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És a nossa Fé!

Vitinha? A sério?

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Diz o capitão da selecção da república portuguesa:

"Deviam comparar Yamal a Vitinha"

Porquê? (pergunto)

Vitinha é um jogador a caminho dos 30 anos, formado pelo FC Porto. Desde a primeira época que jogou na equipa principal do clube de origem que a opção foi despachá-lo, primeiro para um clube que lutava para não descer em Inglaterra, como não conseguiram, despacharam-no para o periférico campeonato francês.

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Vitinha é suplente da selecção portuguesa e duvido que tenha um jogo, a sério, completo de quinas ao peito.

Lamine Yamal não tem idade para entrar num bar e beber uma cerveja, não tem idade para comprar um preservativo numa farmácia, não tem idade para conduzir, no entanto, foi ele que conduziu a selecção espanhola ao triunfo no Europeu de 2024, tinha 16 anos e 366 dias.

Quais as semelhanças entre Yamal e Vitinha, muito poucas, o clube onde o espanhol se formou não o quer despachar, pelo contrário, está a construir uma equipa à volta dele (como fez com Messi) para potenciar todas as qualidades do miúdo.

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O jogador mais parecido com Yamal é Gonçalo, titular do Sporting e titular da seleção.

Um jogador que o Sporting não quer despachar (como o FC Porto fez com Vitinha) um jogador muito mais titulado em Portugal que Vitinha, um jogador mais novo que Vitinha e um dos capitães do Campeão Nacional.

Um capitão de equipa tem obrigação de unir, tem de ser o porta voz do grupo, não pode destacar um suplente e humilhar os titulares.

Enfim que o jogo jogado com os pés e com a cabeça corra melhor à selecção da república que as palavras que foram jogadas antes do desafio.

Eduardo resolveu: alegria para todos nós

Sporting, 2 - Gil Vicente, 1

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Quaresma acabou de marcar o golo decisivo e inicia festejos: explosão de júbilo em Alvalade

Foto: Lusa

 

O futebol é assim: montanha-russa de emoções. Em menos de duas horas experimentamos todo o tipo de sensações: vamos da alegria à tristeza e regressamos ao sentimento inicial. A ansiedade domina-nos, a fúria por vezes assalta-nos, as dúvidas persistem até ao apito final.

Há os eternos optimistas, que não chegam a preocupar-se: têm a certeza antecipada de que tudo terminará bem. Confesso incluir-me nesse lote, que admito ser minoritário. A larga maioria de adeptos do Sporting é pessimista militante. Eu que o diga: enfrento-os há treze anos e meio por cá, sei bem como é muito mais difícil arrancar-lhes uma palavra de esperança do que centenas de frases a puxar para baixo. 

Costumo dizer-lhes que acreditam sempre mais nas equipas adversárias do que na própria equipa que dizem apoiar. Muitos, ao cantarem «Farei tudo o que puder / pelo meu Sporting», depressa esquecem estes versos para se porem a criticar duramente os nossos jogadores enquanto o jogo decorre.

 

Voltou a acontecer neste Sporting-Gil Vicente, domingo à noite, faz hoje três dias: começou mal mas acabou bem. Muito bem. 

Aos 26', perdíamos. No único verdadeiro remate da turma visitante à nossa baliza: de Félix Correia, convertendo um penálti totalmente desnecessário cometido por St. Juste quatro minutos antes. O jovem extremo, de apenas 24 anos, não festejou. Por respeito digno de aplauso: lembrou-se que esteve dez anos na Academia de Alcochete, onde cumpriu todos os escalões de formação.

Gostava muito de voltar a vê-lo de leão ao peito. Anda a perder os melhores anos da carreira profissional a jogar em equipas como a de Barcelos.

 

Falava eu da impaciência dos adeptos. Foi algo que neste jogo deu nas vistas. E nos ouvidos. Tornou-se notória a insatisfação e o nervosismo nas bancadas, ainda antes de soar o apito para o intervalo. A cada passe falhado, a cada entrega mal medida, a cada duelo perdido, a cada ofensiva abortada. 

Valha a verdade: alguns jogadores pareciam fazer tudo para exasperar a massa adepta. Destacou-se Gonçalo Inácio, protagonizando um festival de passes longos para terra de ninguém. Desperdício completo: o Gil Vicente agradecia. Enquanto ia dominando Gyökeres com dois patrulheiros incansáveis: o artilheiro sueco, tolhido por esta apertada vigilância, quase não dispôs de uma oportunidade.

 

Reatada a partida, mais do mesmo. Gil Vicente trancado, vedando os acessos à baliza, em defesa intransigente da vantagem mínima caída quase do céu. Teríamos de fazer pela vida se quiséssemos rumar à Luz, no sábado que vem, em igualdade pontual com o Benfica mas com melhor registo de golos, o que nos confere vantagem.

Aos 64', Rui Borges fez as mudanças que se impunham. A triplicar. Entraram Morten (para o lugar de Morita), Harder (substituindo Pedro Gonçalves) e Quenda (com a saída de St. Juste). Logo se notou a diferença: equipa virada para o ataque contínuo, explorando todos os corredores, mais veloz, mais intensa, mais objectiva. 

Só poderia traduzir-se em golos. E assim aconteceu. Por Maxi Araújo, num remate de primeira, sem preparação, aproveitando da melhor maneira um ressalto.

Bola no local adequado: o fundo das redes.

 

Terminou a sensação de intenso nervosismo que pairava nas bancadas. E despertaram os rugidos de leão, ecoando por todo o estádio, empurrando a equipa para diante. O Gil Vicente defendia-se como podia: pontapé para cima, para longe, para o lado, para fora. Nós acentuávamos a pressão, que não diminuiu com a troca de Geny por Biel aos 83'. 

Minuto 90 esgotado: cinco minutos de tempo extra. 

Estava escrito nos astros que o desafio não terminaria sem conquistarmos os três pontos.

Aconteceu aos 90'+3, na conversão de um canto por Debast. Bola rechaçada de qualquer maneira pelos defensores gilistas. Sobrou para Eduardo Quaresma, que resolveu o problema de fora da área: pontapé fortíssimo, a redondinha ainda resvalou num adversário e foi aninhar-se, cheia de efeitos, no ângulo mais longínquo para o incrédulo guarda-redes Andrew. 

 

Cumpria-se o destino do Leão: comparecer na Luz em vantagem.

Queremos muito o bicampeonato que nos foge há 74 anos. E merecemos muito essa conquista. 

Eduardo Quaresma chorou de emoção: tinha sido protagonista, pelo melhor motivo, naquele que até agora foi o desafio da sua vida. Lágrimas de alegria compartilhadas por imensos adeptos. Milhares, talvez milhões.

 

Breve análise dos jogadores:

 

Rui Silva (6) - Sofreu o penálti: ainda adivinhou para onde a bola iria, mas sem hipóteses. Seguro, atento e concentrado no resto do jogo.

Eduardo Quaresma (9). Competente trabalho defensivo, nas recuperações e no passe. Coroa de glória: o golaço da vitória, aos 90'+3. Melhor em campo.

Sr. Juste (3) - Substituiu Diomande, ausente por castigo. Sem cumprir como central do meio. Cometeu penálti aos 22'. Sem necessidade.

Gonçalo Inácio (4) -  Capitão inicial, com Morten ausente do onze. Nervoso, protagonizou um festival de passes falhados. Arriscou amarelo aos 90'+1.

Geny (5) - É capaz de bem melhor. Foi dele a primeira tentativa de rematar ao alvo (33'), acertando na malha lateral. Pouco mais fez, pouco mais tentou.

Debast (7) - Destacou-se nas recuperações (34', 75'). Grande passe para Harder aos 80'. Tentou marcar de longe (90'+2). Bateu o canto de que nasceu o golo decisivo.

Morita (5) - Regressou a titular mês e meio depois. Ainda longe da melhor forma física, faltou-lhe o suplemento de qualidade que bem lhe conhecemos.

Maxi Araújo (7) - Travou duelos com Félix Correia na ala esquerda, nem sempre levando a melhor. Crucial ao marcar o primeiro, de ressalto, aos 81'.

Trincão (6) - Assinalou o primeiro sinal de perigo, aos 2'. Quase marcou aos 14': grande defesa de Andrew. Atirou ao ferro na marcação de um livre (87').

Pedro Gonçalves (5) - Ainda preso de movimentos: nota-se que esteve cinco meses parado. Grande lance aos 53': recebeu, rodou e rematou fazendo-a roçar o poste.

Gyökeres (4) - Irreconhecível. Muito marcado. Só uma vez a bola lhe chegou em condições (aos 59', por Trincão) mas decidiu mal. E falhou vários passes.

Morten (7) - Substituiu Morita aos 64'. Em benefício da equipa: arrumou o meio-campo, impôs ali a sua autoridade. Interveio no primeiro golo.

Harder (6) - Substituiu Pedro Gonçalves aos 64'. Dinâmico, com vontade de facturar. Fez remate inicial no primeiro golo leonino. Cabeceou com perigo aos 88'.

Quenda (5) - Entrou aos 64', rendendo St. Juste (Debast recuou para central, Geny foi para ala esquerdo). Ficou aquém das expectativas.

Biel (4) - Entrou aos 83', substituindo Geny. Tentou integrar-se bem no ataque, nem sempre com sucesso.

Matheus Reis (-) - Entrou aos 90+7', rendendo Trincão. Só para podermos queimar uns segundos e amarrar o triunfo.

Rescaldo do jogo de ontem

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Eduardo Quaresma no momento em que marcava o golo da nossa alegria: valeu três pontos

Foto: Lusa

 

Gostei

 

Da reviravolta no marcador. Teve um sabor épico, o nosso triunfo da noite passada em Alvalade. Perante um Gil Vicente que parecia apostado em fazer o melhor jogo da temporada, virámos o resultado desfavorável, cerrámos fileiras, fomos para cima deles, agimos com inegável dinâmica colectiva, acentuada após Rui Borges ter refrescado a equipa e corrigido erros de posicionamento. Conseguimos os três pontos. Nem por terem sido arrancados a ferros foram menos saborosos, muito pelo contrário. E demos uma lição ao treinador da equipa adversária, que havia confessado sem rodeios desejar ver o seu Benfica campeão. 

 

De Eduardo Quaresma. Herói da noite leonina. Foi ele a apontar o golo da vitória - seu primeiro golo da temporada - num magnífico pontapé de ressaca, aproveitando da melhor maneira uma bola que sobrara da marcação de um canto. De fora da área, municiou o pé-canhão para um remate indefensável que fez levantar o estádio ao minuto 90'+3. Depois correu para os festejos e chorou lágrimas de genuína alegria. Melhor em campo: bem merece aplauso em uníssono da massa adepta. É com futebolistas como ele que se conquistam campeonatos.

 

De Maxi Araújo. Não teve actuação perfeita, longe disso. Mas foi ele a quebrar o enguiço quando o nervosismo e a ansiedade já se instalavam nas bancadas. Ao marcar o nosso primeiro golo, num remate por instinto, sem preparação, de posição quase acrobática com o seu acutilante pé esquerdo. Virou a corrente do jogo, que não voltou a ser a mesma. A partir daí tomámos de assalto a grande área da turma de Barcelos: queríamos conseguir. E conseguimos.

 

De Debast. Marcou o canto que originou o golo. Mas fez muito mais. Recuperou bolas. Fez um passe primoroso para Harder aos 88'. Tentou o golo de meia-distância com um remate cheio de intenção (90'+2) já prenunciando o que se seguiria um minuto depois. Cumpriu com distinção em duas posições: primeiro como meiocampista e a partir dos 64' como central ao meio. Ganhou lugar cativo no onze titular.

 

De Morten. Rui Borges poupou-o de início, procurando gerir o internacional dinamarquês, que está tapado com cartões amarelos, por recear vê-lo de fora no desafio seguinte, frente ao Benfica. Mas, passada uma hora, deu-lhe ordem para entrar. E fez muito bem. Porque o Sporting melhorou muito com o capitão em campo - em organização, em intensidade, em robustez psicológica. Interveio no primeiro golo e escapou incólume, sem advertência disciplinar: contaremos com ele na Luz.

 

De Harder. Saltou do banco para ajudar a construir a vitória. Dinâmico, foi um dos obreiros destes três pontos. Esteve no primeiro golo, ao fazer o remate inicial que daria a bem-sucedida recarga. Tentou o golo com um remate em arco aos 75' com a bola a passar ligeiramente ao lado. Cabeceou com perigo aos 88'.

 

Do treinador. Rui Borges completou uma volta inteira ao serviço do Sporting e pode gabar-se desta proeza: com ele no comando, nunca sofremos uma derrota em competições nacionais. Ontem, quando o resultado se mantinha desfavorável, soube detectar os problemas e encontrar soluções adequadas. Com três trocas simultâneas aos 64': Morita por Morten, St. Juste por Quenda e Pedro Gonçalves por Harder. A equipa melhorou de imediato. O resultado viu-se.

 

Da estrelinha. Não era exclusiva de Ruben Amorim. Ontem voltou para iluminar-nos.

 

Da homenagem inicial a José Carlos. Saudoso capitão leonino, há dias falecido com 83 anos. Como defesa central, conquistou a Taça das Taças em 1964, dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal pelo Sporting. Foi também exemplar ao serviço da selecção nacional, que representou por 36 vezes, tendo-se destacado como titular da equipa das quinas que subiu ao pódio no Mundial de 1966. Mereceu por inteiro este reconhecimento póstumo.

 

De mantermos a liderança. Temos agora 78 pontos quando faltam só duas rondas para o fecho do campeonato - correspondentes a 24 vitórias em 32 desafios. Faltam jogar 180 minutos, cruciais para a conquista do bicampeonato que nos foge há mais de 70 anos. Duas finais em perspectiva: a primeira no sábado, perante o Benfica; a outra em nossa casa, na recepção ao V. Guimarães. 

 

 

Não gostei

 

Da nossa primeira parte. Nem um remate enquadrado à baliza adversária. Daí o resultado desfavorável (0-1) registado ao intervalo. 

 

Do golo sofrido. De penálti, aos 26'. Marcado por um antigo jogador nosso, Félix Correia, que eu bem gostaria de voltar a ver de leão ao peito.

 

De St. Juste. Muito nervoso, deixou-se dominar pela ansiedade. Aos 22' provocou um penálti totalmente desnecessário que o árbitro Tiago Martins só assinalou após alerta do vídeo-árbitro. 

 

De Gonçalo Inácio. Capitão, por ausência de Morten, o central canhoto esteve em noite não. Protagonizando um festival de passes falhados - aos 20', 35', 37', 43', 45+3', 48' e 70'. Pelo menos estes. Dele exige-se bem mais. E melhor.

 

De Morita e Pedro Gonçalves. Ambos ainda longe da melhor forma, após lesões prolongadas - mês e meio no caso do internacional nipónico, cinco meses no caso do craque transmontano.

 

Da ausência de Diomande. Excluído desta partida por acumulação de cartões, notou-se bem a falta dele no eixo da nossa defesa. Substituído por St. Juste, ficou evidente que a equipa nada ganhou com a troca.

 

Da inoperância de Gyökeres. Raras vezes o melhor artilheiro da Liga 2024/2025 vem mencionado na secção "Não gostei". Desta vez justifica-se por ter sido incapaz de se libertar das marcações: teve sempre dois adversários a condicionar-lhe a manobra, policiando-o com rigor. A chuva copiosa que caiu durante grande parte da partida também nada ajudou as suas habituais arrancadas. Desta vez nem os passes lhe saíram bem. 

Quente & frio

 

Gostei muito de ver o Sporting carimbar a presença no Jamor como finalista da Taça verdadeira. Segunda participação consecutiva da nossa equipa na final de uma competição que conquistámos pela última vez em 2019, com Marcel Keizer ao comando do onze leonino. Garantimos agora a presença nesse decisivo desafio, a disputar no dia 25 de Maio, ao derrotarmos o Rio Ave na segunda mão da meia-final. Metade da tarefa estava feita, no encontro da primeira mão em Alvalade (vencemos por 2-0). Faltava a confirmação, concretizada anteontem, ao alcançarmos novo triunfo - desta feita por 2-1.

 

Gostei de ver Viktor Gyökeres continuar em excelente forma. Voltou a marcar: foi dele o segundo, aos 51', em oportuna recarga após Geny ter falhado o remate inicial. Este foi o seu 48.º golo da temporada - e o 57.º, se incluirmos na lista os que apontou ao serviço da selecção sueca: de verde-e-branco, nestas duas épocas, tem no seu registo 91 golos em 97 partidas. Também gostei de Gonçalo Inácio, que abriu o marcador aos 12', cabeceando na direcção certa após canto apontado por Debast - e desvio subtil de Gyökeres. Sexto da temporada para o brioso central canhoto, formado na Academia de Alcochete: protagonizou um dos momentos altos da partida. Outro protagonista, inevitável, foi Pedro Gonçalves: regressou à titularidade mais de cinco meses depois, comprovando que podemos enfim contar de novo com ele. Actuou só na primeira parte, o que se entende pois ainda recupera o melhor ritmo competitivo, já vencíamos por 1-0 ao intervalo e havia que dosear o esforço colectivo a pensar no desafio do Bessa.

 

Gostei pouco do egoísmo de Harder, jogador que aqui elogiei em fresca data. Lançado por Rui Borges aos 67', claramente para gerir o esforço de Gyökeres antes do confronto de domingo com o Boavista, o jovem dinamarquês protagonizou dois ou três momentos de ataque inconsequente, em que só pensou nele próprio e na baliza, como se jogasse sozinho. Erro maior aos 90'+1: deixou-se interceptar em posição frontal, perdendo a bola, quando tinha colegas em excelente posição para marcar - tanto à esquerda como à direita. Precisa de ganhar maturidade e responsabilidade táctica para evitar dar razão ao técnico, que já lhe chamou «muito trapalhão» em público. Melhor esteve Biel, que também saltou do banco aos 67' (substituindo Trincão). Bons apontamentos do extremo esquerdo brasileiro, nomeadamente quando revelou qualidade técnica num slalom com bola aos 86', queimando linhas e oferecendo um golo a Maxi Araújo, que desperdiçou.

 

Não gostei que o Rio Ave jogasse em terreno emprestado, no Estádio Capital do Móvel. Mas a transferência de Vila do Conde para Paços de Ferreira foi plenamente justificada: a equipa rioavista viu parte das suas instalações danificadas na recente tempestade que assolou quase todo o país. Compreensível motivo de força maior.

 

Não gostei nada de ver o Sporting desperdiçar várias oportunidades de golo, repetindo-se o que já sucedera no desafio da primeira mão. Trincão rematou duas vezes: pontapés fracos e à figura, para defesas muito fáceis. Maxi Araújo falhou golo cantado aos 86'. De Harder já falei. E o próprio Gyökeres, isolado, teve o golo nos pés logo aos 9': não falhou mas permitiu uma grande defesa do excelente guardião rioavista, o polaco Miszta. Que não ficaria mal de leão ao peito.

Seis do Sporting entre os dez mais valiosos

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Lamento desiludir-vos, morcões e lampiões, mas os jogadores do Sporting continuam a ser os mais valiosos hoje em Portugal.

A prova ficou agora à vista, com a actualização no Transfermarkt dos valores de mercado dos futebolistas portugueses: seis dos dez mais cotados são nossos.

Os restantes? Três do FCP e um do SLB.

Mesmo os lesionados, forçados a paragens na competição, continuam muito valorizados. Valem  mais do que quase todos os do Benfica e do FC Porto mesmo sem impedimentos por lesão.

Só falta acrescentar: Gyökeres é o jogador de uma equipa portuguesa mais valorizado de sempre neste registo de referência do futebol internacional.

Eis a lista:

1. Gyökeres: 75 M€
2. Samu: 50 M€
3. Gonçalo Inácio: 45 M€
4. Hjulmand: 45 M€
5. Diomande: 40 M€
6. Diogo Costa: 40 M€
7. António Silva: 38 M€
8. Alan Varela: 35 M€
9. Pedro Gonçalves: 32 M€
10. Quenda: 30 M€

Balanço (12)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre GONÇALO INÁCIO:

 

- Luís Lisboa: «Gostei muito dos três defesas (Diomande, Coates, Gonçalo Inácio), acho que formam talvez a melhor linha defensiva de sempre do Sporting.» (26 de Outubro)

- Vítor Hugo Vieira: «Foi extremamente imprudente no lance do segundo amarelo. Não sei que percentagem da falta é um toque efetivo do nosso jogador e o que é aproveitamento do adversário, mas realmente existe a entrada, que foi muito precipitada» (12 de Novembro)

Eu: «Teve um desempenho decepcionante no clássico. Claudicou do ponto de vista psicológico. Como é que um jogador que sonha actuar sem demora na Premier League não tem estofo mental para enfrentar uma deslocação à Luz?» (18 de Novembro)

José Navarro de Andrade: «Há já uma série de jogos que anda empenhado em estragar o árduo e óptimo trabalho do resto da equipa. Contra a Atalanta foi duas vezes uma desgraça, em Alvalade no centro da defesa, sem voz de comando, deslaçou tudo, em Bérgamo duas vezes foi lá acima e não voltou, oferecendo uma planície às cavalgadas de Scamacca, uma deu em golo, a outra só por milagre não deu.» (5 de Dezembro)

Podemos ficar sem o Gonçalo

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Ontem devem ter soado campainhas de alarme na SAD leonina: o Manchester United manifestou interesse por Gonçalo Inácio, podendo mesmo bater a cláusula de 60 milhões de euros para contratar o jovem central de 22 anos formado em Alcochete.

Gonçalo, agora integrado no estágio de preparação para o Europeu, é bicampeão pelo Sporting e tem sido um dos elementos considerados imprescindíveis por Rúben Amorim. A sua eventual saída abre uma brecha no nosso reduto defensivo - até por ser canhoto, atributo mais difícil de colmatar.

Que alternativa pode ser equacionada?

Pódio: Gonçalo Inácio, Matheus, Gyökeres

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Sturm Graz, da Liga Europa, pelos três diários desportivos:

 

Gonçalo Inácio: 20

Matheus Reis: 18

Gyökeres: 18

Morten: 17

Edwards: 16

Coates: 16

Dário: 15

Morita: 15

Esgaio: 15

Nuno Santos: 15

Israel: 15

Daniel Bragança: 14

Neto: 14

Paulinho: 14

Trincão: 14

Pedro Gonçalves: 13

 

Os três jornais elegeram Gonçalo Inácio como melhor em campo.

Quente & frio

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Gonçalo Inácio, melhor em campo: bisou contra o Sturm Graz neste desafio da Liga Europa

Foto: Rodrigo Antunes / Lusa

 

Gostei muito da vitória concludente e sem contestação de qualquer espécie do Sporting, ontem à noite em Alvalade. Recebemos o Sturm Graz, segundo classificado da liga austríaca, num jogo em que Israel - confiante entre os postes - apenas fez uma defesa digna desse nome. Na primeira parte o nosso domínio foi menos evidente, o que se explica pela exclusão de seis habituais titulares do onze: Adán, Diomande, Gonçalo Inácio, Morita, Pedro Gonçalves e Edwards. Mas houve grande eficácia: em duas oportunidades (a primeira, logo no minuto inicial, por Nuno Santos) aproveitámos uma (aos 39, num lance soberbo de Matheus Reis conduzindo a bola pela meia esquerda e entregando-a a Gyökeres, que apenas empurrou para as redes). O segundo tempo foi todo nosso: mais dois golos (Gonçalo Inácio a bisar pela primeira vez de verde-e-branco, aos 60' e aos 71', na sequência de cantos marcados por Edwards). Vencemos por 3-0. E ainda tivemos duas bolas aos ferros: por Gyökeres (aos 41') e Coates (aos 71', no lance do terceiro golo, gerando recarga de Gonçalo). Excelente, este aproveitamento das "bolas paradas". E óptimo, não termos sofrido golos. Bom ensaio geral para o clássico de segunda: o Sporting-FC Porto promete emoções fortes. E, assim espero, novo triunfo leonino.

 

Gostei da leitura que Rúben Amorim fez do jogo. Com os lesionados do costume (Fresneda e St. Juste) e outro recém-magoado (Geny), e a recepção ao FCP em perspectiva, fez sete alterações ao onze que entrou em Guimarães. Apostando em Israel, Neto, Coates (que cumpriu castigo na jornada 13 da Liga), Daniel Bragança, Nuno Santos, Paulinho e Trincão. Resultou nuns casos, em outros nem por isso. Mas a meio da primeira parte a equipa adoptou o modo pastoso habitual, indiciando a necessidade de haver mexidas. Mesmo estando já garantida a nossa passagem ao play off da fase seguinte da Liga Europa, como segundos classificados do Grupo D, havia que segurar e até ampliar a magra vantagem por 1-0 registada ao intervalo. Acautelando, em simultâneo, o desgaste físico de jogadores que serão essenciais no clássico. O treinador trocou Morten por Morita, Gyökeres por Edwards e Matheus Reis por Gonçalo Inácio - este viria a ser o melhor em campo, com o seleccionador Roberto Martínez como espectador na tribuna de Alvalade. A equipa cresceu em intensidade e velocidade. Tornou-se desafio de sentido único. Garantimos mais pontuação para Portugal nas competições da UEFA (terminamos este grupo com 11 pontos após três vitórias e dois empates) e um conjunto de 7 milhões de euros embolsados nestas seis partidas.

 

Gostei pouco de algum adormecimento registado entre os minutos 10 e 35. Posse de bola sem progressão, passes inconsequentes no primeiro terço do terreno, uma dupla atacante (Gyökeres-Paulinho) desaproveitada. Mesmo com um onze remendado podíamos e devíamos fazer melhor que isto. Até porque alguns dos "reforços" cumpriram a aposta que neles fez o treinador - destaco aqui Daniel Bragança, primeiro como médio de construção e no segundo tempo em missão mais recuada, já com Morten ausente, sem que o equilíbrio defensivo ou ofensivo da equipa se ressentisse. Felizmente na recta final desses primeiros 45' e em todo a etapa complementar o espírito leonino soltou-se em pleno. Aqui é justo salientar a exibição de Dário, em campo desde o minuto 56, quando substituiu Esgaio: fez a ala direita com brio e valentia, combinando muito bem com Edwards. Experiência bem-sucedida. Terá repetição?

 

Não gostei que houvesse apenas 24.733 espectadores nas bancadas de Alvalade nesta noite fria de Dezembro, após um dia de trabalho e em véspera de outra jornada laboral. É certo que os dados estavam lançados, pouco havia verdadeiramente em causa neste jogo e o Sturm Graz está longe de ser uma potência europeia. Mas bastaria a perspectiva de ver actuar ao vivo Gyökeres, melhor avançado da Liga em quatro meses consecutivos (Agosto e Setembro, Outubro e Novembro), para valer o preço do bilhete. O internacional sueco não desiludiu, voltando a fazer o gosto ao pé. Já marcou 16 golos e fez cinco assistências de Leão ao peito.

 

Não gostei nada de Trincão. Outra péssima exibição, com momentos dignos dos "apanhados". Amorim manteve-o em campo até ao fim, na expectativa de vê-lo marcar um golo que lhe restituísse a confiança, e os colegas fizeram tudo para servi-lo com esse objectivo, sobretudo no quarto de hora final. Em vão. O avançado que já passou pelo Barcelona ou escorregava ou se fintava a si próprio ou rodopiava com a bola sem saber o que fazer com ela ou a perdia de modo infantil, totalmente inofensivo tanto na manobra colectiva como no confronto individual. De positivo, em todo o jogo, apenas uma quase-assistência para Nuno Santos logo no minuto inicial a que o guarda-redes da turma austríaca correspondeu com a defesa da noite. Depois Trincão afundou-se para não mais se levantar. Ouviu muitos assobios. É um caso sério de desperdício de talento técnico. Com desfecho em aberto. Veremos o que vai seguir-se.

O dia seguinte

O Sporting fechou a fase de grupos da Liga Europa com uma vitória clara contra o actual 2.º classificado da Liga Austríaca (o 1.º, com 2 pontos mais, só por milagre não pôs o Benfica fora da Europa), num jogo que deu para tudo. Descansar titulares, dar minutos a suplentes, até para testar Essugo a ala direito.

Foi um.jogo perfeito do ponto de vista de controlo das operações e de não dar chances ao adversário. Israel teve apenas de defender uma bola, um cabeceamento na sequência duma bola parada, e várias oportunidades existiram para marcar mais golos e seguir até à goleada. 

Pela negativa, Trincão, que ameaça converter-se num grande problema, falhando lances em série por um individualismo exacerbado, sempre à procura do golo fenomenal que teima em não surgir e sempre parecendo traumatizado por isso mesmo.

Pela positiva, Bragança que fez talvez o melhor jogo que lhe vi num meio-campo a dois. Intenso nos duelos, desarmando, usando o corpo sem falta, chegando à area embora falhando um golo que parecia só empurrar. Também Inácio, que conseguiu marcar dois golos de oportunidade. 

E agora? Venha quem vier em Fevereiro, mas o importante é ganhar o clássico na segunda-feira.

Confio que sim, contra tudo e contra todos. Contra os APAFs que além do que fizeram em Guimarães conseguiram levar ao colo o cadastrado Pepe para o clássico, os andrades do norte e os letais do sul. 

SL

O dia seguinte

Custa perder assim na antevéspera do clássico, custa ter de assistir ao cadastrado Pinheiro transformar uma expulsão dum adversário que se "atirou para a piscina" num penálti, custa assistir a muitos erros próprios intervalados com coisas muito bem feitas, mas é preciso cabeça fria, não entrar em depressões de bipolaridade, analisar os erros cometidos e preparar o futuro.

Antes do mais, em Guimarães, à chuva, com o terreno pesado, sem o melhor onze em campo, com Inácio e Hjulmand condicionados pelos amarelos, contra um adversário numa das suas melhores noites, já com o trauma do penálti, com o jogo empatado a meio da 2.ª parte é melhor controlar o jogo e aceitar o empate, ou arriscar e tentar a vitória? Eu seria pela primeira opção. Rúben Amorim, já o Nuno Dias do futsal tinha feito o mesmo na Supertaça, foi pela segunda. E perdemos. 

Podem dizer que a vitória dá 3 pontos, o empate 1 e o Sporting tinha de tentar a vitória. Pois. Mas a verdade é que perdemos, e perder custa muito mais a todos, treinador, jogador, sócios, adeptos, do que o empate. E o ponto perdido pode fazer muita falta.

 

Na 1.ª parte já se tinha percebido que a linha defensiva sem Coates não garantia confiança, quer pela organização global pensada por Amorim para um 3-4-3 bem diferente do normal, quer pelo desempenho individual de Esgaio e de Inácio.

Inácio está no primeiro golo, batido no jogo aéreo, no segundo é batido no contra-ataque, e no terceiro é batido no tackle. Se já se percebeu que não atravessa a melhor fase, porque não foi Diomande o escolhido para o meio e Inácio à direita? Não percebi.

Foi tudo em função de encaixar Catamo na ala direita e aproveitar a sinergia com Edwards? Com Edwards em noite de "peixe fora de água" a boa ideia não resultou de todo. 

 

Na 2.ª parte, a saída de Hjulmand destruiu a equipa. Com Pedro Gonçalves, até então o melhor avançado a ter de recuar no terreno, perdemos completamente o controlo do jogo. Trincão mais uma vez entrou em modo zombie, jogou pouco e desperdiçou uma oportunidade que lhe caiu do céu para marcar.

Resumindo, patrão Coates fora dia santo na loja, um grande jogo para ver na TV, uma exibição de altos e baixos do Sporting, uma derrota que podia ter sido evitada, como a da Luz a podia e devia ter sido, e a noção reforçada de que esta equipa precisa de reforços no mercado de inverno, especialmente para o meio-campo. Pedro Gonçalves não pode recuar no terreno, nem Coates ir para ponta de lança a meio da 2.ª parte. Ponto.

 

Melhor em campo? Diomande.

Piores em campo? Esgaio, Inácio, Edwards, Trincão, o Gyökeres também está no lote. Enfim, gente demais, Pinheiro à parte, para termos merecido conquistar os 3 pontos em Guimarães.

E agora? Seguimos no topo da 1.ª Liga, seguimos na Liga Europa, na Taça da Liga e na Taça de Portugal. Agora é despachar o jogo-treino europeu de quinta-feira e ganharmos o clássico na segunda-feira seguinte em Alvalade.

E eu e muitos Sportinguistas como eu lá iremos estar. Em Alvalade, com muita confiança no futuro, a apoiar Amorim e equipa. Porque eles merecem mesmo.

SL

Orquestra afinada com algumas fífias

Acossado por dois defesas em três passadas Gyökeres já corre sozinho para a baliza. O estádio levanta-se a celebrar antecipadamente o golo, porque com ele o óbvio acontece sempre. Era o quarto se não fosse anulado por off-side.

Se tivesse sido com Paulinho, haveria um momento de ansiedade: tropeçaria na bola? Atiraria ao lado ou à figura? Muito provavelmente, pois foi o que aconteceu pouco depois quando se isolou diante do guarda-redes.

Pior se tivesse acontecido com Pedro Gonçalves. Talvez nem se desembaraçasse dos defesas e no momento de chutar, arrebicaria o remate, bem puxadinho a um ângulo difícil de maneira a passar ao lado. Depois ficaria de braços pendurados a dar à cabeça, naquele gesto contrafeito de quem no momento de abrir a porta repara que se esqueceu das chaves. A linguagem corporal de Pote é deplorável e cada jogo que passa fica mais distante dos tempos em que lhe bastava meia oportunidade para marcar golo. Agora o jogo não vai ter com ele, nem ele o agarra, é como uma estação de caminho de ferro muito vistosa, numa linha desactivada.

Mas o caso mais enervante é o de Inácio. Há já uma série de jogos que anda e empenhado em estragar o árduo e óptimo trabalho do resto da equipa. Contra a Atalanta foi duas vezes uma desgraça, em Alvalade no centro da defesa, sem voz de comando, deslaçou tudo, em Bérgamo duas vezes foi lá acima e não voltou, oferecendo uma planície às cavalgadas de Scamacca, uma deu em golo, a outra só por milagre não deu. Na Luz cometeu duas faltas com a maior displicência e comprometeu toda a equipa e o resultado. Ontem esteve na origem do golo do Gil Vicente com uma falta desastrada e inútil. Nas lamentáveis respostas dadas na flash interview em Bérgamo, ficámos sem saber se ele é inarticulado, anda enfadado ou é apenas parvo. Encheram-lhe a cabeça com Reais Madrids e vôos assim, e agora dá ares de achar que o Sporting é um estorvo.

Que venha Janeiro depressa para tudo resolver. O Sporting deste ano está muito bem afinado, (Diomande, Coates, Morita, Hjulmand, Geny, Bragança, St. Juste, Edwards, são um gosto de ver jogar) é só remover as prima donas, que se estão fartas de nós, nós estamos ainda mais fartos delas.

Rescaldo do jogo de ontem

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Gyökeres: nove golos em dez jogos que disputou até agora no campeonato. Ontem, mais dois

Foto: Miguel A. Lopes / EPA

 

Gostei

 

De Gyökeres. Melhor em campo, outra vez. Começa a tornar-se repetitivo: voltou a ser ele o dínamo, a criar desequilíbrios, a empurrar os colegas para a frente, a acreditar que a reviravolta era não só possível mas desejável, e havia que consegui-la tão cedo quanto possível. Assim fez: em quatro minutos (52' e 56') marcou dois golos, fixou o resultado em 3-1, valeu-nos os três pontos neste embate em Alvalade contra o Gil Vicente. E ainda marcou mais dois (9' e 67'), que não valeram por estar ligeiramente deslocado. Em dez jogos do campeonato, já tem nove golos na sua conta pessoal, além de cinco assistências. Um dos melhores pontas-de-lança que até hoje passaram por Alvalade.

 

De Edwards. Voltou a fazer a diferença, com a sua qualidade na condução de bola, infiltrando-se na grande área sempre com perigo, como aconteceu aos 16'. Desta vez não marcou, mas deu a marcar: passe para possíveis golos de Gyökeres (aos 9', anulado por fora-de-jogo) e Pedro Gonçalves (45'+2, falhou por pouco na finalização). Esteve ele próprio prestes a marcar, aos 49', levando o guarda-redes gilista a fazer a defesa da noite, em voo. 

 

De Morten. Excelente nas recuperações, aos 63' e 85': vai refinando a qualidade exibicional de jogo para jogo. Também na precisão do passe vertical: distinguiu-se ao assistir Gyökeres no segundo golo. Melhora também, a olhos vistos, na condição física: desta vez aguentou os 90 minutos sem acusar cansaço. Um dos elementos imprescindíveis do onze titular.

 

Das substituições ao intervalo. Rúben Amorim nem hesitou: havia que acelerar e melhorar o jogo. Esgaio, já amarelado, deu lugar a Geny, que trouxe mais acutilância à ala direita. Gonçalo Inácio, talvez o nosso pior em campo, foi tomar duche mais cedo, entrando St. Juste para central - e passando Diomande da direita para a esquerda. Nuno Santos (que aos 43' até fez o remate do primeiro golo, que por capricho da sorte Pedro Tiba desviou para as redes gilistas) cedeu lugar a Matheus Reis, mais regular no processo defensivo, para compensar o adiantamento do moçambicano no flanco oposto. Resultou. A equipa foi muito superior no segundo tempo

 

Do 344.º jogo de Coates entre nós. O  capitão uruguaio foi distinguido de modo especial pelo facto de se ter tornado no estrangeiro que até hoje mais vezes envergou a verde-e-branca. Toda a equipa jogou desta vez com a sua assinatura estampada nas camisolas. Bonita homenagem a um dos nossos melhores centrais de todos os tempos. Ele bem merece.

 

Do regresso de Eduardo Quaresma. Rendeu St. Juste como central à direita. Muito concentrado, cumpriu a missão que lhe estava destinada, nomeadamente na cobertura a Fujimoto, um dos mais perigosos da turma de Barcelos. Bom desarme aos 70'. Bom corte aos 80'. Foi apenas o seu terceiro jogo oficial da temporada. Merece mais.

 

De vencer. Sexto triunfo consecutivo em casa nesta Liga 2023/2024: continuamos imbatíveis em Alvalade. E quarto desafio, nestas 12 jornadas, em que chegamos à vitória depois de termos estado a perder - excelente sintoma de tenacidade e robustez psicológica. 

 

De ver o Sporting isolado no comando do campeonato. Recuperámos a liderança, aproveitando o empate do Benfica em Moreira de Cónegos. Seguimos com 31 pontos à 12.ª jornada - mais dois do que os encarnados e três do que os portistas. Somos claramente a melhor equipa em competição, quando entrámos já no segundo terço da prova: apenas cinco pontos perdidos até agora.

 

 

Não gostei

 

De sofrer um golo aos 34'. Aconteceu na primeira vez em que o Gil Vicente chegou perto da nossa baliza: a defesa leonina voltou a tremer em lance de bola parada. Com Adán, uma vez mais, a surgir algo hesitante na fotografia: podia ter feito melhor entre os postes. Mas reagimos bem à desvantagem: fomos para cima deles e marcámos dez minutos depois. Ao intervalo, 1-1. Antevia-se uma segunda parte largamente dominadora para o Sporting. E assim foi. 

 

De Gonçalo Inácio. Voltou a ter um lapso que afectou a equipa: abordou com displicência um lance na nossa meia esquerda defensiva, acabando por fazer uma falta desnecessária. Desse livre resultou o golo solitário do Gil Vicente. Ia-nos custando cara, a desconcentração do central canhoto. Fez bem o treinador em substituí-lo ao intervalo. Uma forma de lhe mostrar que tem obrigação de fazer muito melhor. 

 

Da primeira parte. Chegámos ao fim do primeiro tempo sem conseguirmos, em estrito rigor, um único remate enquadrado. O domínio territorial e a chamada "posse de bola" não se reflectiram em produção ofensiva de qualidade. E até o golo que nos sorriu só se tornou possível porque a bola tabelou num defesa. Na etapa complementar, o nosso desempenho foi muito superior: oito remates e dois golos.

 

Do cartão exibido a Coates. Amarelado aos 75', o nosso capitão vai ficar fora do desafio de sábado em Guimarães: foi o quinto amarelo que recebeu até agora. Esta é a parte má. A parte boa é que limpa os cartões para poder ser titular na partida seguinte: o clássico contra o FC Porto, a disputar em Alvalade.

 

Da lesão de St. Juste. Mais uma: desta vez foi uma entorse. Entrou ao minuto 46, só esteve cerca de 20 minutos em campo. Acabou por ceder lugar a Eduardo Quaresma, aos 67', saindo a coxear. Quanto tempo ficará agora afastado dos relvados?

 

Do horário tardio. Este Sporting-Gil Vicente terminou quase às 22.30, em véspera de dia laboral. Nada de novo, como sabemos. Mesmo assim, havia 33.712 espectadores a assistir ao vivo ao jogo nesta noite fria - mais de Inverno do que de Outono. Sinal inequívoco de que a militância leonina não abranda. Agora, com a nossa equipa de novo no comando, a nação leonina vai redobrar de entusiasmo, faça chuva ou faça sol.

Estofo mental

As falhas no Benfica-Sporting foram nossas, nada adianta apontarmos sempre o dedo acusador noutras direcções. Esta cultura de falta de exigência custou-nos um monumental jejum de títulos: apenas três nos últimos 40 anos.

Não contribuo para isso, de modo algum.

Gonçalo Inácio teve um desempenho decepcionante no clássico. Claudicou do ponto de vista psicológico. Como é que um jogador que sonha actuar sem demora na Premier League não tem estofo mental para enfrentar uma deslocação à Luz?

Aconselho-o a ficar por cá mais um par de anos. Melhor para ele.

O dia seguinte

Custa muito perder um dérbi quando estávamos a ganhar aos 94 minutos de jogo, mas há que engolir o sapo e seguir em frente como leões, deixando os cães a ladrar e as hienas a guinchar.

Em termos de futebol foram 15 minutis de erros sucessivos da nossa defesa que originaram oportunidades de golo e cartões amarelos. Depois dos defesas conseguirem pôrr os médios a jogar, domínio completo do Sporting, oportunidades e um grande golo a cair o intervalo. Que continuou na 2.ª parte até à expulsão de Inácio. Depois foi mesmo aguentar, sabendo jogar com o sueco para esticar o jogo, refrescando a equipa com substituições lógicas. E aguentou-se mesmo até aos 94 minutos. Depois dois lances consecutivos de inspiração dos jogadores do Benfica resolveram o jogo, que só acaba quando o árbitro apita.

Em termos de arbitragem, foi ao belo estilo APAF, sem piedade nos primeiros amarelos e depois sempre existiria algum lance em que o segundo amarelo seria plausivel. Nem foi preciso marcar penáltis em lances tão duvidosos que o VAR se poderia lembrar de questionar a sumidade arbitral. Assim foi à Soares Dias, trabalho perfeito, o Benfica agradece, o FC Porto agradece e a pastelaria também.

 

Em termos de experiência de ir à Luz ao sector do visitante, digamos que a expressão "Porco lampião" é bem empregue para quem recebe os adeptos do clube rival daquela forma, a começar pelo responsável da instalação sonora, mas obviamente extensiva ao presidente Rui Costa.

 

A "procissão dos porcos" a que chamam "caixa de segurança" organizada pela Polícia é uma vergonha também, mas no contexto dum Estádio da Luz onde permitem a passagem de adeptos provocadores do Benfica em frente à tal caixa de adeptos do Sporting enquadrados pror policia de intervenção, é um nojo organizado. Os sons de very light fazem o resto. Depois disso obviamente muitas cadeiras vandalizadas, casas de banho também, quem devia pagar todo esse nojo era o presidente do Benfica, o sr. Rui Costa.

Na entrada consegui chegar directo, mas na saída lá tive de ir na caixa sempre no final até me conseguir "desenfiar", recuperar o carro e ir à procura de dois putos que seguiram na tal caixa a quem tinha de dar boleia para o regresso a casa. Já em casa consegui ver o resumo do jogo na Sport TV, mas dos primeiros dois amarelos que foram determinantes em tudo o resto, zero. Soares Dias, o artista.

E pronto, perdemos uma bela oportunidade de nos distanciarmos mas continuamos no topo da classificação, o alemão continua como treinador o que é bom, Rúben Amorim demonstrou mais uma vez a sua valia e houve cântico dedicado a ele na bancada dos adeptos. Gonçalo Inácio não deve passar a melhor noite da vida dele, mas saberá tirar as ilações do que aconteceu e seguir em frente.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

 

Não gostei

 

De perder o clássico na Luz (2-1). Derrota mesmo ao cair do pano, com dois golos sofridos, aos 90'+4 e aos 90'+6. Um pesadelo em casa do nosso velho rival: no tempo regulamentar de jogo tínhamos mais 6 pontos do que o Benfica. Agora estamos em igualdade pontual.

 

De termos jogado com menos um durante mais de 40'. Gonçalo Inácio viu dois amarelos exibidos pelo árbitro Artur Soares Dias: o primeiro logo aos 22', o segundo aos 52'. O que lhe valeu o vernelho por acumulação de cartões ter-se-á devido a uma entrada intempestiva, à queima, mas as imagens não confirmam se chegou realmente a tocar em Rafa. De qualquer modo, se algum factor, do nosso lado, contribuiu para esta derrota tangencial na Luz foi sem dúvida este. Disputar um clássico de alta voltagem e com grande intensidade com apenas dez em campo conduz à exaustão física, potenciando um resultado negativo - que, mesmo assim, estivemos a escassos minutos de evitar. Após termos sido melhores enquanto jogámos onze contra onze.

 

De Gonçalo Inácio. Nervoso, intranquilo, desconcentrado, imprudente. Não jogará a próxima partida, o que lhe faz bem: precisa de uma cura de banco. Espera-se que aproveite este período fora do onze para reflectir sobre a quebra anímica que por vezes o afecta em confrontos especiais. Voltou a acontecer, na partida de ontem. Penalizando toda a equipa.

 

Da lesão de Geny. Infelizmente, o internacional moçambicano continua lesionado. Se estivesse em boa condição física, seria ele o titular da nossa ala direita. É muito mais dinâmico e acutilante do que Esgaio, incapaz de fazer cruzamentos bem medidos, hesitante e sempre tímido na manobra atacante. Não admira que o Benfica tenha conduzido a grande maioria dos seus ataques pelo corredor esquerdo - era ali que estava o nosso principal ponto fraco.

 

Da saída de Matheus Reis, magoado. Boa actuação do brasileiro, ontem titular no clássico: praticamente anulou Di María, sem temer o campeão mundial argentino. Infelizmente, por jogarmos em inferioridade numérica, foi ele um dos que mais acusaram desgaste fisico, acabando por ser substituído aos 73'. Nuno Santos, que o rendeu, teve desempenho muito inferior: deixou João Neves movimentar-se à vontade, sem marcação, no lance do primeiro golo encarnado. No segundo, andou desaparecido. Defender com os olhos não basta.

 

Das oportunidades não concretizadas. Com destaque para um cabeceamento de Diomande aos 30' que levava selo de golo e de um remate de Pedro Gonçalves aos 33' só com Trubin pela frente. Em ambos os casos, o guarda-redes ucraniano impediu que marcássemos.

 

De Rúben Amorim. Com dois dos três centrais amarelados (Coates também tinha visto cartão, logo aos 15'), o treinador hesitou em fazer a substituição em tempo útil. Devia tê-lo feito, até porque contava com St. Juste no banco. O holandês acabou por entrar, mas só aos 57', quando já estávamos com um a menos. Também pouco compreensível a troca de Morita por Paulinho aos 85', quando precisávamos de reforçar o meio-campo e não a linha avançada - havia Daniel Bragança, mas nem chegou a calçar. Enfim, nem estrelinha nem sabedoria no momento de mudar.

 

De termos sofrido a primeira derrota em jogos nacionais em nove meses. A última tinha sido em Fevereiro, contra o FC Porto. Terminou um ciclo de 24 desafios sem perder.

 

De termos desperdiçado a liderança da Liga 2023/2024. À 11.ª jornada, após cinco rondas no comando, mantemos os 28 pontos (cinco perdidos, nas deslocações a Braga e à Luz), agora em igualdade pontual com o SLB, mas em desvantagem no confronto directo. E com mais três do que o FCP. Mas estamos na luta. Com igual número de golos marcados e apenas mais dois sofridos do que o Benfica. Ainda há ainda muito campeonato por disputar.

 

Da falta de condições de segurança. Durante todo o jogo, foram sendo rebentados petardos no estádio. Nos minutos finais, registou-se uma autêntiva invasão de campo, com os adeptos do SLB a pisarem o relvado perante a total impotência dos assistentes de recinto desportivo. Qualquer semelhança entre um cenário destes e o Terceiro Mundo não é pura coincidência.

 

 

Gostei

 

De Gyökeres. Voltou a ser o melhor Leão em campo. Voltou a fazer o gosto ao pé. Mesmo muito marcado (por António Silva e Otamendi) destacou-se, na primeira oportunidade de que dispôs, ao marcar um golaço. Aos 45', no último lance da primeira parte, que nos abria as melhores expectativas para o segundo tempo. 

 

De Edwards. Uma vez mais, foi ele o nosso maior desequilibrador. Primoroso passe para golo aos 33', isolando Pedro Gonçalves após neutralizar a defesa encarnada. E excelente passe vertical que lançou o internacional sueco para o primeiro golo da partida, aos 45'. Fixando o resultado ao intervalo. Já com a nossa equipa reduzida a dez, foi sacrificado aos 57' (saiu para a entrada de St. Juste). Fez-nos falta, com a sua evidente capacidade de criar lances de ruptura. 

 

Do nosso desempenho colectivo até aos 90'+4. Ao terminar o tempo regulamentar, quando no estádio da Luz já havia sonoros assobios ao treinador alemão e a vários jogadores (João Mário foi alvo de uma vaia monstruosa, ao ser substituído no minuto 85) e começavam a ver-se lenços brancos nas bancadas, o onze leonino - reduzido a dez - demonstrava ser equipa unida, compacta e solidária. Tudo se desmoronou nos instantes finais, desta vez sem qualquer estrelinha: o segundo golo do SLB é validado por escassos 4 cm pelo VAR. 

Meia dúzia de notas sobre o jogo de hoje

- Gonçalo Inácio foi extremamente imprudente no lance do segundo amarelo. Não sei que percentagem da falta é um toque efetivo do nosso jogador e o que é aproveitamento do adversário, mas realmente existe a entrada, que foi muito precipitada;

- Em relação ao segundo golo, entendo que é de muito difícil análise, mas temos de constatar que as imagens que temos, que serão as mesmas que o VAR usa nas suas análises, são fornecidas pelo próprio Benfica, clube que é responsável pela transmisão dos seus jogos em casa;

- João Neves recebe um amarelo aos 75 minutos, Constanto que depois disso faz mais duas faltas, uma delas uma rasteira por trás a Hjulmand, outra numa disputa com Nuno Santos. Não vê amarelo nenhum neste lances e acaba por marcar o primeiro golo do Benfica.

- A equipa jogou tão bem ou melhor com 10 do que com 11. O Benfica limitou-se a bombear bolas na segunda parte e, com excepção do grande remate de Di María que Adán defendeu, não criou perigo até aos 94 minutos.

- Coates e Adán estão numa fase descendente das duas carreiras e, gradualmente ao longo desta época, terá de se ir tratando da sua sucessão. Para mim o melhor trio de centrais neste momento já é St. Juste, Diomande e Inácio;

- Os golos e as jogadas de perigo do Benfica foram todos em resultado de erros de jogadores do Sporting:

  • O 1.º lance de perigo, um remate de Rafa a rasar o poste direito, resulta de um conjunto de bolas divididas que foram ressaltando, até que a bola lhe chegou aos pés à frente da baliza;
  • A bola ao poste resultou de um mau passe de Gonçalo Inácio (salvo erro);
  • O 1.º golo do Benfica resulta de um má organização defensiva na marcação do canto: oito dos nove jogadores de campo estavam todos ao monete dentro da pequena área, não ficando ninguém para marcar João Neves um pouco mais atrás. O Benfica, apesar de ter o guarda-redes lá à frente, só tinha seis jogadores dentro da área, por isso não sei quem é que os nossos nove jogadores estavam a marcar.
  • O 2.º golo do Benfica veio na consequência de um mau passe de Hjullmand, que podia ter mantido a posse de bola mas teve a tentação de arriscar em criar uma jogada de perigo aos 96 minutos, quando estava empatado em casa do rival e com menos um jogador.

Absolutamente imparável

Cristiano marca mais dois golos: já soma 127

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Portugal goleia Bósnia: oito vitórias seguidas, proeza inédita. CR7 ultrapassa Haaland nos artilheiros do ano

 

A selecção nacional - já qualificada para o Euro-2024 que vai disputar-se na Alemanha - deu ontem mais uma lição de bom futebol. Desta vez na Bósnia-Herzegovina: fomos lá vencer por cinco golos sem resposta. Triunfo arrasador, demonstrando como está a equipa das quinas: absolutamente imparável. Oito vitórias seguidas, proeza inédita.

E Cristiano Ronaldo? Mais um par de golos para a colecção. Foram dele os dois primeiros - de penálti, aos 5', e em lance corrido, aos 20'. Soma e segue, com o brilhantismo de sempre, ridicularizando aqueles imbecis que lhe chamam velho. Regista agora 127 golos em 203 internacionalizações, marca nunca antes alcançada no desporto-rei. Já marcou nove nos sete desafios em que participou na campanha de apuramento para o Europeu. Média de sonho para qualquer jogador, sobretudo para um avançado com 38 anos. 

Melhor ainda: CR7 acaba de ultrapassar Haaland como goleador europeu de 2023. Com 40 golos apontados este ano, até agora. Extraordinário.

 

Destaque também para as exibições de Bruno Fernandes (grande golo, o terceiro, aos 25'), João Cancelo (marcou o quarto, com assistência de Bruno, aos 32') e João Félix (autor do quinto, aos 41'). Presença obrigatória neste quadro de honra: o nosso Gonçalo Inácio, titular como central à esquerda. É ele quem inicia a jogada do segundo e assiste no terceiro, com um espectacular passe de 40 metros. Não custa vaticinar - como já aqui escrevi - que muito em breve terá lugar cativo naquela posição.

Após esta goleada em Zenica - vila bósnia que serve de casa à selecção local - Portugal confirma ter o melhor ataque de toda a Europa nos vários grupos de qualificação. E continuamos invictos: oito jogos, oito vitórias, 24 pontos, 32 golos marcados e apenas dois sofridos.

Números esmagadores, confirmando a competência do seleccionador Roberto Martínez.

 

Todos de parabéns, portanto. Noite de júbilo para quase todos os portugueses. Também noite de pesadelo para os poucos que se proclamam divorciados da selecção. Fazem birra, batem o pé e mudam de canal quando a equipa das quinas joga. 

Coitados: nem sabem o que perdem.

{ Blogue fundado em 2012. }

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