Consta que Sir Bobby Robson, despedido quando o Sporting se encontrava em primeiríssimo lugar no campeonato, em jeito de reação à anunciada entrega do comando técnico da equipa a Carlos Queiroz, disse, sobre o novo técnico, que "Queiroz nem sabe chutar uma bola!".
De João Pereira, felizmente, não se pode dizer o mesmo, no que ao domínio do esférico diz respeito, claro está. Mas quanto ao resto, é uma desolação.
Frederico Varandas, por estes dias, faz lembrar aqueles primeiros-ministros que, contra toda a lógica, aguentaram certos ministros, autênticos erros de casting ou simplesmente incompetentes, para além do aceitável, até que não lhes restou outra opção senão mesmo demitirem-nos. E quando esse momento chegou, não só o Governo e muito menos o país ganharam alguma coisa com o prolongamento do ministro no cargo, como o próprio Governo saiu ainda mais desgastado.
O Presidente do Sporting está, para grande pena minha, a desbaratar o capital de prestígio que acumulou nos últimos anos. Como ainda ontem assinalou o Pedro Correia, ninguém consegue perceber o plano do líder leonino. Quantos mais pontos perdidos teremos de esperar até que reconheça que João Pereira não serve?
Estamos quase para dizer, tal como Sir Bobby Robson, que "Varandas nem sabe chutar uma bola!".
Não ter deixado Ruben Amorim sair no momento próprio. Saía campeão, com a maior pontuação de sempre, após quatro anos muito exigentes no Sporting.
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Deixar Hugo Viana sair em diferido. Anúncio feito em Outubro, mas para vigorar só em Maio. Incompreensível. Entretanto, ia andando cá e lá. Não faz sentido.
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Preparar João Pereira como sucessor. Mas porquê ele? Não havia outros no mercado, com habilitação específica? O que revelou este técnico de extraordinário no trabalho com os sub-23 e a equipa B? Percebe-se agora: foram reduzidos os contactos com Amorim. Pouco prolongamento entre um e outro, como não tardou a notar-se em campo.
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Deixar sair Amorim mas aguentá-lo mais duas semanas, orientando outros três jogos. Assim deu-se um péssimo sinal ao plantel: quem vai seguir-se não tem plena confiança da direcção, é solução precária, não assegura verdadeira continuidade.
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Varandas atravessar-se por Pereira com palavras descabidas que o aprisionam ao futuro do técnico. Não faz o menor sentido.
É muito raro num grande clube um treinador vir da equipa secundária para a principal e ter sucesso imediato, há o caso do Bruno Lage no Benfica e pouco mais, mas aí estamos a falar de alguém com mais de duas décadas de experiência prévia como adjunto e nas camadas jovens.
Ainda assim, como vários de nós referiram na altura, a escolha não era totalmente descabida. João Pereira já estava na casa e tinha a vantagem de conhecer a equipa, a táctica, e de estar estar a ter um excelente rendimento.
Por isso, é uma proeza assinalável colocar uma equipa a render tão pouco em tão pouco tempo. Há as atenuantes da arbitragem e das lesões, mas se formos a ver, Ruben Amorim também teve sempre vários jogadores lesionados esta época e a equipa manteve sempre um rendimento alto.
É por demais evidente que João Pereira não está preparado para o nível do Sporting. Isso nota-se em pormenores como as suas opções para 11 (é sintomático que Matheus Reis, a epítome do jogador mediano, tal como o era João Pereira, tenha sido titular neste dois jogos), nas substituições, na sua linguagem corporal no banco, meio perdido e em pânico, nas suas declarações nervosas e atabalhoadas, na dramática quebra de rendimento de quase todos os jogadores, nas falhas individuais e colectivas dos mesmos e, acima de tudo, na sensação que perpassou nestes dois jogos de que, a partir do momento que a equipa se encontrou a perder, esta não teria capacidade de virar o resultado.
Acredito que, tal como Frederico Varandas disse, João Pereira esteja num grande clube europeu daqui a quatro anos, mas acho que será a fazer uma daquelas visitas turísticas ao estádio e ao museu, e não a treinar um deles.
Amorim já lá vai. Varandas não pode continuar a recorrer ao único sucesso que teve como treinador principal e ignorar todos os outros que escolheu para a posição, qual deles o pior.
Como se viu no passado, a teimosia e inacção do Presidente vão fazer com que João Pereira fique mais tempo do que devia, por isso só nos resta esperar que este demita primeiro. Para tal, penso que uma derrota em Brugge será a melhor coisa que nos pode acontecer.
É triste admitir isto, mas é a realidade que temos.
Depois é ir ao mercado buscar alguém com experiência e capacidade. Não haverá nenhuma solução perfeita, mas quase todas elas serão melhores do que João Pereira.
Parece-me que um problema grave - talvez o mais grave de todos neste momento - é o deslumbramento e consequente sobranceria da direção e do presidente. Isso manifestou-se no final da época passada, e traduziu-se na derrota na final da taça. Mas a atitude continua, e a mais recente manifestação, após a saída de Amorim (de que o presidente não tem culpa, como é claro) é a entrega do comando da equipa a João Pereira e aquela atitude de que não foi apanhado de surpresa, isto estava tudo programado e era para ser assim. Varandas parece ter uma confiança tão grande no plantel do Sporting (que é ótimo, apesar das limitações por lesões) e na sua estrutura que acha que qualquer treinador fará do Sporting campeão, um pouco à semelhança de Pinto da Costa e Vítor Pereira em 2011. Estamos muito longe desse ponto, presidente. É bom que se aperceba de que o principal responsável pela atual situação é o senhor e a sua direção. A continuarem assim, depressa se vai apagar o excelente legado que a sua direção deixaria no Sporting. Não é preciso ser "saudosista do Bruno" (que está muito longe de ser o meu caso) para pensar assim. As derrotas que surgiram (e as que vão continuar a surgir se nada for feito) são sobretudo vossas.
Frederico Varandas esteve perto da perfeição na entrevista de ontem à RTP que teve pano de fundo o renovado estádio de Alvalade, incluída no programa de 20 anos do Trio de Ataque.
As mensagens foram certeiras e incomodaram muita gente :
- Por ter sido ele o convidado da RTP e não qualquer dos outros dois.
- Por ter tido a coragem de leão de as dizer, chamando "os bois pelos nomes".
- Por ter chamado a atenção para a forma como Villas-Boas e Rui Costa vão gerir a herança manchada que receberam, e as suas consequências legais, reputacionais e financeiras.
- Por ter dado a entrevista que Bruno de Carvalho nunca conseguiu dar, porque em vez de ganhar no futebol no respeito pelos valores do clube e fechar a reestruturação financeira, resolveu ser "passarinho" como lhe chamou o Octávio Machado, aliar-se ao "padrinho do norte" e hostilizar os dissidentes internos, sócios e jogadores, o que conduziu a ganhar ainda menos e ao assalto a Alcochete.
Neste momento, não só Frederico Varandas é o presidente mais experiente e capaz dos três grandes, mas é também o mais consensual internamente. Não existe oposição interna, apenas processos de luto mal resolvidos por parte de "meia-dúzia" e resistência de "associações" com interesses e "life-styles" próprios.
O Sporting Clube de Portugal, a SAD mas não só, é o clube com mais potencial de crescimento a curto-prazo dos três grandes também.
Isso é evidente, e já é difícil sair à rua para passear sem ver alguém, adulto ou criança, com uma camisola do Sporting vestida.
Frederico Varandas deu a melhor entrevista do seu mandato como presidente do Sporting. Com declarações desassombradas e várias novidades. Tendo o melhor dos cenários: o Estádio José Alvalade - primeiro no relvado, depois numa bancada.
Destaco algumas frases da entrevista, bem conduzida pelo jornalista Hugo Gilberto e transmitida ontem à noite no programa da RTP 3 Trio d' Ataque, que completa agora 20 anos de existência:
«Recuperámos o clube financeiramente.»
«Garantimos a maioria do capital da SAD para 88%.»
«Quatro vezes, nos últimos cinco anos, o clube deu lucro. Só não deu no ano da pandemia.»
«Investimos no nosso património - estádio e Academia - como nunca antes.»
«Temos o maior número de sempre de sócios com as quotas em dia.»
«Há hoje mais de oito mil pessoas em espera para adquirir um lugar no estádio.»
«Para fechar o Nuno Santos [Agosto de 2020], o Rio Ave exigiu garantias de pagamento do IVA! Isto para que as pessoas percebam as dificuldades que havia então para contratar um jogador só de 3,5 milhões de euros.»
«Leonardo Jardim, Abel Ferreira, Rui Jorge, Unai Emery, Quique Sétien, por razões diferentes, não quiseram vir entre 2018 e 2020. Rúben Amorim não hesitou, ao contrário dos outros. Tenho de reconhecer a coragem dele por vir para um "cemitério de treinadores".»
«Já fui insultado de tudo, mas compararem-me com Pinto da Costa é um insulto difícil de superar.»
«Toda a inteligência e toda a competência que uma pessoa possa ter para mim vale zero se não for alicerçada na ética.»
«Hugo Viana vai para um dos melhores clubes do mundo. Nunca tinha acontecido com um dirigente em Portugal. Isto é mérito dele e também do modo como o Sporting é visto lá fora.»
«Há seis anos diziam que o Viana não sabia fazer um plantel...»
«Acredito pouco que o Benfica venha a ser suspenso. Mas, independentemente da decisão judicial, é inegável que a mancha está lá. Foi o segundo período negro do futebol português. Houve um primeiro, o do Apito Dourado.»
«Pinto da Costa e Luís Filipe Viana são os rostos de dois períodos negros do futebol português.»
«O jogo estava viciado à partida. Algum português, ouvindo as escutas do Apito Dourado, tem dúvidas do que era com Pinto da Costa?»
«Luís Filipe Vieira, talvez cansado de não conseguir ganhar, fez uma portização do Benfica indo buscar pessoas como Paulo Gonçalves.»
«Se o que aconteceu no Benfica acontecesse no Sporting, eu seria uma fraude. Não só para o Sporting mas para mim e para os meus.»
«Os valores estão na base do nosso sucesso. A dignidade, a integridade e o desportivismo, para nós, estão acima de qualquer conquista.»
ADENDA: Quem quiser, comente à vontade. Até os letais são hoje convidados a participar também.
Reedito abaixo o texto que publiquei no És a Nossa Féfaz hoje seis anos, quando Frederico Varandas foi eleito presidente do Sporting por decisão soberana dos sócios.
Nada tenho a mudar ao que escrevi então. Pelo contrário, reforço hoje as palavras que deixei aqui.
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Contados os votos num dia histórico no Sporting, confirma-se a vitória daquele que sempre me pareceuo candidatomais preparado. Aquele que conhece bem o desporto-rei, que serviu o clube como competente director clínico durante sete anos, que trabalhou no departamento de futebol leonino e foi ali o primeiro a avançar corajosamente contra o desvario carvalhista, rompendo sem ambiguidades com uma gestão caótica e danosa enquanto outros, cá fora, se resguardavam. Aquele que, com inegável desassombro, soube erguer a voz no momento certo proferindo a palavra "não".
Ganha por margem confortável, com cerca de 42,3% dos votos- superando em 5,5% o seu principal oponente nesta campanha, João Benedito, que se apressou a felicitá-lo com elegância e galhardia. Margem que lhe permitirá gerir este grande clube, concentrando todas as energias e todo o seu talento ao serviço da centenária instituição de utilidade pública que tanto amamos.
O mais difícil começa agora. Terá momentos muito complicados no percurso que vai seguir-se. Atravessará horas de extrema solidão. Conhecerá invejas e ingratidões, próprias da natureza humana. Com firmeza e tacto, deverá recompor os cacos a que o presidente destituído em 23 de Junho reduziu o Sporting.
Frederico Varandas conduzirá esta empreitada com sucesso, acredito. Para bem desta incomparável massa adepta que não desiste nem deserta mesmo com prolongados jejuns de títulos. Unir o Sporting - seu lema de campanha - é prioridade máxima do novo presidente. Do meu presidente.
No jornal A Bola de ontem, o director-adjunto Alexandre Pereira escrevia o seguinte:
"E depois há o Sporting, algo que por vezes a contemporânea bicefalia Benfica-Porto parece esquecer. Sim, há de novo um terceiro player no futebol português, que esteve, e durante muitos anos seguidos, nas situações por que o Benfica e o Porto passam agora."
Há 10 anos, o nosso colega de blogue Francisco Melo escrevia isto:
"Um dos aspectos que, de há longa data, vem condicionando a competitividade do Sporting é o de não conseguir estabilizar as suas equipas, pois sempre que se destaca algum jogador, no ano seguinte já está a ser vendido. Ronaldo, Simão, Quaresma e Hugo Viana são exemplos paradigmáticos. Já FcPorto e Benfica vão aguentando, aguentando a corda até onde conseguem, os jogadores vão emprestando qualidade ao 11, e depois são vendidos por valores de fazer inveja."
Agora no Sporting não saiu nenhum titular que não fosse por "prémio de carreira", enquanto nos rivais lá se foram Rafa, João Neves, Marcos Leonardo, Taremi, Evanilson e Conceição, talvez Galeno.
Há 10 anos o futebol português era dominado por Benfica e Porto, que pela mão dos "Reis dos Leitões", LF Vieira e Pinto da Costa, distribuiam entre si tudo o que de mais ou menos legal havia para distribuir. As duas "nádegas" de que falava Bruno de Carvalho antes de se ir abrigar à sombra duma, uma das causas se não a principal para o triste fim que teve a sua presidência, incluindo a expulsão de sócio. Mas como o maior cego é aquele que não quer ver, parece que continuam amigos.
Frederico Varandas soube muito bem perceber o lugar do Sporting no futebol português, a correr por fora e a chamar os bois pelos nomes. Como chamou a Pinto da Costa, como chamou ao João Pinheiro.
Entretanto, os dois "reis" cairam estrondosamente da cadeira do poder, o "principezinho" Rui Costa do Benfica depressa encontrou o seu limite de (in)competência, já Villas-Boas ("príncipe" não é, mérito lhe seja dado) está a contas com uma cratera financeira que levará bom tempo a resolver, além de ter a "tropa" do "velho" à perna. Esteve muito bem em pedir 5M€ de indemnização aos arguidos do Pretoriano, mas espero que tenha resolvido a questão da segurança à porta de casa.
Na conferência de imprensa antes do jogo ouvi Rúben Amorim dizer que finalmente sentia o Sporting deixar de ter como favoritos os rivais no confronto directo. Agora sabem que mesmo no Dragão ou na Luz correm o sério risco de perder, e não entram em campo com a confiança de que basta não cometerem erros para saírem com a vitória.
Também a arbitragem APAF tem mais respeito pelo Sporting ou pelo menos sente mais dificuldade em viciar os resultados dos nossos jogos, coisa que os APAFs mais velhos convertidos em "especialistas", como o Duarte Gomes, têm muita dificuldade em aceitar. Ou o APAF "radical" Jorge Faustino da Sport TV que queria que o Catamo fosse expulso por causa da aliança no dedo na 1ª parte do clássico.
Os Sportinguistas estão a sentir isso, Alvalade e fora dele enche-se porque existe confiança na equipa, o bom futebol é garantido e a vitória no final é provável.
Eu sinto isso na pele. Em vez das bancadas desertas nos jogos fora de há tempos, como em Setúbal no tempo de Keizer, é cada vez mais difícil arranjar bilhete para esses jogos. Em poucos minutos os bilhetes esgotam no site, já não vou lá com comprar duas caixas de vinho na loja do V. Guimarães e receber de oferta um bilhete para a bancada central.
Enfim, este Sporting que agora temos, um Sporting forte e unido à volta da equipa de Amorim, mas também das equipas do Nuno Dias, da Mariana Cabral, do Ricardo Costa, do Luis Magalhães, e de todos os outros treinadores vencedores que dignificam o Sporting e que enchem o museu de taças.
É este Sporting que interessa fazer ainda mais forte e mais unido. Para isso importa ser crítico e vigilante, não apenas com quem manda mas com quem, como adepto, prejudica e envergonha o clube.
Felizmente virámos a página. O Sporting de hoje é incomparavelmente diferente do Sporting de Maio de 2018.
Para muito melhor.
Parabéns ao presidente Varandas. Os inimigos dele estão todos no desemprego.
ADENDA: Pelo segundo mês de Julho consecutivo, houve uma corrida à aquisição dos lugares de época no estádio: já todos foram vendidos. Cerca de 30 mil.
"Unir o Sporting" não é uma fórmula vazia. Une-se o Sporting com vitórias. É o que Frederico Varandas tem feito desde Setembro de 2018.
Com resultados inequívocos:
2 Campeonatos Nacionais
1 Taça de Portugal
3 Taças da Liga
1 Supertaça
Sete títulos e troféus em menos de seis anos. O oitavo pode ser conquistado no próximo sábado.
Repito: em menos de seis anos.
Isto sim, é unir o Sporting.
Antes, vencíamos a Liga da Bazófia e a Taça do Papo Furado.
Antes, tínhamos um "excelente orador" que gritava "bardamerda para quem não é do Sporting" e chamava aos clubes rivais as "duas nádegas" do futebol português. Com a elegância, a subtileza e o extremo bom gosto que o caracterizavam.
E com o triste desfecho que sabemos.
Prefiro assim, como acontece agora. Ter um presidente que não é excelente orador mas vence títulos e troféus.
E não só eu: todos os que reelegemos Varandas em 2022. Fomos 86%, contra os 7% do principal adversário.
Não faço a mínima ideia de quem é adepto o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas Frederico Varandas que se ponha a fancos, que pela fervorosidade sportinguista da intervenção que proferiu na cerimónia a que presidiu nos Paços do Concelho, Carlos Moedas estará garantido como candidato à presidência do Sporting, se ou quando acabar o seu mandato na Câmara da capital do país (modo irónico ligado). Carlos Moedas teve uma intervenção notável (de sportinguismo, direi eu) onde enalteceu o óbvio, o que nos tempos que correm é coisa rara, tal como a entrega dos jogadores e equipa técnica, a competência da direcção, a homenagem aos Paulinhos, a Neto, Coates, Adán e Amorim, o convite a dois ex-presidentes da Câmara e do Sporting, Santana Lopes e Carmona Rodrigues, enfim, um discurso inflamado e inteiramente justo para com aqueles que convidou para homenagear.
Interveio também o presidente Frederico Varandas, num discurso assertivo, conciso, calmo, incisivo, puxando a brasa à sua sardinha naturalmente, mas ninguém lhe leva a mal por isso. Gostei do teor da intervenção. Gostei do protagonismo deixado aos verdadeiros obreiros da vitória. Varandas a marcar pontos positivos. Muito bem.
Mas meus senhores, tudo isto foram trocos (Moedas) comparado com os momentos ptotagonizados pela nova Mizé Valério. Cuca Roseta, de verde vestida, personificando todas as lindas leoas do nosso imenso plantel, entoou o hino do Sporting no início da cerimónia e no final, em apoteose com os sócios e adeptos que encheram a Praça do Município, cantou o Mundo Verde e Branco de forma sublime.
Posto isto, tenho dois pedidos a fazer:
1 - Que na próxima segunda-feira seja Cuca novamente a encantar;
2 - O João Botas que me perdoe, mas que na próxima época seja esta linda cantora a speaker do estádio! :)
«Vencer ajuda muito. Mas não há nada mais forte, mais aglutinador, mais inspirador do que vencer sob os nossos valores. O Sporting demonstra que é possível vencer com coragem, com dignidade, com integridade, sem a mancha de processos judiciais e sem qualquer guarda pretoriana paga.»
Frederico Varandas, esta tarde, na homenagem à nossa equipa que foi promovida pela Câmara Municipal de Lisboa
Frederico Varandas apresentou-se às eleições de 2018 com este lema e ideias bem definidas como lá chegar, e não há dúvida de que conseguiu. A noite de domingo em Lisboa foi o reflexo disto. Não me recordo dum Sporting tão unido assim em torno da equipa, do capitão, do treinador e do presidente.
Este Sporting de 2024 já não o mesmo de 2018. As ruas e as bancadas encheram-se durante a época de mulheres e de jovens. Trata-se dum Sporting rejuvenescido e cada vez mais liberto de "associações" que o tentam aprisionar nos seus ideais sectários.
Unir o Sporting ou outro grande clube é simples, basta ganhar jogos e títulos. O problema é saber como conseguir isso de forma honesta e sustentada, desportiva e financeiramente, na competição com os rivais. E escolher o treinador certo para o efeito. E saber com quem partilhar essas vitórias para alavancar as seguintes.
Na base do sucesso de Rúben Amorim e a sua equipa está uma política desportiva que também podemos ver noutras equipas e noutras modalidades, e que assenta na estabilidade, na formação, na disciplina, na figura-exemplo do capitão, na força do balneário, na moderação dos orçamentos, e na competência do staff técnico. E não no protagonismo bacoco, na comunicação agressiva, na exigência da treta, na obrigatoriedade de ganhar a todo o custo e na montagem de "legiões estrangeiras" pagas a peso de ouro sem ligação afectiva ao clube.
Importa agora dar continuidade ao sucesso interno e promover a sua extensão à Europa, conjugar a chegada a fases avançadas da Champions com a conquista de títulos internos. Para isso são necessários plantéis com a quantidade de qualidade necessária para o efeito.
O grande desafio do Sporting nas próximas épocas será então aumentar a fasquia de investimento, e consequentemente o valor do plantel, sem desvirtuar os princípios que o conduziram ao sucesso.
É o tal novo ciclo de que ando a falar. Ainda bem que o Rúben Amorim decidiu fazer parte do mesmo. Porque com ele estaremos sempre mais perto do sucesso.
PS: Seis anos de Frederico Varandas no Futebol:
2018/2019 - 1/16 Liga Europa, 3.º lugar na Liga, Taça da Liga, Taça de Portugal
2019/2020 - 1/16 Liga Europa, 4.º lugar na Liga
2020/2021 - Sem Europa, Campeão Nacional, Taça da Liga
2021/2022 - 1/8 Champions, 2.º lugar na Liga, Taça da Liga
2022/2023 - Champions + 1/4 Liga Europa, 4.º lugar na Liga
2023/2024 - 1/8 Liga Europa, Campeão Nacional, Taça de Portugal ?
«Não entramos em cabalas da PSP, nem em teorias da conspiração mirabolantes contra o Sporting. Primeiro, porque isso não é verdade; e segundo porque isso nos desresponsabiliza, tira lucidez e tira foco à nossa missão, que é vencer. Queríamos que tivesse acontecido? Não. Mas aconteceu. Aconteceu e até já definimos um objectivo: chegar à data desse jogo, com menos um jogo e em primeiro. Quando houver oportunidade de calendário, seja Março, Abril ou Maio, estaremos preparados para jogar e para ir buscar os três pontos.»
Foi o que disse o nosso presidente, e o que disse duma forma elegante e moderada expressa o sentir da nação Sportinguista, seita letal à parte, mas essa não conta.
O jornal A Bola de segunda-feira enumera as principais razões de queixa do Sporting relativamente a João Pinheiro: Sporting-Rio Ave de 19/20 com 3 mergulhos de Taremi, 3 penáltis, expulsão de Coates; Porto-Sporting de 21/22 com expulsão de Coates; final da Taça da Liga de 20/23, expulsão de Paulinho; Sporting-Benfica de 22/23 com falta sobre Coates no 2.º golo adversário; agora um penálti mal assinalado e uma expulsão perdoada no V.Guimarães-Sporting.
Como VAR, expulsão perdoada a Pepe no Sporting-Porto de 20/21. E já agora, acrescento, chamar Hugo Miguel a marcar depois de muito tempo de análise um penálti muito forçado a favor do Braga, no Sporting-Braga de há 2 anos. Ainda esta época, tivemos João Pinheiro em Alvalade, já não me recordo contra quem, a primar pela parcialidade e arrogância.
No mesmo jornal, na edição de terça-feira, a crónica do APAF Duarte Gomes reage às críticas do nosso presidente de forma geral, dando conta dos perigos que derivam para qualquer árbitro quando é apontado a dedo por um clube, no que concordo, mas acrescentando que:
"Do lado dos senhores árbitros, a capacidade de não se porem a jeito, evitando erros indesculpáveis em competições que contam com o apoio da videotecnologia. Há análises que são inadmissíveis em alta competição e só podem resultar de enorme desatenção, desconhecimento técnico ou falta de sensibilidade. Qualquer um é proibitivo a este nível."
Quer então o Duarte Gomes dizer que o erro indesculpável que ele reconheceu que aconteceu no V. Guimarães foi causado por um árbitro desatento, tecnicamente incompetente ou insensível.
Já não disse que a causa foi a falta de idoneidade ou premeditação causada por vontade própria ou a mando de terceiros, a troco de vantagens económicas ou de patrocínio para outros voos. Mas isso é coisa que não se pode dizer sem provas.
A pergunta que deixo aqui é se concordam com a análise do APAF Duarte Gomes, alguém metido até ao pescoço naquilo que se anda a cozinhar para a arbitragem portuguesa, ou se entendem que existem outras causas para o erro inadmissível em prejuízo do Sporting mais uma vez do apitador de Braga, João Pinheiro.
Já agora ficamos sentados à espera do que lhe vai acontecer, se vai ficar sem apitar, sem 10% do ordenado, fora dos "gratificados" no estrangeiro, etc. E do comunicado do CA sobre o tal erro inadmissível.
Arrefecidas as emoções, dissipada a azia, se calhar é altura de evidenciar o evidente, nomeadamente:
1. Que João Pinheiro, que anda a ser levado ao colo pela APAF, juntou mais um episódio ao já vasto cadastro de roubos ao Sporting, quer como árbitro quer como VAR. A lista de roubos de que A Bola dá notícia hoje peca apenas por defeito.
2. Que Frederico Varandas, ao contrário de intervenções anteriores sobre a arbitragem onde quis dar confiança a um APAF Fontelas Gomes sempre disponível para lhe enfiar uma faca nas costas, esteve muito bem naquilo que agora disse sobre o tema. E é exactamente nesse registo que o Sporting deve continuar, sem "ladrar ao vento" sem quaisquer consequências como fazia Bruno de Carvalho, mas sem deixar de passar em claro, sem calimerices, apontando factos evidentes, a parcialidade deste CA / APAF e o ressabiamento de determinados árbitros e ex-árbitros agora VAR ou comentadores relativamente ao Sporting. Isso inclui denunciar quaisquer tentativas desta gente de montar esquemas potencialmente ainda mais mafiosos do tipo Organismo Autónomo de Arbitragem ou lá o que seja. Frederico Varandas teve o pleno do Sporting com ele, incluindo até aparentemente a JuveLeo, tenha ou não tido mais uma cena canalha e caricata de mandar tochas para a área do Adán com o Sporting a ganhar.
3. Que Rúben Amorim tem de medir muito bem o risco antes de ir atrás da vitória num jogo desfavorável em vez de segurar o empate. O campeonato é longo e todos os pontos contam, é pela segurança do controlo do jogo e não pelo risco do descontrolo que o Sporting lá irá, quem não gostar de ver o Sporting a jogar por vezes para trás e para os lados que mude de canal para o campeonato inglês. E a equipa ter isso bem presente também. Sim, mas o Sporting foi campeão a arriscar no final dos jogos e a apostar na anarquia criativa? Realmente foi mas duvido que volte a ser. Se for ao casino, arriscar e sair de lá rico, o melhor que tenho a fazer é jogar com calma na próxima vez que lá voltar.
4. Que Hugo Viana, de acordo com Amorim, precisa de reforçar o plantel no mercado de Inverno a começar pela linha média. Pretender que nesta época St. Juste seria um Diomande, Bragança um Matheus Nunes e Essugo um Ugarte, se calhar foi mesmo sonhar acordado. Pretender que Trincão seria um novo Sarabia também. Em vez de dois altos e louros, deviam ter vindo três ou quatro. O melhor onze do Sporting continua a ser o melhor onze da 1.ª Liga. O problema é quando deixa de poder estar em campo.
PS : Comentários de papagaios azuis, assumidos ou travestidos de sportinguistas ou tasqueiros, seguem directamente para a ETAR.
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