Realizou-se há poucos dias a AG da SAD do Sporting, tudo aprovado com 99,98% dos votos, reestruturação financeira finalmente encerrada, Sporting detentor de 88% das acções da SAD, novo empréstimo obrigacionista viabilizado. Abre-se então a porta para entrada no capital, de forma minoritária, dum parceiro estratégico que traga valor e permita outros voos, coisa que os actuais accionistas minoritários não demonstram a mínima capacidade de fazer. Alguns só servem mesmo para arranjar problemas e confusão.
O futebol profissional, aquele que é a razão de ser da SAD, vive um bom momento, seguimos na luta pelo título interno e na Liga Europa com um plantel avaliado pelo TM em 302M€, a meio caminho entre os 250M€ do FC Porto e os 365M€ do Benfica.
A nossa academia conseguiu recuperar grande parte ou quase todo o atraso que registava relativamente ao Seixal há cinco anos, em todos os termos: infraestruturas, técnicos, organização e foco. As nossas equipas competem taco a taco com o rival nos diferentes escalões, nalguns casos até ganham por goleada como acabou agora por acontecer nos sub23. Já exportamos regularmente talento destas equipas, jogadores trabalhados em Alcochete mas sem condições para se imporem no plantel principal, por muitos milhões de euros.
Então o que pode atrair um parceiro estratégico para investir no Sporting?
1. Um clube que produziu alguns dos maiores jogadores de sempre do futebol mundial, como Cristiano Ronaldo e Luís Figo, com uma academia de excelência premiada internacionalmente e que continua a enviar o melhor talento para os grandes clubes europeus, como Bruno Fernandes, Porro e Ugarte?
2. Um clube financeiramente atractivo pela capacidade de desenvolver e exportar talento, um pouco à semelhança do Ajax, e com valor estratégico em termos de parcerias como acontece na mundo da aviação com as suas "alianças"?
3. Um clube com uma grande base de adeptos espalhados por todos os cantos do mundo, que o Cristiano Ronaldo muito ajudou a alargar, receptivos a comprar artigos dos mais variados tipos como aconteceu com a camisola Sporting CR7 da Nike?
4. Um clube são e honesto, de contas claras, livre de máfias e mafiosos?
Ainda há pouco Klopp teve palavras muito elogiosas para o futebolista português, a nossa selecção é forte candidata a vencer o Europeu, todo este contexto ajuda também a alavancar a marca Sporting Clube de Portugal.
De Portugal mesmo, não duma cidade ou duma região.
Concluindo, deixo aqui a pergunta:
Que tipo de investidor ou parceiro estratégico gostariam de ver entrar minoritariamente na SAD do Sporting?
O Sporting informou que adquiriu perto de cinquenta e um milhões de acções da Sporting SAD ao Novo Banco, ficando assim detentor de 88% do capital da sociedade, tendo para isso antecipado receitas do contrato de direitos de transmissão, com a NOS (belo contrato, a propósito, nem tudo foi mau no reinado do antecessor).
Quase em simultâneo, a bem dizer no mesmo comunicado, abre-se caminho a um ou vários investidores, com participação minoritária, de modo a, cito " (existir) um reforço da política de investimento, da melhoria da experiência de todos os Sócios e da globalização do Clube."
Parece-me bem que o plano tenha sido cumprido.
Atendendo à realidade do futebol actual, o reforço de investimento que deduzo que seja em boa parte em jogadores que marquem a diferença e na academia Sporting, sendo bem vindo, não trará grandes benefícios se os vícios de que enferma o futebol português continuarem a persistir. Isto é, arbitragens condicionadas por pressão de gabirus que se têm vindo a encher de dinheiro e de títulos, ambos viciados. É verdade que timidamente, o Sporting tem dado alguns passos no sentido de pressionar para alterar este estado de coisas, mas pouco se tem conseguido, a corporação é forte e o arroz de polvo consolida os seus alicerces.
Adiante. Dizia que face à realidade do futebol, que a alto nível de desporto já tem muito pouco, seria inevitável que um dia chegariam ao Sporting dinheiros de quem não sabe bem o que lhe fazer, se me faço entender. Esperemos que não, esperemos que quando alguém se chegar à frente, seja verificada a sua idoneidade, seja verificada a fonte e a legalidade do seu dinheiro. Lavandarias não, obrigado!
E vamos lá então explicar o título do post: Será que o D. Sebastião por quem tantos clamam (eu incluído) que deveria terminar a sua carreira como jogador do Sporting, não virá mais cedo, como dono de uma parte substancial da SAD? O que acham desta hipótese?
Um excelente 2024 para todos e que lá para Maio estejamos na rua a comemorar o título.
Enquanto no defeso passado houve uma grande limpeza no quadro de jogadores profissionais e mais de 30 abandonaram o clube, neste reina a maior tranquilidade. Alguns (poucos) sairão, alguns (poucos) entrarão para termos um plantel mais equilibrado do que no ano passado.
No meu entender, a incompetência ou às vezes coisa pior da gestão do futebol tem pouco a ver com contratados que não rendem o esperado, o custo das contratações, a partilha de passes, e muito mais com jogadores que aparecem não se sabe de onde e o treinador ignora e saídas a custo zero.
Dos últimos quatro períodos que tivemos, Bruno de Carvalho / Inácio, Bruno de Carvalho / Jorge Jesus, Frederico Varandas / Hugo Viana e Frederico Varandas / Rúben Amorim, este último é de longe o melhor. Muito mais acerto nas contratações, muito mais projecção de jogadores para grandes vendas.
Nuno Mendes (PSG), Matheus Nunes (Wolves), Palhinha (Fulham), Porro (Tottenham), Ugarte (PSG), talvez Edwards, espero que não Pedro Gonçalves nem Gonçalo Inácio, demonstram o reconhecimento da qualidade do "produto" Sporting pelos grandes clubes europeus, especialmente pelos ingleses devido aos confrontos recentes com ManCity, Arsenal e Tottenham.
Mas isso não chega. É preciso que o equilíbrio financeiro da SAD agora registado através destas vendas e das duas boas campanhas europeias se mantenha e se conjugue com maior investimento e maior valor do plantel.
Segundo o TM, precisamos de crescer uns 30% para podermos competir com os dois rivais em condições.
Talvez isso só seja possível abrindo uma fatia considerável do capital da SAD a um investidor como o dono do Chelsea, mantendo o clube como sócio maioritário e acordando com Sobrinho uma retirada digna. Sobre os restantes investidores, actualmente de pouco mais servem do que para fazer barulho nas AGs da SAD. Não sei que valor poderão e quererão ter no futuro.
Para mim isto é mais importante do que o ponta de lança sueco cuja namorada sueca parece que também joga na Juventus. Não é que o sueco ou ate o parzinho não sejam interessantes, mas é preciso mais do que um sueco para nos qualificarmos para a Champions.
Aos poucos, a ideia vai fazendo caminho. Já com defensores assumidos na mais destacada opinião leonina. E se a SAD do Sporting, perante as crescentes dificuldades de financiamento e de captação de receitas, se abrisse a capitais externos que suplantassem a actual maioria reservada ao próprio clube, blindada nos estatutos?
Entre os arautos dessa ideia, destacam-se nomeadamente os ex-dirigentes Tomás Froes e Carlos Barbosa da Cruz. O primeiro, em opinião ontem impressa no Record, retoma o assunto, nestes termos: «Defendo uma estratégia de venda qualificada a investidores nacionais com paixão sportinguista», garantindo haver «muitos empresários» portugueses - adeptos do Sporting - receptivos à ideia. Na sua perspectiva, só assim se conseguirá «fechar a porta a um qualquer especulador que aparecerá quando o clube não for capaz de aguentar o que aí vem.»
Henrique Monteiro, que integrou a Comissão de Fiscalização do Sporting no interregno que antecedeu o processo eleitoral de 2018, também já deixou claro, em artigo publicado no passado dia 14 n'A Bola: «A venda da maioria da SAD é coisa que parece ser obra do diabo para muitos sócios, mas o tempo ditará ser inelutável.»
A necessidade de implantar um modelo de gestão profissional com músculo financeiro num momento em que muitos clubes de futebol na Europa vêem a sua existência posta em causa devido à brutal queda de receitas por consequência da pandemia é invocada com insistência pelos defensores da mudança do actual modelo da Sociedade Anónima Desportiva do Sporting. Numa altura em que já circula a notícia de que o campeonato nacional de futebol deve perder o apoio financeiro da NOS, por aparente desinteresse deste patrocinador.
«A crise financeira, se não for travada, transforma-se na maior crise desportiva e social que alguma vez conhecemos. Se nas SAD de maior dimensão o problema afecta o presente e o futuro, nos mais pequenos pode significar o fim da linha. Se não forem criadas soluções rapidamente, tornar-se-ão moribundas e à mercê de qualquer predador mais ou menos escrupuloso», observou Nuno Correia da Silva - administrador não-executivo da SAD leonina, em representação da Holdimo - em texto publicado na edição de 1 de Maio do Record.
Este tema, estranhamente, esteve ausente da longa entrevista concedida anteontem pelo presidente do Sporting ao canal 11. Omissão difícil de entender, até porque tem suscitado opiniões muito acaloradas entre os adeptos leoninos.
Chegou a altura de apelar à participação dos nossos leitores, desafiando-vos a pronunciarem-se sobre esta questão. Deve ou não a maioria das acções da SAD passar a ser detida por investidores externos ao Clube, o que implicaria a revisão dos estatutos do Sporting?
Não sei quandos dias passaram desde que Bruno de Carvalho anunciou ter investidores para entrar no capital da SAD. Também não me lembro de quantos dias passaram desde que o presidente esclareceu o óbvio: nenhum investidor colocaria um cêntimo no Sporting sem que a reestruturação financeira estivesse delineada e aprovada pelos sócios. Mas já se sabe que a Assembleia Geral para discutir o assunto está para breve. E também se sabe que o plano de reestruturação financeira prevê um aumento de capital de até 38 milhões de euros, sinal de que o dinheiro dos tais investidores estará a chegar, devendo cobrir parte desse valor. As perspectivas são positivas. Ainda assim, manda a cautela que se aguarde por notícias definitivas. Para já, os passos têm sido dados na sequência e no ritmo certos, tal como a batida dos ponteiros de um relógio. Aguardemos.
Número que dias que passaram sem notícias dos investidores no SPORTING
Time since Terça-feira, 19 de Março de 2013, 0:00:00 (Lisbon time)
63
DAYS
22
HOURS
29
MINUTES
9
SECONDS
Os Sportinguistas, como bons Portugueses que são, têm uma imaginação fértil. Vai daí alguém criou um contador de que me deu conhecimento por e-mail. Este mede ao dia, à hora, ao minuto e ao segundo, o grau de (in)cumprimento da promessa de Bruno de Carvalho relativamente aos investidores que prometeu trazer para o clube. Já vai em 63 dias...