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És a nossa Fé!

Os golos de Amorim!

Há quem considere que o resultado num jogo de futebol passa a ser de goleada a partir de três golos de diferença. Mas há quem defenda que devem ser quatro a dita diferença entre os golos marcados e sofridos.

O curioso é que o resultado de três a zero, para muitos, pode não ser goleada, mas de quatro a um já é… No entanto a diferença de golos é a mesma.

Posto isto vou ter como matriz a diferença de três golos para considerar goleada. Assim, e em 25 jogos já realizados, o Sporting brindou os adversários com a diferença de três ou mais golos por oito ocasiões (quase um terço dos jogos).

Vejamos a lista das partidas realizadas:

jornada 5 – 3 - 0 ao Moreirense;

jornada 16 - 5 - 1 ao Estoril;

jornada 17 – 3 - 0 em Chaves;

jornada 18 – 5 - 2 em Vizela;

jornada 19 – 8 - 0 ao Casa Pia;

jornada 21 – 5 - 0 ao Braga;

jornada 25 – 3 - 0 em Arouca;

jornada 26 – 6 - 1 ao Boavista.

Depois fui ver os resultados do nosso adversário mais directo. Também ousou fazer oito goleadas contra apenas três do clube da Cidade Invicta. Neste último caso uma delas foi contra o nosso perseguidor.

Olho para estes dados e pergunto-me há quanto tempo isto não acontecia com o Sporting. Segundo li hoje parece que será necessário recuar meio século para se conseguir encontrar algo semelhante.

Agora a questão sacramental e que divide alguns sportinguistas: a quem atribuir o mérito destes resultados?

É fácil atribuir os louros ao ponta de lança sueco Gyökeres, a Pedro Gonçalves ou até mesmo ao Francisco Trincão ou em última instância partilhar o mérito pelos três. Só que nenhum deles, sem Rúben Amorim, conseguiria fazer da equipa o que ela é: uma poderosa máquina de fazer golos.

Rúben conhece hoje bem os seus homens. Conhece as características de cada um e sabe retirar deles o melhor. Mesmo quando estão cansados.

Posto isto e em termos meramente internos o Sporting é sem dúvida a melhor equipa portuguesa. Os outros podem até ter campeões do Mundo, da Lua ou de Marte, mas falta-lhes o espírito de grupo e de conquista como hoje tem a equipa leonina.

Mesmo quando as coisas não correm bem, como foi o caso em Bérgamo ou em Vila do Conde, a equipa não se desune e mostra que é sabendo ultrapassar os momentos menos bons que se pode encontrar o segredo das vitórias seguintes.

São estes os golos de Amorim e que a Liga não consegue contabilizar!

Rumo aos 100?

Com 9 jornadas por disputar, uma evidência parece certa: este Sporting da New Era 2.0 será, até à data, o mais demolidor deste século, no que ao campeonato nacional diz respeito.

A atual melhor marca, de 79 golos, conseguida na época de 2015/2016 sob a batuta de Jorge Jesus, vai ser facilmente ultrapassada.

Surge a questão de saber se a equipa conseguirá atingir a mítica marca dos 100 golos, sendo certo que ainda teremos pela frente confrontos com Benfica e Porto, as duas melhores defesas do campeonato.

Da minha parte, acredito que poderemos muito bem fazer essa história. Mais alguém alinha?

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da inequívoca e clara vitória do Sporting em Arouca. No mesmo estádio onde o FC Porto há menos de um mês foi derrotado também para o campeonato, fomos ganhar 3-0. Num jogo que dominámos sempre, demonstrámos maturidade e muito entrosamento colectivo, apesar das condições atmosféricas adversas e do péssimo estado do terreno. Outro obstáculo contornado, outro objectivo cumprido.

 

De Morten. O melhor em campo. Excelente partida do internacional dinamarquês, que parece estar em todo o lado: apoia lá atrás, constrói no miolo, nunca perde os olhos da meta máxima, que é a baliza. E parece estar em excelente forma física, apesar do intenso calendário de desafios do Sporting, que anda a fazer dois jogos por semana. Essencial na recuperação que deu origem ao nosso segundo golo, repetiu a proeza no terceiro - iniciando e concluindo o lance da melhor maneira. Golo mais do que merecido, mesmo no fim da partida, aos 90'+6.

 

De Gyökeres. Parece ter lugar cativo nestas notas positivas. Mas é mais do que justificado. Voltou a ser determinante neste novo triunfo leonino, abrindo o marcador com um golo surgido cedo, logo aos 19', dando a melhor sequência a um cruzamento de Matheus Reis muito bem calibrado. E ainda ofereceu dois a Pedro Gonçalves, que o nosso n.º 8, vindo de lesão, desperdiçou. Os números são espantosos: o craque sueco já leva 19 golos marcados na Liga e 33 no conjunto da temporada.

 

De Israel. Neste seu quarto jogo consecutivo como guardião titular, cumpriu da melhor maneira. Mantendo a baliza inviolável com duas grandes defesas. Destaque para uma oportuna saída da área a pontapé, aos 31', controlando muito bem a profundidade, como as circunstâncias exigiam. Vai-se afirmando como dono das nossas redes.

 

De Geny. Após uma primeira parte de relativo apagamento, em que perdeu vários confrontos individuais, cresceu no segundo tempo e foi o protagonista da melhor jogada desta tarde chuvosa em Arouca. Desfazendo todas as incertezas que persistiam ao marcar o segundo golo, aos 90'+1. Foi um golaço, obra-prima bem ao seu jeito de evoluir da ala direita para o centro, afinar a pontaria e disparar com o pé esquerdo. Com tal potência que a bola embateu na barra e entrou, indefensável. Provocando uma explosão de alegria nas bancadas, onde não faltaram apoiantes do Sporting a incentivar a equipa do princípio ao fim. Brilhante.

 

Do regresso de Gonçalo Inácio. Recuperado da lesão, voltou em forma. Fez toda a segunda parte e cumpriu bem o seu papel, não apenas na missão defensiva (grande corte aos 56') mas também no apoio à construção de lances ofensivos. Eis um "reforço" inquestionável.

 

De Rúben Amorim. Outra vitória no seu currículo. Conquistada com suor, esforço, muito talento, muito trabalho. O treinador merece destaque: este Arouca-Sporting foi o seu jogo n.º 200 à frente do Sporting. Que venham mais, muitos mais.

 

De Nuno Almeida. Justifica elogio porque adoptou um critério largo, como mandam os bons padrões do melhor futebol europeu, indiferente às sucessivas quedas de jogadores que pretendiam ver o jogo interrompido a todo o momento. Repito o que tantas vezes já escrevi: faltam mais arbitragens como esta nos estádios portugueses.

 

De ver o Sporting marcar há 33 jornadas consecutivas. Sempre a fazer golos, consecutivamente, desde o campeonato anterior. Sem eles não há vitórias. E sem vitórias não se conquistam títulos e troféus.

 

De mantermos a liderança isolada da Liga 2023/2024. Agora com 62 pontos, reforçamos a liderança isolada. Mesmo mantendo um jogo em atraso - que, caso seja vencido, deixará o principal rival quatro pontos abaixo de nós. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português, aspiração suprema de (quase) todos nós.

 

 

Não gostei

 

Do relvado transformado em lamaçal. Péssimo terreno, fustigado pela chuva incessante dos últimos dias. Impossibilitou o futebol artístico, apoiado, a que o Sporting habituou os adeptos. Mas nem isso diminuiu a eficácia da nossa equipa.

 

Da escassa vantagem ao intervalo. Vencíamos apenas por 1-0. Sabia a pouco. E só viria a ampliar-se já no tempo extra do segundo tempo, quando marcámos dois golos em cinco minutos. Assim desfizeram-se as dúvidas e tudo acabou em beleza.

 

De Eduardo Quaresma. Tem feito boas exibições pelo Sporting, dignas de aplauso. Não foi o caso desta, antes pelo contrário. Abusou de lances "criativos", desguarneceu o seu flanco, perdeu algumas vezes a bola, foi alvo de um túnel aos 39' que podia ter dado golo do Arouca. Saiu ao intervalo e compreende-se porquê: não estava nos seus dias.

 

Da saída imprevista de Coates. O capitão estava bem no seu posto, comandando a defesa com o brio habitual, quando saiu, cedendo lugar a St. Juste. Aos 67'. Pareceu acusar excesso de desgaste físico, talvez queixas musculares, aliás compreensíveis. Oxalá recupere para o jogo contra a Atalanta, da Liga Europa, a disputar na próxima quinta-feira.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da histórica goleada ao Casa Pia. Não vencíamos há meio século uma equipa para o campeonato nacional de futebol por 8-0. Tinha sido na excepcional época 1973/1974, quando conquistámos a dobradinha para assinalar o Ano Zero da liberdade em Portugal. Derrubámos então o Oriental (cinco golos de Yazalde, dois de Baltasar, um de Nelson, a 17 de Fevereiro de 1974). Ontem vencemos o Casa Pia pela mesma marca. Extraordinária marca, fantástico jogo, incrível superioridade leonina do primeiro ao último segundo da partida, que se prolongou até aos 90'+5. Com três jogadores a bisarem (Gyökeres, Coates, Trincão). Pedro Gonçalves e Geny também fizeram o gosto ao pé. Empolgando por completo os adeptos do Sporting, em maioria absoluta entre os 32.869 espectadores que tiveram o privilégio de ver esta partida ao vivo. Foi noite de festa em Alvalade.

 

De Gyökeres. Figura do jogo, sem sombra de dúvida. Excepcional jogador: não apenas (de longe) o melhor deste campeonato, mas também um dos melhores de sempre que já vestiram a Verde e Branca. Ontem passou a liderar isolado a lista dos artilheiros da Liga 2023/2024, ultrapassando Banza. Marcou o segundo, aos 23', solto de marcação defronte da baliza, e o quarto, aos 32', na conversão de um penálti que ele mesmo havia sofrido dois minutos antes. Mas não fez só isso: é ele quem saca o livre que gera o primeiro golo. Com pulmão gigante, aos 90'+1 ainda ofereceu de bandeja um golo que Paulinho desperdiçou e aos 90'+2 ainda tentou marcar mais um, inviabilizado por enorme defesa do guardião Ricardo Baptista.

 

De Trincão. O "patinho feio" anda a virar cisne. Quarto jogo seguido no campeonato a marcar (Estoril, Chaves, Vizela e agora este), correspondendo da melhor maneira à confiança que o treinador nunca deixou de depositar nele. Marcou o quinto, aos 43', e encerrou a conta já no tempo extra, aos 90'+4, assinando o mais belo golo da noite - talvez o melhor do Sporting no mês que chega agora ao fim. Tem garantida a titularidade.

 

De Coates. Nota elevadíssima para o nosso capitão. Foi ele a abrir o activo, cabeceando como mandam as regras na sequência de um livre muito bem convertido por Nuno Santos (14'). E marcou o sétimo, à ponta-de-lança (81'), correspondendo da melhor maneira a uma boa assistência de Geny. Há três anos que não bisava na Liga.

 

De Pedro Gonçalves. Só jogou a primeira parte - com 5-0 ao intervalo, Rúben Amorim decidiu poupá-lo, trocando-o por Daniel Bragança. Mas correspondeu às expectativas. Esteve envolvido em três golos: marcou o terceiro (25'), após Morten picar a bola sobre a defesa adversária, assistiu o internacional sueco no segundo e foi dele uma pré-assistência, para o quinto golo, num soberbo passe vertical para Edwards antes de a bola sobrar para Trincão. Segue com 11 golos e sete assistências na temporada. Merece aplauso.

 

Do regresso de Geny. Em boa hora voltou após a sua participação no Campeonato Africano das Nações, ao serviço da selecção de Moçambique, prematuramente afastada. Substituiu Esgaio aos 57' e deu finalmente vida ao corredor direito, fazendo a diferença. Marcou o sexto golos, aos 64', num soberbo remate em arco na sequência de um canto. E assistiu no sétimo. Missão cumprida: deu forte contributo para encostar o Casa Pia às cordas.

 

De ter visto cinco jogadores da nossa formação nesta partida. Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio e Esgaio foram titulares. Depois ainda entraram Daniel Bragança (fez toda a segunda parte) e Dário (rendeu Morten aos 86'). É outra aposta que vai sendo ganha: estamos no rumo certo.

 

Desta nossa quarta goleada em 2024. Sporting-Estoril: 5-1. Sporting-Tondela para a Taça de Portugal: 4-0. Vizela-Sporting: 2-5. E agora esta. Vinte e dois golos marcados, apenas três sofridos nestes quatro encontros. Vamos em marcha acelerada para a conquista do campeonato. E - espero - também para vencermos a Taça de Portugal com esta veia goleadora.

 

De ver o Sporting reforçar a posição como melhor ataque da Liga. Números extraordinários: 53 golos marcados em 19 rondas, enquanto o Benfica tem apenas 41 e o FC Porto está muito mais abaixo, só com 33. Há 39 anos que não tínhamos mais de 50 golos à 19.ª jornada, de longe a nossa melhor marca deste século. Serve para moralizar ainda mais a equipa. E também os adeptos.

 

De não termos sofrido nenhum. Outro aspecto muito positivo deste jogo que rondou a perfeição. Adán mal chegou a fazer uma defesa digna desse nome.

 

Da nossa liderança cada vez mais consolidade. Mantemos o comando da Liga 2023/2024, agora com 49 pontos. Pressionando todos os outros, que seguem há várias rondas atrás de nós. Está cada vez mais perto o objectivo final.

 

De Rúben Amorim. Após a derrota contra o Braga - por manifesto azar - para a Taça da Liga, o treinador incutiu aos jogadores mentalidade ganhadora, sem permitir dúvidas existenciais ou angústia competitiva de espécie alguma. Daí termos cumprido o décimo jogo desta época para a Liga em casa sempre a somar vitórias. Equipa campeã é mesmo assim. Por isso atingimos um marco que permanecia há 50 anos sem igualar, nesta que é apenas a terceira época do século XXI em que lideramos isolados o campeonato em Janeiro - as duas anteriores foram com Laszlo Bölöni em 2002 e com o próprio Rúben em 2021.

 

 

Não gostei

 

De não ver sequer St. Juste no banco. Parece que o holandês contraiu nova lesão. É tempo de a estrutura leonina reflectir sobre o futuro deste jogador, que vai passando ao lado de outra época desportiva.

 

Do cartão amarelo a Morten. Por falta fora de tempo, aos 38', quando já vencíamos por 4-0. Não havia necessidade.

 

Do corredor direito na primeira parte. Esgaio com muito menor dinâmica do que o titular da ala oposta, Nuno Santos. Melhorou com Geny em campo. 

 

Das ausências de Diomande e Morita. Continuam ao serviço das respectivas selecções: são dois titulares a menos. Mas Eduardo Quaresma e Daniel Bragança vão dando boa conta do recado.

Sofrendo golos na Liga

Decorridas 18 jornadas na 1.ª liga, o Sporting segue na liderança com 46 pontos, correspondentes a 15V, 1E e 2D,  45GM e 19GS, melhor ataque da prova e terceira melhor defesa.

Assim, e para uma equipa de Rúben Amorim, não há dúvida de que o Sporting está a sofrer demasiados golos para o habitual. O que, para quem entende que ataques ganham jogos e defesas campeonatos, é de alguma forma preocupante e terá de ser corrigido.

Afinal que golos foram sofridos e de quem foram as principais responsabilidades dos mesmos?

 

Ataques rápidos dos adversários (8):

1. Sporting - Vizela  75m - Ataque rápido pelo centro, falta de cobertura de Morita

2. Sporting - Vizela  75m - Ataque rápido pela esquerda defensiva, centro, golo

3. Rio Ave - Sporting 60m - Ataque rápido pelo centro, falta de cobertura de Paulinho

7. Sporting - Arouca, 52m  - Cabeceamento frontal de Mujica, a partir de cruzamento da direita  - Indefensável

9. Sporting - Est.Amadora, 54m  - Remate frontal de Kikas a partir de solicitação pela esquerda defensiva - Indefensável

11. Benfica - Sporting, 98m - Contra-ataque rápido pela esquerda defensiva, centro, golo

15. V.Guimarães - Sporting 85m - Incursão individual pelo centro-direita defensivo, Adán não fecha o primeiro poste

19. Vizela - Sporting 63m - Incursão frontal, Coates batido, golo.

 

Conversão de livres directos (3):

4. Sp. Braga - Sporting, 78m - Livre directo frontal de Tiago Djaló - Indefensável

5. Farense - Sporting, 36m  - Livre directo descaído na direita defensiva de Mattheus Oliveira - Indefensável

6. Farense - Sporting, 54m  - Livre directo frontal de Mattheus Oliveira - Indefensável

 

Bolas paradas laterais (5):

10. Benfica - Sporting, 96m - Canto da esquerda defensiva desviado de cabeça ao primeiro poste para remate frontal

12. Sporting - Gil Vicente, 36m  - Livre na esquerda defensiva, cabeceamento, golo

16. Portimonense - Sporting 68m - Livre na esquerda defensiva, centro, golo

17. Sporting - Estoril 81m - Canto na esquerda defensiva, alívio para a direita, remate, recarga, golo

18. Vizela - Sporting 13m - Livre na esquerda defensiva, passe curto, centro, golo

 

Penáltis (2):

8. Sporting - Est.Amadora, 49m  - Penálti evitável de Coates

13. V. Guimarães - Sporting 44m - Penálti inventado pelo Pinheiro

 

Erros grosseiros / azares (1):

14. V. Guimarães - Sporting 60m - Carambola em Morita

 

Então já temos na Liga 5 golos sofridos de livres laterais/cantos, todos saídos de cruzamentos do lado esquerdo defensivo.

Ontem aconteceu algo semelhante, um centro largo duma bola morta a partir da esquerda defensiva, cabeça/ombro, golo. 

Porque é que estamos a sofrer tantos golos esta temporada? Poderá ser por:

A) A equipa jogar mais ao ataque e a defesa ficar mais exposta

B)  Os guarda-redes, no caso da Liga o Adán, não estarem à altura

C) Alguns defesas falharem em excesso 

D) A organização defensiva estar a comprometer

O que é mesmo estranho é que isto acontece ao mesmo tempo que dois defesas, Diomande e Inácio, são dos mais procurados por grandes clubes europeus e vão valer mais de 100M€ ao Sporting quando saírem.

Deixo aqui aberto o debate. Comentários idiotas e/ou de "bullying" aos jogadores seguem directamente para o lixo.

SL

2023 em balanço (9)

 

GOLO DO ANO

Foi eleito, sem favor, o melhor da Liga Europa. Golo extraordinário, daqueles inesquecíveis, daqueles que gostaremos de recordar aos nossos netos. 

Golo de Pedro Gonçalves, marcado a 16 de Março no empate em Londres (1-1) que nos valeria - após a ronda de penáltis no fim - a eliminação do Arsenal, então líder da Liga inglesa, e a passagem aos quartos-de-final daquela competição europeia. Com ecos em toda a imprensa internacional mais influente.

Aconteceu com Pedro frente aos gunners o que tantas vezes lhe sucede: parecia alheado do jogo, algo escondido, pouco interventivo. Não lhe peçam para correr atrás da bola: ele funciona sobretudo com ela no pé. O golpe de génio ocorreu aos 62': pegou nela logo após a linha do meio-campo, ainda dentro do círculo central, e quase sem balanço, a 48 metros de distância, desferiu um remate mortal para as redes anfitriãs, num magnífico chapéu ao guarda-redes Ramsdale. Golaço de fazer abrir a boca, conforme as imagens documentam. E até valeu ovação de adeptos adversários.

Visto e aplaudido nos cinco continentes. Para gáudio e júbilo de toda a massa adepta leonina. Obra-prima do futebol.

 

Vale a pena destacar três menções honrosas de 2023, todas para lembrar também:

- O golo de Trincão no Sporting-Estoril, a 27 de Fevereiro (ganhámos 2-0);

- O golo de Nuno Santos no Sporting-Boavista a 13 de Março (vencemos 3-0);

- O golo de Nuno Santos no Paços de Ferreira Sporting, a 7 de Maio (ganhámos 0-4).

 

 

Golo do ano em 2012: Xandão, contra o Manchester City

 Golo do ano em 2013: Montero, contra a Fiorentina

Golo do ano em 2014: Nani, contra o Maribor

Golo do ano em 2015: Slimani, na final da Taça de Portugal

Golo do ano em 2016: Bruno César, contra o Real Madrid

Golo do ano em 2017: Bruno Fernandes, contra o V. Guimarães

Golo do ano em 2018: Jovane, contra o Rio Ave

Golo do ano em 2019: Bruno Fernandes, contra o Benfica

Golo do ano em 2020: Nuno Mendes, contra o Portimonense

Golo do ano em 2021: Paulinho, contra o Boavista

Golo do ano em 2022: Edwards, contra o Tottenham

Quente & frio

 

Gostei muito do triunfo leonino em Tondela por 2-1. Os números são claros: em 24 jogos já disputados esta época, vencemos 18 em quatro competições diferentes. Chegamos ao Natal competindo em todas as frentes, o que contraria os pessimistas militantes e os letais que torcem sempre por derrotas verde-e-brancas. A vitória neste gélido frio de tarde na Beira Alta torna-nos semifinalistas da Taça da Liga: iremos disputar o acesso à final com o Braga a 23 de Janeiro, no estádio municipal de Leiria. Com o FC Porto já afastado da prova. Convém recordar que quatro das últimas seis edições foram conquistadas por nós.

 

Gostei de Daniel Bragança, para mim o melhor em campo. Marcou um belíssimo golo, logo aos 18': pura obra de arte - o seu terceiro da temporada em curso. E ainda assistiu Paulinho no segundo, aos 32', também com nota artística: o passe foi de calcanhar. Coincidência ou não, quando foi substituído por Dário, aos 63', a equipa caiu de rendimento. Gostei globalmente do primeiro tempo, em que dominámos por completo, chegando ao intervalo a vencer por 2-0. Destaque também para Paulinho: não apenas pelo golo que marcou, de pé direito, mas por outros dois lances: aos 5' fez a bola embater na barra; aos 66' proporcionou a defesa da noite ao guarda-redes tondelense. Reforça posição como rei dos goleadores na Taça da Liga: já marcou 21 em várias edições.

 

Gostei pouco que o Sporting tirasse o pé do acelerador, parecendo conformado com os dois golos de diferença alcançados ainda cedo. Apesar do forte apoio sentido no estádio, onde uma das bancadas estava cheia de adeptos leoninos - muitos inconformados por não terem visto jogar Gyökeres. Aliás Rúben Amorim deixou de fora cinco outros habituais titulares: Adán, Diomande, Coates, Morita e Edwards, além do internacional sueco. Em sentido inverso, fez alinhar Neto - desta vez capitão de início, neste seu centésimo jogo de leão ao peito. Assim poupou alguns jogadores para o próximo confronto do campeonato: será dia 30 em Portimão.

 

Não gostei de Trincão. Integrou o onze, mas voltou a decepcionar. Parece sempre algo desligado da manobra colectiva, apático, desconcentrado. Com os defeitos habituais: agarra-se à bola e entretém-se com ela, esquecido dos companheiros e da baliza, revelando-se inofensivo. Quando intervém, o nosso jogo empastela, perde dinâmica e fluidez.

 

Não gostei nada de sofrer um golo. Foi contra a corrente do jogo, é certo, e na única oportunidade de que o Tondela dispôs num desafio em que fez o primeiro remate (não enquadrado) só aos 39'. Aconteceu aos 76', por deficiente cobertura de Matheus Reis em zona frontal da grande área, permitindo que o adversário se movimentasse à vontade no lance, num remate indefensável para Israel. Vínhamos de duas partidas consecutivas sem sofrer golos, algo raro nesta temporada. Mas houve duas sem três: andamos mais inconsistentes do que gostaríamos no capítulo defensivo. E convém anotar que o Tondela segue em oitavo lugar na Liga 2: está longe de ser oponente temível.

"Fora-de-jogo" milimétrico: fim à vista

 

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Ricardo Esgaio, ao introduzir a bola na baliza do Moreirense no jogo de domingo à noite, não estava em fora-de-jogo: estava em jogo.

Cinco centímetros equivale a um fragmento de segundo - período em relação ao qual não existe a menor certeza científica a validá-lo.

Esta pseudo-tecnologia anticientífica mata o golo, essência do futebol.

Cinquenta milímetros é metade de um dedo: nenhuma "verdade desportiva" pode ser evidenciada com medições destas.

 

Daí a alteração que a FIFA está já a pôr no terreno com a intenção de alterar a chamada cláusula 11 da Lei do Jogo: «A alteração faria com que só fosse considerado fora-de-jogo se todo o corpo do atacante estivesse para lá da linha traçada na posição do penúltimo atleta da equipa que está a defender.»

Pretende-se, como titulava há meses o ABC em Espanha, «declarar guerra ao fora-de-jogo milimétrico». Daí haver já experiências-piloto em curso nos campeonatos secundários da Suécia, da Holanda e da Itália.

Isto faz todo o sentido, em defesa activa e drástica do futebol enquanto espectáculo.

 

Ver sportinguistas - como tenho visto desde segunda-feira - sair em defesa do statu quo que a própria FIFA quer alterar, sabendo que colidem com a verdade desportiva de um jogo que o Sporting acaba de disputar, é para mim totalmente incompreensível.

É, no fundo, mais um exemplo da tal autofagia que tanto mal tem feito ao nosso clube nas últimas décadas.

Não imagino benfiquistas ou portistas concordarem com a anulação «por 5 centímetros» de um golo marcado por qualquer jogador deles. Fazem bem. Se procedessem ao contrário colidiam com a verdade desportiva. E estariam a ser péssimos adeptos das suas cores.

 

ADENDA: Sobre esta matéria, recomendo a leitura deste apontamento do confrade Sol Carvalho, um sábio Leão: https://sporting.blogs.sapo.pt/os-melhores-do-mundo-9056727?thread=104417751#t104417751

Até ao fim

lendo a imprensa da especialidade, o Casa Pia arrasou o Sporting, numa superioridade só anteriormente vista quando o Barça de Guardiola espezinhou o Inter de Mourinho. 

Não fosse a bota branca de Paulinho e teríamos perdido por tantos que Varandas, Ruben e Viana estariam neste momentos a viver na rua, humilhados e sem nada. 

Ah e tal, mas o golo mal validado ao Paulinho foi aos três ou quatro minutos de jogo, estava zero a zero e faltavam uns bons 95 minutos, descontos incluídos. Quem sabe o Sporting pudesse ter hipóteses de ganhar... Seria complicado, mas quem sabe...?

Não interessa! O Sporting só ganhou por causa daquele golo validado por menos de um palmo quando faltavam mais de 90 minutos para jogar!

Toda a gente sabe que se o VAR tivesse varado como deve ser, o Sporting teria perdido por tantos com o Casa Pia, que os regulamentos seriam alterados nessa semana e perderia também os três pontos que ganhou ao Vizela na jornada precedente. 

Só os mal intencionados não veem que se houvesse justiça no mundo e no futebol português, o Sporting teria neste momento zero pontos.  

Balanço (31)

Golos marcados pelos jogadores do Sporting na época 2022/2023:

 

Pedro Gonçalves: 20

(Braga, Rio Ave, Rio Ave, Portimonense, Gil Vicente, Casa Pia, Famalicão, Farense, Braga, Benfica, Vizela, Braga, Chaves, Chaves, Midtjylland, Midtjylland, Arsenal, Casa Pia, Arouca, V. Guimarães)

Paulinho: 15

(Tottenham, Casa Pia, Farense, Farense, Marítimo, Marítimo, Marítimo, Braga, Paços de Ferreira, Arouca, Arouca, Portimonense, Arsenal, Boavista, Santa Clara)

Trincão: 13

(Eintracht Frankfurt, Portimonense, Portimonense, Marselha, Famalicão, Braga, Estoril, Santa Clara. Casa Pia, Casa Pia, Casa Pia, Paços de Ferreira, Benfica)

Edwards: 12

(Braga, Estoril, Eintracht Frankfurt, Boavista, Tottenham, V. Guimarães, V. Guimarães, Farense, Braga, Braga, Santa Clara, Juventus)

Nuno Santos: 9

(Braga, Eintracht Frankfurt, Portimonense, Santa Clara, Casa Pia, Paços de Ferreira, Chaves, Boavista, Paços de Ferreira)

Morita: 6

(Gil Vicente, Santa Clara, V. Guimarães, Braga, Braga, Famalicão)

Arthur: 4

(Tottenham, Eintracht Frankfurt, Farense, V. Guimarães)

Gonçalo Inácio: 4

 (Rio Ave, Braga, Arsenal, Vizela)

Chermiti: 3

(Rio Ave, FC Porto, Paços de Ferreira)

Coates: 3

(Midtjylland, Midtjylland, Marítimo)

Porro: 3

(Marítimo, Paços de Ferreira, Vizela)

Matheus Nunes: 1

(Rio Ave)

St. Juste: 1

(Estoril)

Rochinha: 1

(Gil Vicente)

Mateus Fernandes: 1

(Farense)

Matheus Reis: 1

(Braga)

Bellerín: 1

(Estoril)

Esgaio: 1

(Famalicão)

Diomande: 1

(Benfica)

Boateng: 1

(avançado do Rio Ave, autogolo)

Miguel Silva: 1

(guarda-redes do Marítimo, autogolo)

Bah: 1

(lateral do Benfica, autogolo)

Gartenmann: 1

(defesa do Midtjylland, autogolo)

Salvador Agra: 1

(avançado do Boavista, autogolo)

Marafona: 1

(guarda-redes do Paços de Ferreira, autogolo)

Matheus Costa: 1

(defesa do Marítimo, autogolo)

Ivanildo: 1

(defesa do Vizela, autogolo)

 

Na época 2014/15, os melhores marcadores foram Slimani, Montero e Adrien.

Na época 2015/16, os melhores marcadores foram Slimani, Teo Gutiérrez, Adrien e Bryan Ruiz.

Na época 2016/17, os melhores marcadores foram Bas Dost, Alan Ruiz e Gelson Martins.

Na época 2017/18, os melhores marcadores foram Bas Dost, Bruno Fernandes e Gelson Martins.

Na época 2018/19, os melhores marcadores foram Bruno Fernandes, Bas Dost e Luiz Phellype.

Na época 2019/20, os melhores marcadores foram Bruno Fernandes, Luiz Phellype e Vietto.

Na época 2020/21, os melhores marcadores foram Pedro Gonçalves, Jovane e Nuno Santos.

Na época 2021/22, os melhores marcadores foram Sarabia, Pedro Gonçalves e Paulinho.

Balanço (30)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - V

Pedro Gonçalves, no Arsenal-Sporting

(16 de Março de 2023)

 

Derrubámos a equipa que então comandava o melhor campeonato do mundo. O Arsenal caiu em casa, nos oitavos da Liga Europa. Seguimos em frente, com todo o mérito. Três golos marcados nas duas mãos desta eliminatória. Sem derrotas, melhores nos penáltis que decidiram tudo. Com cinco artilheiros que não falharam: St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur e Nuno Santos. Exibições de sonho de Adán e Ugarte. Melhor em campo? Pedro Gonçalves, autor de um golo extraordinário, visto e aplaudido em todo o mundo (pode ser visto aqui a partir de 1'40''). Chapéu de 48 metros a sobrevoar toda a defesa, a dizer adeus a Ramsdale e a anichar-se nas redes londrinas. Para recordarmos sempre.

Balanço (29)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - IV

Nuno Santos, no Sporting-Boavista

(12 de Março de 2023)

 

Nuno Santos foi a grande figura desta vitória - uma das mais categóricas do Sporting na temporada que há dois meses terminou. Abriu a contagem no nosso triunfo por 3-0 frente à turma axadrezada. Com uma verdadeira obra de arte assinada aos 17': golo de letra, a merecer nota artística e a mais estrondosa ovação da noite. Dos melhores golos que vi desde sempre em Alvalade. E, sem dúvida, o mais belo da carreira deste jogador de fibra, que continua estranhamente ausente da selecção nacional.

Balanço (28)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - III

Trincão, no Sporting-Estoril

(27 de Fevereiro de 2023)

 

Após onze jogos em branco, o ex-Braga mostrou enfim um rasgo de génio. Aos 51' pegou na bola junto ao flanco esquerdo, levou-a em progressão, foi rasgando a defesa, tirou quatro do caminho e deixou o guarda-redes pregado - num lance à Messi, com a diferença de ter marcado com o direito, que é o seu pior pé. Mas nem parecia. Só para ver esta obra-prima valia a pena ter ido ao estádio.

Balanço (27)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - II

Nuno Santos, no Paços de Ferreira-Sporting

(7 de Maio de 2023)

 

Peça fundamental da goleada leonina (0-4) na Capital do Móvel, Nuno Santos protagonizou aqui um dos melhores golos da temporada - o segundo do Sporting nesta partida. Com um monumental chapéu ao guarda-redes Marafona, aos 33', após simulação que o fez sentar no solo. Numa partida em que funcionou como autêntico rolo compressor da nossa equipa. Poço de energia, indiferente às vaias que ia escutando nas bancadas. 

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