Decorria o minuto 9 do jogo do Sporting contra o Portimonense quando todo o estádio se ergueu a bater palmas.
Assim de repente não entendi a ovação até que olhei para o enorme relógio e percebi o minuto e a quem estavam a ser dedicadas aquelas palmas.
Momento arrepiante que me comoveu profundamente.
Cinco minutos antes do se iniciar o jogo as cartolinas verdes e brancas mostraram, a quem pretendeu ver, como o Sporting é um clube diferente e os sportinguistas adeptos fenomenais.
Por estes gestos e por muuuuuuuuuuuuuuitos outros.
Espero que o “Eterno Capitão” tenha conseguido ver a homenagem. O minuto 9 foi dele, mas a festa é de todos os Sportinguistas. Manuel Fernandes incluído!
Felizmente Maria José Valério (hoje falecida, vítima do malfadado coronavírus que há um ano nos virou a vida do avesso) foi várias vezes mencionada neste blogue.
Só alguns exemplos:
A 16 de Janeiro de 2012, ela viu-se brindada com este postal.
A 13 de Fevereiro de 2012, foi incluída na rubrica «Leões de Sempre» . Uma leoa, neste caso.
A 7 de Maio de 2013, recebeu os merecidos parabéns pelas suas 80 primaveras.
A 6 de Maio de 2015, nova menção especial, a pretexto do seu 82.º aniversário.
A 6 de Maio de 2017, recebeu aqui "um beijo muito especial", também em dia de aniversário.
Como sempre pensei, as homenagens devem ser feitas em vida. Ao contrário do que sucede em Portugal, onde calamos elogios quando as pessoas estão connosco e só decidimos enaltecê-las quando já cá não se encontram.
Ela deixou-nos, mas a marcha que imortalizou permanecerá connosco. Para sempre.
Ao contrário do que se pensa a iniciativa de atribuir nomes aos campos não foi inventada por este presidente nem por esta direcção.
Não me recordo de ter existido nenhuma polémica em 2017, apesar de como constatamos, na imagem, Câmara Municipal de Lisboa parecer mais importante que Sporting Clube de Portugal e o apoiante, o comissionista de honra de Luís Filipe Vieira; Fernando Medina, parecer mais importante que o (na altura) presidente do Sporting Clube de Portugal; Bruno de Carvalho.
Como vemos se a ideia for guerrear encontramos sempre argumentos.
"E cada qual no seu campo, em cada campo uma flor, a ver a banda passar cantando coisas de amor"
Como se dizia em Maio do ano que nasci: Faz amor, não guerra (make love not war)
Lembro-me bem da queda do varandim do antigo estádio de Alvalade e da tristeza sentida pelo absurdo da tragédia, resultante da pressão de adeptos que insultavam a equipa do FC Porto à chegada ao estádio.
Os adeptos estão para apoiar o seu clube, não para insultar os adversários. Foi dos momentos mais baixos do Sporting.
Mas o Sporting não é um clube diferente apenas nas coisas más e, 24 anos volvidos sobre a tragédia, o clube prestou a devida homenagem a quem, representando as cores adversárias, não hesitou um segundo sequer em colocar o seu saber e mãos ao serviço do próximo.
Falo do Dr. Domingos Gomes, a primeira pessoa a assistir as dezenas de adeptos que estavam estatelados no chão em risco de vida, e que, mesmo levando com garrafas, não deixou de continuar a prestar socorro.
Apesar do largo decurso do tempo, fez bem o Sporting, na pessoa do seu Presidente, em agradecer, desta forma solene, ao Dr. Domingos Gomes.
Confesso que também sofro deste síndrome, nas bancadas. Ansiedade. Foi o caso de ontem. Todos estamos muito ansiosos, queremos ganhar bem, rápido e tudo. Não é fácil. Mais fácil perceber a explosão no golo de Mathieu, aos 83 minutos.
Precisamos de saber gerir este nosso estado pois este "nervoso" miudinho transmite-se para o relvado, e pressiona os jogadores. Não ajuda. O jogo com o Guimarães foi disto exemplo. Esta autocrítica, penso, aplica-se a muitos sportinguistas que assistem a jogos, opinam e escrevem. Todos temos um pouco de treinador de bancada mas o que é facto, e como diz Jorge Jesus, é a equipa técnica e os jogadores que sabem o que fazem durante a semana nos treinos e têm a maior responsabilidade nos jogos.
Nada do que escrevo tem a ver com silêncio, ausência de opinião ou possibilidade de discordar. Mas numa fase difícil como a que vivemos, com 3 jogos em 8 dias, ou 4 em 12, tendo ganho a Taça da Liga e ainda a disputar mais 3 competições (na Europa pertencemos a um clube muito restrito de 4 clubes que ainda estão em todas), temos de compreender as dificuldades inerentes ao plantel e o esforço a que está sujeito, apoiar a equipa e demonstrar que a nossa união é feita de aço e, solidariamente, acompanhar um exemplo de amor ao Sporting, o Daniel Raimundo no pedido: sejam campeões!
... Eis aqui 30 segundos da homenagem que Alvalade prestou ontem ao campeão europeu de Pista Coberta, Nélson Évora e à vice-campeã, Patrícia Mamona, ambos na especialidade de Triplo Salto.
Eu sei que ele não era do Sporting, mas sempre fui apreciador da sua arte. Tenho-me lembrado dele por estes dias e é com todo o gosto que o evoco aqui.
Mestre Manoel de Oliveira, um dos maiores valores de sempre da cultura portuguesa - e também do desporto, que praticou durante décadas. Um nome que não poderemos esquecer: aqui lhe presto a devida vénia.
Manoel de Oliveira, enquanto jovem, foi praticante de automobilismo
Tem-se falado no modo como os jogadores do Tondela se "transcenderam" na partida de Alvalade. É um facto - e devemos saudá-lo. Defrontar adversários que se agigantam nos jogos connosco é a maior homenagem involuntária que essas equipas e esses clubes prestam afinal à grandeza do Sporting.
O Sporting vai aproveitar a eliminatória da Taça de Portugal com o Benfica, no próximo sábado, para homenagear o maior goleador de sempre do futebol português: Fernando Peyroteo.