Mais um que vai. Desta vez, Joelson Fernandes: 20 anos, desde 2014 no Sporting. Avançado promissor, tinha contrato até 2025. Com cláusula de rescisão de 60 milhões de euros. Sai de borla, para o campeonato turco.
Fez apenas quatro jogos na nossa equipa A.
A minha avaliação dos treinadores do SCP passa sempre também pela capacidade que revelam de aproveitar os talentos da nossa Academia.
Nem pode ser de outra maneira, pois somos um dos clubes mundiais que mais se caracterizam pela formação de excelência. Não podemos perder esta senha de identidade.
Ao quinto jogo de preparação nesta temporada - o primeiro à porta aberta e com transmissão televisiva - o Sporting empatou ontem com o Portimonense. Um amigável em que a equipa anfitriã mudou todos os jogadores ao intervalo enquanto Rúben Amorim fez questão de manter em campo o onze que escalou.
O resultado é o que menos importa: empatámos 2-2 no estádio da Bela Vista, em Lagoa. Depois de jogos-treino da nossa equipa principal com o Sporting B (vitória 8-3), o Casa Pia (vitória 2-1), o Belenenses SAD (vitória 1-0) e o Estoril (3-1).
Dos titulares indiscutíveis em 2020/2021, alinharam apenas três dos nossos: Adán na baliza, Gonçalo Inácio desta vez a fazer de Coates no eixo da defesa e Paulinho lá na frente, como avançado móvel.
Análise muito sumária do desempenho dos jogadores:
ADÁN. Exibiu a segurança habitual com um par de boas defesas. Mas atrapalhou-se num lance dentro da área, falhando duas vezes a intercepção da bola, aos 87'. O que permitiu o empate da turma algarvia.
EDUARDO QUARESMA. Central pela direita. Exibição desastrosa: começou nervoso e foi acentuando a intranquilidade com atrasos incompreensíveis e perdas de bolas em zona perigosa, sem capacidade de olhar em frente.
GONÇALO INÁCIO. Central do meio, substituindo Coates, ainda em gozo de férias após ter jogado a Copa América. Coroou uma exibição positiva com um golo de cabeça, o nosso primeiro, na sequência de um canto (28').
MATHEUS REIS. Actuou muito bem como central pela esquerda. Eficaz na cobertura do seu sector e no passe bem medido para os colegas da frente. Grande lance aos 45'+1: recupera a bola e acaba por enviá-la ao poste.
GONÇALO ESTEVES. A grande revelação deste jogo. Estreia absoluta com a camisola do Sporting perante os adeptos na TV. Este ala direito vindo do FCP, com apenas 17 anos, jogou e fez jogar. Tem técnica, genica, personalidade.
MATHEUS NUNES. Tentou fazer de Palhinha mas andou quase sempre por zonas mais avançadas do terreno. Articulando pouco com Daniel, seu parceiro no meio-campo. Tentou o golo de meia-distância, aos 76', mas rematou sem direcção.
DANIEL BRAGANÇA. Primeira parte muito apagada. Pecou por falta de intensidade: acusa défice de robustez física. Melhorou no segundo tempo: foi pegando na bola com bom domínio técnico. E marcou um bonito golo aos 85'.
ESGAIO. Regresso ao clube que o formou. Desta vez não actuou no corredor direito, mas no esquerdo. Dando a entender que Amorim pode apostar nele precisamente aí: um ala esquerdo de pé trocado. Falta-lhe rotina na posição.
TIAGO FERREIRA. Tinha uma missão quase impossível: fazer de Pedro Gonçalves como interior. Andou demasiado escondido, sem ter bola nem abrir linhas de passe. Aos 19 anos, está sob observação atenta do técnico.
JOELSON. O melhor do onze leonino, a par de Gonçalo Esteves. Fez a diferença nas bolas paradas: o nosso primeiro golo nasce de um livre marcado por ele, teleguiado para a cabeça do outro Gonçalo. Dinâmico, ousado, com drible.
PAULINHO. Passou ao lado do jogo excepto no lance do segundo golo, em que assiste Daniel. Pesado, preso de movimentos, quase não ganhou uma bola dividida. E andou demasiado longe da zona de decisão.
Notas finais:
- Matheus Reis com nota positiva na posição de central a jogar mais à esquerda. Com precisão no passe e sem receio de incursões ofensivas.
- Daniel Bragança e Matheus Nunes disputam o lugar que foi de João Mário. Ainda incerto. Mas confirma-se que não combinam quando lhes compete dividir tarefas no meio-campo.
- Gonçalo Esteves, que quis trocar o FC Porto por Alvalade, pode tornar-se numa das grandes revelações do Sporting 2021/2022.
- Paulinho ficou em branco não apenas no capítulo dos golos, mas dos remates à baliza. Nem um para amostra.
- Caso se confirme a aposta em Esgaio no corredor esquerdo, isto indicia que pode jogar em simultâneo com Porro, no corredor oposto. Nuno Mendes estará mesmo de saída?
Pedro Gonçalves: dois golos na estreia como artilheiro da selecção sub-21
Foi bom ver ontem o jogo Gilbraltar-Portugal, da selecção nacional sub-21. Para termos mais uma oportunidade de assistir ao desempenho de quatro dos nossos: Luís Maximiano, Pedro Gonçalves, Daniel Bragança e Joelson Fernandes.
Max, como era de esperar, teve muito pouco trabalho. Mas à frente os jovens Leões destacaram-se pela positiva - Daniel no centro do terreno e Joelson, que só entrou na segunda parte, encostado sobretudo à ala esquerda. O primeiro golo nasce de um passe longo do primeiro, que vai confirmando o seu talento em cada oportunidade que lhe dão, seja no Sporting seja com a camisola das quinas.
Mas o destaque vai para Pedro Gonçalves: estreia a marcar na selecção nacional. E logo bisando: são dele o segundo e o terceiro golo dos sub-21. O segundo (primeiro dele) é um golão que merece ser revisto. Conclusão: temos não apenas um tecnicista e criativo no nosso meio-campo ofensivo, mas também alguém que busca a baliza e revela faro de golo. Boa notícia para o Sporting.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre JOELSON:
- Francisco Chaveiro Reis: «O Sporting procura um extremo e um ponta-de-lança. Pelos nomes que por aí andam (Paulinho, Anthony ou Almada, por exemplo), os alvos são jovens talentosos, que se desenvolvam no clube e tragam retorno desportivo e financeiro. Não sou olheiro, mas, lembro-me de dois: Joelson Fernandes e Pedro Mendes.» (28 de Agosto)
- José Cruz: «Um Joelson é melhor que um Fernando.» (18 de Janeiro)
- Paulo Guilherme Figueiredo: «O orgulho sportinguista crescerá com a afirmação de talentos como Tiago Ferreira, Joelson ou Daniel Bragança.» (26 de Janeiro)
- Eu: «Com apenas 17 anos, é um dos nossos mais brilhantes jogadores do escalão júnior.» (2 de Julho)
- António de Almeida: «Quaresma e Joelson Fernandes têm potencial para serem jogadores de classe mundial, mas precisam evoluir, jogando regularmente.» (16 de Julho)
- José Navarro de Andrade: «Há alguma novidade no caso de Joelson? Um empresário mancomunado com o comprador que é quem lhe dá a comissão? Um tutor desejoso de rentabilizar rapidamente o activo? Um puto ansioso por envergar uma camisola grande e por actuar num grande palco? Tudo já visto e sofrido anteriormente.» (20 de Julho)
- Leonardo Ralha: «Único suplente a deixar alguma marca, não tem medo de assumir o jogo, mesmo sem parecer preparado para a alta roda, o que não deixa de ser compreensível em quem só na próxima temporada será um júnior de primeiro ano..» (21 de Julho)
- Eduardo Hilário: «Mais uma jovem promessa com qualidade para jogar no Clube. Espero que tenha o acompanhamento necessário para decidir o melhor para ele. Neste momento, devia renovar com o Sporting, assumir-se e o futuro iria sorrir. A pressa é inimiga da perfeição.» (5 de Agosto)
Sporting e Joelson chegam a acordo para a renovação do contrato do jovem talento formado em Alcochete. Com subida da cláusula de rescisão e actualização do salário do jogador.
Começou ontem a época em Alcochete com o regresso de férias dos jogadores sob contrato e os respectivos testes físicos, logo marcados por um episódio que não deveria ter acontecido, Vietto e Battaglia que foram passar férias a Espanha a testar positivo ao Covid19.
Começaram a chegar os reforços: Porro (20), Antunes (33), Feddal (31) e Pedro Gonçalves (22), seguem-se Adam (33) e mais um ou outro. Completamente dispensável aqueles calções rotos do Porro da apresentação, já temos a nossa dose de Alan Ruizes, não precisamos de mais.
Não fica bem à estrutura do futebol do Sporting num caso e noutro.
Este arranque fica marcado pelo aperto financeiro que o Sporting atravessa, muito agravado pela pandemia, com muitas contas para pagar no curto prazo, o que, conjuntamente com compromissos com jogadores e empresários, deve conduzir à venda de Acuña, Palhinha, talvez Joelson, para além de Matheus Pereira, e à libertação via venda ou empréstimo com opção de compra dos muitos excedentes existentes, frutos de apostas falhadas ou de estagnações.
Dos contratados por Hugo Viana, Amorim apontou a Ilori, Doumbia, Eduardo e Rosier a porta de saída.
Mas há mais, muito mais, para despachar, incluindo Bruno Gaspar e Diaby.
Rúben Amorim chegou, implementou com sucesso um novo modelo táctico e lançou meia dúzia de jovens de grande potencial. Mas entretanto Mathieu arrumou as botas, Acuña parece ter outros planos de carreira e Battaglia nunca mais se reencontrou depois da lesão grave que sofreu. Dos cinco craques que Sousa Cintra deixou no plantel (Nani, Bruno Fernandes, Acuña, Mathieu e Coates) pode restar apenas este último. E nenhum jogador com a classe desses cinco ou parecida entrou com Hugo Viana.
Pensando no tal plantel de 24 jogadores referido por Frederico Varandas, suportado por uma equipa B em sintonia táctica com a principal a preparar jogadores para poderem ser chamados a qualquer altura para a equipa A, que plantel vamos ter?
Qualquer coisa como:
Guarda-Redes:
1. Max (21anos, 1,90m de altura, oriundo da formação, valor de mercado TransferMark 3M€)
2. Adan (33, 1,90m, ex-Atl. Madrid, Real Madrid, etc, 0,8M€)
Lateral Direito:
3. Porro (20, 1,76m, ex-ManCity, 9M€)
4. Apresentaram-se Rosier (23), André Geraldes (29), Ristovski (28) e Bruno Gaspar (27). Todos se mostraram insuficientes para as necessidades do Sporting, péssimos a defender e inconsequentes a atacar. Escolher o menos mau ou contratar?
Defesa Central Direito:
5. Eduardo Quaresma (18, 1,85m, formação, svTM)
6. Fala-se em Lyanco (23, 1,86m, Torino, 6,5M€) ex-capitão dos sub-23 do Brasil
22. Sporar (26, 1,86m, ex-Slovan Bratislava, 3,2M€)
23. Tiago Tomás (18, 1,80m, formação, svTM)
24. Contratação?
A julgar pelas contratações, a ideia parece ser apostar a fundo nos jovens e ter uma rectaguarda de jogadores experientes, fiáveis e de bom balneário. A ideia é boa mas não chega de forma nenhuma para lutar pelo título e pode não chegar para o objectivo mínimo, que é o 3.º lugar. Faltam os jogadores de classe extra, falta quem faça a diferença, a começar pela posição 24, o "artilheiro".
Importa também perceber que equipa B vamos ter. Parece que é onde Joelson vai ficar, depois desta rábula com o Arsenal que impediu a assinatura do novo contrato e só serviu para o desfocar e se calhar desmotivar.
PS: Os valores de mercado apresentados foram actualizados ontem no site Transfermarkt já depois da recolha de dados que efectuei, pelo que já não correspondem aos actuais.
Apertemos então o cinto que o caso Joelson promete um Verão trepidante. Repetir uma conduta na crença de que o resultado seja diferente não abona muito a favor do realismo (para não usar expressão mais desagradável) de quem assim pensa. Há alguma novidade no caso de Joelson? Um empresário mancomunado com o comprador que é quem lhe dá a comissão? Um tutor desejoso de rentabilizar rapidamente o activo? Um puto ansioso por envergar uma camisola grande e por actuar num grande palco? Tudo já visto e sofrido anteriormente. No fim gritar-se-á com aquela espécie de indignação típica dos maridos enganados, lamentar-se-á a inconsciência do rapaz e persistirá essa mirífica crença de que o futuro está na formação. Mesmo que mais uma vez se prove que um futuro assim é sempre ontem. Mas se durante 3000 os antigos egípcios acreditaram que os crocodilos eram deuses porque não há-de haver quem acredite tanto nesta fantasia?
Ainda Joelson estava a jogar pelos sub-17 e já se escrevia nos jornais que havia clubes que o queriam. Sabemos como funciona o entorno destes jogadores. Foi o actual presidente que promoveu a renovação da geração de jogadores sub-17 que está agora a despontar na equipa principal. Joelson é um fora de série.
Quem vem acompanhando os jogos que fez nos escalões inferiores sabe-o. Era ver os jogos do miúdo. É normal que o queiram levar. Nenhum clube grande dessa Europa pode estar (e não está certamente) distraído.
O Sporting não perdeu uma mão-cheia de jogadores desta geração porque conseguiu um processo de renovação generalizado, ou teriam ido todos embora como foi o Félix Correia. Bruno Tavares, por exemplo, dizia-se que estava com pé e meio fora do Sporting e acabou por renovar. Se não jogarem, não se valorizam. Se jogam, levam-nos. A única coisa que o Sporting pode fazer, caso o jogador tenha de sair, é ser duro a negociar, salvaguardando o mais possível os seus interesses económicos.
Não acho que o Sporting tenha feito mal em pôr Joelson a jogar. Pelo contrário. Se não o fizesse, frustrava mais depressa ainda a expectativa do jogador e da família deste. A expectativa da família destes jogadores é começar a encaixar os milhões quanto antes e não depois.
Ao primeiro aceno com dinheiro e fama, não há nada a fazer. Quem manda não é o Joelson. Mandam o pai, o tutor, o feiticeiro, o empresário. Todos menos o Joelson decidem sobre o futuro do Joelson, que não é um jogador autodeterminado.
O Sporting fez bem. Pode é acabar apanhado num processo que não tem hipótese de controlar para beneficiar mais e durante mais tempo deste jogador. Como é que o Sporting poderia ter imposto uma cláusula de 80 milhões ou 100 milhões a um jogador de 15 ou 16 anos que já se sabia que era um fora de série e despertava cobiça tão cedo?
Se calhar era difícil. Estamos em Portugal e a ambição destes miúdos é dar o salto e conseguir fama, dinheiro, grandes carros. Se sair pela cláusula, não nos poderemos queixar. De Alcochete sairão outros grandes jogadores.
Daqui até ao início do próximo campeonato ainda há Jovane, Nuno Mendes, qualquer deles tem tantas hipóteses de ser alvo de cobiça de um clube estrangeiro e sair quanto Joelson.
Não acho nada improvável, mesmo.
Texto do leitor João Gil, publicado originalmente aqui.
Pelo que vou lendo nas notícias da imprensa especializada, Joelson Fernandes corre o risco de deixar o Sporting sem ter feito sequer meia parte de um jogo na primeira divisão do futebol. Tem contabilizados 37 minutos na Liga 2019/2020 e já chegam a Alvalade apelos cobiçosos ao "rapto" do jogador, que conta apenas 17 anos e quatro meses.
Destaca-se nesta corrida o Arsenal, que andou a jogar às escondidas com o Sporting nos casos de Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes, acabando por ser fintado pelo Manchester United. Ao que parece, o clube londrino não quer agora ficar para trás na corrida ao passe de Joelson, avaliado em 45 milhões de euros (quantia fixada por contrato de Março de 2019). E contará, para o efeito, com o apoio expresso do empresário Kia Joorabchian, e do próprio pai do miúdo, que funciona como tutor de Joelson por este ser menor, mas em articulação directa com o referido indivíduo.
É uma história velha como o mundo, esta dos pais que contam facturar com o talento e o suor dos filhos. O Sporting está doutorado nesta matéria, como sabemos.
Até por isso, não consigo compreender como se incorporam na equipa principal miúdos da formação sem as devidas salvaguardas contratuais para o Clube. Os precedentes nos casos Eric Dier, Bruma e Ilori - lançados na equipa principal durante a malfadada época 2012/2013 - deviam funcionar como alerta permanente em Alvalade para que nada disto se repita.
Afinal o erro volta a ser cometido. Joelson entra no "clube dos grandes" sem ter dado aval, através do pai-tutor, à renovação do contrato. Que inicialmente lhe fixava uma cláusula de 100 milhões de euros, tendo baixado para 80 milhões. O pré-acordo não foi honrado e nem sequer a hipótese alternativa de 60 milhões parece de momento em equação. O que nos pode privar de um inegável talento da Academia de Alcochete que mal chegou a dar contributo desportivo ao clube que o formou.
Espero, sinceramente, que os meus receios não se confirmem e que o desfecho desta história seja o melhor. Mas os maus exemplos do passado fizeram-me muito desconfiado em tudo quanto se relaciona com Joelson. Porque eu já vi este filme. E sei que nunca acaba bem para o Sporting.
Da vitória desta noite, em casa, contra o Gil Vicente. Derrotámos por 2-1 a equipa que tinha vencido o FCP na primeira jornada da Liga 2019/2020 e que nos dobrou (1-3) na primeira volta, em Barcelos. Desta vez com domínio total do jogo: foi, oficialmente, o nosso triunfo n.º 1500 no primeiro escalão do campeonato nacional de futebol. O resultado - que por este motivo será sempre lembrado no futuro - começou a ser construído aos 21', com golo de Wendel. Plata ampliou a vantagem aos 49'. A equipa minhota reduziu aos 90', marcando de penálti.
De Plata. Destacou-se nesta partida, em que teve o melhor desempenho desde a chegada do novo técnico. É dele a assistência para o primeiro golo, com um cruzamento atrasado para a grande área, e é ele quem consegue os três pontos ao apontar o segundo, aproveitando muito bem um atraso disparatado de um defesa adversário, batendo em velocidade os seus opositores. Podia ter marcado outro, aos 85', na sequência de um excelente centro de Nuno Mendes. O melhor em campo.
De Wendel. Foi ele a pautar o jogo leonino, liderando as transições ofensivas, bem entrosado com Matheus Nunes. Precisão de passe, argúcia na leitura de jogo e capacidade de variação de flanco, baralhando marcações e dando criatividade ao processo ofensivo. Parece estar um pouco em toda a extensão do terreno, como se verificou no golo inicial, quando ganhou o ressalto, após falhanço de Sporar, e rematou com êxito. Fez um excelente passe em velocidade isolando Plata, num lance que o jovem equatoriano desperdiçou.
De Nuno Mendes. Vem subindo de rendimento jogo após jogo, tornando-se cada vez mais influente. A jogada do primeiro golo tem início num excelente lançamento lateral, das mãos dele. Actuando sobretudo como médio-ala no corredor esquerdo, neste sistema implantado por Rúben Amorim, destacou-se em duas iniciativas ofensivas aos 6' e aos 85'. Transpira confiança e boa condição física, parecendo bem articulado com Borja, que lhe assegura as dobras no seu flanco.
De Coates. O capitão da equipa não é apenas o patrão da defesa: aos 29 anos, é o mais veterano do onze titular, que hoje apresentava uma idade média de 22,6 anos. Domina todos os momentos de jogo no reduto mais recuado, ganhando lances aéreos e nunca desperdiçando uma oportunidade de ajudar a equipa no plano ofensivo, nomeadamente durante as marcações de cantos. Cortes muito oportunos aos 19', 63' e 68'.
De Ristovski. Foi titular pelo segundo jogo consecutivo e confirmou que tem vontade e energia para agarrar o lugar, que neste modelo 3-4-3 estimula o seu pendor ofensivo. Características bem patentes na jogada rápida que desenvolveu na construção do primeiro golo, recebendo a bola de Sporar e colocando-a nos pés de Plata, numa demonstração clara de bom futebol de ataque. Dois cruzamentos, aos 61' e aos 83', mereciam ter sido mais bem aproveitados.
De Max. Exibição segura e consistente. Fez duas grandes defesas: aos 35', quando revelou óptimos reflexos ao travar um tiro de Barayé disparado já dentro da área; e aos 64', quando evitou que o Gil Vicente marcasse de livre directo.
De mais duas estreias na equipa principal. Aos 81', Amorim mandou sair Matheus Nunes e lançou Tiago Tomás, que na época passada marcou 28 golos pela equipa sub-17 e este ano apontou três na Liga Revelação. Tem 18 anos e promete tornar-se um avançado de referência no Sporting. Aos 90'+1 entrou Joelson: com apenas 17 anos, é um dos nossos mais brilhantes jogadores do escalão júnior. Substituiu Sporar, ainda a tempo de marcar um livre directo. Nem um nem outro esquecerão este dia de estreia. Que foi também o dia do 114.º aniversário do Sporting.
Da contínua aposta na formação. Rúben Amorim fez alinhar quatro jogadores oriundos da Academia leonina no onze inicial (Luís Maximiano, Eduardo Quaresma, Nuno Mendes e Rafael Camacho), mais três sub-23 que têm completado a formação em Alvalade (Matheus Nunes, Wendel e Plata). Com Tomás e Joelson, já são cinco os jogadores que o actual treinador leonino estreou nos últimos desafios. Sem inibições nem complexos de qualquer espécie.
Da homenagem a grandes Leões em dia de aniversário. Excelente, a ideia de imprimir nas camisolas dos jogadores os nomes de craques históricos do futebol do Sporting. Max, por exemplo, apareceu como Damas. E os nossos golos foram marcados por Jesus Correia (Wendel) e Balakov (Plata). Tiago Tomás tinha o nome de Cristiano Ronaldo estampado na camisola e Joelson estreou-se em homenagem explícita a Yazalde - era o nome que trazia escrito nas costas.
De somarmos quatro jogos seguidos a ganhar, pela primeira vez na temporada em curso. Além disso levamos uns inéditos (nesta época) seis jogos consecutivos sem perder. Indício evidente de que continuamos no bom caminho, por mais que isso faça perder as estribeiras a alguns - ao presidente do Braga, por exemplo, que ontem tentou visar o Sporting num patético comunicado em que anunciava o despedimento do treinador Custódio, sucessor de Rúben Amorim, ao fim de apenas seis jogos.
De consolidarmos o terceiro posto. Temos agora cinco pontos de avanço em relação ao Braga, novamente derrotado (perdeu 2-3 com o Rio Ave), e encurtámos a distância face ao Benfica, que nesta ronda soçobrou perante o Marítimo (0-2). O segundo lugar está agora a nove pontos. É difícil alcançá-lo, mas não impossível. Algo impensável há um mês.
Da "estrelinha" do treinador. Rúben Amorim, técnico com fama de sortudo, soma agora quinze jogos sem perder no campeonato. Só é pena que nove desses quinze tenham sido ao serviço do Braga. No Sporting, regista cinco vitórias (Aves, Paços de Ferreira, Tondela, Belenenses SAD e Gil Vicente) e um empate (em Guimarães).
Não gostei
De ver a equipa tão desfalcada. Já não nos bastava termos perdido Bruno Fernandes (que brilha em Manchester, onde acaba de marcar pela primeira vez dois golos ao serviço do United) e Mathieu (recém-retirado do futebol). Vietto e Luiz Phellype continuam afastados por lesões. Francisco Geraldes magoou-se no último treino antes deste jogo. Acuña (já recuperado) e Jovane ficaram de fora, por opção técnica. Por um ou outro motivo, não pudemos contar com pelo menos quatro jogadores considerados imprescindíveis no onze titular do início da época.
Do excesso de golos falhados. Em pelo menos três ocasiões, desperdiçámos oportunidades soberanas de sentenciar o jogo, que manteve o desfecho incerto até final. Sporar falhou um golo cantado na sequência de um canto, aos 14'. Plata decidiu mal aos 45', quando tinha apenas o guarda-redes pela frente. Aos 47', também isolado, Wendel rematou com força mas à figura do guardião gilista.
De Camacho. Amorim optou por trazê-lo de volta aos titulares, mas o jovem que já actuou no Liverpool não foi feliz neste regresso ao onze. Trapalhão, desligado dos colegas, pareceu sempre desconfortável na ala esquerda, onde o técnico o colocou de início. Anda a faltar-lhe acerto e consistência. E nem o facto de ter jogado com o nome de Figo nas costas (último n.º 7 que obteve sucesso no Sporting) pareceu inspirá-lo. Quando saiu, aos 69', já parecia ter ido tarde.
De Idrissa Doumbia. Substituiu Camacho e nos minutos iniciais até parecia embalado para uma boa exibição, reforçando o meio-campo para compensar um Wendel já muito desgastado. Mas teve uma péssima intervenção quase ao cair do pano, ao cometer um penálti absolutamente desnecessário, quando a bola já se encaminhava para fora da área e o Gil Vicente continuava sem causar real perigo à nossa organização defensiva. Deste modo não apenas permitiu que a equipa minhota marcasse como deu oportunidade a que o autor do golo fosse um tal Rúben Ribeiro, que anda há dois anos em litígio aberto com o Sporting e teve a sorte de regressar a Alvalade com as bancadas sem público. Se alguém merece uma vaia monumental dos sportinguistas é este indivíduo que faz da ingratidão um lema.
Na vitória por 5-1 dos sub-19 contra o Belenenses ontem, o Sporting teve um toque de génio. O de Tiago Ferreira. Fez 2 golos (já leva 15 nesta fase), 1 assistência, e ainda sofreu um pénalti. O 3-1 é um hino ao futebol. Para quem tem Sporting TV, vale a pena fazer "rewind" até ontem às 16h.
Aqui o único vídeo que encontrei de TF, uma vitória de 3-1 contra o eterno rival, nos juvenis.
Longe de ser um talento isolado, Tiago já tem 3 jovens do seu escalão a jogar nos sub-23 e a serem chamados com regularidade à equipa principal (Eduardo Quaresma, Nuno Mendes e Joelson). O altamente prometedor goleador Tiago Tomás também já está nos sub-23.
E a equipa de sub-19 é um poço de talento: os que mais me têm impressionado são Samuel Lobato (fantástica assistência ontem, à Ricardo Quaresma) e João Daniel.
Nesta época, um novo talento da formação fixou-se na baliza de Damas: Max. Pedro Mendes, finalmente, está na equipa principal. Mateus Nunes e Rodrigo Fernandes estão a subir. Tudo bons sinais.
Acredito que a formação do Sporting continua a produzir os maiores talentos nacionais. Poderá demorar mais algum tempo, mas a base da equipa principal voltará a ser da formação, como todos os sportinguistas desejam. Talvez não seja tão rápido como gostaríamos, mas vai acontecer. Até porque, tal como as coisas vão correndo, vai faltar dinheiro para contratações nas próximas épocas.
Com esta época practicamente perdida, que se dê mais minutos aos nossos jovens. E, à semelhança de Max, se aposte verdadeiramente no talento que vai subindo. Recorrendo-se menos a contratações altamente duvidosas, quando não disparatadas (Fernando, Jesé, etc etc).
Haja confiança na Academia, haja critério no lançamento destes jovens. O futebol agradece. E o orgulho sportinguista crescerá com a afirmação de talentos como Tiago Ferreira, Joelson ou Daniel Bragança.
O Sporting procura um extremo e um ponta-de-lança. Pelos nomes que por aí andam (Paulinho, Anthony ou Almada, por exemplo), os alvos são jovens talentosos, que se desenvolvam no clube e tragam retorno desportivo e financeiro. Não sou olheiro, mas, lembro-me de dois: Joelson Fernandes e Pedro Mendes. Na primeira posição, consigo ainda lembrar-me de Gonzalo Plata ou Rafael Camacho.
Em jogo a contar para a 11ª jornada da 2ª fase do Campeonato Nacional de Iniciados, na Academia de Alcochete, o Sporting bateu o Benfica por 5-0 (3-0 ao intervalo).
Os golos foram marcados por Lucas Dias e Tristan Hammond (já anteriormente aqui referenciados), André Gonçalves. Adriano Almeida e um autogolo de um jogador benfiquista (Joelson, na foto, hoje não fez abanar as redes, mas jogou que se fartou).
Parabéns aos nossos jogadores e ao seu treinador Pedro Coelho.
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