Hoje é dia de Sporting vs. Arsenal, um dia bom para recordarmos Luís Boa Morte, actual seleccionador da Guiné-Bissau. Sobre a selecção da Guiné-Bissau e a hipótese de um jogador do Sporting a representar falaremos noutra altura.
Hoje é dia de estarmos focados de (quase) garantirmos a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões.
Bissau, 8 de Março – A vida tem destas coincidências extraordinárias. A minha estreia, como colunista, no jornal deste nosso grande Clube coincide com a minha presença em terras de Bissau.
Aqui o Sporting é forte e sente-se o sportinguismo além-fronteiras em vários pormenores e detalhes. Começam no mais evidente, que é a omnipresença da sede do Sporting Clube da Guiné-Bissau, edifício que vejo diariamente quando percorro a cidade.
Prosseguem nos jovens guineenses vestidos com camisolas do Sporting Clube de Portugal, a quem um grito dado em plenos pulmões a dizer “Spooorting” é seguido de um enorme e rasgado sorriso de companheirismo clubístico.
No meu caso, culminou com ver o jogo Sporting x Manchester City em plena Bissau rodeado de fervorosos adeptos do nosso Clube.
Do jogo não vou falar até porque não gosto de ser treinador de bancada e acho que estamos muito bem entregues aos comandos do Sá Pinto.
Mas quero partilhar convosco a portugalidade de ver um jogo do Sporting em Bissau, o nervosismo de incontáveis cigarros fumados porque o golo da vitória nunca mais chegava, o prazer de beber uma cerveja lusa acompanhada de caju, num mix de dois produtos bem emblemáticos de Portugal e da Guiné-Bissau.
Rodeado de adeptos de nacionalidade diferente da nossa, com quem se manteve agradáveis discussões de técnica durante os 15 minutos de intervalo.
E o prazer de descobrir que os sportinguistas guineenses vibraram como loucos com a nossa vitória e gritaram bem alto “Spoooorting” quando Xandão, ao minuto 51, fez o bonito com o calcanhar. Senti-me em casa. Rouco de gritar, como se a milhares de quilómetros de distância os nossos rapazes ouvissem o meu contentamento. Mas, acima de tudo, feliz porque ganhámos.
O que se pode querer mais?
*Texto publicado na edição do jornal do Sporting de 13 de Março 2012
A Helena Ferro Gouveia, de bastas andanças africanas, acaba de me enviar esta fotografia. Sublinhando-a com um "aqui é que há sportinguistas a sério", não como se apoucando (nós) outros mas nisso salientando os arreigados "esforço, dedicação, devoção e glória" em sítio de tamanhas dificuldades.
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