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FRASE DO ANO:
"UM PAÍS SEM VALORES É UM PAÍS SEM FUTURO"
Frederico Varandas venceu as eleições para um segundo mandato com muitas facilidade. Enfrentou dois adversários, debateu com eles sem qualquer problema e a 5 de Março arrasou nas urnas: obteve 86% dos votos dos sócios expressos neste sufrágio. Deixando a larga distância os antagonistas - Nuno Sousa (7%) e Ricardo Oliveira (3%).
Nas declarações aos sportinguistas, confirmada a vitória eleitoral, deixou a promessa que este segundo mandato de quatro anos será o último. Em 2026, passará o testemunho a outro com toda a normalidade. É isso que pretende. E deixou claro porquê.
Era também uma óbvia indirecta ao presidente do FC Porto, que se vem perpetuando há quatro décadas no topo daquele clube, sem perceber que o tempo dele já passou e que é fundamental dar lugar às gerações mais jovens.
Varandas, aliás, não poupou em 2022 nas críticas ao vetusto líder portista, tal como fizera em anos anteriores. A declaração mais contundente aconteceu a 29 de Maio, rebatendo uma afirmação do recém-empossado secretário de Estado do Desporto, João Paulo Correia, que havia considerado Pinto da Costa uma «referência do desporto nacional».
O presidente leonino foi duro: «[PdC] é um corruptor activo e uma vergonha para o desporto português. (...) Um país que o reconhece como uma referência é um país sem valores. E um país sem valores é um país sem futuro. Portugal não pode nem nunca poderá ser esse país.»
Outra frase do ano, a 16 de Outubro, veio da boca de Rúben Amorim. No rescaldo imediato da nossa derrota frente ao Varzim que nos pôs fora da Taça de Portugal.
«A culpa não vai morrer solteira», assegurou o treinador do Sporting, desta vez nada sorridente. A declaração funcionou como uma espécie de murro na mesa para mobilizar o grupo de trabalho. E parece ter produzido efeito, pois fechámos 2022 a jogar bem e a somar vitórias. São sempre bem-vindas.
Frase do ano em 2013: «O Sporting é nosso outra vez»
Frase do ano em 2014: «Estamos em casa»
Frase do ano em 2015: «Temos de acordar o Leão adormecido»
Frase do ano em 2016: «Pelo teu amor eu sou doente»
Frase do ano em 2017: «Feito de Sporting»
Frase do ano em 2018: «Foi chato»
Frase do ano em 2019: «Um clube de malucos»
Frase do ano em 2020: «Para onde vai um vão todos»
Frase do ano em 2021: «É ir jogo a jogo»
Foto Record
Tivemos 21 treinadores ao longo do penoso jejum de 19 anos que se estendeu de 2002 a 2021. Dai congratular-me por Frederico Varandas ter dito ontem o que disse: Rúben Amorim «tem contrato até 2024 e não podíamos estar mais satisfeitos e orgulhosos.»
Há que ter memória. E tratar de modo adequado quem tão bem nos serve.
Para marcar a diferença. Face a outros presidentes, que noutros tempos não tardaram a despachar treinadores campeões, como Otto Glória, Mário Lino, Fernando Mendes, Malcolm Allison, Augusto Inácio e Laszlo Bölöni.
E para o actual líder leonino também deixar claro que não se atemoriza perante a escumalha que o combate desde o primeiro dia e age como ponta-de-lança dos inimigos do Sporting. A mesma escumalha que lançou "fogo de artifício" sábado passado, ameaçando a integridade física dos adeptos nas bancadas, ladrou insultos ao presidente e assobiou os jogadores enquanto decorria o nosso jogo contra o Casa Pia. A mesma escumalha que vandalizou as garagens do estádio José Alvalade, deixando ali injúrias aos agentes policiais.
Com estes canalhas só pode haver tolerância zero. Como escreve Luís Miguel Henrique, também no Record, «alguns líderes das claques dos chamados três grandes ganham mais que a maioria dos jogadores, treinadores, directores e administradores das SAD da nossa Liga».
Alguma coisa tem de estar profundamente errada para que as coisas se passem assim.
Esta frase foi publicada na edição de "Record" do dia 27 de Outubro de 2018.
Foi cumprida até ontem, vindo uma carrada de anos depois dar razão ao inefável Pimenta Machado, que dizia que "no futebol, o que hoje é mentira, amanhã é verdade".
Nada contra, mas terei algumas dúvidas se Ruben Amorim terá gostado da visita.
Aliás, não sendo, como sabe quem me lê, adepto das teorias da conspiração, parece-me que o que se está a preparar é um esticar de corda com o treinador, com o objectivo de o colocar num grande da Europa. No Benfica, o lugar está ocupado, os adeptos dessoutra teoria conspirativa podem estar descansados.
Algumas vozes já me segredaram o nome do "barbas" Espírito Santo, para render Amorim.
Não sei. O que sei é que a paciência tem limites e parece-me que o jovem treinador está a ficar de saco cheio.
O presidente foi ao balneário depois de uma dorrota copiosa no terreno de um directo competidor. O balneário é grande, com paredes grossas, não se terão ouvido gritos, nem consta que tenha havido.
A mosca que enviei ao Porto mandou-me um telegrama (eu sou antigo...) cujo teor transcrevo na íntegra: "pres stop baln stop ning stop entendeu stop q stop disse stop Não gritou stop culpa Matheus stop e herança pesada stop".
O presidente, ou alguém mandatado por ele, deveria explicar-nos por que carga de água temos um excelente ponta de lança inscrito pela equipa B. A mosca não me deu conta de o tema ter sido abordado naquela visita que supostamente nunca existiria.
Já algumas más línguas dizem que o senhor foi ao balneário para salvaguardar o telemóvel, apenas. Eu cá, se não fosse o telegrama da enviada especial mosca, tenderia a crer nesta versão...
Bom, pelo menos publicamente o treinador não "escoicinhou" como o mestre da táctica, o que não quer dizer que não tenha ficado agastado.
Aguardam-se cenas dos próximos capítulos.
E por tê-lo feito, merece o beneficio da dúvida.
Varandas e a direção tiveram de chupar o limão amargo da venda em véspera do clássico porque:
O discurso de Varandas foi lido. Logo tem de se assumir que foi algo pensado e não “a quente”. Não acredito que não tenham sido medidas eventuais consequências, nomeadamente as legais.
O discurso de Varandas foi feito quando já se sabia o resultados das competições máximas do futebol. Logo não pode ser acusado de uma qualquer manobra para o jogo seguinte...
O discurso de Varandas é uma pedra no charco na intoxicação que os média fazem aos cidadãos nesta altura do ano atirando-lhes lama e mais lama de boatos e jogadas de empresários sobre o “mercado”.
O discurso despertou imediatamente um coro de comentários dos doutos cronistas alinhando 1) na ideia de que o discurso não alimentava a “pacificação” mas sim “o incêndio”; 2) Que PdC não deve ser criticado por ser o presidente mais titulado de Portugal.
Se bem percebo, o argumento defende que é preferivel uma paz podre a uma tentativa de limpeza da podridão. Será? Os mesmo que criticam “o causador de incêndios” afirmam e reafirmam que a violência, a corrupção, as lavagens de dinheiro e a cobertura do crime têm de ser banidas, mas depois, quando chega o momento da acção, já defendem que o melhor é parar e não “criar ondas”. Belo exercicio de coerência!
Mas digam-me ainda: Se não é para denunciar e promover a acção de limpeza agora é para quando?
Salazar tambem esteve no poder 40 anos. Então não o deveríamos criticar por isso?
Sobre a democracia, o comentador portista Rudolfo foi claro: «Ai daquele adepto do FCP que cumprimentar Varandas.» O implícito está claro: «Vai levar porrada!» Ora, isso diz tudo sobre os métodos democráticos que usa a actual direcção do Porto.
E depois, Lance Amostrang não deve ser criticado porque ganhou seis Voltas à França, apesar do doping? E a descida de divisão na Itália? E o Bernardo Tapie em França? Foram campeões e por isso não são corruptos ou são corruptos e por isso foram campeões?
Duas notas ainda.
Há muitos sportinguistas que apoiam o discurso mas não acreditam na mudança. Discordo e digo. A mentalidade de aceitação do «sou pobre e honesto mas não vale a pena lutar» é cancerosa...
No Porto houve, há e haverá, seguramente, jogadores, treinadores, dirigentes e técnicos que honraram a camisola, a cidade e o clube, que são genuínos portistas e esse têm de saber que não existe nem pode existir qualquer problema em serem respeitados pelos sportinguistas que se revêem na integridade defendida no discurso de Varandas. Por isso desacordo profundamente em muito adjectivos aqui usados para minimizar a instituição ou a cidade e/ou a paixão portista.
Importa claramente separar as águas.
Mas que estamos na presença de um momento histórico, disso não tenho dúvidas.
Texto de Sol Carvalho, publicado originalmente aqui.
Pinto da Costa tem quase tantos anos de responsável directo do futebol do FC Porto como eu tenho de bancada de Alvalade, pelo que pude acompanhar com mais ou menos atenção a sua carreira de dirigente desportivo, sem dúvida recheada de sucessos mas também de zonas bem cinzentas, eticamente reprováveis, indecentes ou potencialmente criminosas, das quais consegue sempre arranjar maneira de se safar devido à sua enorme habilidade política que lhe permitiu construir uma teia de amizades e cumplicidades transversal a toda a sociedade do grande Porto e não só.
João Rocha, sempre distraído com a sua ideia que o Sporting CP era muito mais que futebol, apenas pontualmente conseguiu travar a ascensão do clube liderado por aquele que tratava como "Pintainho da Costa". E foi assistindo à fuga de jogadores importantes, como Dinis, Alhinho, Eurico, Inácio e Futre.
Damas e Manuel Fernandes só não sairam porque não quiseram. João Rocha foi buscar jogadores de segunda linha, como Romeu e Gabriel, ou tipo "boomerang" de compromisso duvidoso (que o diga Manuel José), como António Oliveira, Jaime Pacheco e Sousa. E foi muito desgastado por essa guerra, para a qual nunca contou com o apoio do SL Benfica e do seu presidente Fernando Martins.
Depois de quatro épocas sem nada ganhar João Rocha saiu de Alvalade por uma porta bem mais pequena daquela que merecia.
Dias da Cunha foi outro presidente que denunciou "o sistema", o controlo mafioso pelo Porto das instâncias de poder do futebol em geral e da arbitragem em particular, cujas origens estão bem descritas no livro "Golpe de Estádio" (que custou ao autor uma monumental sova à porta de casa). E, conquistando campeonato e Taça, logo viu a estrela do plantel, Jardel, ser "trabalhada" rumo à sua perdição.
Frederico Varandas chegou a presidente conhecendo bem quem e como mandava no futebol português e tentou uma aproximação com os poderes instituídos numa óptica de boa vontade e de ganho de tempo para a recuperação do clube, grandemente fragilizado pelo assalto a Alcochete e pelo processo que levou à expulsão do ex-presidente.
Isto permitiu-lhe encontrar, apesar de tudo (da Unilabs, do CD da FPF, do CA/APAF, do Soares Dias em Braga, etc), a tranquilidade necessária para ganhar. Assim, no seu primeiro mandato, o Sporting ultrapassou o FC Porto em termos de títulos internos (6).
Reeleito, esmagando nas urnas um candidato com raízes no Porto, muito acarinhado pelo jornal desportivo da cidade e apoiado pela franja devota do ex-presidente que pelos vistos se tornou grande amigo do tal "Pintainho" de que falava João Rocha, o FC Porto fez de Varandas o inimigo a abater e, com ele, o Sporting CP.
Isto aconteceu de todas as formas possíveis, como se viu no confronto do Dragão para a Liga e em tudo o que se passou no relvado e fora dele. Foi esse o ponto de decisão desta temporada. O FCPorto fez de tudo para não perder e conseguiu-o no relvado, pela mão de João "2 cms" Pinheiro, e fora dele embuscou e roubou o nosso presidente.
Tendo conseguido triunfar na temporada através dum percurso marcado pelos mergulhos acrobáticos, pelos deslizes de jogadores adversários e por análises de VAR azuladas, os ladrões do Dragão por punir e as penas dos seus para serem gozadas nas férias, Pinto da Costa foi aproveitando para gozar e achincalhar Frederico Varandas e o Sporting CP.
O que disse Frederico Varandas no domingo em Carregal do Sal, por muito que custe ouvir a muita gente, é verdade. E não devia ser. O jogo devia ser limpo, os árbitros honestos, os dirigentes corruptores serem condenados e deixarem o dirigismo, os cargos serem ocupados por gente idónea e com vergonha na cara. Mas não é isso que temos em Portugal.
Goste-se ou não das consequências imediatas das palavras do nosso presidente, a questão é que é uma guerra mesmo necessária que o clube tem de enfrentar para prosperar. A guerra pela verdade desportiva, pelo futebol dentro do campo, pelo poder da representatividade e capacidade de mobilização de cada clube, pelo acabar do financiamento encapotado a organizações muito perigosas que mandam na noite e por vezes são visitas não desejadas de estabelecimentos de árbitros e familiares.
A guerra que João Rocha entendeu travar, na qual não teve sucesso porque se calhar não quis sujar as mãos, e que outros presidentes do Sporting depois dele atraiçoaram.
A estratégia de Pinto da Costa sempre foi dividir para reinar. Dum lado da circular um amigo, do outro um inimigo, alternado conforme o momento e o idiota útil disponível.
No dia em que os dois lados se entenderem sobre este assunto, e ultrapassarem os excessos anti de um e doutro lado (alguns derivados de guerras de claques com motivações extra-futebol) em benefício de objectivos de ambos, o domínio do FC Porto "è finito".
Para mim é claro como água.
Para o benfiquista José Manuel Delgado director de "A Bola", também:
"E já que se fala em política, talvez seja bom recordar que ao longo das quatro décadas de mandato de Pinto da Costa muitas foram as vezes que procurou aliar-se, à vez, a um dos grandes de Lisboa (mais ao Sporting do que ao Benfica...), diabolizando e ostracizando o outro, com uma constante desta estratégia: o Porto saiu sempre a ganhar, comendo as papas na cabeça ao aliado de circustância."
Só faltou demonstrar que foi mesmo mais o Sporting que o Benfica, se calhar foi mesmo o oposto...
Até lá vai ser bem complicado, mesmo que um dia destes alguém caia da cadeira, e em vez de "pintainho" tenhamos "ruizinho" ou outro "inho" qualquer.
Como muito bem disse Rui Gomes da Silva (veja-se o post que fiz sobre o assunto e respectivos comentários) do outro lado da 2.ª circular:
"É proibitivo apoiar para novo mandato na Federação Portuguesa de Futebol qualquer dirigente que não tenha feito nada para acabar com a impunidade do FC Porto ou de qualquer outro clube que ache estar acima das leis."
PS: Pergunta Gonçalo Guimarães, também n'"A Bola": "Porque é que havia jogadores do Braga a chorar após perderem no Seixal, frente ao Benfica, o jogo que deu o título de juniores ao Benfica em detrimento do Porto? Alguém me explica?"
Porque será, Gonçalo? Será do Guaraná?
SL
publicada pelo Pedro Correia neste texto.
Frase chave:
"Nunca fui eleito sem ter o maior número de votantes".
Como a farpa é para Frederico Varandas, comparemos então as duas eleições em que participou e as duas últimas eleições disputadas pelo lançador da boca.
Em 2016, Pinto da Costa foi eleito por cerca de 1500 votantes.
Em 2018, Frederico Varandas foi eleito por cerca de 8700 votantes.
Em 2020, Pinto da Costa foi eleito por cerca de 5400 votantes.
Em 2022, Frederico Varandas foi eleito por cerca de 12 500 votantes.
Maior número de votantes?
Honestamente, quem teve mais votantes, Pinto da Costa ou Varandas?
«A base do Sporting Clube de Portugal são os valores. (...) Os nossos valores são a nossa força motriz.»
«O caminho da vitória do Sporting é sempre um caminho difícil, duro, mas sempre assente na integridade, na rectidão e na honra. Não procuramos atalhos assentes em condutas ilícitas.»
«Mais valiosos do que os 23 títulos do futebol, do que os 42 títulos europeus, do que os milhares de títulos nas modalidades, são os nossos valores, a nossa integridade e o nosso carácter.»
«Como é motivador, hoje, os nossos sócios e adeptos já só ficarem realmente realizados com o título de campeão...»
«Temos hoje um clube mais bem preparado do que há um ano. Temos um clube mais forte, mais estável, mais sustentável e batemos vários recordes de receitas, como a do merchandising, da bilhética e da quotização. Temos também o maior número de sócios com as quotas em dia da história do Sporting.»
«Há quatro anos, era unânime que o Sporting estava a grande distância dos seus dois rivais. Hoje é igualmente unânime que o Sporting passou a ser um natural, sério e óbvio candidato ao qualquer título em Portugal.»
«É maravilhoso ouvir o senhor Pinto da Costa [PdC] com saudades e a elogiar o Sporting do passado recente.»
«Há gente que, por muito que ganhe, continuará sempre a ser muito pequena e muito pobre. Não existe maior pobreza do que a pobreza do carácter, da integridade e de valores. Serão sempre gente muito pobre, ao contrário da grandíssima e honrosa instituição que representam - instituição essa que jamais será chamada em Alvalade, pelo nosso speaker, por outro nome que não seja Futebol Clube do Porto e jamais terá os seus jogadores agredidos por elementos da organização do Sporting (...), instituição essa que jamais verá em Alvalade jornalistas agredidos, ameaçados, coagidos por colocarem questões no exercício da sua profissão.»
«Sobre o senhor PdC sou obrigado a discordar veementemente do senhor secretário de Estado do Desporto, que recentemente tomou posse. O senhor PdC não é nem nunca poderá ser uma referência do desporto nacional.»
«Convido o senhor secretário de Estado do Desporto a ouvir apenas uma escuta - uma entre várias que estão disponíveis para qualquer pessoa na internet, do processo Apito Dourado. Destaco esta, de 24 de Janeiro de 2004, horas antes do FC Porto-Estrela da Amadora, (...) onde o senhor PdC, por intermédio do empresário de jogadores António Araújo, ofereceu os serviços sexuais de três prostitutas à equipa de arbitragem liderada pelo árbitro Jacinto Paixão, a quem PdC, nessa escuta, chama carinhosamente JP.»
«Se é verdade que essas escutas não puderam ser usadas como prova, também é verdade que são reais e aconteceram mesmo. Aqui, senhor secretário de Estado, não é preciso a justiça portuguesa dizer o que quer que seja. Porque sabemos que o senhor PdC é um corruptor activo e alguém que devia estar banido do dirigismo desportivo há décadas. Difícil é explicar a qualquer cidadão como é que uma pessoa apanhada a dizer isto não é condenada.»
«Eu aqui estarei para lhe recordar, até ao último dia da sua presidência, que é um corruptor activo e uma vergonha para o desporto português. Ao mesmso tempo que aguardarei com expectativa o desfecho do processo Cartão Azul.»
«Um país que reconhece o senhor PdC como referência é um país sem valores. E um país sem valores é um país sem futuro.»
Declarações de Frederico Varandas, proferidas domingo, na comemoração do 19.º aniversário do núcleo leonino de Carregal do Sal
Frederico Varandas está a pôr as “garras” de fora. E muito bem.
Esta eleição presidencial no Sporting teve um vencedor, já devidamente destacado. Frederico Varandas, com 85,8% dos votos, igualou os 86,1% de Bruno de Carvalho na reeleição, em Março de 2017.
Mas também teve derrotados.
Nuno Sousa - num distantíssimo segundo lugar, com 7,3% - ficou abaixo da percentagem obtida por Pedro Madeira Rodrigues (9,5%) contra Carvalho, também há cinco anos. É óbvio que aspirava conseguir bastante mais.
Ricardo Oliveira - ainda mais distante, com apenas 2,9% - situou-se muito atrás dos 14,6% de José Maria Ricciardi em Setembro de 2018, colocando-se apenas um pouco acima dos 2,4% obtidos por Dias Ferreira nesse anterior escrutínio.
Também derrotados foram todos aqueles que andaram a injuriar Varandas nestes três anos e meio. Nas redes sociais, em tascas blogosféricas, nos estádios onde o Sporting jogava (beneficiando assim os nossos adversários em jogos sucessivos) e no próprio Estádio José Alvalade, que devia ser a casa comum de todos os sportinguistas.
Esses, incluindo os pirómanos mais trogloditas, levaram uma cabazada. Ainda devem sentir-se meio atordoados ao perceberem como os sócios rejeitaram sem margem para discussão o "candidato da curva sul".
É chato.
Os sócios do Sporting decidiram ontem por cerca de 90% dos votos, votando a favor ou votando nulo/branco, gostando menos ou mais da personagem de Frederico Varandas e da sua forma de ser e estar, apostar na estabilidade a nível do clube e da SAD e dar-lhe condições para um novo mandato de quatro anos à frente do Sporting Clube de Portugal.
Além dos méritos evidentes deste mandato no plano desportivo e financeiro, a verdade é que tal votação apenas é possível pela acentuada incompetência das duas listas adversárias. Uma que não se percebeu bem se andava a promover o fundo de investimento do qual aparentemente é responsável em Portugal ou outra coisa qualquer, outra que, oriunda mais de algumas "tascas" sociais do que propriamente da bancada de Alvalade ou do João Rocha, mais parecia andar a concorrer para presidente do brunismo, agora que o próprio Bruno anda absorvido com outras actividades sociais e profissionais, conseguindo reunir algumas das tristes figuras que acompanharam o ex-presidente no completo desvario que foi a recta final da sua presidência. E a sua tentativa, no próprio dia das eleições, se calhar antecipando a pesada derrota, de descredibilizar o processo eleitoral com argumentos completamente descabidos, fala por si.
Importa agora que Frederico Varandas entenda este voto de confiança como uma grande responsabilidade, não apenas para prosseguir e melhorar no rumo que está a ser seguido no plano desportivo e financeiro, mas também para avançar decisivamente na questão do relacionamento com os sócios e agrupamentos de sócios, incluindo a revisão dos estatutos e a evolução para o voto universal e descentralizado. E acabando de vez com o triste espectáculo das tochas e petardos nas bancadas de Alvalade e com as pesadas multas e danos reputacionais daí decorrentes.
SL
Frederico Varandas foi hoje reeleito com percentagem esmagadora: obteve 85,8% dos votos expressos nas urnas. Duplicando a que alcançara no anterior escrutínio.
Eis a confirmação plena de que a avaliação do seu desempenho, desde Setembro de 2018, é amplamente positiva: o Sporting está hoje muito melhor do que nessa altura. Como acentuei aqui há umas horas, tornando pública a minha opção de voto.
Ricardo Oliveira, da lista B, recolheu 2,9%.
Nuno Sousa, da lista C, ficou-se pelos 7,3%%.
Varandas vai começar agora o segundo mandato como presidente do Conselho Directivo do Sporting. Por decisão soberana de quem manda no clube.
Nós, os sócios.
Não sou ingrato e prezo-me de ter boa memória.
Estes dois motivos bastam para votar hoje em Frederico Varandas, contribuindo para que seja reconduzido na presidência do Sporting. E faço questão em tornar pública esta opção, para que não subsistam dúvidas. Se há coisa que abomino, também como adepto leonino, é a ingratidão. Outra, é o neutralismo militante daqueles que nunca se comprometem.
Eu tomo partido, não sou neutral, não encolho os ombros nem debito aquelas frases feitas do género «são todos iguais».
Não, não são todos iguais. Daí o meu voto em Varandas. Porque me recordo bem como estava o Sporting quando ele foi eleito, a 8 de Setembro de 2018, e sei compará-lo com o Sporting actual - o que soma títulos no futebol e nas modalidades, o que bate recordes de inscrições de sócios, o que mobiliza jovens como há muito não se via.
O Sporting que é campeão nacional em título, que é bicampeão de Inverno, que é detentor da Supertaça, que chegou apenas pela segunda vez na sua história aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
O Sporting que venceu quatro das últimas cinco competições de futebol profissional disputadas no nosso país.
O Sporting que lidera hoje os campeonatos nacionais de futsal, andebol e basquetebol.
O Sporting que concretizou duas das três maiores transferências de futebolistas da sua história: Bruno Fernandes para o Manchester United e Nuno Mendes para o Paris Saint Germain.
A nossa opção eleitoral torna-se óbvia se recordarmos como estava o Sporting faz agora quatro anos. Quando era mais difícil que nunca pegar no leme deste centenário clube. Quando treinadores, uns atrás de outros, recusavam vir treinar para Alvalade - como percebeu Sousa Cintra, naquelas semanas em que esteve à frente da SAD, com mandato da Comissão de Gestão que organizou o processo eleitoral de 2018.
Nada disto acontece hoje. O Sporting reergueu-se - mais depressa e com maior saúde desportiva do que muitos imaginávamos. Mesmo com a brutal e devastadora pandemia pelo meio.
Outros prometeram, mas só Varandas cumpriu: deu-nos a imensa alegria de voltarmos a festejar o título de campeão nacional.
Não admira, por isso, que aqueles que concorreram contra o actual presidente leonino em 2018 desta vez se tenham eclipsado: nem João Benedito nem José Maria Ricciardi esboçaram a intenção de voltar a apresentar-se.
Varandas enfrenta dois outros rivais internos, com quem já debateu na Sporting TV com impecável fair play democrático. Um desses rivais começou por sublinhar que nada mudaria na estrutura desportiva - o que já diz quase tudo. O outro, levado em ombros por duas claques, é representante assumido do passado - um dos piores passados de que guardamos memória.
Razões acrescidas para hoje assumir esta opção de voto. E para não fazer segredo disso.
O que Frederico Varandas disse logo a seguir ao jogo não só é merecedor de aplauso como de vénia. Ao desassombro das palavras proferidas juntou-se a coragem do acto realizado em pleno campo hostil.
Atitude que me representou totalmente enquanto sócio do Sporting Clube de Portugal.
Assertiva, lúcida, urgente, a declaração do presidente leonino foi ainda defensora da verdade desportiva e dos princípios e dos valores do desporto. Varandas pôs o dedo numa das chagas maiores do futebol português: a impunidade.
Aquilo que o "dragão" nos serviu só no "dragão" acontece. As aspas não as uso por acaso, acaso um dragão existe? Não, não existe. Nunca existiu. Mais não é que figura de mito, elemento de folclore. Dá jeito à crónica que assim seja, ajuda-me à tese de que a glória andrade é em grande parte, na sua esmagadora parte, ficcionada. É um mito. Uma crença imaginária. A mitológica força do FCP serviu - e, constatámos, serve - para garantir a coesão do grupo.
E por isso repito que aquilo que o "dragão" nos serviu só no "dragão" acontece.
Sabendo nós do 'Apito dourado', das repetidas agressões físicas e verbais sobre jornalistas e adversários perpetradas por responsáveis do emblema FCP; constatando nós que aquela é uma agremiação na qual não há contraditório, sequer um vislumbre de oposição ou uma ainda que sumida voz dissonante da liderança; posto tudo isso só podemos concluir que ali a lei será sempre a do mais forte, sem lugar a adversários, porque esses serão sempre encarados como inimigos.
O Sporting, a sua magnífica equipa, foi enorme nas Antas na sexta-feira passada. Os nossos jogadores aguentaram a pressão das bancadas e do banco portista, a provocação e a agressividade dos jogadores portistas, sendo que agressividade aqui uso-a mesmo pejorativamente, e não no sentido da intensidade, da disputa suada, da entrega ao jogo, como hoje é comum fazer-se no comentário desportivo.
Jogar cinquenta minutos com 10 no campo dum adversário desta natureza, enfrentar um árbitro impreparado que em muito a prejudicou e mesmo assim conseguir de lá trazer um ponto, diz muito da nossa valiosa equipa, que em momento algum pode ser posta no mesmo saco do FCP relativamente à responsabilidade dos acontecimentos que mancharam o jogo.
A culpa maior é FCP. Da organização do jogo feita pelo FCP. Dos jogadores do FCP.
É por isto mais que reprovável ver nos jornais, ouvir nas rádios e ver nas pantalhas as críticas a Frederico Varandas, colocarem-no como um incendiário. Um agente instigador. O responsável maior pelo que aconteceu no relvado.
Propaganda!
Quando o presidente do Sporting Clube de Portugal falou e pôs o dedo na ferida já a vergonha dos nossos terem sido agredidos com socos, pontapés e bancos tinha acontecido. Só isto é real.
Não se alimentem mais mitos. E "dragões".
… na última sexta-feira, que, na tribuna no Estádio onde se realizou o último jogo do Sporting, se encontravam "presidentes de Câmara e ilustres políticos, todos a assobiarem para o lado, perante um espetáculo horrível e decadente".
Poderíamos pensar que tudo isto representa os “velhos políticos”, os do sistema.
Pois bem, o que diz um novel deputado eleito por um dos novos partidos - que nas últimas eleições viu a sua representação reforçada, sobre a liderança do FCPorto.
Carlos Guimarães Pinto, recém-eleito deputado pelo Círculo Eleitoral do Porto – pelo partido Iniciativa Liberal, num texto publicado em Março de 2017, n’O Insurgente:
«O sucessor de Pinto da Costa
Já há mais de 10 anos que se discute quem será o sucessor de Pinto da Costa. É bastante provável, no entanto, que nos próximos cinco anos a discussão acabe por ser consequente, dada a idade de Pinto da Costa. Entre todos os nomes que vão sendo falados, parece-me que escapa um que está à frente de todos e deveria ser óbvio: Fernando Madureira. É impossível encontrar um candidato melhor à sucessão imediata de Pinto da Costa. O líder dos Super-Dragões conhece o clube melhor do que ninguém. Ao longo do tempo já provou o seu amor desinteressado pelo clube. Ele lidera, com sucesso, há largos anos, aquela que será a organização dentro do FCPorto mais difícil de gerir: os Super-Dragões. Apesar da sua posição, necessariamente dada a alguns exageros, é capaz de assumir posições sérias e diplomáticas, como se exige de um líder de um clube. Veja-se por exemplo a forma como calou a claque no minuto de silêncio a Eusébio ou a forma como coopera com elementos de outros clubes no apoio à selecção. Por outro lado, Fernando Madureira deverá ser hoje a personagem mais popular entre os adeptos do F.C.Porto, mesmo à frente de jogadores, treinadores, dirigentes e até, ironicamente, mais popular que o próprio Pinto da Costa. Finalmente, até na vertente académica, Fernando Madureira está bem preparado. Com um mestrado em Gestão Desportiva, e nota final de 17 valores, Fernando Madureira está melhor qualificado para ser presidente de um clube de futebol do que basicamente todos os presidentes de clubes de futebol no país.
Fernando Madureira tem todas as características necessárias de um bom presidente. Apenas por preconceito em relação às claques de futebol, e aos seus membros, pode Fernando Madureira ser excluído do topo da lista de candidatos à sucessão de Pinto da Costa.»
In: https://oinsurgente.org/2017/03/28/o-sucessor-de-pinto-da-costa/Pinto da Costa
Adenda
Leitura complementar:
«O “aluno exemplar” das 36 páginas polémicas ou como o “super-dragão” doutor se fez mestre»
In: Visão
Frederico Varandas, segundo um comunicado oficial do SCP, foi alvo de uma espera à saída do Dragão com tentativa de agressão, seguida de roubo da sua carteira e telemóvel. Os autores terão sido: Vítor Baía, vice-presidente do FCP, Sérgio Conceição, treinador do FCP, e um tal de Rui Cerqueira, assessor do clube e ex-jornalista da RTP. A isto somam-se balas encontradas no relvado, jogadores do Sporting agredidos por ‘stewards’, cadeiras atiradas para cima de outros jogadores e por aí adiante. As autoridades e o Governo estão calados que nem ratos, ao contrário do que aconteceu no caso triste de Alcochete. Que País é este?
Frederico Varandas será justamente eleito presidente do Sporting nas eleições em março.
O principal adversário é um efeito-Medina/Moedas (ou seja, os seus apoiantes não se darem ao trabalho de passar no estádio para votar), mas a possibilidade é muito remota.
Pessoalmente, votarei nele.
Não contra ninguém, não contra o passado, mas porque acredito no que ele e a equipa fizeram, fazem e propõem.
O seu mandato é um sucesso extraordinário. Vivemos um período de abundância de títulos, temos um clube dominador em várias modalidades e no futebol em particular. Quem diria…?
Sobre contas, VMOCs, SADs, investidores e afins, abstenho-me de comentar simplesmente porque acho os clubes portugueses “too big to fail” e too big para serem vendidos a russos, chineses ou a quem for.
O que quero dizer é que seja qual for o cenário financeiro, haverá sempre aquisições, trutas, garras e craques, negócios, vendas e transferências. Além de várias versões sobre as contas do clube, claro.
Creio que malgrado alguma timidez e insegurança que atrapalham a sua mensagem e a condimentam com arrogância (que é precisamente timidez e insegurança), Varandas é um gestor de nova geração (desculpem a expressão, não me ocorre outra) e que é bom que o nosso clube seja liderado por um. Pessoas nascidas na década de oitenta e noventa e que ocupam e ocuparão (a pouco e pouco) a liderança e inerente modernização das empresas e instituições portuguesas. (Rúben é outro exemplo).
É interessante que nos últimos, largos, tempos, a principal crítica feita a FV seja acerca de uma característica na fala que faz com que pronuncie os erres de forma deficiente. Também é bom para sublinhar como, para muita gente, certos defeitos físicos possam ser usados para criticar caráter, personalidade e competência.
Ser gordo, baixo, careca, cego ou ter fala diferente não podem, não devem, ser qualificativos. Como ia dizendo, neste caso, também é sinal de que não há mais nada por onde pegar.