Péssimo cartaz para o futebol, a final da Liga dos Campeões entre Manchester City e Inter - ganha pelo clube inglês por margem tangencial (1-0). Num jogo chato, monótono, sem chama, sem emoção, sem risco.
O milionário City de Guardiola financiado por petrodólares conseguiu enfim ingressar na lista de vencedores da prova-rainha da modalidade. Quanto à qualidade do espectáculo, esteve ao nível de uma partida entre equipas do meio da tabela da Liga portuguesa.
O Sporting jogou bem melhor em três jogos desta época europeia do que qualquer dos finalistas de ontem.
João Mário acaba de rescindir com o Inter de Milão para assinar numa espécie de custo zero com o Benfica.
Todos vemos que é uma aldrabice própria do clube que o vai receber. O Benfica paga um prémio de assinatura chorudo a João Mário, João Mário indemniza o Inter e todos se riem de não terem de pagar a cláusula anti-rival ao Sporting.
Podem começar a preparar a justificação para "como é que se abdica dum jogador quando há uma proposta de 5M na mesa?". Vemo-nos em tribunal.
Há quem não aguente a pressão do escudo de Campeão.
Vi, na sexta-feira, a final da Liga Europa. Segui o jogo com interesse distraído: «rijamente disputado» (como ainda dizem alguns comentadores), frequentes simulações (equipas latinas e recheadas de sul-americanos), melhor a primeira parte (na segunda: força diminuída, ansiedade acrescida).
Fui torcendo, embora sem grande vigor, pelo Inter (desde que o Lukaku não marcasse!), apesar de, em Itália, no que a clubes respeita, só ter gostado da Juventus e do A.C. Milan.
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Da Juventus, inicialmente, nem sei bem porquê, mas, após o horrendo Heysel, não havia como não querer gostar da Juventus. Essa final da Taça dos Campeões Europeus (Liverpool vs Juventus, em 1985) é o grande exemplo de jogos que nunca se deveriam ter realizado, nem que fosse somente por relutante decência. Tal como outras duas finais, estas domésticas: as da Taça de Portugal de 1996 e de 2018.
Voltei a acompanhar a Juventus por causa do Ronaldo.
Pelo meio (final dos anos 80 e início dos 90), entusiasmei-me com o A.C. Milan dos extraordinários holandeses – Marco Van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard, tanto mais que este último chegou a ser, sem o ser, jogador do Sporting (temos, não raramente, queda para o burlesco…).
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Regressando a sexta-feira: fui torcendo, embora sem grande vigor, pelo Inter (e o Lukaku até marcou, mas não chegou) porque, mais do que antipatizar com o registo escandalosamente vitorioso do Sevilha, eu quereria ter visto a jogar o Bruno Fernandes!
Última verdadeira garra do leão, profissional modelo, futuro capitão da seleção nacional, que, no Sporting, por empenho próprio e ausência alheia, foi jogador, capitão, treinador em campo e espécie de porta-voz/diretor de comunicação do clube… Sovado em campo (usualmente sob o olhar displicente dos árbitros), assediado pelos jornalistas (ou aspirantes a sê-lo), Bruno teve grandeza dentro e fora do relvado, num clube e num campeonato (gosto mais do que «liga») que se tornaram pequenos para ele: no campeonato porque, de clube, vestia a nossa camisola…
Saudades do Bruno Fernandes! Se não era leão de pequenino, muitas vezes bem o pareceu…
Voltando a sexta-feira: ganhou o Sevilha. Não faz mal. Lá jogou o Daniel Carriço e lá joga o Gudelj (este, sim, joga rijamente e bem falta fez na última época).
O que interessa mesmo: Bruno Fernandes foi o melhor goleador da Liga Europa e mais de metade dos golos foram marcados de leão ao peito!
Parabéns ao Bruno!
Parabéns ao Sporting Clube de Portugal por o ter tido!
{ Blogue fundado em 2012. }
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