... E ganhámos mesmo. Acabamos de derrotar o Famalicão por 3-1 em Alvalade. Golos de Fresneda, Gyökeres e Geny. Melhor em campo: o craque sueco, que os nossos rivais tanto invejam.
Terceiro triunfo consecutivo na Liga. Treze jogos sem perder. Temos 62 pontos.
Equipa do Sporting que venceu o campeonato 1999/2000
Há um debate interminável, entre os sportinguistas, sobre a qualidade da prestação da equipa, mesmo quando ganha. Não falta quem se pronuncie contra o "resultadismo", advogando sempre exibições de gala.
Eu gosto imenso de belos golos - e empolguei-me com os dois marcados em Portimão, por Nuno Mendes e Nuno Santos. Aprecio muito o futebol bem jogado.
Mas numa competição desportiva ponho o resultado acima de tudo. Lembrando sempre a vitória de Portugal no Campeonato da Europa disputado há quatro anos em França. Apesar dessa conquista inédita, o seleccionador Fernando Santos foi criticadíssimo. Porque, além da vitória, não pôs a equipa a "jogar bonito".
Lamento, mas para mim jogar bonito é ganhar. E jogar feio é perder.
A quem duvida, recordo a nossa penúltima vitória no campeonato nacional de futebol, em 1999/2000. Quantos desses desafios que fomos superando tiveram exibições de luxo? Quantas vitórias não foram alcançadas com muito acerto defensivo e muita bola guardada no nosso meio-campo? Quantos lances não resultaram do chamado pontapé-para-a-frente, bem aproveitado por um ponta-de-lança com faro para fazer golos?
Nesse ano ganhámos: o nosso futebol foi lindo. Mesmo quando parecia ser o contrário.
Devemos todos, sportinguistas, desejar sempre a vitória do nosso emblema. É para mim incompreensível ler em redes sociais supostos adeptos exprimirem abertamente a vontade de ver o Sporting perder agora em tudo. «Para corrermos com esta direcção mais depressa», argumentam, quase sempre num português menos fluente que este.
Têm azar, esses imbecis que adoptam como lema "quanto pior, melhor". Para eles, este foi um fim de semana de pesadelo. Com vitórias do Sporting em todas as frentes: futebol A e B, futsal, hóquei em patins, voleibol, andebol, futebol de praia, futebol feminino, hóquei feminino, vólei feminino.
Terão de esperar por piores dias. Ou melhores, na perspectiva deles.
Bastaram duas derrotas seguidas para bolçarem cobras e lagartos dos jogadores, do treinador e da estrutura directiva, cheios de indisfarçáveis indirectas ao presidente. É vê-los e ouvi-los nas diversas televisões que lhes dão guarida durante horas intermináveis e nas colunas dos jornais onde se acoitam: falam como se o abismo estivesse a um passo de distância e rasgam as vestes entoando sofridas odes ao penta que lhes acena cada vez mais à distância.
Dizem-se adeptos. Mas ao menor desaire, à menor sopradela de vento adverso, tratam de dar à sola, esvoaçando para longe, como se nunca tivessem entoado hossanas aos mesmos que agora criticam com azedume. Se vier uma terceira derrota, alguns são capazes de rasgar cartões de sócio - admitindo que o sejam - e de queimar cachecóis, como tantos fizeram, nas bancadas de Alvalade, naquele inesquecível dia em que o Sporting os goleou por 7-1 e o Manuel Fernandes se elevou à galeria dos heróis eternos a quem prestamos tributo.
Adeptos somos nós. Que ano após ano continuamos a apoiar sem desfalecimentos a nossa equipa - jogue com quem jogar, tenha os resultados que tiver. Que nunca apagamos as palavras "dedicação" e "devoção" do nosso lema. Que adoramos vencer mas jamais a qualquer preço. Porque sabemos que mais vale perder com honra do que ganhar com batota.
Se gostei do jogo? Mais ou menos. Boa primeira meia hora. Depois disso, e porque o ritmo baixou demasiadamente, sofremos o costume. A equipa tem de compreender que enquanto o jogo não está mais ou menos orientado não se pode parar de correr e pressionar.
Há muito espaço para melhorar mas é sempre bom começar com uma vitória. Este ano, o início da temporada é especialmente importante, sobretudo o jogo da próxima terça-feira. Espero que os sportinguistas se mobilizem para o jogo que é fundamental.
Antevejo que os duelos individuais directos possam ter um peso suplementar neste jogo, nomeadamente na nossa linha defensiva: Cédric/Gaitán, Jefferson/Salvio, Oliveira-Tobias/Lima-Jonas. Individual e ofensivamente, estes jogadores têm grande capacidade de desiquilíbrio.
Mais adiante, a capacidade de William se livrar da marcação zonal que Lima lhe vai exercer pode ser decisiva. Talisca vai ser engolido neste jogo (obviamente que numa bola parada ou numa charutada pode ser decisivo) pelo tridente do meio campo sportinguista. Samaris vai estar mais preocupado em não se posicionar mal do que com a contribuição ofensiva e vai sofrer muito com as derivações de Nani para o meio. João Mário vai ter que estar muito activo na missão de chegar à área. Cá para mim, jogava Martins em vez de Adrien. Vamos ter mais bola e Martins é melhor com bola e mais activo na reacção à perda.
Na frente, vai depender muito de Nani. Se estiver em dia sim, parte a louça toda, saca 2 amarelos ao Maxi e ao Samaris, faz um golo e uma assistência. Carrillo tem todas as condições para ridicularizar Eliseu durante 90 minutos, espero que o faça e que seja em prol da equipa. Montero vai ter a missão (difícil) de desposicionar os centrais e abrir espaços para João Mário, Carrillo e Nani.
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