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És a nossa Fé!

Estes jogadores insistem em ser felizes

Sporting, 2 - FC Porto, 0

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Gyökeres, imparável, adianta-se como rei dos artilheiros: à quarta jornada, já marcou sete golos

Foto: Luís Branca / Lusa

 

Para quem tivesse dúvidas, repetiu-se a dose: no campeonato passado recebemos o FC Porto e eles voltaram para a cidade de origem com dois golos sofridos na bagagem, sem nenhum marcado. Desta vez - sábado passado, dia 31 - repetiu-se a dose

Quer isto dizer que mesmo desfalcado de três habituais titulares da época passada - Coates, Adán, Paulinho - o Sporting mantém o equilibrio de base, agora num onze mais jovem e com processos de aprendizagem mais rápidos. A dinâmica acentuou--se, os automatismos ganharam consistência, o modelo de Rúben Amorim tem vindo a ser aperfeiçoado com vantagem para a equipa.

Um dos ajustamentos relaciona-se com o desempenho dos alas, agora cada vez mais envolvidos no processo ofensivo. A manobra defensiva, no essencial, é assegurada por dobras dos centrais e o recuo esporádico de um médio, neste caso Morita e Morten alternando na missão. Que foi bem-sucedida.

 

Se este repetido 2-0 final peca é apenas por ser escasso face à superioridade leonina no primeiro clássico da Liga 2024/2025.

Após o quarto de hora inicial, em que as equipas se mediam e os azuis-e-brancos adiantaram muito as suas linhas para pressionar a nossa habitual saída com a bola dominada, o Sporting passou a dominar sem discussão. Na baliza portista, Diogo Costa tinha instruções para esticar ao máximo o jogo, despejando bolas longas. Equívoco logo tornado transparente à medida que o guardião titular da selecção nacional acabava por entregá-las à nossa defesa. A gente agradecia - e partia para o ataque rápido, alternando corredores. Aos 20 minutos da partida já invadíamos o meio-campo adversário de forma consistente. A estratégia de Vítor Bruno para nos ensanduichar no espaço central interior, aproveitando o facto de ter mais um elemento nesse sector, estava condenada ao fracasso.

Amorim soube ler melhor o jogo.

 

O que mais impressiona neste Sporting rejuvenescido que sonha com o primeiro bicampeonato em 70 anos é a sua dinâmica colectiva. Os sectores inteligam-se, as linhas de passe abrem-se com naturalidade, o ataque ao portador da bola é quase obsessivo. 

Gonçalo Inácio (23 anos), Eduardo Quaresma (22 anos) e Diomande (20 anos) parecem jogar juntos há muito tempo. Tão jovens e já com tanta maturidade competitiva: só pode ser pela qualidade do treino. Haver bom balneário ajuda muito: esta é uma equipa que se movimenta em campo com manifesta alegria e um companheirismo raras vezes visto.

Quem pensa que futebol é só "pontapé para a frente" e vê-los correr que nem galgos, está redondamente enganado.

 

Merece destaque especial o trio da frente. Com os interiores actuando em regra de pé trocado: o canhoto Trincão na meia-direita, o dextro Pedro Gonçalves no lado oposto. Ambos movimentando-se bem entre linhas, sem posições rígidas: deve ser um pesadelo marcar estes nossos jogadores, o recurso à falta torna-se uma tentação. 

Foi assim, na conversão dum castigo máximo, que chegámos ao primeiro golo. Já estavam decorridos 71 minutos, ficara para trás um empate a zero ao intervalo que sabia a pouco. Marcador? O suspeito do costume, Viktor Gyökeres. Fazia todo o sentido, até porque fora ele a sofrer a falta, por Otávio: o internacional sueco passou pelo brasileiro como faca por manteiga. É um dos melhores avançados da história do Sporting, aliando a técnica à força e a inteligência táctica à robustez.

Já marcou sete vezes nas primeiras quatro jornadas do campeonato. Quer ultrapassar a marca da Liga anterior, quando se sagrou rei dos artilheiros, com 29 golos - deixando a larga distância o bracarense Banza, com 21. 

Ninguém diria que foi operado ao joelho esquerdo apenas há três meses...

 

À medida que os portistas procuravam progredir no terreno, em busca do empate, desguarneciam as linhas recuadas. Com nula eficácia atacante: só criaram perigo duas vezes, atraves de Galeno, agora lateral esquerdo - o que diz muito da ineficácia ofensiva da equipa que deixámos a 18 pontos de distância no campeonato anterior.

Abriam-se novas oportunidades para o Sporting. Os mais de 46 mil espectadores presentes em Alvalade sentiam que o jogo não iria terminar com a vitória tangencial registada aos 90 minutos. O tempo extra iria ser aproveitado até ao último instante.

E assim foi. Aos 90'+3 Pedro Gonçalves tocou para Geny e o moçambicano partiu cheio de confiança, com ela dominada junto à linha direita para depois se chegar ao meio e daqui fuzilar as redes com o seu magnífico pé esquerdo. A bola voou, desenhando um arco para defesa impossível de Diogo Costa. Numa réplica do golaço que marcara ao Benfica a 6 de Abril - também em Alvalade, também no tempo extra, também em lance digno de levantar bancadas.

 

Assim seguimos no comando. Já isolados, à quarta ronda. Invictos: cada jogo, uma vitória. Com 14 marcados e apenas dois sofridos.

FC Porto segue três lugares abaixo. O irreconhecível Benfica, neste momento já sem treinador, na sétima posição e com menos cinco pontos.

O bicampeonato vai sendo construído, etapa após etapa. Estes jogadores insistem em ser felizes. E em tornar-nos felizes também.

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Enfim, mostrou serviço: travou dois remates venenosos de Galeno, aos 41' e aos 60'. Menos bem a jogar com os pés.

Eduardo Quaresma - Com ocasionais lapsos, mas revelando a habitual entrega à luta. Nunca desiste dum lance. Exibe garra leonina.

Diomande - Nem parece ser tão jovem. Domínio no jogo aéreo, perfeita noção do espaço. Limpa tudo lá atrás. Atento às dobras dos companheiros.

Gonçalo Inácio - Talento inegável a defender: irrepreensível desarme a Iván Jaime (48'). E no passe longo, de que foi exemplo uma entrega a Gyökeres (50').

Quenda - Teve dois portistas a policiá-lo: Galeno e Pepê. Homenagem implícita ao mérito do talentoso ala direito, motivado e confiante.

Morten - Voltou de lesão, capitão da nau leonina. Útil, como sempre, no capítulo das recuperações (25', 28'). Isola Gyökeres com passe longo (69'): lance originou penálti.

Morita - Na casa das máquinas, ele é um operacional. No controlo do jogo, no passe preciso, na marcação ao adversário. Criando desequilibrios.

Geny - Ganhou o direito a ser titular. Tem alinhado à esquerda, mas mostra o seu melhor à direita. Assim foi, ao marcar o golo da confirmação (90'+3). Golaço.

Trincão - Activo na procura de espaço, abrindo linhas, baralhando marcações. Desta vez só esteve ausente dos golos. Podia ter marcado aos 17', 35' e 36'.

Pedro Gonçalves - Útil e criativo, como já nos habituou. Assistência para o golo de Geny. E vão três, em quatro rondas. Lidera a lista da Liga.

Gyökeres - Quatro  jogos do campeonato, sete golos. Quer repetir a dose anterior, ou ampliá-la. Conquistou o penálti e converteu-o. Melhor em campo, de novo.

Matheus Reis - Rendeu Quenda aos 79', permitindo que Geny transitasse para o corredor direito. Reforçou a estabilidade da equipa.

Debast - Substituiu Eduardo Quaresma aos 79'. Exibe confiança. Neutralizou ataque portista aos 89'. Um corte que deu nas vistas aos 90'+2.

Daniel Bragança - Entrou aos 86', substituindo um fatigado Morten. Pouco tempo em campo, mas continua a ler bem o jogo, sempre de olhos na baliza.

Nuno Santos - Entrou aos 90', rendendo Trincão. Parece cada vez mais um extremo puro. Quase não teve tempo para se mostrar, mas ouviu muitos aplausos.

Depois do baile, o concerto

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Começámos por andar aos papéis nos primeiros quinze minutos. Eu acho que foi pela surpresa de ver uma equipa do Campeonato de Portugal em vez do terceiro classificado da Liga NOS do ano passado. O Quaresma e o Inácio ficaram tão abasbacados com o espaço que uma defesa de cinco mais um meio-campo de quatro bem juntinho aos cinco e apenas um solitário, que não é diamante, lá na frente, que se lhes parou o cérebro durante quinze minutos, os tais em que eles, meio sem saber como, até dominaram o jogo e poderiam ter marcado. Depois ao dezassete tivemos uma soberana oportunidade para marcar, um falhanço daqueles que não podem acontecer (apesar da sorte do defesa deles, vá) e a partir daí, foi um festival de belo futebol que só pecou, mais uma vez, pela falta de eficácia.

Surpreendeu o treinador do Porto ter colocado Galeno, o melhor avançado, a defesa. Nem todos são Mourinho, caro Vitor Bruno.

A qualidade do nosso jogo, que funciona de olhos fechados, fez o resto até que o nosso "touro" levou um desastrado Otávio de arrasto obrigando-o a fazer um penálti claríssimo que o sueco marcou de forma irrepreensível, redes para um lado, bola para o outro. Um "patardo" dos antigos. Isto aconteceu quando eles estavam a levantar cabelo e estavam a tentar discutir o jogo e o defesa Galeno até obrigou o nosso redes a uma enorme defesa.

Depois o gényo de Catamo fez o resultado final. O miúdo faz-se.

Resultado mais que justo, para a produção da equipa.

Nota final para Luís Godinho: Permitiu que Nico continuasse em campo, o que demonstra que é um homem de bom coração.

Agora é tempo de selecções, é para recuperar os que estão combalidos e desfrutar o momento, que a orquestra segue afinada.

Balanço (27)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - IV

Geny, no Sporting-Benfica

(6 de Abril de 2024)

 

Alguns golos decidem os campeonatos. Este foi um deles. Apontado por Geny Catamo no clássico dos clássicos, disputado na nossa recepção ao Benfica. Já após os 90 minutos, Edwards marca um canto, a defesa encarnada alivia e a bola sobra para o jovem ala moçambicano que remata com colocação perfeita, levando a bola a entrar junto do ângulo mais distante de Trubin. De pé direito, tratando-se dum jogador canhoto - o que justifica um elogio ainda mais rasgado.

Balanço (7)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre GENY:

 

- José da Xã: «Fico com a certeza de que Geny será brevemente um daqueles jogadores anormalmente cobiçados por outros clubes europeus, a exemplo do que aconteceu com o defesa Nuno Mendes.» (21 de Outubro)

Luís Lisboa: «Trata-se de alguém em quem Amorim e o seleccionador de Moçambique apostaram forte esta época, e não há dúvida que tem subido de desempenho de jogo para jogo.» (22 de Outubro)

- José Navarro de Andrade: «Diomande, Coates, Morita, Hjulmand, Geny, Bragança, St. Juste, Edwards, são um gosto de ver jogar.» (5 de Dezembro)

- Pedro Oliveira: «O dia em que o Sporting foi Moçambicano, fomos todos Geny(os).» (8 de Abril)

Eu: «É extremo de raiz adaptado a ala, cumprindo assim também a função de lateral. E é um esquerdino a actuar no corredor direito, o que o obriga a moldar o seu modo instintivo de se relacionar com a bola em função dos desígnios tácticos da equipa. Tem passado nos dois testes, muito exigentes.» (9 de Abril)

- Pedro Boucherie Mendes: «Os outros, como Matheus Reis, Israel, Esgaio, Geny, St. Juste. Em muitas fases da época, o Sporting foi uma equipa com 15 ou 16 titulares.» (6 de Maio)

A voz do leitor

«Gosto de ver Geny a conquistar de forma meritória o seu espaço na equipa. É um jogador especial, pois um talento repescado no Amora, onde esteve apenas durante uma temporada e que por isso todas as bases são de Moçambique, conseguir aparecer a este nível num grande clube, tem de ter algo de diferenciado. É um jogador que, pela falta de escola, é algo imprevisível até onde pode evoluir.»

 

Salgas, neste meu texto

Cada vez mais próximos do título máximo

Sporting, 2 - Benfica, 1

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Jogadores leoninos festejam justa vitória frente ao Benfica, que tem agora menos quatro pontos

Foto: Miguel A. Lopes / Lusa

 

Isto sim, é futebol a sério. Com emoção, ansiedade, incerteza no resultado, explosões de júbilo no fim de tudo. O segundo clássico em poucos dias. O primeiro tinha sido para a Taça de Portugal, no estádio da Luz, culminando num empate - que para nós equivaleu a vitória, pois afastámos o Benfica da final no Jamor. 

O segundo foi há três dias. No nosso estádio. Que continua invicto neste feliz ano de 2024. Houve despique aceso, mas tudo terminou da melhor maneira. Com novo triunfo nosso. Como quase todos desejávamos.

 

Valha a verdade: o Benfica havia sido superior na segunda mão da meia-final da Taça e na noite de sábado voltou a estar por cima em diversos períodos da partida, sobretudo na primeira parte, tendo reagido bem ao golo sofrido ainda a frio, no primeiro lance ofensivo do Sporting.

Isto corresponde à realidade. E só valoriza ainda mais o triunfo leonino.

Ao contrário do que alguns imaginam, "ser sportinguista" não é supor que os nossos são cem por cento excelentes e os outros todos são cem por cento péssimos e só conseguem ganhar graças a roubo, ladroagem, tráfico, corrupção, etc.

Não é assim.

Termos adversários com valor dignifica mais os nossos triunfos e as nossas conquistas.

E esta foi mesmo uma conquista. De um grupo de trabalho, de um colectivo, de uma equipa digna desse nome.

Mas foi também o jogo da vida de um novo herói: Geny Catamo, 23 anos, natural de Moçambique, só desde Julho na equipa principal do Sporting.

 

Em boa hora este talentoso canhoto foi contratado pelo Sporting, em 2020, vindo do Amora. Tem-se revelado um jogador em evolução constante. Há dois anos andava na nossa equipa B, há um ano andou em empréstimos inconsequentes ao Vitória e ao Marítimo.

Cresceu imenso nesta época - fruto de uma aposta consistente do treinador. Bem o vimos agora em Alvalade, ao marcar os nossos dois golos ao Benfica: um logo aos 46 segundos de jogo, o outro aos 90'+1.

Já sentou Esgaio como titular, já tornou o ausente Fresneda irrelevante. Tem pinta de craque, joga como um craque.

É extremo de raiz adaptado a ala, cumprindo assim também a função de lateral. E é um esquerdino a actuar no corredor direito, o que o obriga a moldar o seu modo instintivo de se relacionar com a bola em função dos desígnios tácticos da equipa. Tem passado nos dois testes, muito exigentes.

Na brava ousadia da sua juventude, Geny atreveu-se até a mostrar a Gyökeres, seu camarada sueco, que também pode levar a nossa equipa rumo à vitória mais sonhada.

 

Até agora só tenho mencionado aspectos positivos. Mas toda a medalha tem o seu reverso. Este reverso do Sporting-Benfica teve um reverso de apito na boca.

Artur Soares Dias - creio já o ter escrito algures - é para mim o pior árbitro português. Porque congrega quase todos os defeitos mais clamorosos de sinal contrário: arrogante, pedante, soberbo, manifestamente incompetente em lances cruciais. E pusilânime, acima de tudo. Forte com os fracos, fraco com os fortes - característica desprezível.

Menciono dois exemplos, para não me ficar pela abstracção inconsequente ou pela indignação típica das conversas de café.

Minuto 4: Dias exibe cartão amarelo por alegada simulação ao suposto "fraco" Geny, que viria a ser a figura da partida e o herói da noite.

Forte com os fracos.

Minuto 33: Dias perdoa uma agressão do campeão mundial argentino Di María, do SLB, a Pedro Gonçalves. Devia ter sido vermelho directo, como nas últimas 48 horas todos os analistas de arbitragem reconheceram, mas nem amarelo lhe mostrou. Lance tão evidente e tão escandaloso que não acredito na tese de que o VAR Luís Godinho evitou alertá-lo. Isso cheira a patranha. Dias recusou ver as imagens e armou-se em Nero do apito. Só lhe falta a toga de imperador romano - e a lira para entoar uns acordes enquanto tudo arde.

Fraco com os fortes.

Este senhor voltou a demonstrar que não merece um décimo dos elogios que certa imprensa reverente e servil ainda lhe faz.

 

Vencemos e convencemos.

Superámos um obstáculo que quase todos anteviam como decisivo. Nem faltou até quem o considerasse o jogo mais determinante do campeonato.

Da nossa parte, há ainda 21 pontos por disputar. Se vencermos todos os jogos, chegaremos ao fim com recorde absoluto: 92 pontos.

Após este clássico, estamos quatro pontos acima do Benfica (que poderão ser sete). O Porto já nem conta, após outra derrota - agora em casa, frente ao Vitória.

O nosso acesso à próxima Liga dos Campeões está garantido. Na prática, faltam-nos cinco vitórias em sete jogos para chegarmos ao título - isto se o Benfica não voltar a tropeçar, o que bem pode acontecer.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel - Vai ganhando maturidade e segurança de jogo para jogo. Excepcional voo, aos 81', impedindo golo de Di María. Só tem de melhorar a saída de bola com os pés.

St. Juste - Completou dois jogos seguidos de leão ao peito. Atento às dobras, ganhou duelos em velocidade. Pena a falta desnecessária que fez aos 45'+2: desse livre nasceu o golo solitário do SLB

Coates - Um gigante. Evitou golo de Neres aos 65', cortou um passe perigoso de Rafa muito perto da baliza aos 68'. Às vezes parece um segundo guarda-redes.

Gonçalo Inácio - Fica estranho quando defronta o Benfica. Voltou a acontecer. Entregou três vezes a bola, sem razão aparente - aos 51', 60' e 65'. Difícil entender tanta insegurança.

Geny - Herói do jogo. Marcou o golo mais madrugador num clássico em Alvalade desde 1992. Conquistou os três pontos ao cair do pano com um belo disparo de pé direito. Um craque.

Morten - Amarelado logo aos 27', não se deixou atemorizar, vencendo a maior parte dos duelos com Aursnes. Arriscou muito ser expulso aos 73'. O treinador retirou-o de campo pouco depois.

Morita - Continua longe da boa forma exibida antes da mais recente convocatória para a selecção nipónica. Perda de bola comprometedora aos 14': podia ter causado dano sério. Saiu aos 54'.

Matheus Reis - Tentou, com pouco sucesso, travar o passo a Di María no seu corredor. O pior foi ter deixado Bah movimentar-se sem marcação no livre de que resultou o solo sofrido.

Pedro Gonçalves - Regressou após lesão. Não tardou a protagonizar lance de génio em incursão como extremo-esquerdo - bola sempre dominada, cruzamento perfeito para o primeiro golo.

Trincão - Demasiado discreto, desta vez foi incapaz de fazer a diferença. Aos 25', desperdiçou um passe soberbo de Gyökeres que noutras circunstâncias poderia ter terminado em golo.

Gyökeres - Deu baile a António Silva (11'). Venceu duelos com Aursnes. Ofereceu golo que Trincão desperdiçou. Atirou petardo à barra (52'). Não marca há três jogos. Mas lutou imenso.

Daniel Bragança - Substituiu Morita neste seu 100.º jogo oficial pelo Sporting. Melhorou jogo interior da equipa com a qualidade de posse habitual. Mas falhou emenda à boca da baliza (88').

Diomande - Rendeu Gonçalo Inácio aos 72'. Com vantagem, apesar de cumprir o Ramadão. Precioso corte cirúrgico aos 90'+6: essa acção enérgica impediu o Benfica de empatar.

Edwards - Substituiu Pedro Gonçalves aos 72'. Com fraco desempenho excepto na marcação do canto de que resultou o golo da vitória.

Paulinho - Entrou para o lugar de Trincão aos 80'. Desta vez sem fazer a diferença após três jogos consecutivos a marcar.

Koba - Rendeu Morten ao minuto 80. Continua sem mostrar qualidades no Sporting. Indolente, sem atitude, perdeu duas vezes a bola - numa das quais provocando perigo.

Pódio: Geny, Coates, Gyökeres

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Benfica pelos três diários desportivos:

 

Geny: 21

Coates: 20

Gyökeres: 18

Morten: 17

Israel: 17

Daniel Bragança: 16

Pedro Gonçalves: 16

Diomande: 15

St. Juste: 15

Edwards: 14

Trincão: 14

Matheus Reis: 14

Gonçalo Inácio: 13

Paulinho: 12

Morita: 12

Koba: 10

 

Os três jornais elegeram Geny como melhor em campo.

O dia seguinte

Estrelinha de campeão. Não existem campeões sem ela, e o Sporting contou com ela ontem à noite em Alvalade para vencer o dérbi já nos descontos, num jogo muito equilibrado que podia ter caído (pela sorte do jogo ou empurrado pelo maior árbitro do planeta) para qualquer dos lados. E com ela não contou naquele outro dérbi em que Bryan Ruiz falhou um golo de baliza aberta a 1m da linha de golo como Bragança falhou ontem um nos minutos finais da partida. O que seria se o Benfica marcasse logo depois? Escapou de boa.

O Sporting iniciou o jogo com o onze que eu tinha previsto e Pedro Gonçalves logo mostrou a sua classe oferecendo o golo a Catamo com um ressalto pelo meio. Podia ter partido daí para uma exibição convincente, mas deixou que o Benfica reagisse com base na pressão alta e na intensidade ofensiva de Di María e dos dois nórdicos. Não era o dia de Morita: o Benfica fazia do meio-campo a zona de aceleração para o ataque à defesa do Sporting, os cantos e livres sucediam-se. Mesmo em cima do intervalo, dum livre de excelência do Di María, surgiu a cabeçada nas costas do último homem da linha defensiva e foi empate. Entretanto o Sporting tinha desperdiçado ingloriamente dois livres frontais de alto perigo, nem sequer acertando na baliza. 

 

Na segunda parte, com a entrada de Bragança, o Sporting cresceu. O desgaste de ambos os lados começou a sentir-se e os disparates também, como um de Inácio que ia sendo fatal não fosse a magnífica defesa de Israel ou os de Catamo e Edwards a desperdiçar dois contra-ataques em superioridade númerica. Hjulmand tem uma entrada que podia ter dado expulsão forçando Rúben Amorim a meter Koba por volta dos 80 minutos.

Temia-se o pior. Mas os jogadores frescos ajudaram a pôr o Sporting de novo por cima do jogo e dum ataque banal a bola sobrou para Catamo que marcou com um balázio do "pé cego". Depois, mais uns minutos de sofrimento, com uma grande oportunidade do Benfica pelo meio, para segurar o triunfo.

 

Foi mesmo um jogo de sofrimento. Os pontos fracos habituais vinham todos ao de cima: desperdício de livres frontais, desperdício de contra-ataques em superioridade numérica, debilidade defensiva nas bolas paradas ao segundo poste. Enquanto os pontos fortes, como as arrancadas de Gyökeres e as chegadas à area pelas alas, estavam a dar muito pouco.

Mas o que importa é que ficámos na liderança a 4 pontos do Benfica, com mais um jogo para disputar e em vantagem no desempate. E com o Benfica ainda envolvido na Liga Europa.

Não podíamos desejar melhor, mas temos de fazer o resto. Para a semana, três jogos complicados: Gil Vicente, Famalicão e V.Guimarães. E muitos castigos e desgastes para gerir.

 

Melhores em campo? Coates, o baluarte da defesa. Catamo pelos golos. Israel pela grande defesa a remate do Di María. St. Juste, Hjulmand e Gyökeres muito bem também.

Arbitragem? Arrogância e prepotência, o jogo é dele e faz o que quer, não há VAR nenhum que se atreva a opinar seja o que for. Começa pelo amarelo a Catamo: bastava uma advertência pública. Os amarelos a Otamendi e Hjulmand, a mesma coisa. Continua pelo fechar de olhos à agressão do Di María e acaba na não-amostragem do segundo amarelo ao mesmo Hjulmand. Pelo meio uma falta anedótica marcada a Gyökeres quando Otamendi, limitado pelo amarelo, se deixa cair.

E agora? Uma semana muito complicada a próxima, mas os Sportinguistas vão esgotar os estádios e levar a equipa ao colo rumo ao título. Eu vou procurar lá estar também.

Falta muito ainda? Já faltou mais. Toda a confiança no Amorim e na equipa.

Viva o Sporting !!!

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da nossa vitória de ontem no clássico contra o Benfica. Abrimos com chave de ouro, fechámos da mesma forma: com dois golos decisivos. O mais madrugador do século num clássico em casa frente ao velho rival, apontado logo aos 46 segundos desta partida intensa, disputada sempre num ritmo muito rápido. E aquele que poderá ter decidido o desfecho do campeonato, ocorrido no minuto inicial do tempo extra. Segunda ocasião na temporada em que vencemos os encarnados no nosso estádio - primeiro para a Taça, agora para  Liga 2023/2024.

 

De Geny. Partida de sonho para o moçambicano de 23 anos nesta sua primeira época como titular leonino. Foi ele o autor dos dois golos que nos proporcionaram os ambicionados e preciosos três pontos nesta recepção ao Benfica. Ele fez por isso, não só a marcar mas a jogar, criando sempre perigo na sua ala, pondo a defesa encarnada em sobressalto, vencendo sucessivos duelos com Aursenes, um dos melhores do onze adversário.

 

De Coates. Gigante na defesa. Transmitiu serenidade e segurança neste seu 255.º jogo na Liga de leão ao peito. Evitou dois golos - de Neres, aos 65', e Rafa, aos 68'. Um pilar.

 

De Israel. Havia muitas dúvidas sobre o seu estatuto como titular da baliza leonina. Que terão ficado desfeitas, em definitivo, quando voou entre os postes para impedir aquele que seria um golo monumental de Di María. Falta-lhe agora, sobretudo, melhorar a reposição de bola com os pés, mas é indiscutível: o sucessor legítimo de Adán está encontrado.

 

De Gyökeres. Terceiro jogo consecutivo do internacional sueco sem marcar de leão ao peito. Nunca tinha acontecido. Mas voltou a dar forte contributo ao colectivo leonino. Sempre dinâmico, sempre inconformado, sempre em jogo. Aos 25' ofereceu a Trincão um golo que o canhoto desperdiçou. Aos 52', disparou um tiro com o seu pé-canhão que foi embater com estrondo na barra. Pelo segundo desafio seguido. Vai ter de marcar em Barcelos para desfazer o enguiço.

 

De Pedro Gonçalves. Fez-nos falta na recente meia-final da Taça, quando fomos à Luz empatar 2--2 com ele ainda a recuperar de lesão. Ninguém trabalha tão bem entre linhas no Sporting, sem posição constante, muito difícil de marcar - tanto funciona como um 10 à antiga, como um segundo avançado ou como um médio com propensão ofensiva. Foi ele o criador do nosso golo inicial: recuperou a bola na meia esquerda, serpenteou em slalom pela defesa benfiquista e cruzou com classe para Geny finalizar. Fazia-se a festa em Alvalade 46 segundos após o apito inicial, no nosso golo mais rápido num embate com o SLB desde um disparo certeiro de Balakov em 1992.

 

De Rúben Amorim. Por um lado soube tirar as devidas conclusões do embate anterior com o Benfica, quatro dias antes, mudando metade dos jogadores de campo no onze inicial. Além disso voltou a ler muito bem o jogo, operando as substituições que se impunham ao trocar Morita por Daniel Bragança (54') e Gonçalo Inácio por Diomande (72').  

 

Da nossa eficácia. Não só por termos marcado na primeira oportunidade que criámos, ainda no minuto inicial do clássico, mas pelo que as estatísticas do jogo nos indicam: produzimos três remates enquadrados dos quais saíram dois golos. Índice elevadíssimo de aproveitamento, agora já com a estrelinha de campeão a reluzir- nos.

 

De ver as bancadas cheias. Números oficiais: 48.103 espectadores presentes em Alvalade. Melhor casa da temporada para acompanhar ao vivo o jogo que nos pode ter valido o título três anos depois da última conquista - mas desta vez já sem pandemia.

 

Da nossa 24.ª vitória consecutiva em casa na Liga. Alvalade é talismã para a equipa desde a época passada. Fizemos o pleno no campeonato em curso, até agora com folha limpa.

 

De ver o Sporting marcar há 36 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos 79 marcados, mais 17 do que o Benfica, com menos um jogo disputado. E cumprimos ontem o 14.º desafio consecutivo sem perder na Liga 2023/2024.

 

De mantermos a liderança isolada. Agora com 71 pontos - que podem passar a ser 74 quando se cumprir finalmente o jogo ainda em atraso com a nossa visita a Famalicão. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Cada vez estou mais convicto de que vamos lá chegar.

 

 

Não gostei

 

Do golo sofrido, aos 45'+3. Mesmo no fim do primeiro tempo: o SLB reduziu para 1-1, fomos empatados para o intervalo. Na cobrança de um livre junto à nossa linha direita, por Di María em pontapé cruzado que encontrou Bah sem marcação: Matheus Reis ficou nas covas. Nas bancadas de Alvalade sentia-se repetir o espectro do Benfica-Sporting da primeira volta, quando sofremos dois golos em três minutos do tempo extra, passando de vencedores virtuais a derrotados reais. Mas a história desta partida acabaria por ser diferente.

 

Do árbitro. Artur Soares Dias protagonizou novo festival de sobranceria, arrogância e mediocridade, evidenciando-se como rei dos cartões. Mas manteve no bolso aquele que mais se impunha: o vermelho, aos 33', a punir Di María por agressão a Pedro Gonçalves com um soco no nariz. Terá sido alertado pelo vídeo-árbitro Luís Godinho, mas recusou ver imagens do lance e limitou-se a um suposta advertência verbal ao argentino, que nem amarelo viu. Confirmando a incompetência do mesmo apitador que não hesitou em amarelar Geny logo aos 4', por alegada simulação. Como pode um sujeito destes ser considerado "melhor árbitro português"?

 

Do cartão a Morten. O dinamarquês viu o nono amarelo, aos 27', o que o impede de participar no próximo jogo. Baixa importante contra o Gil Vicente.

 

Do cartão a Nuno Santos. Exibido por Soares Dias aos 90'+1, aparentemente por protestos quando estava sentado no banco (não foi utilizado neste Sporting-Benfica). São os cartões mais inúteis e desnecessários, que apenas prejudicam a equipa. Por causa disto, também o ala esquerdo fica impedido de participar na partida de Barcelos.

 

De Gonçalo Inácio. Voltou a tremer frente ao Benfica. O que se passará com ele? Inacreditável, a sucessão de lapsos com passes falhados, entregas de bola, duelos perdidos. Teria sido uma catástrofe se o parceiro Coates não andasse muito atento aos deslizes do colega. Aos 72', deu lugar a Diomande. Já foi tarde.

 

De Morita. Em quebra de forma, incapaz de suster o meio-campo encarnado, comprometeu com perda de bola que deu origem a um ataque perigoso. Saiu cedo, aos 54'.

 

Do inacreditável falhanço de Daniel Bragança. Mesmo em cima da linha de golo, na extremidade esquerda da baliza que tinha um metro à sua frente, enrolou-se com a bola e foi incapaz de a meter lá dentro numa emenda após canto, aos 88'. Parecia o fantasma de Bryan Ruiz em 2016 revivido em Alvalade. Felizmente Geny, três minutos depois, viria a dissipar as dúvidas: o pesadelo não iria repetir-se.

Vencer o Benfica tornou-se banal

O Sporting acaba de vencer, pela segunda vez nesta temporada, a segunda melhor equipa portuguesa.

Terá sido o jogo que nos valeu o título. O Benfica, como eu já esperava, valorizou o espectáculo - embora um dos seus jogadores, o argentino Di María, tenha o defeito de confundir futebol com pugilismo. 

Geny foi o herói da partida apontando os nossos dois golos. Tem fibra de campeão. E vai sê-lo.

Triunfo indiscutível no lamaçal de Arouca

Arouca, 0 - Sporting, 3

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Geny festeja o golo acabado de marcar - o segundo do Sporting, acalmando e alegrando adeptos

Foto: Manuel Fernando Araújo / Lusa

 

Os profetas da desgraça, que nunca faltam no Sporting, já tinham avisado: este iria ser um jogo muito complicado, dificilmente sairíamos incólumes de Arouca.

Havia razões para isso: a equipa local havia vencido seis dos sete desafios anteriores, incluindo a recepção ao FC Porto, concluída com categórico triunfo por 3-2. Não por acaso, encontra-se em sétimo lugar no campeonato.

Confirmou-se: o jogo foi mesmo difícil. Mas sobretudo pelas péssimas condições do terreno: parecia muito mais um pântano do que um relvado de futebol. É inacreditável como a Liga permite que espectáculos desportivos de âmbito profissional decorram em cenários destes. Estamos no Inverno, sim. Tem chovido bastante, ninguém duvida. Nada disto torna mais tolerável que um desafio do campeonato português ocorra em condições semelhantes, pouco propícias a "notas artísticas", muito propícias a lesões.

Por caprichos do calendário, esta partida foi ensanduichada entre dois os dois jogos do nosso embate com a Atalanta, dos oitavos da Liga Europa. São momentos da temporada em que os jogadores actuam com precauções redobradas, por vezes entram desconcentrados - já a pensar no desafio seguinte ou ainda deslumbrados ou entristecidos com o desafio anterior. Há que trabalhar com eles, portanto, também no plano psicológico.

 

Pois a prova foi superada - e até com distinção, por muito que isso custe àquela minúscula falange, cada vez mais diminuta, dos putativos sportinguistas que torcem pelo insucesso da equipa movidos apenas pelo ódio visceral a Frederico Varandas e Rúben Amorim. 

A esmagadora maioria dos adeptos não nega apoio nem aplauso aos jogadores, chova ou faça sol. Foi o que aconteceu neste domingo (também eleitoral) em Arouca, onde não faltaram vozes de incentivo ao onze leonino do princípio ao fim do encontro. Conscientes, como estamos todos, de que aquele obstáculo tinha mesmo de ser superado. Para consolidarmos a liderança isolada do campeonato e reduzirmos a distância que nos separa do título mais ambicionado do futebol português.

 

Com Pedro Gonçalves de regresso ao onze e Gonçalo Inácio já de novo sentado no banco, começámos cedo a construir esta vitória. Aconteceu num lance exemplar de futebol colectivo - prova inequívoca da robustez anímica da equipa. Três protagonistas desenharam linhas de geometria perfeita no maltratado tapete do Arouca: Trincão domou a bola para a deixar bem colocada em Matheus Reis, este lançou-a com precisão para Gyökeres e o craque sueco encarregou-se do resto, como só ele sabe.

Primeiro golo, estavam decorridos 19 minutos.

O Sporting concedeu iniciativa à turma anfitriã sem se desligar do objectivo em mente nem abdicar do controlo territorial, cortando linhas de passe ao adversário. Com a dupla Morten-Morita sempre em alta rotação e o corredor esquerdo blindado. Apenas o direito foi registando sobressaltos - pela incapacidade de Geny, muito adiantado, fechar lá na frente e pelo insólito nervosismo de Eduardo Quaresma, anteontem em dia não. De tal maneira que o treinador decidiu substituí-lo ao intervalo, trocando-o por Gonçalo. Fez bem.

 

O jogo foi decorrendo nesta toada, não isenta de incerteza: a qualquer momento um dos três talentosos espanhóis do Arouca podia metê-la lá dentro num lance fortuito, ameaçando bloquear um triunfo que se esboçava mas estava ainda longe de garantido. Isso só aconteceu já no período suplementar, quando Geny a meteu lá dentro num golpe de génio, bem ao seu jeito: inflectiu da linha para o corredor central, deixou dois adversários para trás e disparou uma bomba sem defesa possível. 

Houve explosão de entusiasmo entre os sportinguistas naquele minuto 91. E maior ainda foi o júbilo aos 90'+6, quando Morten ampliou a vantagem no último suspiro do encontro. Golo oferecido com mérito por Gyökeres ao médio, melhor em campo. Afinal fora o dinamarquês a iniciar a jogada com espectacular recuperação de bola lá mais atrás. Como já fizera no início da construção do segundo golo.

Foi muito saboroso, este triunfo debaixo de chuva no lamaçal de Arouca. E precioso na rota que trilhamos rumo ao título. Jogo a jogo, seguindo um dos mandamentos de mister Amorim. Ele sabe muito bem que esta é uma das fórmulas para motivar e blindar um balneário.

Ninguém mais do que ele mereceu estes três pontos no seu 200.º desafio de leão ao peito. Só podemos desejar que venham muitos mais.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel - Quarto jogo seguido a titular. Vai consolidando a presença entre os postes, com alternativa viável ao lesionado Adán. Duas intervenções importantes, com segurança. Manteve as redes intactas.

Eduardo Quaresma - Muito intranquilo, foi acumulando erros como lateral direito, tentando compensar o adiantamento de Geny. Perdeu a bola, perdeu duelos, sofreu um túnel. Acabou por não regressar do intervalo.

Coates - O péssimo estado do terreno era pouco recomendável ao capitão, que tem um joelho "em obras". Cumpriu a missão, como referência do nosso jogo aéreo. Mas saiu aos 67', com queixas físicas.

Diomande - O melhor da defesa leonina: recuperou a excelente forma anterior à participação no campeonato africano. Fez três posições (esquerda, direita, meio) sempre em alto nivel, Secou Mújica, goleador do Arouca.

Geny - Tinha ordens para actuar como extremo, sem descer na ala. O entrosamento com Quaresma não funcionou. Muito melhor no segundo tempo. Aos 90'+1 marcou o golo da tranquilidade. Espectacular.

Morten - Melhor em campo. Crucial no domínio do meio-campo, tanto na recuperação como no passe de ruptura. Foi ele a iniciar o segundo e o terceiro golos, roubando a bola. Foi ainda ele a marcar o terceiro golo.

Morita - Violinista e carregador de piano em simultâneo: concilia as melhores características dum médio. Objectivo, sem complicar, vai unindo as pontas soltas. Forma parceria perfeita com Morten.

Matheus Reis - Grande partida do ala esquerdo: superou os duelos, ninguém passou por ele. Momento culminante desta bela exibição: a assistência para o golo inicial, desbloqueando a partida.

Trincão - Atravessa bom momento, como se comprovou na sua pré-assistência no lance do primeiro golo: combinação perfeita com Matheus. Mas aquele lamaçal era pouco propício ao seu futebol artístico.

Pedro Gonçalves - Regressou de lesão pouco inspirado. O péssimo estado do terreno em nada o ajudou a exibir o seu habitual talento futebolístico, nomeadamente na criação de lances de ruptura.

Gyökeres - Já faltam adjectivos para o elogiar. Desta vez bastaram 19 minutos para a meter lá dentro. Aos 90'+6 ofereceu o terceiro a Morten. Galovic tentou travá-lo, mas muito a custo: o sueco é imparável.

Gonçalo Inácio - Fez toda a segunda parte, vindo de lesão. Como central à esquerda, sua posição natural. Deu ao bloco defensivo a consistência que lhe faltou com o intranquilo Quaresma em campo.

St. Juste - Substituiu Coates aos 67', remetido também à sua posição natural: central à direita. Cumpriu com zelo, fazendo uso da velocidade, sua principal arma. Até ver, desta vez vai resistindo.

Paulinho - Entrou para o lugar de Trincão no minuto 67. Mais entroncado do que o colega, como as circunstâncias exigiam. Destacou-se numa entrega perfeita para Geny: era o inicio do segundo golo.

Daniel Bragança - Saltou do banco para render Morita aos 67'. Manteve, no essencial, a nossa superioridade no meio-campo. Notável, a sua regularidade exibicional.

Nuno Santos - Entrou aos 90', substituindo Pedro Gonçalves. Ainda a tempo de ver marcar dois golos do Sporting, embora sem participar em nenhum.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da inequívoca e clara vitória do Sporting em Arouca. No mesmo estádio onde o FC Porto há menos de um mês foi derrotado também para o campeonato, fomos ganhar 3-0. Num jogo que dominámos sempre, demonstrámos maturidade e muito entrosamento colectivo, apesar das condições atmosféricas adversas e do péssimo estado do terreno. Outro obstáculo contornado, outro objectivo cumprido.

 

De Morten. O melhor em campo. Excelente partida do internacional dinamarquês, que parece estar em todo o lado: apoia lá atrás, constrói no miolo, nunca perde os olhos da meta máxima, que é a baliza. E parece estar em excelente forma física, apesar do intenso calendário de desafios do Sporting, que anda a fazer dois jogos por semana. Essencial na recuperação que deu origem ao nosso segundo golo, repetiu a proeza no terceiro - iniciando e concluindo o lance da melhor maneira. Golo mais do que merecido, mesmo no fim da partida, aos 90'+6.

 

De Gyökeres. Parece ter lugar cativo nestas notas positivas. Mas é mais do que justificado. Voltou a ser determinante neste novo triunfo leonino, abrindo o marcador com um golo surgido cedo, logo aos 19', dando a melhor sequência a um cruzamento de Matheus Reis muito bem calibrado. E ainda ofereceu dois a Pedro Gonçalves, que o nosso n.º 8, vindo de lesão, desperdiçou. Os números são espantosos: o craque sueco já leva 19 golos marcados na Liga e 33 no conjunto da temporada.

 

De Israel. Neste seu quarto jogo consecutivo como guardião titular, cumpriu da melhor maneira. Mantendo a baliza inviolável com duas grandes defesas. Destaque para uma oportuna saída da área a pontapé, aos 31', controlando muito bem a profundidade, como as circunstâncias exigiam. Vai-se afirmando como dono das nossas redes.

 

De Geny. Após uma primeira parte de relativo apagamento, em que perdeu vários confrontos individuais, cresceu no segundo tempo e foi o protagonista da melhor jogada desta tarde chuvosa em Arouca. Desfazendo todas as incertezas que persistiam ao marcar o segundo golo, aos 90'+1. Foi um golaço, obra-prima bem ao seu jeito de evoluir da ala direita para o centro, afinar a pontaria e disparar com o pé esquerdo. Com tal potência que a bola embateu na barra e entrou, indefensável. Provocando uma explosão de alegria nas bancadas, onde não faltaram apoiantes do Sporting a incentivar a equipa do princípio ao fim. Brilhante.

 

Do regresso de Gonçalo Inácio. Recuperado da lesão, voltou em forma. Fez toda a segunda parte e cumpriu bem o seu papel, não apenas na missão defensiva (grande corte aos 56') mas também no apoio à construção de lances ofensivos. Eis um "reforço" inquestionável.

 

De Rúben Amorim. Outra vitória no seu currículo. Conquistada com suor, esforço, muito talento, muito trabalho. O treinador merece destaque: este Arouca-Sporting foi o seu jogo n.º 200 à frente do Sporting. Que venham mais, muitos mais.

 

De Nuno Almeida. Justifica elogio porque adoptou um critério largo, como mandam os bons padrões do melhor futebol europeu, indiferente às sucessivas quedas de jogadores que pretendiam ver o jogo interrompido a todo o momento. Repito o que tantas vezes já escrevi: faltam mais arbitragens como esta nos estádios portugueses.

 

De ver o Sporting marcar há 33 jornadas consecutivas. Sempre a fazer golos, consecutivamente, desde o campeonato anterior. Sem eles não há vitórias. E sem vitórias não se conquistam títulos e troféus.

 

De mantermos a liderança isolada da Liga 2023/2024. Agora com 62 pontos, reforçamos a liderança isolada. Mesmo mantendo um jogo em atraso - que, caso seja vencido, deixará o principal rival quatro pontos abaixo de nós. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português, aspiração suprema de (quase) todos nós.

 

 

Não gostei

 

Do relvado transformado em lamaçal. Péssimo terreno, fustigado pela chuva incessante dos últimos dias. Impossibilitou o futebol artístico, apoiado, a que o Sporting habituou os adeptos. Mas nem isso diminuiu a eficácia da nossa equipa.

 

Da escassa vantagem ao intervalo. Vencíamos apenas por 1-0. Sabia a pouco. E só viria a ampliar-se já no tempo extra do segundo tempo, quando marcámos dois golos em cinco minutos. Assim desfizeram-se as dúvidas e tudo acabou em beleza.

 

De Eduardo Quaresma. Tem feito boas exibições pelo Sporting, dignas de aplauso. Não foi o caso desta, antes pelo contrário. Abusou de lances "criativos", desguarneceu o seu flanco, perdeu algumas vezes a bola, foi alvo de um túnel aos 39' que podia ter dado golo do Arouca. Saiu ao intervalo e compreende-se porquê: não estava nos seus dias.

 

Da saída imprevista de Coates. O capitão estava bem no seu posto, comandando a defesa com o brio habitual, quando saiu, cedendo lugar a St. Juste. Aos 67'. Pareceu acusar excesso de desgaste físico, talvez queixas musculares, aliás compreensíveis. Oxalá recupere para o jogo contra a Atalanta, da Liga Europa, a disputar na próxima quinta-feira.

A voz do leitor

«Geny é um extremo de origem que Amorim idealizou como ala direito no seu cada vez mais maleável 3-4-3. Na realidade, o que vemos é o jovem moçambicano como peça essencial no desdobramento em 4-4-2 em momento ofensivo que temos observado com regularidade nesta versão de 23/24 do conjunto leonino. Esta solução transita do ano passado e inclusive Amorim testou Fatawu, o jovem ganês, nesse papel. Na minha opinião, Fatawu não quis esse papel na equipa, preferindo sair para jogar onde se sente confortável, em vez de se adaptar ao pretendido pelo treinador. Essa foi a grande diferença entre os dois jovens africanos. Um, viu uma oportunidade de ouro para jogar num grande clube europeu e está disposto a jogar onde o treinador quiser, pois percebe que faz parte de algo maior que ele. Outro, mais novo, preferiu rumar a outras paragens para brilhar na sua posição de origem e ganhar a sua transferência para um tubarão europeu.»

 

Salgas, neste meu texto

Três ausentes: o que fazer?

Nas semanas mais próximas, abrangendo já esta 16.ª jornada do campeonato nacional de futebol, não poderemos contar com três dos nossos habituais titulares: Diomande, Geny e Morita. Ausentes ao serviço das respectivas selecções (Costa do Marfim, Moçambique e Japão) no Campeonato Africano das Nações (de 13 de Janeiro a 11 de Fevereiro) e na Taça Asiática (de 12 de Janeiro a 10 de Fevereiro).

Fica a pergunta aos leitores do És a Nossa Fé: na ausência deles, que jogadores devem assumir a titularidade no onze leonino?

2023 em balanço (3)

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PROMESSA DO ANO: GENY

É um dos futebolistas mais promissores do plantel leonino neste ano quase a terminar. Geny Cipriano Catamo, nascido há 22 anos na Beira (Moçambique), marcou presença regular na equipa principal em 2023 e chegou a ser apontado como melhor em campo. Indício de que o aguardam novos voos, cada vez mais ambiciosos. Concretizando um sonho que aos 18 anos, em Junho de 2021, o fez assinar pelo Sporting, vindo do Amora.

Podia não ter dado certo, como acontece a vários outros. Mas Geny - como prefiro chamar-lhe em vez de tratá-lo pelo apelido, pois tem nome próprio de craque - é jogador claramente acima da média. Estreou-se no primeiro escalão faz hoje dois anos, em Alvalade contra o Portimonense, num desafio que vencemos por 3-2. Como as primeiras impressões contam muito, fiquei logo com boa imagem dele.

«Entrou aos 59' para o lugar de Esgaio, quando a equipa ainda estava a perder, e deu nas vistas com os desequilíbrios que foi criando no flanco direito, apesar de ser esquerdino. Momento alto: o livre directo que conseguiu aos 72'. Descomplexado, mostra confiança na condução da bola.» Palavras minhas, assinalando essa estreia do jovem moçambicano, hoje 18 vezes internacional sénior e com quatro golos pela selecção do seu país.

Depois esteve emprestado ao V. Guimarães e ao Marítimo. Em boa hora regressou a Alvalade, no Verão passado, estreando-se como titular na partida inaugural da Liga 2023/2024, contra o Vizela. A 21 de Outubro, outra estreia, desta vez como artilheiro de leão ao peito: marcou ao Olivais e Moscavide, para a Taça de Portugal, e deu outro golo a marcar. Os três jornais desportivos elegeram-no melhor em campo. Com justiça.

«Não custa prever que será uma das nossas estrelas da temporada em curso», antecipei aqui, comentando esse jogo. Assim tem sido, sempre em rota ascendente: estreia a marcar no campeonato (contra o Boavista, no Bessa), participando até agora em 20 jogos desta temporada como ala direito, às vezes quase apenas lá na frente - lugar onde mais rende, ao estilo dos extremos clássicos. Pouco antes do Natal, renovou com o Sporting: tem agora contrato até 2028 e cláusula de rescisão fixada em 60 milhões de euros.

Sinal inequívoco de que Rúben Amorim aposta mesmo nele. E faz muito bem. Com dois golos e duas assistências, bom no drible, capaz de criar desequilíbrios no momento certo, Geny vai-se tornando imprescindível. Falta-lhe ganhar maturidade táctica no momento defensivo, mas também neste aspecto vem fazendo visíveis progressos. Tem tudo para singrar. A massa adepta sabe puxar por ele.

 

Promessa do ano em 2012: Eric Dier

Promessa do ano em 2013: William Carvalho

Promessa do ano em 2014: Carlos Mané

Promessa do ano em 2015: Gelson Martins

Promessa do ano em 2016: Francisco Geraldes

Promessa do ano em 2017: Rafael Leão

Promessa do ano em 2018: Jovane

Promessa do ano em 2019: Rafael Camacho

Promessa do ano em 2020: Tiago Tomás

Promessa do ano em 2021: Gonçalo Esteves

Promessa do ano em 2022: Mateus Fernandes

Rescaldo do jogo de ontem

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Geny muito cumprimentado pelos colegas após marcar o seu primeiro golo no campeonato

Foto: José Coelho / Lusa

 

Gostei

 

Do nosso triunfo num dos estádios mais difíceis. Fomos ao Bessa derrotar a turma axadrezada por 2-0 (um golo em cada parte do desafio). Vitória sem discussão numa partida emotiva, quase sem tempos mortos, com futebol de qualidade. Perante um adversário que já venceu o Benfica nesta Liga 2023/2024 e no mesmo estádio onde há um ano fomos derrotados (1-2). Comprovando assim, para quem ainda tivesse dúvidas, que estamos francamente melhor do que na época anterior. Cada vez mais embalados para o título.

 

De Pedro Gonçalves. Respondeu da melhor maneira, em campo, à infeliz e deselegante frase do seleccionador Roberto Martínez, que o acusou numa entrevista de ser um jogador «com azar». Rúben Amorim esteve bem, na conferência de imprensa de domingo, ao não alimentar lamúrias: limitou-se a incentivar o jogador a «melhorar, marcar golos, assistir e correr muito». Pedro assim fez: exibição de qualidade frente ao Boavista, culminando no nosso segundo golo, marcado com nota artística, de calcanhar, com assistência de Esgaio (85'). Imediatamente antes, no chão, tinha rematado ao poste. E logo aos 6' quase marcou, de livre directo - proporcionando grande defesa ao guarda-redes João Gonçalves. Demonstrou a atitude certa. E mantém uma contabilidade elevada: 61 golos em 106 jogos de verde e branco. Melhor em campo.

 

De Geny. Lançado como titular, correspondeu à confiança que nele depositou o treinador. Amorim facilitou-lhe a tarefa, mantendo-o com extremo direito, só com missão ofensiva, num desenho mais próximo do 4-3-3 (com Matheus Reis mais recuado) do que do habitual 3-4-3 - o que parece ter confundido Petit, treinador do Boavista. O jovem moçambicano pressionou e fixou os defensores adversários, baralhando marcações e abrindo espaços lá na frente. Sai deste jogo com boa nota, sobretudo pelo belo golo que marcou, aos 37', aproveitando um excelente cruzamento de Matheus a quase toda a largura do terreno. Foi a sua estreia como artilheiro no campeonato. Não custa vaticinar que terá sido o primeiro de muitos.

 

De Morten. Talvez a sua melhor exibição desde que chegou ao Sporting. Está mais solto, mais seguro, com maior precisão de passe, sempre de frente para o jogo. Fez boa parceria com Morita: completam-se bem no centro do relvado. Com o japonês tendo como missão central a distribuição de jogo e o internacional dinamarquês actuando sobretudo como médio de contenção. Ganhou a maioria dos duelos contra uma das equipas mais combativas do nosso campeonato. O segundo golo nasce de uma recuperação dele. Só foi pena aquele cartão amarelo tão desnecessário, por falta cometida aos 90'+7, no penúltimo minuto da partida.

 

Da nossa organização defensiva. Teve dois elencos, ambos resultaram. Primeiro com o habitual trio Diomande-Coates-Gonçalo Inácio: inabalável. Depois, com a saída de Coates aos 69', o jovem marfinense passou a central ao meio e St. Juste colocou-se à direita. Desempenho recompensado: a nossa baliza ficou incólume (Adán só fez uma defesa difícil, aos 83') no primeiro jogo desta Liga em que o Boavista permaneceu em branco. Temos de momento a segunda defesa menos batida do campeonato - sete golos, só mais um do que o FCP.

 

Da homenagem a Bas Dost ao minuto 28. Os adeptos leoninos, que compareceram em força no Bessa, prestaram um comovente tributo ao craque holandês neste momento da partida, em alusão ao número que ele usava no Sporting. Bas caiu, inanimado, num jogo da Liga holandesa disputado no domingo. Ainda hospitalizado, aguardando veredicto médico, já agradeceu os justos aplausos e o familiar cântico que lhe foram dedicados.

 

Da arbitragem de Nuno Almeida. Sereno e competente. Não atrapalhou, deixou jogar. Oxalá todos fossem assim.

 

De termos conquistado 25 pontos em 27 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Aliás estamos há 17 jornadas seguidas a marcar.

 

De termos cumprido outro jogo sem perder na Liga. Se somarmos as 14 rondas finais do campeonato anterior às nove decorridas deste, são já 23 desafios seguidos sem conhecermos o amargo sabor da derrota na prova máxima do futebol português. Venham mais assim.

 

De ver o Sporting cada vez mais líder. Comandamos o campeonato. Mantemo-nos no topo há quatro rondas consecutivas. Somos a única equipa que ainda não sofreu qualquer derrota. Ampliámos a vantagem, estando agora ainda mais isolados no posto de comando. Beneficiando do empate do Benfica com o Casa Pia na Luz. Seguimos com mais três pontos do que os encarnados e a turma portuense, mais seis do que o V. Guimarães e já com mais oito do que o Braga. Para desgosto de uma minúscula falange de adeptos que anseia por desaires da equipa e tem como lema "quanto pior, melhor". Não acertam uma - nem sequer nisto.

 

 

Não gostei

 

De alguns golos desperdiçados. Desta vez a "fava" calhou a quatro: Gyökeres, estranhamente muito apagado, falhando emenda à boca da baliza (11'); Pedro Gonçalves, isolado por Edwards com um passe picado de excelente execução técnica (31'); Edwards, também só com o guarda-redes pela frente (53'); e Paulinho, incapaz de a meter lá dentro com Nuno Santos a servi-lo de bandeja (90'+2).

 

Do calafrio aos 77'. Quando o Boavista conseguiu introduzir a bola nas nossas redes. Os adeptos da casa festejaram, mas em vão. O golo acabou anulado pelo VAR: havia deslocação de 27 cm. 

 

De Trincão. Foi o último a entrar - só aos 86', substituindo Geny. Já com o Boavista acusando evidente desgaste fisico. Mesmo assim, falhou o drible nas duas vezes em que teve a bola nos pés. Atravessa um período de baixo rendimento já excessivamente prolongado.

 

Do péssimo estado do terreno. Chamar àquilo "relvado" é um insulto a qualquer relvado. Cada vez que alguém dava um pontapé na bola, saltava um tufo de ervas do lamaçal do Bessa.

 

Das tochas lançadas pelas claques. A Juve Leo e o Directivo XXI não têm emenda: obrigam o Sporting a pagar multas atrás de multas em todas as jornadas. Ontem forçaram a interrupção do Boavista-Sporting por vários minutos após arremessarem vários engenhos pirotécnicos... contra a nossa própria baliza, perturbando Adán. E contribuindo para lesar o nosso clube. São mesmo letais ao Sporting.

Pódio: Geny, Edwards, Daniel Bragança

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Olivais e Moscavide-Sporting, da Taça de Portugal, pelos três diários desportivos:

 

Geny: 19

Edwards: 16

Daniel Bragança: 16

Trincão: 15

Israel: 14

Paulinho: 14

Nuno Santos: 13

St. Juste: 13

Matheus Reis: 13

Neto: 13

Pedro Gonçalves: 12

Dário: 11

Morten: 10

Fresneda: 9

Gonçalo Inácio: 7

Esgaio: 6

 

Os três jornais elegeram Geny como melhor em campo.

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  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D