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És a nossa Fé!

Balanço (9)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre ILORI:

 

- António de Almeida: «Frequentemente o elo mais fraco.» (1 de Dezembro)

- Luís Lisboa: «Ofereceu o primeiro e esteve na raiz do segundo falhando a disputa da bola aérea. No resto do tempo, parece que em tempos idos terá sido o jogador mais veloz da academia nos 100 metros, mas hoje é o jogador mais lento da 1.ª liga com a bola nos pés.» (1 de Dezembro)

-  José Navarro de Andrade: «Ilori, Doumbia e Jesé seriam decorativos numa equipa da 2.ª divisão.» (2 de Dezembro)

Leonardo Ralha: «O central contratado pela mesma gerência que vendeu Domingos Duarte ao desbarato acabou por não desiludir os fãs nos dois golos do Benfica, sobretudo no segundo, que nasce da sua abordagem suicida em dois momentos da jogada.» (18 de Janeiro)

- Francisco Chaveiro Reis: «Não tenho qualquer curiosidade de voltar a ver homens como Bolasie, Doumbia, Eduardo ou Ilori em campo…» (28 de Fevereiro)

Eu: «Revelou-se um fiasco. Foi sendo relegado para o banco, por vezes até para a bancada, e desceu para quarto na hierarquia dos centrais - actuando apenas nos casos de lesões ou castigos dos colegas.» (12 de Março)

- JPT: «Sem Mathieu, mandar embora Ilori - mas quem se lembrou de ir buscar o rapaz? E logo quando finalmente tinha encontrado um sítio onde jogava, foi mesmo crueldade, uma vingança de clube ressentido pela malandragem que ele tinha feito ao forçar a saída.» (12 de Julho)

Eduardo Hilário: «É inconstante e raramente consegue realizar mais do que dois jogos seguidos com alguma qualidade. Sinto que está a ocupar o espaço de alguém mais jovem e que podia acrescentar ao clube mais alma e amor.» (5 de Agosto)

Joelson: eu já vi este filme

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Pelo que vou lendo nas notícias da imprensa especializada, Joelson Fernandes corre o risco de deixar o Sporting sem ter feito sequer meia parte de um jogo na primeira divisão do futebol. Tem contabilizados 37 minutos na Liga 2019/2020 e já chegam a Alvalade apelos cobiçosos ao "rapto" do jogador, que conta apenas 17 anos e quatro meses.

Destaca-se nesta corrida o Arsenal, que andou a jogar às escondidas com o Sporting nos casos de Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes, acabando por ser fintado pelo Manchester United. Ao que parece, o clube londrino não quer agora ficar para trás na corrida ao passe de Joelson, avaliado em 45 milhões de euros (quantia fixada por contrato de Março de 2019). E contará, para o efeito, com o apoio expresso do empresário Kia Joorabchian, e do próprio pai do miúdo, que funciona como tutor de Joelson por este ser menor, mas em articulação directa com o referido indivíduo. 

 

É uma história velha como o mundo, esta dos pais que contam facturar com o talento e o suor dos filhos. O Sporting está doutorado nesta matéria, como sabemos.

Até por isso, não consigo compreender como se incorporam na equipa principal miúdos da formação sem as devidas salvaguardas contratuais para o Clube. Os precedentes nos casos Eric Dier, Bruma e Ilori - lançados na equipa principal durante a malfadada época 2012/2013 - deviam funcionar como alerta permanente em Alvalade para que nada disto se repita.

 

Afinal o erro volta a ser cometido. Joelson entra no "clube dos grandes" sem ter dado aval, através do pai-tutor, à renovação do contrato. Que inicialmente lhe fixava uma cláusula de 100 milhões de euros, tendo baixado para 80 milhões. O pré-acordo não foi honrado e nem sequer a hipótese alternativa de 60 milhões parece de momento em equação. O que nos pode privar de um inegável talento da Academia de Alcochete que mal chegou a dar contributo desportivo ao clube que o formou.

Espero, sinceramente, que os meus receios não se confirmem e que o desfecho desta história seja o melhor. Mas os maus exemplos do passado fizeram-me muito desconfiado em tudo quanto se relaciona com Joelson. Porque eu já vi este filme. E sei que nunca acaba bem para o Sporting.

Os jogadores de Varandas (2)

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ILORI

A 29 de Janeiro de 2019, Tiago Ilori era anunciado como reforço, com a intenção declarada de robustecer o debilitado sector defensivo leonino. Vinha do Reading, sem nunca ter conseguido afirmar-se no futebol inglês. E custou 2,6 milhões de euros por 60% do passe.

Tratava-se de um regresso. O central teve formação na Academia de Alcochete e estreou-se como titular no campeonato nacional pelo Sporting (e logo a marcar um golo) quando tinha apenas 18 anos, em Novembro de 2011. Lançado por Domingos Paciência quando se avizinhava a pior época de sempre do Sporting.

Chegou a dar nas vistas nessa malfadada época, a de 2012/2013. Mas viria a portar-se mal, fazendo birra, ao procurar forçar uma transferência para o estrangeiro quando ainda se encontrava com vínculo prolongado ao plantel leonino. E acabou mesmo por sair, vendido por 7,5 milhões de euros ao Liverpool, em Setembro de 2013. Sonhava com uma carreira na Premier League que nunca conseguiu tornar realidade.

«Foi aqui que fui mais feliz na minha carreira», declarou Ilori ao voltar, mais de cinco anos depois. Muito mais humilde do que quando saiu. Mas a sorte não lhe sorriu neste regresso. Começou da pior maneira, e logo num clássico: o Benfica-Sporting de 6 de Fevereiro, em que viu um cartão amarelo aos 2' e marcou um autogolo aos 64'. 

Era uma espécie de vingança do destino. Intranquilo, com falhas posicionais, sem maturidade competitiva, Ilori revelou-se um fiasco. Foi sendo relegado para o banco, por vezes até para a bancada, e desceu para quarto na hierarquia dos centrais - actuando apenas nos casos de lesões ou castigos dos colegas.

Aposta falhada. Deve sair no final da época. Deve estar mil vezes arrependido de um dia, quando decidiu bater o pé, ter dito estas palavras de profunda ingratidão para o clube que o formou: «Estava preparado para ficar dois anos sem jogar no Sporting.» E Frederico Varandas deve estar muito arrependido de o ter ido buscar. As segundas oportunidades não são para todos.

 

Nota: 3

Rescaldo do jogo de ontem

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Gostei

 

Da estreia vitoriosa de Rúben Amorim.  O quarto técnico do Sporting desta temporada entrou com o pé direito, mas num cenário favorável: defrontou o último classificado do campeonato, praticamente já despromovido, e viu a equipa do Aves reduzida a nove a partir do minuto 20 por expulsões inquestionáveis. Nem assim foi fácil este triunfo em Alvalade: o golo inicial só surgiu após mais de uma hora de jogo e o segundo nasceu de um penálti, convertido por Vietto aos 66'.

 

De termos chegado ao fim sem sofrer qualquer golo. Quinta vitória consecutiva em casa, segundo triunfo seguido por 2-0 (há duas semanas tinha sido contra o Boavista), embora com um treinador diferente. Amorim acabou de substituir Silas, é ainda muito cedo para extrair conclusões. Mas já foi possível perceber que os sectores estão mais ligados e que há uma reacção mais intensa à perda da bola. Além das apostas - que esperemos sejam consistentes e não conjunturais - em Plata como titular e Francisco Geraldes como suplente utilizado ainda a tempo de deixar marca no encontro. 

 

De Sporar. Terceiro golo leonino do internacional esloveno, único reforço de Inverno do Sporting. Frente ao Aves, foi fundamental o seu cabeceamento que levou a bola ao fundo das redes, desbloqueando assim o nulo inicial. Estavam decorridos já 62' e este golo foi muito saudado pelos adeptos no estádio, muitos dos quais já desesperavam. Aos 44', estivera quase a marcar, na melhor oportunidade da primeira parte, mas acabou por finalizar de forma deficiente.

 

De Mathieu. Melhor jogador em campo na primeira parte, em que tomou parte activa na construção ofensiva com a qualidade de passe a que já nos habituou e uma leitura de jogo que merece ser assinalada. Já não voltou do intervalo, aparentemente devido a problemas físicos após ter estado cerca de um mês afastado dos relvados.

 

De Acuña. Elejo-o como figura do jogo. Pela determinação, pela combatividade, por nunca desistir de um lance, por saber empurrar a equipa para a frente com oportunidade e critério. O primeiro grande cruzamento partiu dos pés dele, logo aos 7'. Aos 45'+3, constrói o lance que culmina no tiro de Vietto à trave. E é também o argentino que inicia a jogada que dá origem ao primeiro golo, colocando a bola em Wendel, que depois a centra para o esloveno.

 

De Wendel.  Foi um dos elementos que subiram claramente de rendimento em relação a exibições anteriores, querendo mostrar serviço ao novo técnico. As duas expulsões de jogadores do Aves (Macedo e Luiz Fernando) ocorrem por faltas cometidas contra ele, quando conduzia a bola no meio-campo. E é o brasileiro quem faz a assistência para o golo de Sporar, num cruzamento com precisão cirúrgica.

 

De Plata e Francisco Geraldes. O jovem equatoriano parece enfim ter a oportunidade, mais que merecida, de figurar entre os titulares da equipa: não foi certamente por acaso que Rúben Amorim o incluiu no onze inicial. O português, formado na Academia de Alcochete, teve também oportunidade de mostrar o que vale, actuando pela primeira vez 45 minutos nesta temporada, ao substituir Mathieu na segunda parte. Revelou bons pormenores - com destaque para um passe de ruptura, servindo Sporar, aos 89'.

 

De termos conquistado dois pontos a quatro equipas nesta jornada. O Benfica empatou em Setúbal, FC Porto e Rio Ave empataram no Dragão, o Famalicão foi incapaz de superar o 0-0 inicial, fora de casa, contra o Belenenses SAD. Entre as que ocupam os sete primeiros lugares da tabela, só Sporting, Braga e V. Guimarães amealharam três pontos.

 

 

Não gostei
 
 

Do 0-0 que se mantinha ao intervaloApesar de jogarmos contra dez desde os 11' e contra nove desde os 20', nesse primeiro tempo fomos incapazes de derrubar a muralha defensiva do Aves, que passou a actuar com duas linhas de quatro jogadores, confinando a partida a uma área de 30 metros. Com óbvios reflexos na qualidade do espectáculo desportivo, que chegou a ser confrangedor.

 

Que o nosso primeiro remate digno desse nome só tivesse ocorrido aos 34'.  Mesmo com clara superioridade numérica, fomos incapazes de dar expressão prática a esta vantagem. E a primeira oportunidade clara de golo surgiu apenas aos 45'+3, com uma bomba de Vietto que foi embater na barra.

 

Da reacção de Ristovski ao ser substituído.  O macedónio recebeu ordem de saída aos 25' para a entrada de Jovane. Uma troca que fazia todo o sentido: a jogar contra nove, Rúben Amorim precisava muito mais de um ala do que de um lateral para tornar mais acutilante o corredor direito. Ristovski parece não ter entendido esta troca, embora tivesse obrigação de a perceber, e rumou de imediato ao balneário, sem cumprimentar os colegas, recusando sentar-se no banco. Uma atitude inaceitável.

 

Do nervosismo de Max.  O guarda-redes pareceu estranhamente intranquilo numa partida em que o Aves abdicou quase por completo do ataque. A tal ponto que protagonizou o momento mais insólito do jogo, aos 16', ao abandonar a sua área para tentar interceptar a bola, sem a conseguir, permitindo que Matos Milos lhe fizesse um chapéu potencialmente muito perigoso. Felizmente para nós, o jogador do Aves acertou mal na bola.

 

Da falta de talento de alguns jogadores.  O patético Jesé, o irrelevante Bolasie e o inútil Eduardo ficaram fora da convocatória, o que foi útil para separar águas logo à partida. Mesmo assim, continua a notar-se muita falta de talento nesta equipa. Dois exemplos: Ilori revela recorrentes lapsos de concentração e uma exasperante falta de intensidade competitiva; e Rosier (que substituiu Acuña aos 78') continua sem demonstrar qualquer atributo que o torne digno de figurar no plantel leonino - muito menos ao preço a que a Direcção o foi buscar.

 

Dos assobios.  Estavam decorridos apenas 15 minutos quando começaram a escutar-se, de forma bem audível, vaias insistentes aos jogadores leoninos, cruzadas com gritos como "joguem à bola", "corram", "chutem". Quando será que estes adeptos perceberão que um ambiente tão hostil só perturba e desconcentra a equipa?

 

De só haver 26 mil espectadores, numa tarde de domingo, Dia da Mulher.  Havia o aliciante da estreia de Rúben Amorim, embora apenas o adjunto Emanuel Ferro se tivesse mostrado junto à linha. Mas defrontar o último da classificação quando já não temos objectivos nesta época desportiva, em boa verdade, é um fraco incentivo para atrair gente ao estádio.

Rescaldo do jogo de ontem

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Foto minha, ontem, durante o jogo

 

 

Não gostei

 
 

De perder com o Benfica.  Segunda derrota em cinco meses frente ao nosso mais velho rival. Depois da goleada na Supertaça, no estádio do Algarve, ontem perdemos por 0-2 em Alvalade. Sete golos sofridos, nenhum marcado. Com dois treinadores. O da primeira derrota, Marcel Keizer, despediu-se praticamente com aquele péssimo resultado. Resta agora ver quanto tempo Silas irá aguentar.

 

Do onze inicial. Ter Battaglia (enfim recuperado) no banco e preferir Idrissa. Ter Neto já disponível e preferir Ilori. Ter Pedro Mendes enfim inscrito e preferir Luiz Phellype. Incompreensíveis opções do treinador para os titulares deste clássico. Nenhuma resultou.

 

Das péssimas construções ofensivas. Durante quase toda a primeira parte, a nossa saída com bola viu-se gorada em cerca de dois terços das situações devido à pressão alta exercida pelos jogadores do Benfica, obedecendo às instruções do seu treinador, Bruno Lage. Destaque pela negativa, neste capítulo, para Ilori, Wendel e Idrissa Doumbia.

 

Das substituições falhadas. Com o resultado em branco, aos 74', Lage apostou na vitória ao trocar Chiquinho por Rafa - arma secreta que saiu do banco e apontou os dois golos encarnados, aos 80' e aos 90'+9. Silas esperou demasiado para mexer na equipa, limitou-se a ser reactivo nas substituições e esteve mal nas trocas - Bolasie por Plata (79'), Idrissa por Pedro Mendes (86') e Camacho por Borja (90'+2).

 

De Ilori. Definitivamente, este jogador não tem categoria para integrar o plantel do Sporting. Os dois golos que sofremos nascem de erros dele - o primeiro ao propiciar que Rafa se apoderasse da bola numa série de ressaltos em zona proibida, o segundo ao entregá-la com um corte defeituoso. Há sete anos, fez questão de abandonar o Sporting, mostrando extrema ingratidão pelo clube que o formou. Agora somos nós que fazemos questão de que ele saia. Quanto mais cedo melhor.

 

De Idrissa Doumbia. Andou errante no primeiro tempo, parecendo sempre fora de posição, e demonstrou muita dificuldade em receber a bola e distribuí-la com critério. Impressiona, a sua debilidade no capítulo técnico - sobretudo num jogo desta dimensão, contribuindo para a intranquilidade da equipa. Tentou o golo, aos 63', mas sem pontaria.

 

De Wendel. Terá sido ontem o campeão dos passes falhados, em zonas cruciais do terreno. Silas mandou-o posicionar-se em linha com Idrissa na posição de médio defensivo - missão que não parece agradar ao brasileiro. Logo aos 2', numa perda de bola, permitiu que Gabriel se infiltrasse na nossa área. Aos 30', ao desinteressar-se de um lance junto à ala esquerda, foi ele a forçar Acuña a fazer falta para cartão amarelo. Revela défice de combatividade, sobretudo nas situações de bola disputada, em que parece fugir do contacto físico.

 

De Luiz Phellype. Voltou a ser uma nulidade, como já tinha acontecido frente ao FC Porto e ao V. Setúbal. Parece esconder-se do jogo: está sempre onde não é necessário e falha nos momentos cruciais. O cúmulo da sua ineficácia aconteceu aos 34', quando estava em claríssimo fora-de-jogo: procurou desviar a trajectória da bola disparada por Acuña, que foi certeira para o fundo das redes, sem conseguir tocá-la, mas interferindo no lance ao ponto de tornar ilegal o golo. Aos 57', viu um cartão amarelo (que bem podia ter sido vermelho) por uma falta absolutamente desnecessária muito longe de uma zona de perigo. Lento, apático, pesado, é sem dúvida um dos protagonistas deste fracassado Sporting 2019/2020 no terreno de jogo.

 

Do pavor que se apodera da equipa em cada lance de bola parada defensiva. Quase todos os jogadores do Sporting tremem nestas ocasiões, algo absolutamente incompreensível. Apetece perguntar o que fazem nas sessões de treino. E onde estão os especialistas em motivação competitiva e apoio psicológico prometidos pelo presidente da SAD no início da época.

 

Do árbitro Hugo Miguel. Deixou sem punir dois jogadores encarnados em faltas muito duras sobre Bruno Fernandes: primeiro o inimputável Pizzi, aos 38', que travou à margem das leis de jogo uma arrancada do nosso capitão que prometia terminar em golo; depois Gabriel, que agrediu Bruno com a mão no baixo ventre. A impunidade do costume: em termos disciplinares, o Benfica continua a ser um caso à parte, eternamente protegido pela arbitragem portuguesa. O caso só muda de figura quando joga nas competições da UEFA.

 

Da insegurança no Estádio José Alvalade. É inadmissível que os agentes policiais proíbam os espectadores que pagam os seus bilhetes de entrarem com bolos e sandes enquanto fazem vista grossa à entrada de material pirotécnico, como ontem sucedeu, levando à interrupção do jogo durante quase seis minutos e à debandada de muita gente que se encontrava nas bancadas, sobretudo com filhos menores, enquanto o relvado ardia e milhares de pessoas eram forçadas a inalar fumos tóxicos.

 

Da segunda derrota consecutiva em casa. Após termos cedido os três pontos frente ao FCP, aconteceu agora o mesmo contra o SLB. E ainda só estamos na primeira volta. Na segunda, teremos de ir a Braga, a Guimarães, a Vila do Conde, a Famalicão, ao Dragão e à Luz. De momento temos mais derrotas do que Benfica, Porto, V. Guimarães, Famalicão, Gil Vicente, Boavista, Marítimo e V. Setúbal.

 

 

Gostei

 

De Rafael Camacho. Exibição muito positiva do jovem extremo de 19 anos que veio do Liverpool no Verão passado. Desta vez actuou como titular e fez jus à prova de confiança que o técnico nele manifestou. Imperou no corredor direito, sobretudo na primeira parte, destacando-se igualmente em tarefas defensivas. Foi protagonista das duas únicas ocasiões de golo do Sporting: aos 13', levou a melhor no duelo com Ferro e rematou com força, levando a bola a embater no poste; aos 33', cabecou como mandam as regras à boca da baliza, forçando Vlachodimos a uma grande defesa. No segundo tempo, aos 65' e 66', protagonizou excelentes jogadas de ataque do Sporting.

 

De Acuña. Mesmo condicionado por um cartão amarelo quando ainda faltava mais de uma hora de jogo, não esmoreceu nem deixou de se entregar à luta. Foi sempre um dos elementos mais desequilibradores da nossa equipa e um dos raros que se mantiveram em bom nível do princípio ao fim. Merecem destaque uma recuperação de bola aos 6', um cruzamento perfeito para a cabeça de Camacho aos 33' e o golo que chegou a marcar no minuto seguinte, também num centro a partir da esquerda, invalidado por fora de jogo posicional de Luiz Phellype. Infelizmente, o cartão amarelo que o argentino viu nesta partida deixa-o fora da meia-final com o Braga para a Taça da Liga, já na próxima quarta-feira.

 

De Mathieu. Persiste em ser uma das escassas referências de qualidade no onze titular leonino. Destacou-se numa sucessão de cortes providenciais - aos 8', 29', 37', 56', 62' e 79'. Mesmo ao cair do pano, já aos 90'+8, tentou o golo com um remate acrobático que saiu ao lado. O internacional francês bem o teria merecido.

 

De Max. Sem responsabilidade nos golos sofridos, esteve em bom nível ao travar um tiro de Pizzi aos 12' e ao desviar para cima da baliza um cabeceamento de Gabriel, à queima-roupa, na sequência de um canto, aos 21'.

 

De Bruno Fernandes. Terá sido o seu último jogo de verde e branco em Alvalade? Se foi, merecia seguramente outro cenário. Sem tochas arremessadas para o relvado nem incêndios nas bancadas, sem greve aos aplausos promovida pelas duas claques leoninas durante o primeiro tempo, sem as faltas impunes que foi sofrendo ao longo da partida e sobretudo sem este triste resultado, que em nada se coaduna com o seu valor.

Do céu ao inferno em 5 minutos

Aconteceu hoje com Silas no Bonfim, mas é um filme já muito visto no Sporting com outros treinadores e noutros relvados. Muito difícil realmente se torna explicar como é que dum jogo ganho, tranquilo e controlado, se passa, em pouco mais de 5 minutos, para um jogo com a vitória comprometida e com alguns dos melhores jogadores lesionados ou castigados com cartões e impossibilitados para os jogos seguintes.

Mas aconteceu, e acontece, por falta de liderança no banco ou de espírito de corpo no relvado. E a verdade é que torna a vida do Sportinguista, o que foi ao estádio ou o que acompanhou no sofá, bem difícil.

Quem quiser rever os golos sofridos pelo Sporting nos últimos jogos, encontra, mais que o fruto de jogadas bem elaboradas do adversário, situações criadas por descuido ou incompetência individual ou colectiva.

Hoje Mathieu esteve na origem do golo do Setúbal e Risto na origem do amarelo que afasta Coates do dérbi com o Benfica. Situações completamente evitáveis.

Sobre toda esta má sorte ou simplesmente incompetência, só o talento de Bruno Fernandes. Escondeu-se no lado esquerdo para deixar Vietto brilhar na 1.ª parte, cavou o penálti e concretizou para o segundo golo, marcou o terceiro golo depois de boa iniciativa de Camacho.

O que vai ser do Sporting quando ele sair? 

Não faço ideia, mas temo o pior.

Entretanto, para o dérbi, Vietto ficou lesionado, Coates está fora, Neto também, fica o Illloooooooooriiiiiiiiiiiiii....

SL

Frederico Varandas cada vez mais perto do fim da linha - III

Não existem segundas oportunidades para causar uma boa primeira impressão. A construção do plantel da presente época foi péssima, os resultados estão à vista, hoje mais uma derrota em Barcelos diante do Gil Vicente.

Tiago Ilori que treina em Alcochete, mas não teria lugar no Alcochetense, foi para nosso azar, hoje titular. Um verdadeiro cepo, oferecendo ao adversário o 1º golo, intranquilizando a equipa, que também não jogou nada. Mas pior que realizar um mau jogo é constatar que além de Ilori, frequentemente o elo mais fraco, também Jesé e Bolasie se têm revelado reforços inúteis. Do mal o menos, uma vez que vieram por empréstimo, é devolvê-los o quanto antes à procedência. Borja, Eduardo e Doumbia, também aquisições durante o consulado do presidente Frederico Varandas, não mostraram ainda qualidade para jogar no Sporting. Plata e Camacho também não reforçaram grande coisa. Silas é o menos culpado, pois ninguém consegue fazer omoletes sem ovos.

Das duas uma, em Janeiro o mercado reabre, ou muda o cenário, ou contem com os meus votos para mudarmos de presidente, sem obviamente regressarmos ao passado recente.

Regresso à normalidade

O normal do Sporting com Silas tem sido isto. Entrar a passo, construir pastosamente com muitos passes para trás e para o lado, abusar nas entradas pelo meio, centrar sem saber para onde, e, a cereja em cima do bolo, ter alguém com a maior displicência a oferecer os golos ao adversário. O anormal foi o jogo de quinta-feira.

Em modo normal, quando a sorte não ajuda e/ou os craques não compensam as incompetências individuais e colectivas,  a derrota acontece. Hoje Bruno lá fez a assistência para o golo do costume, mas não chegou.

Aos 10 minutos Ilori já me estava a enervar falhando sistematicamente os passes verticais e os duelos individuais. Depois ofereceu o primeiro, e esteve na raiz do segundo falhando a disputa da bola aérea. No resto do tempo, parece que em tempos idos terá sido o jogador mais veloz da academia nos 100 metros, mas hoje é o jogador mais lento da 1.ª liga com a bola nos pés. Mas não tem culpa. Culpa tem quem o recuperou da 2.ª liga inglesa e quem o põe a jogar, em vez de Neto, Eduardo Quaresma, ou qualquer central dos sub-23 ou escalão abaixo.

SL

Erros de casting

No futebol os erros de casting são mais que frequentes. Quantas vezes vimos chegar um jogador que "parecia que" e afinal fomos de desilusão em desilusão até ao fim?

Mas também muitas vezes os julgamentos são precipitados e aqueles que pareciam uns flops nos supreendem e temos que engolir as nossas palavras.

O futebol é assim. Alguém disse, e com muita razão, que no futebol "o que hoje é verdade, amanhã é mentira".

Portanto, obviamente o que vou dizer em seguida vale o que vale, é apenas a minha opinião de hoje, muito avinagrada pelas últimas exibições, que aliás muito espero que seja desmentida no futuro próximo.

Esta estrutura de futebol do Sporting está contaminada por erros de casting mais do que evidentes, no relvado e fora dele, pessoas e profissionais que não correspondem ao que o Sporting precisava no momento actual, e que comprometem e destroem o trabalho daqueles poucos que se destacam e necessitam duma rectaguarda sólida e comprometida.

O Sporting com Jorge Silas, mudando de sistema e de jogadores em posições nucleares todos os jogos, sistematicamente joga mal e às vezes pessimamente. Contra equipas sempre de categoria inferior, tem ganho mais do que tem perdido, mas apenas isso. Tem sobrevivido à custa de rasgos individuais dos poucos artistas do plantel.

O Sporting precisa de mais profissionais de topo como Mathieu, Coates, Acuña e Bruno Fernandes.

Precisa dum treinador de guarda-redes como Nelson Pereira.

Precisa dum preparador físico de topo como Roger Spry ou Radisic.

Precisa dum treinador experiente e com grande capacidade de liderança como vários que já tivemos, cujos nomes todos conhecemos.

Mathieu colocou como condição para continuar a presença de Coates. Faz todo o sentido. O que não faz sentido nenhum é ver um Coates ao lado dum Ilori.

Bruno Fernandes se calhar não colocou condição nenhuma. Mas devia ter colocado. Um treinador de nível equivalente ao melhor que treine em Portugal. No mínimo com habilitações para orientar a equipa desde o banco.

Quanto ao director desportivo, o máximo responsável pelo "casting", chame-se ele Hugo Viana ou outra coisa qualquer, estamos conversados.

SL

Peraí, Silas

Isto não é estar a meter veneno, meu caro, mas só por uma razão muito ponderosa e ponderada é que tu vais "meter" o Ilori na zaga direita e deixas o Rosier na bancada (por conta de um eventual cansaço, com uma paragem de seguida no campeonato?) e sem um só jogador com as características de lateral direito.

E se assim for, aceita desde já as minhas desculpas. Caso contrário, acho que estás a dar um tiro no pé. Mas isto sou eu, que não percebo nada de bola.

Bruno e Tiago

Não sei se repararam. Um dos melhores momentos do Liverpool-Sporting em Nova Iorque foi a descasca dada por Bruno Fernandes a Tiago Ilori depois de vir cá atrás, em corrida rapidíssima, impedir um golo quase certo, perante a apatia total do nosso lateral direito, que parecia ter sido acometido de uma paragem cerebral.
E Bruno é mais novo que Ilori. Que diferença entre a maturidade competitiva de um e outro...

Horas bem gastas

Dormir um par de horas à pressa para acordar, arrastar-me para o sofá e esperar pelo jogo. Hoje reunião às oito da manhã, o que faz com que tenha sido uma noite mal dormida. Pelo meio, o mais interessante jogo do Sporting desta pré-época.

Empate a duas bolas contra o campeão europeu. O jogo durou noventa minutos mas podia ter durante três ou quatro horas, tal é a sensação de agrado com que fiquei.

Não, nem tudo foi perfeito. Foi mais um jogo onde se percebeu que Ilori não acrescenta enquanto defesa direito, que Doumbia ainda está à procura de rotinas com Wendel e muitas outras coisas para Marcel Keizer lidar.

Mas para mim, enquanto adepto, gostei muito de ver este jogo do Sporting. O único amargo de boca é que o final me fez lembrar um célebre jogo contra o Manchester em 2003...

Primeiras impressões

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O jogo de ontem contra o segundo classificado da Liga Belga, que colaborou num jogo corrido e interessante, foi o primeiro que consegui ver do princípio ao fim desta pré-temporada.

Ficam então aqui as minhas primeiras impressões sobre este Sporting 2019/2020:

 

1. Fica Bruno, senão estamos fodidos (Ristovski)

Um filósofo, este nosso defesa direito que falha muito com os pés e com a cabeça quando uma bola de futebol está presente, mas pensa muito bem. Nem imagino o que seja o Sporting esta temporada se o Bruno sair. Não consigo mesmo. Tudo passa pelo Bruno na equipa do Sporting.

 

2. Aposta na formação

Com menos de 23 anos, ontem jogaram Max, Conté, Thierry Correia, João Silva, Nuno Mendes, Miguel Luís, Quaresma, Bragança, Jovane, Doumbia, Raphinha, Wendel e Plata. 13 jogadores em 22 utilizados, dos quais 9 passaram pela Academia. Obviamente a qualidade é a que existe hoje e não há uns anos atrás: uns jogaram bem e outros nem por isso, um marcou um belo golo e logo cometeu um penálti infantil,  outro é defesa mas não sabe defender, outro marca um penálti como um ensaio de rugby, mas isso faz parte. Se isto não é apostar na formação, e se alguém se lembrar de alguma época passada onde isso tenha acontecido numa digressão de pré-época, faça favor de me recordar.  

 

3. Dá Deus nozes a quem não tem dentes

Ter um ponta de lança como Bas Dost, ainda por cima o jogador mais caro do plantel, e ter um futebol afunilado com extremos de pés trocados e/ou falsos extremos, e centrais ou trincos a jogar como laterais, é realmente um grande desperdício. Criticar o nosso artilheiro por aquilo que fez ou deixou de fazer quando não teve um centro em condições, nem da linha de fundo, nem de mais atrás, nem dum sítio qualquer, acho que é descabido. Venda-se ou aproveite-se. 

 

4. PMFs (Pequenos e médios flops)

Por muita paciência que se tenha com quem chega, a exibição de Vietto roçou o "abaixo de cão": incapacidade de ajudar a defesa, perdas de bola, dribles falhados, passes para ninguém, remates frontais para longe da baliza. 90% do jogo que lhe chega morre ali. Uma actuação ao nível do Bruno Gaspar da época passada e de diferentes Pongolles doutras épocas. Nem fiquei a perceber se é 7, 11, 9, 9,5, 10, ou outra coisa qualquer. Tiago Ilori continua também sem convencer. Um jogador que se dizia rápido e afinal marca com os olhos. E Diaby ainda não voltou.

Enfim, acorda Vietto e faz-me engolir o que aqui disse, o que farei com muito gosto. Senão, e argentino por argentino mesmo assim preferia um tal Alan Ruiz.

 

5. Depois do Rui Patrício

Com certeza com muito e bom trabalho de Nelson, neste momento dispomos de dois belos guarda-redes: um Renan mais confiante e assertivo que na época passada e um Max com muito talento, pronto para lhe ganhar o lugar na primeira oportunidade. Aquele sector onde se previa que iríamos ter mais dificuldades é aquele que está mais assegurado.

 

5. Atitudes

Diz Jovane: "Já cá estava, conheço os jogadores e agora há que trabalhar para entrar na equipa. Vou trabalhar, cabe ao mister decidir quem deve jogar."

Diz Plata: "Há muitos jogadores, mas é uma luta entre amigos. Estamos todos com o mesmo objectivo, a tentar jogar com a equipa e fazer o melhor possível... Isso é o bom desta equipa técnica, que dá sempre oportunidade aos jovens. Agora é continuar a dar o melhor."

Diz Matheus Pereira que... Não disse nada, parece que foi perguntar ao Keizer se contava com ele ou não para titular. Pai e empresário nem devem dormir a pensar nos tlims-tlims dos possíveis empréstimos ou transferências.

Sendo assim...

SL

Ilori "igual" a Raphinha e Mathieu

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Já percebi que o Record - agora sob o comando de Bernardo Ribeiro, que aqui saudei quando assumiu o cargo de director - vai manter a absurda grelha classificativa de 0 a 5 para analisar os jogadores, abdicando de um critério muito mais exigente e adequado à meritocracia que o jornal diz cultivar mas não pratica neste aspecto muito concreto.

Confesso: cada vez entendo menos a lógica das avaliações postas em prática por este diário. Hoje, por exemplo, concede nota 3 a Ilori - no patamar superior da grelha classificativa, portanto. A mesma nota que atribui a Mathieu, Raphinha e Nuno Mendes.

Extraordinário. Dá até ideia que o Record nem viu o jogo de ontem na Suíça - muito menos a paupérrima exibição de Ilori na posição de lateral-direito, onde perdeu quase todos os confrontos com o extremo adversário. 

Caramba, nota 3 só mesmo se aplicassem a grelha de zero a dez. Ao menos aproveitem este pretexto para porem isso em prática.

Balanço (8)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre ILORI:

 

Pedro Azevedo: «É um jogador que perde frequentemente a concentração nos jogos, mas tem algo que parece faltar aos nossos centrais: é supersónico na recuperação defensiva. Limados os pontos-fracos, um perfil assim pode permitir à equipa subir a sua zona de pressão, a partir de um bloco defensivo colocado alguns metros à frente.» (5 de Janeiro)

Eu: «Fez parceria com Coates no eixo da defesa e revelou uma arrepiante fragilidade, culminada num autogolo que ditou a nossa derrota.» (7 de Fevereiro)

- JPT: «A porta da rua é a serventia. De Ilori. Agora será no final da época.» (7 de Fevereiro)

Edmundo Gonçalves: «Nada tenho contra o rapaz. Toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade e desejo que seja muito feliz no Sporting, que é sinal de que foi útil ao clube, mas o que questiono é a qualidade actual de Ilori. Convém lembrar que foi descendo até à zona de despromoção à terceira divisão inglesa e isso talvez não seja grande cartão de visita.» (30 de Janeiro)

José Navarro de Andrade: «Um bailarino que não sabe onde se pôr ou quem marcar, como tão bem demonstrou no golo do Villareal.» (21 de Fevereiro)

Francisco Vasconcelos: «Sendo rápido e alto, é uma boa opção, apenas tem de deixar de inventar na saída de jogo.» (8 de Março)

Leonardo Ralha: «Entrou a meio da segunda parte, tendo tempo suficiente para contemplar o remate acrobático com que Herrera, literalmente nas suas costas, fuzilou a baliza do Sporting e fez o resultado final. Resta-lhe a compensação de que Borja elevou muito a fasquia na competição para pior reforço de Inverno desta temporada.» (19 de Maio)

Luís Lisboa: «Não conseguiu estar à altura da missão. Foi uma aposta falhada.» (11 de Junho)

Tribunal de Alvalade (3)

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Cada cabeça sua sentença, mas a cabeça de muitos faz a sentença de muitos mais.

Mais vale cair em graça do que ser engraçado. E muitas coisas mais.

Sendo assim, venho propor aqui um desafio, colocar algumas questões que estão em consideração neste momento no futebol do Sporting e de que não conhecemos o desfecho.

Apenas respostas de nicks registados serão mostradas, todas as respostas anónimas serão ignoradas. O importante é sentir o Tribunal de Alvalade, através da amostra que este blogue (que muitos consultam) constitui, mas sem aldrabices. Obviamente responderei também à questão colocada.

Questões simples e directas. Respostas Sim ou Não. Justificadas o mais possível.

Questão Nº 3:

Dados o seu custo, concorrência interna e rendimento demonstrado quando chamado, o regresso a casa dum produto de Alcochete, Tiago Ilori, foi uma medida acertada podendo o Sporting ainda encaixar algum dinheiro com a venda de algum dos centrais mais novos que tem emprestados?

Aguardo as vossas respostas.

SL

Consistência

Poder-se-ia falar da desilusão de Ilori, um bailarino que não sabe onde se pôr ou quem marcar, como tão bem demonstrou no golo do Villareal. Ou de Phylippe, ou lá como ele se chama, que ainda não deixou de ser um jogador de 2ª divisão. Ou de Bas Dost que fez de Bryan Ruiz mesmo no final do jogo. Mas a verdade é que há coisas que não mudam, como Jefferson por exemplo. Dele saberemos sempre que será infinita e consistentemente estúpido.

 

Vamos lá deixar-nos de merdas ...

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Abaixo o António F. coloca esta foto num postal em que anuncia que está a brincar. Pois eu "roubo" a foto e aviso que não estou a brincar. Ilori despontou há alguns anos. Muito jovem foi promovido à equipa sénior e augurou-se-lhe uma bela carreira. De imediato quis sair do clube, e fez imensa pressão para isso. Dir-se-á que é normal, que os jovens são ambiciosos, que uma transferência para o campeonato inglês é apetecível. E que um convite do lendário Liverpool é (quase) irresistível. Concedo. E também concedo (e já o botei aqui) que algo se passa há largos anos no clube, pois é recorrente que os jovens da formação queiram sair a todo o custo, o que não acontece exactamente assim nos clubes rivais. Serão as perspectivas de futuro, a disposição de integração no plantel sénior, será o ambiente geral, será alguma discriminação (estatutária e económica) face a jogadores que chegam de fora. Não sei, são possibilidades. Mas o que é certo é que Ilori não saiu propriamente a bem. A carreira não lhe correu grande coisa. Passados anos o Sporting decide "repescá-lo". Há quem torça o nariz, será que se justifica, em termos futebolísticos? Outros resmungam, lembrando o tal desagradável processo de saída. Eu não tenho nada contra, já a Bíblia fala do regresso do filho pródigo, e como foi recebido de braços abertos.

Agora que um tipo que tem esta relação com o clube regresse e que no primeiro jogo, que é na Luz contra o "eterno rival", e logo depois de um muito aziago jogo em Alvalade contra o mesmo Benfica, não tenha sequer a sensibilidade, a amabilidade, o apreço pela simbologia do clube que o formou, viu partir e o fez regressar, e que se apresente calçado de vermelho? Dirão alguns que são pormenores. Outros falarão de "compromissos publicitários". Eu não aceito. Em boa linguagem de bola digo o que é verdade: Ilori está-se a cagar. E deixemo-nos de merdas, isto nunca aconteceria num F. C. Porto. É a tal mentalidade, aquela que permite estruturar instituições e levá-las ao sucesso (desportivo, neste caso). Começa por respeitá-las, mostrando-o com grandes gestos, de arreganho e entrega. E pequenos gestos, de gentileza e comunhão. Como mudar a cor das botas num primeiro jogo depois de todo este historial. 

A porta da rua é a serventia. De Ilori. Agora será no final da época. E é evidente que se em toda a estrutura do clube não há alguém o resmungão o suficiente para lhe dizer "Ó Ilori tem juízo, vai mas é calçar outras botas" há muita gente que terá que sair. Ou alguém que deverá entrar, para criar tino naquilo.

Quente & frio

Gostei muito do golo marcado por Bruno Fernandes na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, ontem à noite, frente ao Benfica no estádio da Luz. Foi o melhor golo do desafio, que perdemos por 1-2. Marcado de livre directo, a 30 metros das redes. Um tiraço do nosso capitão, sem defesa possível para o guarda-redes Svilar, dirigido ao canto superior mais distante da baliza. Um livre que nasceu de uma falta sobre o próprio jogador, que foi o nosso melhor em campo neste clássico em que saímos novamente derrotados: segundo desaire consecutivo perante o nosso mais velho e histórico rival.

 

Gostei de ver o Sporting em cima da baliza benfiquista no quarto de hora final, quando o treinador Marcel Keizer apostou sem complexos num 4-4-2, reforçando o ataque com a entrada de Bas Dost, que a partir dos 76' fez parceria com Luiz Phellype (e quando este saiu, aos 90', com Raphinha), completada por Diaby numa espécie de tridente. Foi nesse período que nasceu o nosso golo, marcado aos 82'. E poderia ter ocorrido outro, empatando-se a partida, se o árbitro não anulasse, mesmo à beira do fim, um lance ofensivo leonino por uma pretensa carga de Dost sobre Svilar que nunca existiu. Isto num jogo em que alinhámos sem Mathieu, Nani e Ristovski.

 

Gostei pouco da prestação do colombiano Borja, reforço de Inverno para a nossa lateral esquerda, em estreia absoluta de verde e branco no onze titular escalado por Keizer para este desafio. Naturalmente sem rotinas defensivas, teve responsabilidades directas nos dois golos encarnados: no primeiro, aos 16', foi incapaz de fechar o corredor por onde penetrou Salvio; no segundo, aos 63', estava muito mal posicionado e deixou João Félix centrar como quis. Apesar destes lapsos com indiscutível gravidade, revelou bons pormenores de ordem técnica, mostrando vocação atacante e capacidade de criar desequilíbrios. Merece o benefício da dúvida.

 

Não gostei de saber que a segunda mão desta meia-final, a disputar no nosso estádio, só vai realizar-se a 3 de Abril. Um absurdo, estes dois meses de intervalo: é uma decisão ridícula da Federação Portuguesa de Futebol, organizadora da Taça de Portugal. De qualquer modo, o Sporting mantém em aberto todas as possibilidades de passar à final da competição. Bastará vencermos o Benfica por 1-0 em Alvalade. Será que nessa altura ainda contaremos com Acuña? Actuando como médio-ala, o argentino foi um dos nossos melhores nesta primeira mão.

 

Não gostei nada da nossa primeira parte. Com desempenhos desastrosos no reduto defensivo, sobretudo de Bruno Gaspar, que voltou a ser ultrapassado várias vezes no seu flanco, nomeadamente no golo inaugural dos encarnados, em que escancarou ma avenida para o golo de Gabriel, e do regressado Ilori, que fez parceria com Coates no eixo da defesa e revelou uma arrepiante fragilidade, culminada num autogolo que ditou a nossa derrota. No meio-campo voltou a imperar a mediocridade de Gudelj na posição de médio defensivo, incapaz de travar o ímpeto encarnado e de contribuir para o início de lances ofensivos: o primeiro golo do SLB nasce de uma bola perdida por ele. Nestes primeiros 45 minutos revelámos fragilidades colectivas, concedemos demasiado espaço aos adversários nas alas, fomos incapazes de ganhar segundas bolas e sair em construção organizada, não dispusemos de um único canto e só conseguimos um remate enquadrado (por Bruno Fernandes). Também não gostei nada de um golo desperdiçado por Wendel que, isolado por Acuña e tendo apenas Svilar pela frente, rematou frouxo e muito ao lado no minuto 57. Nem da passividade do treinador, que a perder por 0-2 - frente a um adversário banal, sem Vlachodimos, Fejsa nem Jonas e um puto estreante no eixo da defesa - só aos 71' começou a mexer na equipa. Menos ainda gostei de ter perdido pela segunda vez em quatro dias com o Benfica, com um saldo muito negativo: três golos marcados e seis sofridos. E de só termos vencido, no tempo regulamentar, um jogo dos últimos oito que disputámos.

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