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És a nossa Fé!

De pedra e cal - Galeria da(s) Glória(s)

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Imagem gentilmente cedida por Manuel Parreira (identificação dos jogadores, a cargo do próprio na caixa de comentários)

 

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Emílio Peixe

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Amunike

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Infelizmente, esta fotografia (cromo n.° 43) integra um lote de três fotografias legendado de forma genérica. Não me é, por isso, possível identificar correctamente os futebolistas. Não tenho os outros dois cromos mas não quis perder a oportunidade de aqui deixar este apontamento. Se houver quem possa ajudar na identificação dos mesmos, agradeço.

A legenda que figura na caderneta de 1906-1995:

«Mais três equipas de futebol que deram grandes glórias ao Sporting. Recordem-se futebolistas como: Carlos Gomes, Passos Caldeira, Martins, Fernando Mendes, Osvaldinho, Pérides, Galaz, Dilson, Vadinho, David Julius, Mário Jorge, Jordão, Morato, Zezinho, Gabriel, Damas, Romeu, Sousa e Manuel Fernandes.»

Esperaria, contudo, que Vadinho fosse o terceiro a contar da esquerda, na fila inferior. E Galaz, o primeiro a contar da esquerda, na fila superior. Osvaldinho, o quarto a contar da esquerda na fila superior?

Sporting anti-racista

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                                     Joaquim Dinis                                                     Hilário da Conceição

 

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                                           Oceano Cruz                                                                     Rui Jordão

Hilário, por António Simões

«Grande defesa, bom jogador, menção incontornável, excelente amigo, homem grande. Hilário é uma figura emblemática do futebol luso, mítica no Sporting Clube de Portugal. Importância maior, um ser humano cativante pela sua bonomia, pela sua sinceridade.
Para um defensor, mais do que qualquer outra coisa, a retaguarda é o começo de tudo. O meio e o fim? Logo se vê. O pensamento está sempre orientado para o preceito de proteger o setor mais recuado. Hilário era uma excelente sentinela, não queria que lhe penetrassem o castelo. Tinha o sentido de entreajuda, não há solidez possível sem cooperação. Atacar a fortaleza do adversário? Isso era o passo seguinte, caso a traseira estivesse intacta e firme.
Eu estava sempre (exceção feita aos jogos da Seleção) no outro lado da trincheira. Na zona do Hilário, era difícil acampar, passar, circular, jogar. Ele não se distraía, lesto para impedir que o adversário brilhasse. Não permitia que o seu corredor fosse responsável pela perda da batalha. Se a derrota acontecesse, era no limite da sua entrega.
Defendia com simplicidade, dava o que sabia, dava tudo. Tornou-se um dos melhores laterais canhotos de sempre. Com processos básicos, sem inventar, alardeava seriedade, dedicação e entrega permanentes. Para o Magriço, meu companheiro na defesa das cores nacionais, o lema era treinar bem para responder melhor. Aproveitava os ensaios, encarados com responsabilidade, como de jogos se tratassem, para aprimorar os seus recursos.
Na turma portuguesa, tê-lo nas costas era um sossego. «Vai, que eu fico», ouvi tantas vezes. A sua mensagem era também atestado de garantia. A minha liberdade era tanto maior quanto a vigilância apertada do Hilário à asa esquerda da nossa equipa. Inteligente, servia bem, tinha uma visão de jogo de imensa qualidade. Não enjeitava responsabilidades, assumia-as. Dava tudo o que tinha, provando que uma individualidade, no cume do esforço, contagia o coletivo.
Em termos humanos, Hilário foi simplesmente do melhor que encontrei ao cabo de tantos anos de futebol e de convívio com pessoas de outras sensibilidades dominantes. Humilde, modesto, bem formado, entendeu como poucos os valores da amizade e da solidariedade. Leal aos amigos, sempre disponível e prestável para qualquer intervenção. Ainda divertido, excelente contador de histórias, mais entusiasmo e muito carinho. Foi e é ótimo estar na sua companhia. Tem graça, congrega, suscita gargalhadas em profusão.
Hilário jogou muitos anos com e contra vários jogadores. Defrontou adversários de enorme calibre, intérprete de duelos rijos, em especial com o brasileiro Garrincha, que considero o melhor extremo-direito de todos os tempos. Mesmo em ambientes escaldantes, Hilário nunca se deu por vencido. Lutou até à exaustão. Todos os seus oponentes diretos lhe dedicaram o maior respeito. Que maior elogio poderia ter?»

Simões, António - António Simões : Personalidade e reflexões... Matosinhos : Cardume Editores, 2017. pp. 69-70

Parabéns, Hilário

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Um enorme Leão, figura marcante na história do Sporting e na história do futebol português. Tricampeão nacional, três vezes vencedor da Taça de Portugal, participante na brilhante campanha europeia que se saldou na conquista da Taça dos Vencedores das Taças, em 1964, ao serviço do nosso clube.

Envergou 39 vezes a camisola nacional, incluindo nas seis partidas da fase final do Campeonato do Mundo de 1966 em que subimos ao pódio e ele foi eleito para o onze ideal da competição. Oriundo do Sporting de Lourenço Marques, vestiu de Leão ao peito entre as épocas 1958/1959 e 1972/1973: nunca conheceu outro emblema em Portugal.

Recordista absoluto de jogos disputados pela equipa sénior do Sporting (627 no total), Hilário Rosário da Conceição celebra hoje 80 anos. E nós celebramos com ele.

Daqui vai o meu caloroso e grato aplauso.

O que dizem eles

 

«Tenho pena que se dê a oportunidade a um estrangeiro de ser capitão do Sporting. E falo do Sporting, como poderia falar do Benfica, em que os capitães são o Luisão e o Maxi Pereira, ou do FC Porto, em que são o Hulk e o Helton. Um capitão do Sporting deve ser alguém que conheça a história do Sporting e de preferência que venha da formação ou chegue ao clube muito novo. Quem daria um bom capitão é o Adrien Silva. É certo que esteve emprestado nas últimas duas épocas, mas tem muitos anos de casa (nove) e é um indivíduo que sabe o que é o Sporting e apresenta algumas qualidades inerentes ao desempenho do cargo. O capitão tem que ter as qualidades de liderança, em primeiro lugar. Não só no campo, mas também no balneário. E deve ser alguém que faça a ponte entre a equipa e o treinador e a direcção, sendo um grande defensor dos colegas».

 

-    Hilário Rosário da Conceição    -

 

Observação: O que o Hilário disse faz sentido, no que diz respeito às qualidades necessárias de um capitão e à sua ligação ao clube. Quanto à nacionalidade, é de admitir que um português será preferível, mas o Sporting já teve pelo menos um capitão estrangeiro, que eu me lembre. A sua sugestão de Adrien Silva não deixa de ser algo surpreendente, sobretudo pelas conhecidas circunstâncias em torno do jogador e as dúvidas que ainda existem sobre a sua continuidade no Sporting. Isto à parte, será que o Sporting tem no seu plantel jogadores portugueses com o perfil ideal ? Com as saídas de Tiago e Polga, fica apenas Daniel Carriço e não há garantias quanto à sua titularidade. Em termos pessoais, não gosto de ver um guarda-redes como capitão e até penso que Rui Patrício não tem a personalidade adequada. André Martins satisfaz muitos dos requisitos, pese a sua juventude. A ser um estrangeiro, a minhas preferências seriam Stijn Schaars, Fito Rinaudo ou Oguchi Onyewu, este último que até já fala um português muito bom.

Arquivo do Passado

Junho 6, 1993: Hilário da Conceição ladeado por um «simpático» rapaz, muito parecido comigo, na Tribuna do Estádio José de Alvalade no dia da recepção ao Paços de Ferreira. O mais interessante da fotografia não são os retratados mas sim o fotógrafo, o defesa central holandês Stanislaus Valckx que, momentos antes, em pleno balneário, foi impedido de se equipar pelo então presidente José Sousa Cintra. Quando o questionei sobre a sua surpreendente presença ali, uma hora antes do jogo, ele respondeu: «o presidente não me deixa jogar.» A causa desta extraordinária intervenção presidencial deve-se a um comentário do Stan, durante a semana, relativamente ao atraso do pagamento dos prémios de jogo. 

{ Blogue fundado em 2012. }

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