uma equipa cada vez mais entrosada e confiante. Parece também ter um enorme pulmão (que gostava de confirmar vendo-o jogar com regularidade), daqueles que duram uma partida inteira e parece também estar em acelerado processo de adaptação ao futebol europeu. Espero que tenho uma dose decente de oportunidades para ir jogando, ir aprendendo a centrar como o melhor que Jefferson sabe fazer, pois acho que temos ali claramente um jogador que há-de ter a categoria que gostamos de ver aos jogadores que envergam a camisola do Sporting Clube de Portugal.
Jonathan Silva teve a oportunidade e agarrou-a com ambos os pés e hoje apetece-me mais sublinhar isso do que destacar quem deu o testemunho exatamente oposto, no mesmo jogo e numa fase equivalente da carreira.
Foi daqueles que menos sentiram o peso do estádio ou a ausência do bónus de confiança que a respaldo de ter Nani em campo poderia ter oferecido. E o golo, sim, o terceiro da temporada, o golo deu-lhe o suplemento para revelar o que de melhor sabe fazer já hoje e para prometer que pode muito mais.
Este é para guardar.
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