A ver o Europeu (9)
UM EXEMPLO DE POSSE ESTÉRIL
Tivemos hoje um exemplo claro de posse de bola estéril - desmentindo a tendência dos maníacos das estatísticas, que cultivam uma espécie de fetiche pela aritmética aplicada ao futebol. Como se os restantes aspectos (técnicos, tácticos, estratégicos físicos e psicológicos) não fossem mais importantes.
Neste Espanha-Suécia disputado em Sevilha, nuestros hermanos chegaram ao fim com 85% de posse de bola. De pouco lhes serviu: o empate a zero valeu-lhes o mesmo pontinho amealhado pela turma nórdica, remetida quase todo o jogo ao seu meio-campo defensivo, como se fosse um Arouca ou um Vizela a enfrentarem o Sporting no campeonato nacional.
Morata, aos 38', protagonizou a perdida da noite, num remate cruzado que passou ao lado, já com a defesa adversária fora de combate. De resto, a excelente organização defensiva sueca travou Espanha, onde apenas resta Jordi Alba daqueles gloriosos plantéis que entre 2008 e 2012 venceram um Mundial e dois Europeus.
Entre os suecos, destaque para o guarda-redes Olsen, intransponível. E para o jovem Isak (21 anos), protagonista do melhor lance ofensivo de todo o desafio, aos 41', fazendo a bola embater caprichosamente nos dois postes. Aos 61', noutra brilhante incursão na área espanhola, ofereceu de bandeja um golo que um colega perdulário viria a desperdiçar.
Ibrahimovich, ausente da convocatória por lesão, faz ainda falta à selecção sueca - mesmo aos 39 anos. O futebol é um desporto colectivo onde os talentos individuais continuam a fazer a diferença, digam o que disserem os papagueadores de estatísticas.
Espanha, 0 - Suécia, 0