O Maior
Não vi o Manuel Fernandes jogar. Toda a admiração que lhe nutro vem das histórias narradas por outros leões, ou pela nossa imprensa desportiva, e, claro está, pelas suas intervenções apaixonadas de cada vez que se referia ao seu Sporting.
Não vi o Manuel Fernandes jogar, como dizia, mas testemunhei um episódio bem revelador da sua grandiosidade.
Estávamos na época 1998/1999 e o Santa Clara, à época treinado pelo Manel, veio jogar a Esposende, minha terra, contra o clube local.
O meu melhor amigo e o seu pai eram benfiquistas fervorosos e doentes. Quando a comitiva do Santa Clara chegou ao estádio, o pai do meu amigo estava à espera dela. Abriu-se a porta do autocarro e a primeira pessoa a sair foi o Manuel Fernandes. E o pai do meu amigo, rapidamente, estendeu-lhe a mão para um cumprimento caloroso.
Ou seja, o pai do meu amigo, enorme benfiquista, e que certamente teve muitas desilusões à conta do Manuel Fernandes, esperou pela chegada do Santa Clara só para poder cumprimentar o Manuel Fernandes. Que belíssimo testemunho de fair play!
Foi então que pensei para comigo que o Manel Fernandes foi realmente um jogador superlativo. Tão grande que até benfiquistas dos sete costados faziam gosto em saudá-lo.