Da vitória contra o Boavista, mesmo tangencial (3-2). Após quatro derrotas consecutivas, duas das quais para o campeonato, João Pereira conseguiu enfim os seus primeiros pontos na Liga 2024/2025. Triunfo arrancado a ferros, em casa, contra o antepenúltimo. Que, afogado em dívidas, está há dois anos proibido de fazer novas contratações. Equipa débil, que mesmo assim conseguiu marcar-nos dois golos nos dois únicos remates enquadrados de que dispôs.
De Trincão. De longe o melhor em campo. Grande obreiro destes três pontos tão penosamente alcançados. Bisou a passe de Maxi Araújo (minuto 49) e de Gyökeres (minuto 66). Rematando de primeira para fora do alcance do guarda-redes, no primeiro; protagonizando brilhante rotação que deixou a baliza à mercê do seu pé esquerdo, no segundo. Soma agora seis golos e dez assistências na temporada. Mereceu todos os aplausos que escutou.
De Gyökeres. Está ainda longe da excelente forma a que nos habituou, mas um mês depois voltou a marcar um golo em lance corrido (aproveitando brinde do defesa boavisteiro Pedro Gomes, que fez a formação em Alcochete) e fez precioso passe para o remate de Trincão que nos valeu os três pontos. Num jogo em que desperdiçou três oportunidades flagrantes de a meter lá dentro - aos 9', 15' e 31'.
De João Simões. Nesta sua segunda partida como titular, consolida-se a impressão de que é mesmo reforço para o depauperado meio-campo leonino. Com apenas 17 anos, revela maturidade precoce, bom sentido posicional e inegável cultura táctica. Melhor do que o emprestado Dário Essugo na mesma posição.
Da arbitragem. Bom desempenho de Fábio Veríssimo, bem auxiliado pelo vídeo-árbitro Bruno Esteves.
De continuar a ver o Sporting no comando. Estamos com 36 pontos à 14.ª jornada. Agora com mais quatro pontos do que o Benfica e mais cinco do que o FC Porto.
Não gostei
Do nosso descalabro defensivo. Bastou ao Boavista subir duas vezes à nossa área para a meter lá dentro, aos 43' e aos 58'. Com responsabilidades individuais (que começam em Matheus Reis no primeiro golo e Geny no segundo) em ambos os casos, mas também devido à inoperância do nosso sector mais recuado, incapaz de se manter alinhado e de segurar as situações de vantagem até Trincão fixar o 3-2 final. O facto de actuarmos com um inédito trio de centrais (Quaresma, Debast, Matheus) terá contribuído para isto. Por que motivo Diomande ficou no banco e só entrou aos 72'? Mistério. Talvez nem o próprio João Pereira saiba.
Dos dois golos sofridos em casa. Há mais de nove meses que não nos acontecia em desafios da Liga. Desde o campeonato anterior, a 3 de Março, contra o Farense. E desde 2006 não víamos o Boavista bisar contra nós num jogo.
De Israel. Dilema grave: nenhum dos nossos dois guarda-redes principais é recomendável. Vladan foi incapaz até hoje de fazer uma exibição digna de elogio. O jovem internacional uruguaio tem sérios problemas técnicos e anímicos. Inacreditável, como deixa escapar a bola entre os braços a um remate que Bruno, do Boavista, lhe fez à figura. Será o momento de chamar Callai para finalmente mostrar o que vale no primeiro escalão?
De St. Juste. Voltámos a não contar com ele. Uma "síndrome gripal" levou à sua remoção do onze titular: nem no banco se sentou. Está mais que visto: é jogador que passa muito mais tempo fora do que dentro. Candidato inevitável a transferência, talvez já no mercado de Inverno. Não deixará saudades.
Do quarto de hora final. Pressão constante do Boavista, com o Sporting encostado às cordas e os nossos jogadores a aliviarem a bola de qualquer maneira, como podiam, à maneira das equipas do fundo da tabela. Neste período até parecia que a turma axadrezada era a grande e o Sporting era a pequenina.
Da equipa técnica. A mesma inoperância, a mesma incapacidade de reacção, a mesma deficiente leitura de jogo, a mesma ausência de ousadia, a mesma incompreensível gestão do esforço dos futebolistas. João Pereira queixa-se de jogar a cada três dias, mas voltou a não esgotar as substituições pelo segundo desafio consecutivo.
Do progressivo desinteresse dos adeptos. À 14.ª jornada, registámos o mais baixo número de assistentes no José Alvalade em jogos da Liga da presente temporada: cerca de 34 mil. Quem pode admirar-se?
Vencemos enfim, mas sem convencer ninguém. Em apenas três jornadas da Liga com João Pereira, o Sporting sofreu cinco golos. Tantos como tinha sofrido com Ruben Amorim nas primeiras onze rondas. Um desastre defensivo.
Hoje, em Alvalade, encaixámos mais dois. Agora do fraquíssimo (e falido) Boavista - que em 15 jogos, nesta temporada, ainda só registou um par de vitórias.
Nesta partida estivemos duas vezes em vantagem, aos 23' e aos 49', mas escancarámos literalmente a baliza nas primeiras oportunidades da turma adversária, aos 43' e aos 58'.
Tremideira geral do onze leonino. Insegurança gritante dos nossos defensores, começando por Franco Israel, protagonista pelo pior motivo: monumental frango no segundo sofrido.
Vendo o jogo, desenrolado perante a mais fraca casa da temporada, ia pensando que já não nos bastava a ausência gritante de uma equipa técnica digna dessa nome: parece que andamos a ficar também sem guarda-redes.
Graças a Gyökeres e Trincão, este a bisar aos 66', conseguimos um triunfo tangencial (3-2), em casa, frente ao 15.° classificado. Mas certamente os adeptos não ficaram mais tranquilos depois disto.
- Ó chefe, aqui o Israel fez uma defesa fulcral mesmo no começo do jogo e uma defesa incrível num lance que a malta está a dizer que é offside, mas que a malta não sabe porque, como não houve golo, também não houve VAR. Nota 5, certo?
Nota 3.
- Ó chefe, mas o tipo não tem culpa de o adversário ter atacado pouco e o de os colegas terem matado muitos lances. Esteve sempre impecável, a jogar com os pés e tudo. Até o maluco do Trincão lhe deu o prémio. Não viu? Não devia ser nota 5?
Nota 3, já disse.
- Ó chefe então e da lista dos guarda-redes que a gente gosta e levam uns franguinhos?
- Nota 3, claro, Os franguinhos fazem parte da vida de um GR, mas só daqueles que a gente gosta.
Realmente é bem estranho ver na mesma semana diferentes equipas do Sporting a alinhar de camisola cor de rosa (ou no caso magenta ?) associada ao género feminino e consequentemente a uma das mais terríveis doenças associadas ao género.
Para mim foi assim duas vezes a cores e ao vivo em Alvalade e duas vezes pela TV. O Sporting acabou por ganhar 3 dos 4 jogos, o único que perdeu foi com o Benfica em futebol feminino no jogo de despedida da Mariana Cabral a quem tenho de agradecer todo o esforço e dedicação que demonstrou nos oito anos que passou como treinadora pelo Sporting e as taças que deixou no museu, e as vitórias nos dérbis. Poucas ou muitas, não interessa. O resto é o resto, e tem mais a ver com o futuro do que com o passado, fica aqui a reparação mais que devida.
Mas voltando à camisola e a julgar pelo que vi nas redondezas do estádio, foi uma campanha a que muitos aderiram e que fez todo o sentido. Se surgirem outras para causas assim tão nobres terão todo o meu apoio também.
Quanto ao jogo em si, se calhar foi o mais traiçoeiro de todos os desta época. Um adversário em 6-4-0, todos atrás da linha da bola, extremos transformados em defesas laterais e defesas laterais em centrais, muito difícil criar espaço no meio de tantas pernas. E logo um susto a abrir o jogo por fífia de Quaresma bem salvo por Israel.
Também o lado esquerdo não ajudou, Maxi muito metido para o meio, encostando Harder a Gyokeres e facilitando ainda mais a vida ao Casa Pia. Valeu o lado direito com Catamo e Trincão sempre tentando entrar embalados da linha para o meio, com cruzamentos perigosos de pé trocado, e incursões em drible que podiam dar penáltis ou cruzamentos atrasados como o que deu o golo. Mas o golo foi quase a única oportunidade clara que o Sporting teve no primeiro tempo.
O Rúben viu bem o problema ao intervalo. Saiu Harder, Morita foi fazer de Pote, muito mais difícil de marcar, e com isso complicou muito a vida do adversário. As oportunidades começaram a surgir. Morita primeiro, Trincão a seguir, falta clara sobre Gyokeres depois e golo de penálti. No entretanto, Inácio e Quaresma tinham chegado ao fim, e o trio defensivo com Fresneda-Debast-Esgaio assustava qualquer um. Mas nada de pior aconteceu, a equipa manteve-se sempre competente e o adversário de tanto defender com tantos nunca conseguiu atacar em condições.
Assim conquistámos a oitava vitória sucessiva no arranque da Liga. A última vez que isso tinha acontecido foi em 90/91 com Marinho Peres como treinador e depois foi o que se viu na altura e que não se quer repetir. Isto não é como começa, é como acaba, e o que importa agora é recuperar os lesionados no período das selecções de forma a enfrentar um novo ciclo de jogos muito exigente, e todos vão ser poucos para o efeito.
Melhor em campo? Israel, Debast, Bragança, Trincão, um qualquer deles.
Arbitragem? Deixou jogar, coerente no critério, nada a dizer.
E agora? Descansar, recuperar, descansar, recuperar. A lição está bem estudada.
PS: Em Arouca Chico Lamba, agora em Alvalade João Goulart e Nuno Moreira, é sempre bom ver alguns jogadores que passaram pela nossa equipa B singrarem profissionalmente. Um ou outro ainda se destacarão e terão transferências que beneficiarão o Sporting através das cláusulas e dos direitos de formação. Mas independentemente disso é sinal que houve trabalho bem feito em Alcochete.
O título deste post começou por ser "Franco!", depois "Israel!", mas por razões que só a mim dizem respeito e que alguns compreenderão, passou a ter o nome do nosso guarda-redes.
Eu sei que o homem do jogo foi o Viktor, que marcou o seu primeiro golo na Champions e a importância que esse golo teve para desbloquear um jogo que estava morno, complicado, "ranzinza", apesar de minimamente controlado; Que o tridente atacante esteve mais uma vez excelente; Que a defesa, apesar da contrariedade da lesão do Gonçalo, esteve quase irrepreensível, o Ousmane esteve imperial até (houve uma fífia quase no final que justifica o post e o seu título) e que a rapaziada do meio chegou para as encomendas, mas quero destacar o rapaz que veste o jersey com o número um que lá para os oitenta e sete minutos apenas foi chamado a trabalhar e num minuto fez três defesas, evitando em todas e em cada uma um golo feito.
Quer-me parecer que o número um ganhou o posto, sem querer estar aqui a colocar-me no lugar do Ruben, que estará mais bem apetrechado que eu para decidir quando o Vladan regressar da lesão que o retirou da competição, mas neste posto em concreto, quando a valia é semelhante, por norma quem tem o azar de sair por lesão, perde a titularidade quando já está à disposição do treinador.
Para mim ambos são muito bons, mas confesso que sou mais admirador do Franco (deste Franco!).
Uma nota para o Zeno: Golaço! O seu primeiro como sénior e logo na Liga dos Campeões. E além do golo do meio da rua, esteve irrepreensível do lado direito do trio defensivo. Ultrapassado o debacle da Supertaça, parece que temos homem.
Outra nota para o azar dos defesas. Vladan na baliza, Eduardo, Jeremiah e agora Gonçalo, mais à frente. Temos que ir à bruxa.
Para finalizar, uma exibição competente numa velocidade condicionada pelo nervoso miudinho até ao golo inaugural, aparentemente lenta, mas que justificou o banho e que, mais importante, valeu três pontos.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre ISRAEL:
- Eu: «Havia muitas dúvidas sobre o seu estatuto como titular da baliza leonina. Que terão ficado desfeitas, em definitivo, quando voou entre os postes para impedir aquele que seria um golo monumental de Di María. Falta-lhe agora, sobretudo, melhorar a reposição de bola com os pés, mas é indiscutível: o sucessor legítimo de Adán está encontrado.» (7 de Abril)
- Edmundo Gonçalves: «Como estaríamos se Franco Israel não tem feito uma defesa do outro mundo naquele remate do argentino e o Benfica tivesse ganho o jogo?» (7 de Abril)
- Luís Lisboa: «Todos muito bem, excepto o Israel, com mais um falhanço embaraçoso a sair dos postes naquele lance que podia ter dado penálti.» (22 de Abril)
- Pedro Boucherie Mendes: «Os outros, como Matheus Reis, Israel, Esgaio, Geny, St. Juste. Em muitas fases da época, o Sporting foi uma equipa com 15 ou 16 titulares.» (6 de Maio)
«Israel é excelente entre os postes, mas tem muito que evoluir nas saídas da baliza. Se queremos apostar nele assim, confiando que vai melhorar (no fundo, como aconteceu com Rui Patrício) ou contratar um guarda-redes mais maduro para ser titular será algo a discutir e para quem de direito decidir. A seu tempo.»
Estrelinha de campeão. Não existem campeões sem ela, e o Sporting contou com ela ontem à noite em Alvalade para vencer o dérbi já nos descontos, num jogo muito equilibrado que podia ter caído (pela sorte do jogo ou empurrado pelo maior árbitro do planeta) para qualquer dos lados. E com ela não contou naquele outro dérbi em que Bryan Ruiz falhou um golo de baliza aberta a 1m da linha de golo como Bragança falhou ontem um nos minutos finais da partida. O que seria se o Benfica marcasse logo depois? Escapou de boa.
O Sporting iniciou o jogo com o onze que eu tinha previsto e Pedro Gonçalves logo mostrou a sua classe oferecendo o golo a Catamo com um ressalto pelo meio. Podia ter partido daí para uma exibição convincente, mas deixou que o Benfica reagisse com base na pressão alta e na intensidade ofensiva de Di María e dos dois nórdicos. Não era o dia de Morita: o Benfica fazia do meio-campo a zona de aceleração para o ataque à defesa do Sporting, os cantos e livres sucediam-se. Mesmo em cima do intervalo, dum livre de excelência do Di María, surgiu a cabeçada nas costas do último homem da linha defensiva e foi empate. Entretanto o Sporting tinha desperdiçado ingloriamente dois livres frontais de alto perigo, nem sequer acertando na baliza.
Na segunda parte, com a entrada de Bragança, o Sporting cresceu. O desgaste de ambos os lados começou a sentir-se e os disparates também, como um de Inácio que ia sendo fatal não fosse a magnífica defesa de Israel ou os de Catamo e Edwards a desperdiçar dois contra-ataques em superioridade númerica. Hjulmand tem uma entrada que podia ter dado expulsão forçando Rúben Amorim a meter Koba por volta dos 80 minutos.
Temia-se o pior. Mas os jogadores frescos ajudaram a pôr o Sporting de novo por cima do jogo e dum ataque banal a bola sobrou para Catamo que marcou com um balázio do "pé cego". Depois, mais uns minutos de sofrimento, com uma grande oportunidade do Benfica pelo meio, para segurar o triunfo.
Foi mesmo um jogo de sofrimento. Os pontos fracos habituais vinham todos ao de cima: desperdício de livres frontais, desperdício de contra-ataques em superioridade numérica, debilidade defensiva nas bolas paradas ao segundo poste. Enquanto os pontos fortes, como as arrancadas de Gyökeres e as chegadas à area pelas alas, estavam a dar muito pouco.
Mas o que importa é que ficámos na liderança a 4 pontos do Benfica, com mais um jogo para disputar e em vantagem no desempate. E com o Benfica ainda envolvido na Liga Europa.
Não podíamos desejar melhor, mas temos de fazer o resto. Para a semana, três jogos complicados: Gil Vicente, Famalicão e V.Guimarães. E muitos castigos e desgastes para gerir.
Melhores em campo? Coates, o baluarte da defesa. Catamo pelos golos. Israel pela grande defesa a remate do Di María. St. Juste, Hjulmand e Gyökeres muito bem também.
Arbitragem? Arrogância e prepotência, o jogo é dele e faz o que quer, não há VAR nenhum que se atreva a opinar seja o que for. Começa pelo amarelo a Catamo: bastava uma advertência pública. Os amarelos a Otamendi e Hjulmand, a mesma coisa. Continua pelo fechar de olhos à agressão do Di María e acaba na não-amostragem do segundo amarelo ao mesmo Hjulmand. Pelo meio uma falta anedótica marcada a Gyökeres quando Otamendi, limitado pelo amarelo, se deixa cair.
E agora? Uma semana muito complicada a próxima, mas os Sportinguistas vão esgotar os estádios e levar a equipa ao colo rumo ao título. Eu vou procurar lá estar também.
Falta muito ainda? Já faltou mais. Toda a confiança no Amorim e na equipa.
Da nossa vitória de ontem no clássico contra o Benfica. Abrimos com chave de ouro, fechámos da mesma forma: com dois golos decisivos. O mais madrugador do século num clássico em casa frente ao velho rival, apontado logo aos 46 segundos desta partida intensa, disputada sempre num ritmo muito rápido. E aquele que poderá ter decidido o desfecho do campeonato, ocorrido no minuto inicial do tempo extra. Segunda ocasião na temporada em que vencemos os encarnados no nosso estádio - primeiro para a Taça, agora para Liga 2023/2024.
De Geny. Partida de sonho para o moçambicano de 23 anos nesta sua primeira época como titular leonino. Foi ele o autor dos dois golos que nos proporcionaram os ambicionados e preciosos três pontos nesta recepção ao Benfica. Ele fez por isso, não só a marcar mas a jogar, criando sempre perigo na sua ala, pondo a defesa encarnada em sobressalto, vencendo sucessivos duelos com Aursenes, um dos melhores do onze adversário.
De Coates. Gigante na defesa. Transmitiu serenidade e segurança neste seu 255.º jogo na Liga de leão ao peito. Evitou dois golos - de Neres, aos 65', e Rafa, aos 68'. Um pilar.
De Israel. Havia muitas dúvidas sobre o seu estatuto como titular da baliza leonina. Que terão ficado desfeitas, em definitivo, quando voou entre os postes para impedir aquele que seria um golo monumental de Di María. Falta-lhe agora, sobretudo, melhorar a reposição de bola com os pés, mas é indiscutível: o sucessor legítimo de Adán está encontrado.
De Gyökeres. Terceiro jogo consecutivo do internacional sueco sem marcar de leão ao peito. Nunca tinha acontecido. Mas voltou a dar forte contributo ao colectivo leonino. Sempre dinâmico, sempre inconformado, sempre em jogo. Aos 25' ofereceu a Trincão um golo que o canhoto desperdiçou. Aos 52', disparou um tiro com o seu pé-canhão que foi embater com estrondo na barra. Pelo segundo desafio seguido. Vai ter de marcar em Barcelos para desfazer o enguiço.
De Pedro Gonçalves. Fez-nos falta na recente meia-final da Taça, quando fomos à Luz empatar 2--2 com ele ainda a recuperar de lesão. Ninguém trabalha tão bem entre linhas no Sporting, sem posição constante, muito difícil de marcar - tanto funciona como um 10 à antiga, como um segundo avançado ou como um médio com propensão ofensiva. Foi ele o criador do nosso golo inicial: recuperou a bola na meia esquerda, serpenteou em slalom pela defesa benfiquista e cruzou com classe para Geny finalizar. Fazia-se a festa em Alvalade 46 segundos após o apito inicial, no nosso golo mais rápido num embate com o SLB desde um disparo certeiro de Balakov em 1992.
De Rúben Amorim. Por um lado soube tirar as devidas conclusões do embate anterior com o Benfica, quatro dias antes, mudando metade dos jogadores de campo no onze inicial. Além disso voltou a ler muito bem o jogo, operando as substituições que se impunham ao trocar Morita por Daniel Bragança (54') e Gonçalo Inácio por Diomande (72').
Da nossa eficácia. Não só por termos marcado na primeira oportunidade que criámos, ainda no minuto inicial do clássico, mas pelo que as estatísticas do jogo nos indicam: produzimos três remates enquadrados dos quais saíram dois golos. Índice elevadíssimo de aproveitamento, agora já com a estrelinha de campeão a reluzir- nos.
De ver as bancadas cheias. Números oficiais: 48.103 espectadores presentes em Alvalade. Melhor casa da temporada para acompanhar ao vivo o jogo que nos pode ter valido o título três anos depois da última conquista - mas desta vez já sem pandemia.
Da nossa 24.ª vitória consecutiva em casa na Liga. Alvalade é talismã para a equipa desde a época passada. Fizemos o pleno no campeonato em curso, até agora com folha limpa.
De ver o Sporting marcar há 36 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos 79 marcados, mais 17 do que o Benfica, com menos um jogo disputado. E cumprimos ontem o 14.º desafio consecutivo sem perder na Liga 2023/2024.
De mantermos a liderança isolada. Agora com 71 pontos - que podem passar a ser 74 quando se cumprir finalmente o jogo ainda em atraso com a nossa visita a Famalicão. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Cada vez estou mais convicto de que vamos lá chegar.
Não gostei
Do golo sofrido, aos 45'+3. Mesmo no fim do primeiro tempo: o SLB reduziu para 1-1, fomos empatados para o intervalo. Na cobrança de um livre junto à nossa linha direita, por Di María em pontapé cruzado que encontrou Bah sem marcação: Matheus Reis ficou nas covas. Nas bancadas de Alvalade sentia-se repetir o espectro do Benfica-Sporting da primeira volta, quando sofremos dois golos em três minutos do tempo extra, passando de vencedores virtuais a derrotados reais. Mas a história desta partida acabaria por ser diferente.
Do árbitro. Artur Soares Dias protagonizou novo festival de sobranceria, arrogância e mediocridade, evidenciando-se como rei dos cartões. Mas manteve no bolso aquele que mais se impunha: o vermelho, aos 33', a punir Di María por agressão a Pedro Gonçalves com um soco no nariz. Terá sido alertado pelo vídeo-árbitro Luís Godinho, mas recusou ver imagens do lance e limitou-se a um suposta advertência verbal ao argentino, que nem amarelo viu. Confirmando a incompetência do mesmo apitador que não hesitou em amarelar Geny logo aos 4', por alegada simulação. Como pode um sujeito destes ser considerado "melhor árbitro português"?
Do cartão a Morten. O dinamarquês viu o nono amarelo, aos 27', o que o impede de participar no próximo jogo. Baixa importante contra o Gil Vicente.
Do cartão a Nuno Santos. Exibido por Soares Dias aos 90'+1, aparentemente por protestos quando estava sentado no banco (não foi utilizado neste Sporting-Benfica). São os cartões mais inúteis e desnecessários, que apenas prejudicam a equipa. Por causa disto, também o ala esquerdo fica impedido de participar na partida de Barcelos.
De Gonçalo Inácio. Voltou a tremer frente ao Benfica. O que se passará com ele? Inacreditável, a sucessão de lapsos com passes falhados, entregas de bola, duelos perdidos. Teria sido uma catástrofe se o parceiro Coates não andasse muito atento aos deslizes do colega. Aos 72', deu lugar a Diomande. Já foi tarde.
De Morita. Em quebra de forma, incapaz de suster o meio-campo encarnado, comprometeu com perda de bola que deu origem a um ataque perigoso. Saiu cedo, aos 54'.
Do inacreditável falhanço de Daniel Bragança. Mesmo em cima da linha de golo, na extremidade esquerda da baliza que tinha um metro à sua frente, enrolou-se com a bola e foi incapaz de a meter lá dentro numa emenda após canto, aos 88'. Parecia o fantasma de Bryan Ruiz em 2016 revivido em Alvalade. Felizmente Geny, três minutos depois, viria a dissipar as dúvidas: o pesadelo não iria repetir-se.
«Sem dramas e sem medos devemos encarar com confiança total as redes da nossa baliza ao jovem Franco Israel, pois sem sombra de dúvidas o jogo da Taça (Sporting-Benfica) foi elucidativo da sua qualidade para enfrentar com nervos de aço os desafios que nos esperam e ambicionamos ganhar.»
Gostei muito da nossa sorte. Tantas vezes nos queixamos de que ela nos abandona e há mesmo uma elevada percentagem de adeptos caliméricos capazes de jurar que ela jamais nos visita. Pois esta gente terá de mudar o discurso a partir de agora pelo menos durante algum tempo. Pois se há equipa que pode queixar-se de azar, na nossa recepção de ontem à Atalanta para os oitavos-de-final da Liga Europa, é precisamente esta que segue em sexto no campeonato italiano. Em três ocasiões diferentes viu a bola embater no poste direito da baliza confiada a Franco Israel. Aconteceu aos 23', aos 24' e aos 60': bastariam uns centímetros mais ao lado para termos perdido 1-4 em vez de conseguirmos aguentar o empate, sem dúvida lisonjeiro face à pálida actuação leonina.
Gostei do nosso golo madrugador. Perante um adversário que se impõe no terreno com implacável marcação homem-a-homem, atacando sobretudo o portador da bola, uma eficaz jogada de futebol ofensivo com apenas três protagonistas pôs o Sporting em vantagem ainda cedo, aos 17'. Matheus Reis recuperou junto à linha esquerda, Trincão desmarcou-se de modo a libertar-se da marcação, abriu linha de passe e lançou de imediato Paulinho, ontem titular, que parecia imitar o ausente Gyökeres em velocidade, de olhos fitos na baliza. No momento certo disparou forte remate, cruzado e rasteiro, fazendo a bola anichar-se nas redes adversárias: há quase dois meses que não marcava. Curiosamente, esta vantagem pareceu tolher os movimentos da nossa equipa, incapaz de voltar a libertar-se da intensa pressão italiana. Então quem brilhou de leão ao peito foi a figura mais inesperada: Israel, em estreia na Liga Europa. Talvez pudesse ter feito melhor no golo sofrido, aos 39' - incapaz de impedir o espectacular remate de Scamacca após deficiente atraso de Eduardo Quaresma. Mas protagonizou duas excepcionais defesas, ambas em voo: uma aos 30', num salto fenomenal, e outra aos 42', esticando-se em gesto quase impossível. Só ele e o poste evitaram a goleada. O jovem internacional uruguaio parece ter conquistado os adeptos com esta exibição. Foi o melhor em campo do nosso lado.
Gostei pouco das poupanças de Rúben Amorim neste confronto internacional. Já a pensar, seguramente, no desafio do próximo domingo em Arouca, estando assumida a nossa prioridade absoluta, que é a conquista do campeonato. Mas tendo nós já três titulares afastados por lesão (Pedro Gonçalves veio juntar-se na enfermaria a Adán e Gonçalo Inácio), foi arriscar em excesso deixar fora do onze vários outros: Gyökeres, Morten, Nuno Santos e Daniel Bragança. Daí o treinador ter sentido necessidade de rectificar a decisão inicial, fazendo entrar de uma assentada, logo após o intervalo, Gyökeres, Morten e St. Juste. Embora o sueco, muito anulado pela defesa adversária e mal servido pelos companheiros, tenha feito talvez a sua mais discreta exibição de verde e branco, a verdade é que com este trio em campo o resultado que se registava no final do primeiro tempo (1-1) já não se alterou. E aos 62' chegou até a nossa vez de atirar uma bola aos ferros, em cabeceamento de Coates. Para frustração de grande parte dos 28.528 espectadores presentes em Alvalade.
Não gostei da estreia de Koba como titular, lançado precisamente para poupar Morten de início. O ex-Estoril revelou-se demasiado apático, andou escondido do jogo. Pareceu sem ritmo, ainda algo inadaptado ao novo patamar competitivo em que se encontra agora. Como um corpo estranho à equipa. Não surpreendeu que Amorim o tivesse substituído ao intervalo.
Não gostei nada da nossa incapacidade para vencer pela primeira vez os da Atalanta neste terceiro duelo com eles na temporada em curso. Sabendo, ainda por cima, que este adversário se encontra talvez na pior fase da época: vinha de três jogos sem vencer, tendo sofrido duas goleadas consecutivas. E também o treinador Gian Piero Gasperini poupou vários jogadores, a pensar igualmente nas competições internas. A verdade é que a equipa visitante foi claramente superior, como se comprova até no número de remates: fez 12, nós apenas cinco. Teremos de tomar precauções acrescidas na nossa visita a Bérgamo, de hoje a oito dias. Caso contrário dificilmente passaremos aos quartos-de-final da Liga Europa.
«Preocupa-me o facto de Adán continuar a não ter substituto à altura. Com Israel a defesa está em contante sobressalto. É um guarda-redes que não transmite confiança. As indecisões nas saídas à bola e os saltos falhados são frequentes. Custa perceber como é que é um guarda-redes internacional, pois o que se vê nele é uma grande vulgaridade. Qualquer equipa de meio da tabela do campeonato português tem um guarda-redes que não é inferior.»
Internacional sueco, "o suspeito do costume": ontem marcou três golos em Alvalade. Difícil ser melhor
Foto: António Pedro Santos / Lusa
Gostei muito de Gyökeres: grande atitude, excepcional entrega ao jogo, de longe o melhor em campo. Exibição coroada com três golos frente ao Farense, num desafio da Taça da Liga que vencemos por 4-2. Confirma-se: o sueco é não apenas o mais competente e brilhante jogador a actuar esta época no futebol português, mas uma das melhores contratações de sempre do Sporting. O preço que pagámos por ele é barato, ninguém duvida. Ontem cumpriu o 12.º desafio da temporada com um registo de 11 golos já apontados. Excelente média, contrastando com os Cabrais e os Navarros que aportaram aos nossos adversários com prestações medíocres ou inexistentes. Desta vez abriu o marcador aos 24', quatro minutos depois converteu um penálti e fechou a conta pessoal apontando um golaço aos 63'. Só justifica elogios. Os 22.800 adeptos que compareceram em Alvalade nesta chuvosa noite de quinta-feira certamente gostaram.
Gostei das mudanças feitas por Rúben Amorim na equipa. Desde logo apostando em Gonçalo Inácio como médio mais recuado, talvez já a prepará-lo para actuar ali quando Morita estiver ausente durante semanas ao serviço da selecção daqui a um par de meses. Exibição muito positiva: até parece rotinado na posição. Resultaram outras apostas no onze titular, de onde estiveram ausentes Adán, Coates, Morten, Geny, Morita, Edwards e Pedro Gonçalves. Nuno Santos (marcou o terceiro, de pé direito, aos 56') e Trincão fizeram os melhores jogos da temporada, com destaque para o minhoto: assistiu no primeiro golo protagonizando espectacular lance individual, foi ele quem sofreu a falta que gerou penálti e ainda levou Ricardo Velho à defesa da noite voando para deter um remate em arco dirigido ao ângulo superior direito da baliza. Eis um "reforço" que já tardava.
Gostei pouco que tivéssemos consentido dois golos, aos 49' e aos 79', com disparos fortíssimos de Mattheus Oliveira (um dos mais inúteis jogadores que passaram por Alvalade) e Vítor Gonçalves. Israel podia ter feito melhor? Dificilmente, mas ainda não oferece aos adeptos aquela segurança entre os postes que temos o direito de lhe exigir. Agradou-me ver Daniel Bragança com a braçadeira de capitão, mas continua a fazer tudo em esforço, incapaz de um passe de ruptura ou de criar lances de desequilíbrio na área do terreno onde se movimenta. Mesmo num jogo caracterizado por notório contraste no desempenho ofensivo: protagonizámos 25 remates, contra oito da turma algarvia.
Não gostei de Paulinho. Depois da "vitamina Gyökeres", no início da época, parece voltar a exibir os defeitos que lhe conhecemos de outros campeonatos. Muito condicionado pelas marcações, falhou emendas quase à boca da baliza em centros bem medidos de Esgaio (78') e Nuno Santos (87'). Atirou para a bancada logo aos 10', dando o mote a uma exibição sofrível. E é ele quem perde a bola, com displicência, gerando um rapidíssimo contra-ataque adversário que culminou no primeiro golo que sofremos.
Não gostei nada de ver Dário desperdiçar outra oportunidade de mostrar ao treinador que merece um lugar no plantel leonino. Entrou aos 72', rendendo Bragança, e a partir dos 83' o Farense passou a jogar só com dez por lesão de Zé Luís quando o treinador José Mota já tinha esgotado as substituições - e houve ainda 6' de tempo extra. Nem assim o jovem médio da nossa formação fez a diferença. Pelo contrário: entregou duas vezes a bola no minuto 86 e falhou uma tabelinha aos 88', com fraco domínio técnico. Não se nota evolução neste jogador, lamento concluir. Talvez valha a pena emprestá-lo, como já aconteceu com Mateus Fernandes.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre ISRAEL:
- Eu: «A baliza leonina fica agora entregue a alguém ainda mais jovem que Max: Franco Israel, de 22 anos. Uma enorme e arriscada incógnita.» (2 de Agosto)
- Edmundo Gonçalves: «Não é tão mau como a gente temia e até pode sair dali um belo guarda-redes; Não comprometeu e teve até um punhado de boas e algumas difíceis intervenções. Para quem não tem jogado esteve muito bem.» (13 de Outubro)
- José Navarro de Andrade: «Tempo e paciência é o que faz falta a Essugo, Sotiris, Mateus Fernandes, Fatawu, Marsà, Israel para crescerem de pintainhos a galos de combate com esporão afiado. Se não lhos derem, não conseguirão cumprir o que prometem.» (20 de Dezembro)
- Luís Lisboa: «Um guarda-redes com escola, seguro, bom suplente.» (27 de Março)
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Varzim-Sporting, da Taça de Portugal, pelos três diários desportivos:
Israel: 15
Nuno Santos: 14
Pedro Gonçalves: 12
Porro: 12
Marsà: 12
Fatawu: 11
Edwards: 11
Morita: 11
Gonçalo Inácio: 11
Matheus Reis: 11
Trincão: 11
Ugarte: 10
Sotiris: 9
Paulinho: 9
Jovane: 6
Rochinha: 5
A Bola elegeu Israel como melhor Leão em campo.O Jogo optou por Marsà. ORecord escolheu Gonçalo Inácio.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Marselha, da Liga dos Campeões, pelos três diários desportivos:
Israel: 16
Marsà: 15
Fatawu: 13
Trincão: 13
Ugarte: 13
Nazinho: 12
Nuno Santos: 12
Sotiris: 12
Gonçalo Inácio: 12
Matheus Reis: 12
Morita: 11
Coates: 11
Porro: 10
Edwards: 10
Pedro Gonçalves: 7
Esgaio: 5
A Bola elegeu Israel como melhor Leão em campo. O Jogo optou por Ugarte. O Record escolheu Marsà.
Temos um problema sério. Mais um, nesta época que está a ser de pesadelo.
Agora, na baliza.
Somando aos que já tínhamos na frente do ataque, no centro da defesa, na ala direita e na posição de médio defensivo - tudo preso com arames, tudo periclitante, tudo rezando para que as contínuas lesões não nos obriguem a ir buscar o substituto do substituto do substituto.
Mas o que mais me preocupa, no plano imediato, é quem vai actuar entre os postes.
Não me recordo, sinceramente, de nenhum outro desempenho individual tão desastroso de um guarda-redes do Sporting num só jogo - ainda por cima com a importância que este desafio em Marselha tinha.
Há que dizer as coisas sem subterfúgios nem rodriguinhos: foi uma vergonha. Algo totalmente inaceitável.
Neste contexto, questiono-me quem deve integrar o onze titular leonino na próxima partida, que vai disputar-se amanhã em Ponta Delgada.
Deverá ser o guarda-redes que nos enterrou em Marselha?
Deverá ser o seu frágil substituto, Franco Israel, sem qualquer rodagem nem experiência no futebol profissional?
Deverá ser André Paulo, incógnita absoluta que vai aquecendo o banco jornada após jornada sem jamais merecer a confiança do técnico seja em que jogo for?
É um problema muito complicado. Que deixo à consideração dos leitores.
Com duas perguntas:
- Quem deve defrontar o Santa Clara na nossa baliza?
- O Sporting deve trazer já outro guarda-redes, que esteja eventualmente sem clube?
Tivesse Luís Maximiano sabido esperar e a baliza do Sporting estaria hoje à sua guarda, numa fase absolutamente decisiva da carreira dele.
Preferiu rumar a um clube espanhol do fundo da tabela, que até acabou por descer à Liga 2, quando podia ser guardião titular do Sporting neste início da temporada oficial 2022/2023. Com 23 anos, idade apropriada.
Max devia ter aguardado.
Recordo que várias vezes alertei aqui para a necessidade de termos sempre a postos um bom guarda-redes suplente pois o que acaba de acontecer a Adán podia suceder a qualquer altura - e até há mais tempo.
A baliza leonina fica agora entregue a alguém ainda mais jovem que Max: Franco Israel, de 22 anos. Uma enorme e arriscada incógnita.
Alguns jogadores gozam de excelente imprensa, façam o que fizerem. Ou mesmo que não façam coisa nenhuma.
Como os jogadores que mais me interessam são de longe os do Sporting, aqui ficam dois exemplos do que referi antes. Ambos colhidos na edição de ontem do Record.
Um apontamento sobre o nosso estreante guarda-redes, Franco Israel: «Não dá para formar opinião, mas causa boa impressão.» Sendo-lhe assim atribuída a "medalha de bronze" na habitual secção diária deste jornal.
O texto é disparatado: como é que se tem «boa impressão» de alguém cujo desempenho não deu sequer para «formar opinião»?
Outro apontamento visa Paulinho, atribuindo-lhe nota positiva (3 em 5) na partida de véspera frente ao Wolverhampton: «Muito trabalhador e empenhado a defender e pressionar os adversários, acabou por ter um trabalho invisível no ataque. (...) Pouco inspirado na área, deu, porém, soluções nos apoios.»
Como é que um avançado-centro é avaliado positivamente com «trabalho invisível no ataque» e se revela «pouco inspirado na área», onde devia fazer a diferença?
E o que significa «dar soluções nos apoios»?
Alguém descodifica esta prosa freitaslobista que enxameia a imprensa desportiva portuguesa, onde se escreve cada vez pior?
De qualquer modo, Paulinho não pode queixar-se do tratamento que recebe nos jornais. Mesmo «invisível», passa no teste.
É obra.
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