Não tenho a memória prodigiosa de um Rui Tovar ou de um Fernando Correia para conseguir lembrar com pormenor e exactidão um resultado, os marcadores ou o recorte técnico do golo marcado de um jogo do Sporting ocorrido há 5 ou mais anos. Afinal de contas, são quase 50 jogos por ano a seguir o nosso clube, fora outras partidas com interesse.
No entanto, há jogos de que nos recordamos perfeitamente, como se tivessem acontecido ontem, ainda que já levem alguns aninhos. O que é que faz, pois, com que um jogo específico de há 5 anos perdure na memória do adepto e uma partida da época passada não?
Basta ler alguns testemunhos nesta rubrica para encontrar a resposta: a espectacularidade do golo.
Podemos já não recordar o jogo e as suas incidências na totalidade, mas o golo, esse, continua bem vivo dentro de nós.
Hoje quero partilhar convosco um golo extraordinário que vi marcar com a camisola verde e branca, golo que ainda por cima valeu um troféu.
Falo da bomba de Marat Izmailov que fuzilou as redes de Helton na final da supertaça relativa à época 2006/2007, jogada em Leiria contra o Porto.
Do jogo propriamente dito recordo-me que foi uma típica partida de início de época. Muita transpiração, pouca inspiração.
O jogo valeu pelo golo de Izmailov, que seguramente justificou o preço pago por cada adepto que se deslocou a Leiria.
Atrevo-me a dizer que no futuro museu do Sporting, numa ala multimédia qualquer, o vídeo deste golo fará, obrigatoriamente, parte do elenco de golos históricos marcados pelo Sporting a passarem pelos ecrãs.
Venho aqui dar a mão à palmatória e admitir que estava errado no único gesto correcto da gestão Godinho Lopes ao enviar Izmailov para o Norte. O resultado está à vista. Pode ainda vir a correr bem e o russo voltar a ser o que foi no nosso clube, no entanto, já levam um ano de barrete.
Pinto da Costa mandou e Antero Henrique comprou o «número 10» do Sporting provocando «enorme abalo em Lisboa». Lembram-se? A infabilidade da gestão do Porto mede-se melhor quando tentam provocar danos emocionais nos clubes adversários. Os «russos do Benfica» são um bom exemplo. Liedson também e o que dizer do Izmailov? Sim, o que dizer deste profissional que estava subaproveitado no Sporting? Um génio criativo bloqueado emocionalmente por jogar no Sporting. Já lá vão 3 jornadas do campeonato e Izmailov continua lesionado. Zero jogos, zero minutos, zero golos, zero passes. A gestão exemplar do Porto é também isto, certo?
E se Izmailov começar a jogar sem restrições no físicas no Porto? E se Izmailov deixar de ter lesões no Porto? E se Izmailov conseguir jogar 90 minutos seguidos no Porto? E se Izmailov conseguir fazer dois jogos seguidos no Porto?
Porque existiram cenas de grotesca pancadaria entre membros da Juve Leo depois do jogo SCP-Beira Mar?
As "compras" e os "negócios" de quem se habituou a ganhar fraudulentamente correm sempre mal, o que torto começa, tarde ou nunca se endireita! Nem com todas as agências de comunicação do mundo e a pagar ordenados a peso de ouro a amigos...
Porque é que a actual mono-direcção do Engenheiro Godinho não teve mão no novo jogador do FCP que marcou o segundo golo no último encontro desta colectividade desportiva da cidade invicta?
Assim "premeiam-se" as birras dentro do balneário e mostra-se o verdadeiro código de moral e conduta, o do mercenário!
Alguém sabe explicar porque é que o SCP não se constituiu como assistente do processo das sete acusações ao homem-de-mão-amparo-de-segurança do Engenheiro Godinho, Paulo Pereira Cristóvão?
A espionagem a soldo e a incriminação a pedido envergonham demasiado ou manda quem tem mais "sujidade escondida" no "cofre"?
Por acaso alguém sabe porque foi vendido João Pereira antes de um grande evento-montra por uma verdadeira bagatela?
Pelo que dizem ser o valor oferecido ao SCP pelos 30 ou 35% de Insúa... então o lateral direito titular da seleção nacional, agora titularíssimo do Valência, não foi vendido, foi "dado"!
Bastou jogar 20 minutos com a camisola do FC Porto, no segundo jogo ao serviço do seu novo clube, para Izmailov demonstrar a inépcia do departamento médico do Sporting, que havia avalizado - meses a fio - a sua suposta incapacidade para alinhar de verde e branco. Não foi certamente por ter mudado um i para y na aliteração do seu nome a partir dos caracteres cirílicos ou por ter cruzado o rio Douro que este futebolista se reinventou como obreiro de vitórias em campo. Como aqui escrevi há escassos oito dias, "veremos se o facto de jogar agora de azul e branco o fez recuperar a saúde".
Já vimos. E ficámos esclarecidos.
Ao marcar hoje o segundo golo da vitória dos portistas frente ao Paços de Ferreira, o russo transferido directamente de Alvalade para as Antas ridicularizou também os responsáveis técnicos que não tinham conseguido pô-lo a render nos últimos meses. E sobretudo deixou claro que o seu comportamento antidesportivo não merecia de modo nenhum ter sido premiado com uma transferência directa para um dos nossos maiores rivais. Se não servia para o Sporting, não deveria servir para nenhum outro clube português - e muito menos o FCP, nas últimas duas décadas um adversário muito mais poderoso do que o Benfica. E a direcção devia tê-lo posto a treinar sozinho em Alvalade ou Alcochete até que lhe passasse de vez a vontade de manter uma espécie de greve de zelo num clube que tão generosamente o acolheu e tão generosamente lhe pagava.
A transferência do jogador russo - e todo o processo que a antecedeu, caracterizado pela mais gritante falta de pulso da estrutura directiva leonina para lidar com um clamoroso caso de indisciplina travestido de incapacidade física - constitui um incentivo a futuras birras de outros jogadores com súbita vontade de mudar de ares.
Oxalá o tempo não venha a dar-me razão a curto prazo.
Estas foram as palavras de Eduardo Barroso que o russo hoje confirmou nas Antas. O que muitos suspeitavam confirmou-se: o russo não era mais do que um "mercenário da bola" com "doi-doi" estratégico mas permanente. No fundo, um péssimo profissional a quem o Sporting pagava principescamente para não jogar. Ainda bem que partiu. No Sporting não queremos jogadores deste calibre, "doentes imaginários", que só jogam quando lhes apetece. E, já agora, é bom os andrades não esquecerem, que quem trai assim uma vez, trai sempre. O FC Porto fica avisado.
Como, por exemplo, o Izmailov estar inapto para jogar pelo Sporting e três dias depois estar apto para jogar um SLB-FCP. Sinceramente, já nem quero saber o que se passou. Prefiro reconhecer que Jesualdo está a saber dar a volta à situação, página a página, como gosta de dizer, e ver ainda que há jogadores que finalmente ganharam outro ânimo e parecem querer dar tudo pelo Sporting: Labyad, Adrien e Jeffrén, só para citar três casos muito concretos. Outros se seguirão, espero. Vamos a isto.
Izmailov, transferido directamente do Sporting para o FC Porto por acordo entre Godinho Lopes e Pinto da Costa, foi considerado apto nos testes médicos feitos no Dragão e deverá alinhar contra o Benfica. No Sporting não jogava, alegando problemas físicos que não foram contestados pelo departamento médico de Alvalade. Era geralmente considerado o melhor futebolista verde e branco - quando alinhava, o que sucedia cada vez mais raramente. Veremos se o facto de jogar agora de azul e branco o fez recuperar a saúde.
Se isso acontecer, e se a sua prestação em campo equivaler à que noutros tempos nos habituou no Sporting, terão de ser exigidas responsabilidades ao corpo clínico do nosso clube e à direcção, que não pode consentir birras de jogadores, sejam eles quem forem. Se a moda pega, daqui para a frente haverá outros que, tendo perdido a vontade de jogar no Sporting, ensaiam greves de zelo e acabam recompensados com uma transferência para um dos nossos rivais directos em vez se serem obrigados a treinar sozinhos até lhes passar o amuo, indigno de verdadeiros profissionais.