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És a nossa Fé!

Os prognósticos passaram ao lado

Pela segunda jornada consecutiva, ninguém conseguiu acertar. E o Sporting-Gil Vicente até teve um desfecho banal: 2-1. 

Mas entre previsões de goleadas esmagadoras (influência da vitória por 5-0 ao Boavista na ronda anterior) e os habituais 2-0 ou 3-0, quase ninguém foi capaz sequer de prever o golito da equipa de Barcelos em Alvalade.

Foi pena. Aguardemos pela próxima. Que é já a penúltima da época. 

Eduardo resolveu: alegria para todos nós

Sporting, 2 - Gil Vicente, 1

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Quaresma acabou de marcar o golo decisivo e inicia festejos: explosão de júbilo em Alvalade

Foto: Lusa

 

O futebol é assim: montanha-russa de emoções. Em menos de duas horas experimentamos todo o tipo de sensações: vamos da alegria à tristeza e regressamos ao sentimento inicial. A ansiedade domina-nos, a fúria por vezes assalta-nos, as dúvidas persistem até ao apito final.

Há os eternos optimistas, que não chegam a preocupar-se: têm a certeza antecipada de que tudo terminará bem. Confesso incluir-me nesse lote, que admito ser minoritário. A larga maioria de adeptos do Sporting é pessimista militante. Eu que o diga: enfrento-os há treze anos e meio por cá, sei bem como é muito mais difícil arrancar-lhes uma palavra de esperança do que centenas de frases a puxar para baixo. 

Costumo dizer-lhes que acreditam sempre mais nas equipas adversárias do que na própria equipa que dizem apoiar. Muitos, ao cantarem «Farei tudo o que puder / pelo meu Sporting», depressa esquecem estes versos para se porem a criticar duramente os nossos jogadores enquanto o jogo decorre.

 

Voltou a acontecer neste Sporting-Gil Vicente, domingo à noite, faz hoje três dias: começou mal mas acabou bem. Muito bem. 

Aos 26', perdíamos. No único verdadeiro remate da turma visitante à nossa baliza: de Félix Correia, convertendo um penálti totalmente desnecessário cometido por St. Juste quatro minutos antes. O jovem extremo, de apenas 24 anos, não festejou. Por respeito digno de aplauso: lembrou-se que esteve dez anos na Academia de Alcochete, onde cumpriu todos os escalões de formação.

Gostava muito de voltar a vê-lo de leão ao peito. Anda a perder os melhores anos da carreira profissional a jogar em equipas como a de Barcelos.

 

Falava eu da impaciência dos adeptos. Foi algo que neste jogo deu nas vistas. E nos ouvidos. Tornou-se notória a insatisfação e o nervosismo nas bancadas, ainda antes de soar o apito para o intervalo. A cada passe falhado, a cada entrega mal medida, a cada duelo perdido, a cada ofensiva abortada. 

Valha a verdade: alguns jogadores pareciam fazer tudo para exasperar a massa adepta. Destacou-se Gonçalo Inácio, protagonizando um festival de passes longos para terra de ninguém. Desperdício completo: o Gil Vicente agradecia. Enquanto ia dominando Gyökeres com dois patrulheiros incansáveis: o artilheiro sueco, tolhido por esta apertada vigilância, quase não dispôs de uma oportunidade.

 

Reatada a partida, mais do mesmo. Gil Vicente trancado, vedando os acessos à baliza, em defesa intransigente da vantagem mínima caída quase do céu. Teríamos de fazer pela vida se quiséssemos rumar à Luz, no sábado que vem, em igualdade pontual com o Benfica mas com melhor registo de golos, o que nos confere vantagem.

Aos 64', Rui Borges fez as mudanças que se impunham. A triplicar. Entraram Morten (para o lugar de Morita), Harder (substituindo Pedro Gonçalves) e Quenda (com a saída de St. Juste). Logo se notou a diferença: equipa virada para o ataque contínuo, explorando todos os corredores, mais veloz, mais intensa, mais objectiva. 

Só poderia traduzir-se em golos. E assim aconteceu. Por Maxi Araújo, num remate de primeira, sem preparação, aproveitando da melhor maneira um ressalto.

Bola no local adequado: o fundo das redes.

 

Terminou a sensação de intenso nervosismo que pairava nas bancadas. E despertaram os rugidos de leão, ecoando por todo o estádio, empurrando a equipa para diante. O Gil Vicente defendia-se como podia: pontapé para cima, para longe, para o lado, para fora. Nós acentuávamos a pressão, que não diminuiu com a troca de Geny por Biel aos 83'. 

Minuto 90 esgotado: cinco minutos de tempo extra. 

Estava escrito nos astros que o desafio não terminaria sem conquistarmos os três pontos.

Aconteceu aos 90'+3, na conversão de um canto por Debast. Bola rechaçada de qualquer maneira pelos defensores gilistas. Sobrou para Eduardo Quaresma, que resolveu o problema de fora da área: pontapé fortíssimo, a redondinha ainda resvalou num adversário e foi aninhar-se, cheia de efeitos, no ângulo mais longínquo para o incrédulo guarda-redes Andrew. 

 

Cumpria-se o destino do Leão: comparecer na Luz em vantagem.

Queremos muito o bicampeonato que nos foge há 74 anos. E merecemos muito essa conquista. 

Eduardo Quaresma chorou de emoção: tinha sido protagonista, pelo melhor motivo, naquele que até agora foi o desafio da sua vida. Lágrimas de alegria compartilhadas por imensos adeptos. Milhares, talvez milhões.

 

Breve análise dos jogadores:

 

Rui Silva (6) - Sofreu o penálti: ainda adivinhou para onde a bola iria, mas sem hipóteses. Seguro, atento e concentrado no resto do jogo.

Eduardo Quaresma (9). Competente trabalho defensivo, nas recuperações e no passe. Coroa de glória: o golaço da vitória, aos 90'+3. Melhor em campo.

Sr. Juste (3) - Substituiu Diomande, ausente por castigo. Sem cumprir como central do meio. Cometeu penálti aos 22'. Sem necessidade.

Gonçalo Inácio (4) -  Capitão inicial, com Morten ausente do onze. Nervoso, protagonizou um festival de passes falhados. Arriscou amarelo aos 90'+1.

Geny (5) - É capaz de bem melhor. Foi dele a primeira tentativa de rematar ao alvo (33'), acertando na malha lateral. Pouco mais fez, pouco mais tentou.

Debast (7) - Destacou-se nas recuperações (34', 75'). Grande passe para Harder aos 80'. Tentou marcar de longe (90'+2). Bateu o canto de que nasceu o golo decisivo.

Morita (5) - Regressou a titular mês e meio depois. Ainda longe da melhor forma física, faltou-lhe o suplemento de qualidade que bem lhe conhecemos.

Maxi Araújo (7) - Travou duelos com Félix Correia na ala esquerda, nem sempre levando a melhor. Crucial ao marcar o primeiro, de ressalto, aos 81'.

Trincão (6) - Assinalou o primeiro sinal de perigo, aos 2'. Quase marcou aos 14': grande defesa de Andrew. Atirou ao ferro na marcação de um livre (87').

Pedro Gonçalves (5) - Ainda preso de movimentos: nota-se que esteve cinco meses parado. Grande lance aos 53': recebeu, rodou e rematou fazendo-a roçar o poste.

Gyökeres (4) - Irreconhecível. Muito marcado. Só uma vez a bola lhe chegou em condições (aos 59', por Trincão) mas decidiu mal. E falhou vários passes.

Morten (7) - Substituiu Morita aos 64'. Em benefício da equipa: arrumou o meio-campo, impôs ali a sua autoridade. Interveio no primeiro golo.

Harder (6) - Substituiu Pedro Gonçalves aos 64'. Dinâmico, com vontade de facturar. Fez remate inicial no primeiro golo leonino. Cabeceou com perigo aos 88'.

Quenda (5) - Entrou aos 64', rendendo St. Juste (Debast recuou para central, Geny foi para ala esquerdo). Ficou aquém das expectativas.

Biel (4) - Entrou aos 83', substituindo Geny. Tentou integrar-se bem no ataque, nem sempre com sucesso.

Matheus Reis (-) - Entrou aos 90+7', rendendo Trincão. Só para podermos queimar uns segundos e amarrar o triunfo.

O pavor

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Vamos ter a equipa na máxima força no decisivo clássico da tarde de sábado.

Diomande limpou cartões, estará de volta. Morten, com irrepreensível profissionalismo, rumou ao balneário mal soou o apito final do Sporting-Gil Vicente, não fosse algum pupilo do benfiquista César Peixoto envolvê-lo em escaramuças que pudessem custar-lhe um amarelo - e a falta de comparência na Luz. Harder evitou gritar «ié!», o que também o salvaguardou de eventual punição disciplinar, ao contrário do que aconteceu após o recente jogo com o Santa ClaraGyökeres começou a ser cercado por elementos do Gil Vicente com a clara intenção de o provocarem para que fosse admoestado, mas mal chegou a correr tal risco devido à pronta intervenção de elementos da estrutura técnica do Sporting, que o encaminharam de imediato para fora dali. 

Peixoto pode desejar imenso que o amigo Lage seja campeão, como já lhe confidenciou com o País inteiro a perceber, mas a ajuda que tentou dar-lhe anteontem em Alvalade de nada serviu. 

 

Volto ao mesmo: vamos lá na máxima força. Já recuperados Pedro Gonçalves e Morita, e com o nosso Eduardo Quaresma mais moralizado que nunca.

Há pavor do lado de lá. Daí tentarem tudo, começando por estas provocações. Bem os compreendo. É caso para isso.

Explosão de alegria

A vitória sobre o Gil Vicente foi das proezas mais emocionantes que já vivi em Alvalade. Uma explosão de alegria aumentada pela montanha russa de emoções que o jogo proporcionou.

A corrente de emoção percorreu todo o universo leonino. As conversas, as partilhas que hoje fomos e vamos fazendo e ouvindo, confirmam-no. 

A vitória contra o Gil Vicente, porque tínhamos de a ter, é ainda para mim a certeza de que seremos campeões. A nossa equipa merece ser campeã. Quer ser campeã. Tem tudo para ser campeã. E vai ser campeã. O Sporting vai ser bicampeão. 

Rescaldo do jogo de ontem

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Eduardo Quaresma no momento em que marcava o golo da nossa alegria: valeu três pontos

Foto: Lusa

 

Gostei

 

Da reviravolta no marcador. Teve um sabor épico, o nosso triunfo da noite passada em Alvalade. Perante um Gil Vicente que parecia apostado em fazer o melhor jogo da temporada, virámos o resultado desfavorável, cerrámos fileiras, fomos para cima deles, agimos com inegável dinâmica colectiva, acentuada após Rui Borges ter refrescado a equipa e corrigido erros de posicionamento. Conseguimos os três pontos. Nem por terem sido arrancados a ferros foram menos saborosos, muito pelo contrário. E demos uma lição ao treinador da equipa adversária, que havia confessado sem rodeios desejar ver o seu Benfica campeão. 

 

De Eduardo Quaresma. Herói da noite leonina. Foi ele a apontar o golo da vitória - seu primeiro golo da temporada - num magnífico pontapé de ressaca, aproveitando da melhor maneira uma bola que sobrara da marcação de um canto. De fora da área, municiou o pé-canhão para um remate indefensável que fez levantar o estádio ao minuto 90'+3. Depois correu para os festejos e chorou lágrimas de genuína alegria. Melhor em campo: bem merece aplauso em uníssono da massa adepta. É com futebolistas como ele que se conquistam campeonatos.

 

De Maxi Araújo. Não teve actuação perfeita, longe disso. Mas foi ele a quebrar o enguiço quando o nervosismo e a ansiedade já se instalavam nas bancadas. Ao marcar o nosso primeiro golo, num remate por instinto, sem preparação, de posição quase acrobática com o seu acutilante pé esquerdo. Virou a corrente do jogo, que não voltou a ser a mesma. A partir daí tomámos de assalto a grande área da turma de Barcelos: queríamos conseguir. E conseguimos.

 

De Debast. Marcou o canto que originou o golo. Mas fez muito mais. Recuperou bolas. Fez um passe primoroso para Harder aos 88'. Tentou o golo de meia-distância com um remate cheio de intenção (90'+2) já prenunciando o que se seguiria um minuto depois. Cumpriu com distinção em duas posições: primeiro como meiocampista e a partir dos 64' como central ao meio. Ganhou lugar cativo no onze titular.

 

De Morten. Rui Borges poupou-o de início, procurando gerir o internacional dinamarquês, que está tapado com cartões amarelos, por recear vê-lo de fora no desafio seguinte, frente ao Benfica. Mas, passada uma hora, deu-lhe ordem para entrar. E fez muito bem. Porque o Sporting melhorou muito com o capitão em campo - em organização, em intensidade, em robustez psicológica. Interveio no primeiro golo e escapou incólume, sem advertência disciplinar: contaremos com ele na Luz.

 

De Harder. Saltou do banco para ajudar a construir a vitória. Dinâmico, foi um dos obreiros destes três pontos. Esteve no primeiro golo, ao fazer o remate inicial que daria a bem-sucedida recarga. Tentou o golo com um remate em arco aos 75' com a bola a passar ligeiramente ao lado. Cabeceou com perigo aos 88'.

 

Do treinador. Rui Borges completou uma volta inteira ao serviço do Sporting e pode gabar-se desta proeza: com ele no comando, nunca sofremos uma derrota em competições nacionais. Ontem, quando o resultado se mantinha desfavorável, soube detectar os problemas e encontrar soluções adequadas. Com três trocas simultâneas aos 64': Morita por Morten, St. Juste por Quenda e Pedro Gonçalves por Harder. A equipa melhorou de imediato. O resultado viu-se.

 

Da estrelinha. Não era exclusiva de Ruben Amorim. Ontem voltou para iluminar-nos.

 

Da homenagem inicial a José Carlos. Saudoso capitão leonino, há dias falecido com 83 anos. Como defesa central, conquistou a Taça das Taças em 1964, dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal pelo Sporting. Foi também exemplar ao serviço da selecção nacional, que representou por 36 vezes, tendo-se destacado como titular da equipa das quinas que subiu ao pódio no Mundial de 1966. Mereceu por inteiro este reconhecimento póstumo.

 

De mantermos a liderança. Temos agora 78 pontos quando faltam só duas rondas para o fecho do campeonato - correspondentes a 24 vitórias em 32 desafios. Faltam jogar 180 minutos, cruciais para a conquista do bicampeonato que nos foge há mais de 70 anos. Duas finais em perspectiva: a primeira no sábado, perante o Benfica; a outra em nossa casa, na recepção ao V. Guimarães. 

 

 

Não gostei

 

Da nossa primeira parte. Nem um remate enquadrado à baliza adversária. Daí o resultado desfavorável (0-1) registado ao intervalo. 

 

Do golo sofrido. De penálti, aos 26'. Marcado por um antigo jogador nosso, Félix Correia, que eu bem gostaria de voltar a ver de leão ao peito.

 

De St. Juste. Muito nervoso, deixou-se dominar pela ansiedade. Aos 22' provocou um penálti totalmente desnecessário que o árbitro Tiago Martins só assinalou após alerta do vídeo-árbitro. 

 

De Gonçalo Inácio. Capitão, por ausência de Morten, o central canhoto esteve em noite não. Protagonizando um festival de passes falhados - aos 20', 35', 37', 43', 45+3', 48' e 70'. Pelo menos estes. Dele exige-se bem mais. E melhor.

 

De Morita e Pedro Gonçalves. Ambos ainda longe da melhor forma, após lesões prolongadas - mês e meio no caso do internacional nipónico, cinco meses no caso do craque transmontano.

 

Da ausência de Diomande. Excluído desta partida por acumulação de cartões, notou-se bem a falta dele no eixo da nossa defesa. Substituído por St. Juste, ficou evidente que a equipa nada ganhou com a troca.

 

Da inoperância de Gyökeres. Raras vezes o melhor artilheiro da Liga 2024/2025 vem mencionado na secção "Não gostei". Desta vez justifica-se por ter sido incapaz de se libertar das marcações: teve sempre dois adversários a condicionar-lhe a manobra, policiando-o com rigor. A chuva copiosa que caiu durante grande parte da partida também nada ajudou as suas habituais arrancadas. Desta vez nem os passes lhe saíram bem. 

Gil Vicente, Setúbal... a mesma luta, o mesmo destino?

Tenho o maior dos maiores respeitos pelos clubes mais pequenos. Sobretudo aqueles dignos e que promovem o desporto nas suas comunidades.

Depois, há clubes pequenos que não têm qualquer respeito pelo desporto - e nos faltam ao respeito. Ontem, perdi qualquer respeito que tinha pelo Gil Vicente.

O Gil, o tal cujo treinador quer que o lampião Lage seja campeão, há 3 semanas montou uma equipa de suplentes para jogar contra SLB, deixando os titulares no banco. Isto em sua casa, na bela cidade de Barcelos. Pareciam algodão doce e só não levaram mais do que 3 porque a certa altura o Lage começou a rodar a equipa.

Ontem, os titulares entraram em campo com tudo. Como não jogam grande coisa, foi anti-jogo do início ao fim (com a colaboração do árbitro). Lá cavaram um penálti, puseram-se 10 em frente ao GR e já não passavam do meio campo. Saiu-lhes mal. 

Para mim, o mais incrível foi mesmo no final, as agressões ao Gyokeres, claramente para ver se reagia e era expulso (e assim falhar o derby). Tudo pensado, tudo preparado, tudo executado. Como se alguém lhes tivesse prometido algum prémio pela expulsão.

Chega a ser cómico o Harder, que há duas semanas foi expulso por gritar "yeah"! após o apito final, a evitar agressões de meia equipa do Gil ao Gyo - para registo, ZERO cartões para qualquer desses jogadores - oportunamente, o árbitro vira costas quando começa a pancadaria. Fiscais nada viram. Tudo pensado, tudo preparado, tudo executado. 

Será isto porque o Peixoto quer que o SLB ganhe o campeonato? Será porque havia "prémio" de jogo para os jovens do Peixoto? Será uma mistura de ambos? Não sei, mas era bom que as autoridades investigassem.

O que sei é que já vi este filme. Chamava-se Vitória de Setúbal, estendia o tapete aos lampiões e connosco entrava em campo para partir pernas. O próprio ex-presidente deste outrora respeitável clube admitiu que o dinheirinho que o SLB lá punha era o abono de família do clube.

Seria abono do clube ou dele?

O clube, esse, para aí anda hoje perdido pelas distritais.

Porque quando deixa de ter uso para os lampiões, cospem-no fora. Não foi o primeiro, o Vitória, mas foi talvez o maior.

O Gil, fiquei convencido esta época, para lá caminha. E, a julgar pela noite de ontem, fará tanta falta como lepra. Espero que os seus sócios e adeptos reflitam sobre o que estão a fazer no desporto e ao desporto. E para onde querem ir.

 

Lá se foi a mala!

6931d3b3-7f17-4753-8ecc-c4e5f6f68d85.jpgFoto: Miguel Nunes (A Bola)

Diz, na entrevista rápida a seguir ao jogo brilhantemente vencido pelo Sporting, o treinador do Gil Vicente com uma azia visível e indisfarçável, depois de ter estado na frente do marcador durante cerca de uma hora e sem ter qualquer oportunidade de golo:

- O Sporting foi feliz.

É certo que se alguém se pode sentir feliz é ele próprio, que aproveitou uma paragem cerebral de Ste Juste e se viu a ganhar aos 20 minutos sem nada ter feito para isso.

E durante uma hora limitou-se a defender com uma camioneta de jogadores dentro da área, como aliás tinha avisado antes do jogo: "Gyokeres não se pára apenas com um jogador" e vai de meter no mínimo sete ou oito dentro da área, considerando, pelo que o ouvi dizer no final, que fez um grande jogo. Ora um gajo que treina uma equipa e nada faz para ganhar um jogo e diz que o adversário, que, mal ou bem (mais mal que bem, mas esses são outros quinhentos), tudo fez para vencer foi feliz, ou é hipócrita ou não quer ver o óbvio.

Raios, sabia-lhe tão bem o lugar de treinador na equipa B do seu clube, evitava ter de andar com a mala às costas a saltitar de-clube-em-clube. Que azar.

Prognósticos antes do jogo

Outra final para o Sporting. Desta vez amanhã à noite, a partir das 20.30: recebemos o Gil Vicente. Antepenúltima jornada da Liga 2024/2025.

Na primeira volta, em 22 de Dezembro, fomos a Barcelos empatar a zero. Última partida com João Pereira ainda ao leme da nossa equipa.

No campeonato anterior vencemos a turma barcelense, em Alvalade, por 3-1. Com dois golos de Viktor Gyökeres. 

Como será agora? Venham daí os vossos prognósticos.

Ouviram-me!

Propus aqui no último post que publiquei que as partes passassem a ter 90 minutos, para não assistirmos aos espectáculos degradantes das segundas partes da nossa gloriosa equipa.

Alguém ("que Deus já lá tem") me ouviu, caramba. Nunca pensei ter alguma importância no ludopédio luso, mas ontem dei por mim a verificar que havendo apenas uma parte, os rapazes souberam dosear o esforço. Começaram em modo de contenção de esforços e fé em Rui Silva e na falta de jeito dos avançados do Gil, coisa que levaram até aos 45 minutos com enorme competência, não é fácil jogar tão mal durante tanto tempo, o que é que julgam? e acabaram em cima do adversário, fazendo um golo e podendo fazer praí mais uma meia-dúzia deles, tal o caudal ofensivo proporcionado por Trincão no seu modo Poço da Morte, naquele rodopiar alucinante que não sai do mesmo sítio, mas causa uma sensação de vertigem que agita o estômago, principalmente quando se perde na beira do poço e esbarra para fora dele e entrega a mota (a bola, vá) ao adversário que se limitou a estar parado até ele ficar tonto e lha tira com um sopro. Foi também interessante a inclusão de Esgaio no onze e eu não preciso que me digam porque é que o Rui Borges o fez entrar, o homem já está tão habituado a jogar com dez, que para cumprir a tradição se bem o pensou, melhor o executou. E curiosamente, Esgaio não o defraudou, manteve-se em campo como se lá não estivesse, cobrindo as jogadas dos adversários com o seu golpe de vista de milhões, como aconteceu no golo anulado ao Gil. Dei comigo a pensar que se o treinador lá tivesse colocado um poste seria mais eficaz, é que sempre poderia algum gilista chocar contra ele.

Bom, de qualquer maneira para acabar em apoteose, há que "aguentar os cavais" antes.

E não fora o olho de lince do VAR (que não viu um penálti a nosso favor por mão de um gilista, diz o ex-árbitro Pedro Henriques), estaríamos condenados a mais meia hora de grande espectáculo.

Enfim, agora mais a sério, não me recordo de uma primeira parte tão má e eu já vejo o Sporting há sessenta anos. Felizmente o que era preciso conseguiu-se, a vitória. Vamos esperar por melhores dias e que Rui Borges se deixe de inventar.

O dia seguinte

Jogo estranho, este em Barcelos, muito ao contrário daquilo que tem acontecido ao Sporting desde que chegou Rui Borges.

Primeira parte onde o Sporting foi manifestamente inferior, jogando devagar e mal, com uma dupla de médios que via jogar os adversários, muitas vezes a fazer passes em profundidade bem perigosos, e sem conseguir atacar com o mínimo de perigo, com Trincão em "modo rotunda" e Harder bem cedo castigado por um amarelo exagerado. Valeu Rui Silva, que safou duas bolas de golo.

O 0-0 era lisonjeiro para o Sporting ao intervalo, se calhar foram os piores 45 minutos  da temporada.

 

Na 2.ª parte, com Gyökeres, tudo foi diferente: pressão alta, recuperações e ataques rápidos, várias situações frustadas no último passe até ao grande pontapé de Debast dar golo, numa assistência do sueco. 

O jogo continuou só a dar Sporting. Dum grande passe a isolar Maxi veio o segundo amarelo e a expulsão do jogador adversário, e a eliminatória estava ganha.

Mas Rui Borges resolveu repetir a asneira de jogos anteriores. A ganhar por 1-0 qual foi o sentido de fazer entrar jogadores sem ritmo e vindos de lesão? Se já tem uma linha de 5 desfalcada na defesa, porque é que tirou um jogador alto e forte na direita para fazer entrar um pequeno e que não aguenta o choque ? Foi assim que Matheus Reis ficou sozinho com dois adversários e Catamo a baldar-se completamente ao lance. Safámo-nos por 3 cm.

 

Atenção ao 59 que entrou para substituir o 50. Kauã Oliveira, 21 anos, 1,82m. Temos ali o novo Matheus Nunes. Começou bem a temporada na B, sofreu uma lesão que o deixou fora alguns meses, está a agora a regressar.

O 50, Alexandre Brito, no global cumpriu, embora estando com Debast naquela péssima primeira parte naquela zona central.

Enfim, na 1.ª parte quase batemos no fundo, mas na 2.ª voltámos à tona, e agora é nadar até à praia.

Melhor em campo? Debast, pela enorme segunda parte e pelo grande golo que marcou.

Arbitragem? Entrou muito mal, com dois amarelos exagerados, depois inventou um penálti talvez para fazer passar os dois penáltis claros que não viu em Alvalade, depois foi acertando o critério e acabou em bom plano.

E agora? Ganhar ao Estoril e ter tempo para descansar.

SL

Caiu o pano sobre a fugaz era João Pereira

Gil Vicente, 0 - Sporting, 0

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Gyökeres tentou sem conseguir: ficou em branco contra equipa de Barcelos. A culpa não foi dele

Foto: Manuel Fernando Araújo / EPA

 

Este foi o jogo que apressou a inevitável queda de João Pereira, que vários de nós antecipámos aqui com a devida antecedência. Quase todos reconhecem agora que o ex-técnico da nossa equipa B - sem um minuto de experiência anterior no plantel principal nem habilitação para o efeito - nunca devia ter sido apresentado nos moldes em que o foi pelo presidente do Sporting. Nem estava qualificado para o efeito, nem tinha sido preparado para isso, nem revelou qualquer atributo que o recomendasse para o cargo. 

João Pereira, logo na primeira declaração à imprensa, aludiu a «erro de casting», numa declaração que poucos entenderam. Estaria, no fundo, a falar de si próprio. 

Como os números tornam evidente. Em oito desafios sob a sua orientação, a equipa principal do Sporting só conseguiu ganhar dois ao fim dos 90 minutos: goleada ao Amarante, equipa da terceira divisão composta por jogadores não-profissionais, e triunfo tangencial e muito esforçado em Alvalade ao débil Boavista que parece condenado à descida de divisão.

Nenhuma vitória fora de casa. 

 

Alguns adeptos - cada vez menos - pareciam continuar a apostar nele, com fé cega nesta opção errada de Frederico Varandas. Mas nem árbitros, nem postes, nem infortúnio, nem jornalistas ou comentadores e muito menos a "pesada herança" de Amorim podem explicar a pobreza técnica, táctica, física e anímica da equipa principal do Sporting neste mini-ciclo que não deixa a menor saudade. 

Impunha-se virar a página. E ela foi virada, creio que ainda a tempo. Mas só após oito pontos perdidos para o campeonato nacional, seis outros a voar para a Liga dos Campeões e a liderança da Liga 2024/2025 para já entregue ao Benfica, reeditando o pesadelo de Natais passados. 

 

Todas as deficiências deste Sporting da brevíssima era João Pereira foram manifestas na nossa deslocação a Barcelos domingo passado, dia 22.

Incapacidade de criar dinâmicas, de ligar sectores, de jogar sem bola. Um central em má condição física, Eduardo Quaresma, escolhido para o onze inicial - e substituído ao intervalo por impossibilidade de continuar em campo. Um miúdo da B, Mauro Couto, passando à frente do inexperiente Edwards quando era necessário um criativo que desatasse o nó ainda com 12 minutos para jogar. Outro miúdo, João Simões, mantendo-se colado a Morten sem missão para romper linhas. Gyökeres perdido lá na frente, sendo quase só solicitado para jogo de cabeça, precisamente a menor das suas virtudes como atacante.

O onze leonino voltou a mostrar-se apático, triste, sem rasgo nem chama. Espelho afinal daquela alegada equipa técnica que se sentava no banco.

 

Chegou-se ao intervalo em branco: nenhuma verdadeira oportunidade de golo. Apesar do constante incentivo dos adeptos, presentes em grande número entre os cerca de 9 mil espectadores no estádio gilista.

Depois do intervalo, a equipa mostrou-se mais veloz. Mas a defesa adversária levou sempre a melhor. Aos 67', o guarda-redes Andrew voou para impedir o golo de cabeça de Harder, a passe de Trincão. Aos 81', o brasileiro voltou a brilhar esticando-se para desviar in extremis a bola tocada por Trincão que levava selo de golo.

Foi pouco, muito pouco.

 

Caiu o pano. Sobre um jogo de que não rezará a história. Foi apenas o quarto empate a zero do Sporting nas últimas 229 partidas - bem diferente da nossa goleada por 4-0, no mesmo estádio, há apenas oito meses, já na recta final do campeonato anterior.

Segundo jogo em branco, após a derrota em casa (0-1) frente ao Santa Clara.

Três jogos seguidos sem vencer fora de Alvalade - registo inédito nesta temporada. 

Média de pontos acumulados nas últimas quatro partidas da Liga 2024/2025: apenas um. Doze em disputa, só quatro amealhados. 

Pior: vemos o Benfica ultrapassar-nos no comando e assumir a liderança isolado. Algo que não acontecia desde 27 de Maio de 2023, 49 jornadas atrás, quando os encarnados eram orientados pelo alemão Roger Schmidt.

Caiu o pano também para o breve consulado João Pereira. Um equívoco de Varandas que nunca devia ter acontecido.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel (6) - Cumpriu, quase sem ser importunado. Bons reflexos aos 90'+4, a tiro de Félix Correia.

Eduardo Quaresma (3) - Missão de sacrifício pelo segundo jogo consecutivo. Saiu ao intervalo, com queixas físicas. Nem devia ter calçado.

Diomande (6) - Regressou ao onze titular, como se impunha. Domínio do jogo aéreo. Ganhou quase todos os duelos.

Debast (6) - Cortes eficazes as 17' e 44'. Qualidade evidente nos passes à distância. Serviu bem Gyökeres (18'), Araújo (36) e Geny (70').

Quenda (5) - Voltou à posição de ala direito. Excelente variação de flanco servindo Araújo, aos 10'. Menos bem em missões defensivas. 

Morten (7) - Esteio no meo-campo, destacando-se em oito recuperações. Foi ele a orientar também as posições de alguns colegas. Controlou espaço, O melhor dos nossos.

João Simões (5) - Esforçado, mas insuficiente. Perdeu demasiadas vezes a bola. Abusa dos passes laterais. Tem muito a aprender com Morten.

Maxi Araújo (4) - Talvez funcione como extremo, não serve como ala. Acumulou más decisões. Chegou a escorregar quando transportava a bola. Tarda em impor-se.

Trincão (7) - Não está "morto", como disse Varandas. Apesar dos 2226' já jogados. Passe-assistência para Harder (67') e quase marcou ele próprio (81'). Fez Andrew brilhar.

Harder (5) - Quase marcou de cabeça, mas o guardião gilista não deixou. Pareceu peixe fora de água como interior esquerdo: não é Pedro Gonçalves quem quer.

Gyökeres (5) - Muito condicionado pelo médio Gbane, que tinha a missão de o vigiar. Foi contra ele que cabeceou aos 10'. Sem oportunidades flagrantes.

Matheus Reis (5) - Substituiu Eduardo Quaresma após o intervalo. Com maior capacidade de transporte.

Geny (6) - Rendeu Quenda aos 66'. Remate a rasar o poste (70'). Desequilibrou na ala direita, talvez devesse ter entrado mais cedo. 

Mauro Couto (4) - Entrou aos 87', rendendo Araújo. Esquerdino à direita, com Edwards no banco, atrapalhou-se com a bola aos 90'+2 quando pretendia rematar. Nada acrescentou.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

 

Não gostei

 

De outro tropeção no campeonato. Mais dois pontos perdidos, desta vez em Barcelos. Cem minutos de jogo não bastaram à equipa ainda sob o alegado comando de João Pereira para desfazer o nulo num estádio onde em Abril, com Ruben Amorim ao leme, tínhamos goleado por 4-0. Que diferença brutal entre as duas partidas, no mesmo palco e perante o mesmo adversário. O que mudou? Sabemos bem de mais.

 

De termos sido incapazes de marcar ao menos um golo. Desde 5 de Abril de 2023 que não concluíamos um jogo com um empate a zero para a Liga portuguesa. Também em Barcelos, por coincidência.

 

Da nossa inoperância ofensiva. Duas oportunidades de golo em toda a partida - por Harder, aos 67', e por Trincão, aos 81'. Inviabilizadas por grandes defesas do guarda-redes Andrew, melhor jogador em campo. Muito pouco para uma equipa que mantém aspirações ao título. Quase nada.

 

Da nossa primeira parte. Lentidão de processos, falta de mobilidade, abuso até à náusea de passes lateralizados no meio-campo defensivo, incapacidade na criação de movimentos de ruptura e no preenchimento de espaços. Estéril "posse de bola". Chegou a dar sono. E provocou tristeza na grande maioria dos adeptos. O Sporting está irreconhecível.

 

Da entrada de Quaresma no onze. João Pereira teimou em incluí-lo entre os titulares. Erro: o jovem central acusou problemas musculares que já vinham de dois jogos anteriores, o que afectou muito o seu rendimento em campo. O técnico viu-se forçado a trocá-lo (por Matheus Reis) ao intervalo. 

 

De Maxi Araújo. Vão-se sucedendo os jogos - e tarda em mostrar atributos que justifiquem a sua vinda para o Sporting, por um preço nada módico. Anteontem voltou a andar muito desaparecido do jogo, defendendo mal e atacando sem critério. Fez um bom cruzamento para Gyökeres logo aos 10' e depois eclipsou-se em movimentações inconsequentes no corredor esquerdo. Chegou a escorregar sozinho, algo que não se compreende.

 

De Mauro Couto. Incompreensível, a opção do técnico de deixar Edwards no banco para apostar aos 87' na entrada do ala esquerdino a jogar à direita (outro para a colecção). O jovem de 19 anos, oriundo da equipa B, quis mostrar serviço, mas sem conseguir. Aos 90'+2 atrapalhou-se sozinho com a bola, lá na frente, e falhou uma finalização em lance que parecia para os "apanhados".

 

De St. Juste. Figura aqui precisamente por não ter jogado. Numa equipa já muito fustigada por lesões, fez-se expulsar na partida anterior, encolhendo ainda mais as opções defensivas à disposição do técnico. Comportamento imperdoável: o holandês já não é nenhum garoto e tinha obrigação, muito mais do que outros colegas, de manter a cabeça fria para dar o exemplo. Infelizmente, fez ao contrário.

 

De ver Félix Correia contra nós. Esteve dez anos no Sporting, devendo toda a sua formação como futebolista à Academia de Alcochete. Um dia quis dar o passo maior do que a perna e recusou permanecer em Alvalade. Poderia ser hoje titular de leão ao peito, mas a ambição desenfreada virou-se contra ele. Consequência: anda a jogar no Gil Vicente.

 

Da equipa técnica. A mesma inoperância, a mesma incapacidade de reacção, a mesma deficiente leitura de jogo, a mesma ausência de ousadia, a mesma incompreensível gestão do esforço dos futebolistas. João Pereira queixa-se de jogar a cada três dias, mas voltou a não esgotar as substituições pelo terceiro desafio consecutivo.

 

De termos desperdiçado a larga vantagem de que dispúnhamos no final de Novembro. Ao quarto jogo do campeonato com João Pereira no banco, apenas quatro pontos conquistados em doze possíveis. Resultado: deixámos o FC Porto igualar-nos e o Benfica ultrapassar-nos na tabela classificativa. Desde Maio de 2023 que os encarnados não lideravam isolados o campeonato. A "pesada herança" recebida de Ruben Amorim foi desperdiçada em apenas um mês.

 

 

Gostei

 

De Morten, o melhor leão. Verdadeiro capitão de equipa, aquele que revela nervos de aço mesmo nos momentos mais complicados. Procurou sempre orientar os colegas - designadamente João Simões, de apenas 17 anos, seu parceiro no meio-campo - em movimentações com bola e sem ela. Dando ele próprio o exemplo: protagonizou oito recuperações.

 

De Trincão. Anda esgotado, o que não admira: ainda não falhou um jogo desde o início da temporada, já soma 2226 minutos. Mesmo assim foi tentando remar contra a maré, procurando soluções criativas para romper a muralha defensiva do Gil Vicente. Aos 78' chegou a introduzir a bola na baliza, mas não valeu porque o árbitro André Narciso havia apitado dois segundos antes para assinalar um penálti que afinal não existia (revertido pelo VAR em monumental trapalhada que volta a desacreditar a arbitragem). Três minutos depois, num remate cruzado de ângulo apertado, deu o rumo certo à bola, desviada in extremis para canto pelo guardião gilista.

 

De Diomande. Desta vez foi titular, o que faz todo o sentido. Não pode ficar de fora, excepto por castigo ou lesão: é o nosso melhor central do momento. Único com capacidade para comandar o reduto defensivo. Foi o que fez nesta partida, ganhando quase todos os duelos e articulando-se de forma eficaz com os companheiros. 

 

Da boa "moldura humana". Quase dez mil espectadores num estádio com lotação máxima para 12 mil. Muitos dos que compareceram apoiaram sem cessar os nossos jogadores. E mesmo no fim foram escassos os assobios e os lenços brancos. Conclusão: de falta de apoio não pode esta equipa queixar-se.

Oito pontos perdidos em quatro jogos

Até agora, em oito jogos no banco, João Pereira só conseguiu ganhar dois aos 90 minutos. Contra o amador Amarante da terceira divisão (primeiro desafio pós-Amorim) e o falido Boavista, há dois anos proibido de contratar jogadores.

Neste mês e meio, só para a Liga, disputou quatro jogos, tendo vencido apenas um. Ontem empatou com o modesto Gil Vicente que havíamos goleado por 4-0, no mesmo estádio, para o campeonato anterior.

Doze pontos em competição, oito perdidos. Média: dois pontos atirados às urtigas em cada jogo. Merece registo? Claro que sim. Pela negativa.

Frederico Varandas tem certamente um plano para manter Pereira colado ao banco de treinador da equipa A. Mas é um plano tão oculto que ninguém consegue vislumbrá-lo. Talvez nem ele.

O dia seguinte

Penso que foi a melhor exibição do Sporting com João Pereira, competente a defender sob a liderança de Diomande, mas não chegou para ganhar em Barcelos. 

Não chegou porque a equipa está visivelmente cansada,  porque não existem rotinas atacantes nem combinações entre o ala e o interior do mesmo lado, porque não existe aquele sentido de contra-golpe que existia anteriormente com Amorim, porque o banco foi ocupado pelos miúdos da equipa B devido a lesões e castigos.

A equipa muitas vezes acelera desde trás e trava logo a seguir, deixando a equipa contrária posicionar-se e tornar tudo mais difícil. Em vez de atacar a profundidade e procurar o centro tenso, passa para trás e para o lado. Uma equipa previsível e fácil de anular.

Primeira parte desperdiçada pela circulação de bola lenta, com o defesa com melhor saída de bola fora de posição, João Simões muito abaixo do que já mostrou, e os dois alas desastrados na definição dos lances.

Segunda parte muito melhor com Debast na direita e Matheus Reis na esquerda, e é nestes pormenores que o João Pereira complica a sua vida e a vida do Sporting (porque insiste no Quaresma à direita à custa do Debast?), mais bolas em profundidade, mais ocasiões de golo, mais tudo. 

Mas não chegou. Catamo entrou e foi melhor que Quenda, mesmo com aquele livre disparatado no final, Mauro Couto também, mas quando Edwards fica no banco e entra Mauro Couto, alguma coisa se deve passar. Ou então João Pereira ainda pensa que é o treinador da equipa B, os dois pontos não fazem falta, o objectivo é mesmo dar minutos aos miudos.

Depois veio o Tiago Teixeira e a impressão é a mesma. Dois pontos perdidos, devemos entrar no dérbi a perder com o Benfica, mas tudo calmo e tranquilo, sem stress. Também ainda não percebeu que não está na equipa B. E é assim que lida com os jogadores no dia a dia?

 

Enfim, muitas lesões, alguns castigos, más decisões. Faz pena ver tanto esforço para tão pouco.

Melhor em campo? Diomande, no seu melhor, e com ele não sofremos golos. Esteve no banco nos ultimos jogos porquê, João Pereira?

Arbitragem? Quando um árbitro corre a marcar um penálti quando a bola segue para remate para golo, e a decisão é revertida, vamos dizer o quê? São aquelas coisas APAF que só acontecem ao Sporting.

E agora? Ganhar o dérbi em Alvalade, o que sinceramente não vai ser fácil.

 

PS: Com João Pereira, e sem contar com o jogo contra o Amarante,  foram 2V 1E 4D, 8-13 em golos. A melhor exibição foi a de hoje. Não chega. Uma enorme desilusão. Treinador precisa-se.

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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