Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

Aposta na formação

IMG-20230314-WA0000.jpeg

Foi um dos melhores dias de sempre na Academia de Alcochete. Na presença dos altos responsáveis pelo futebol do Sporting (Frederico Varandas, Hugo Viana e Tomaz Morais), de muitos jovens dos escalões de formação e do mestre Aurélio Pereira, do seleccionador nacional Roberto Martínez e adjuntos, os nossos sub19 demonstraram uma enorme superioridade face à equipa congénere do Liverpool e assim conquistaram o acesso à final four da Youth League.

O resultado final de 1-0 reflecte pouco o que passou em campo. Esta equipa, tal como a principal, marca muito pouco para as oportunidades que constrói. Rodrigo Ribeiro e Afonso Moreira destacaram-se no desperdício.

Se calhar com o Liverpool aconteceu o mesmo, porque cada vez mais se trata duma metodologia comum, mas do Sporting estiveram fora alguns dos melhores desta idade, como Travassos (lesão), Essugo, Mateus Fernandes, Fatawu e Chermiti. E se me perguntassem, pelo que vi hoje, qual o jogador do Liverpool que teria lugar na melhor equipa de sub19 do Sporting, ficava-me pelo capitão médio defensivo e por um defesa central.

Com o Sporting em 4-3-3 existiram três jogadores que se destacaram e todos no eixo central. Callai muito seguro na baliza embora falhando alguns lançamentos ao pé, Marco Cruz (melhor em campo), que parece um clone de Ugarte até fisicamente, assume todo o controlo do meio-campo e por ali passa pouco ou nada, e Rodrigo Ribeiro, cujas movimentações são semelhantes às de Chermiti e de Paulinho. O que, além das diferenças óbvias entre o 3-4-3 e o 4-3-3, faz supor que existe uma ideia clara do que se pretende em determinadas posições.

Os restantes também estiveram bem. Gonçalo Esteves anda a tentar reencontrar-se depois da desilusão que teve no Estoril. Gilberto Batista tenta que a concentração dure os 90 minutos. Muniz, muito certinho, teve um corte assombroso. Muito certinhos também David Monteiro e Marquêz (médio ofensivo), este com uma intervenção decisiva no golo. Samuel Justo é um intuitivo de momentos onde desequilibra. Os dois pontas, Afonso Moreira e Diogo Cabral, sempre acutilantes. 

Em vez de andarem a coleccionar derrotas na equipa B e nos sub23, não podiam antes estar concentrados no título nacional de juniores desta época? Podiam, mas não seria a mesma coisa.

SL

Goleada jovem ao Ajax

O Sporting qualificou-se ontem para os quartos-de-final da Liga Jovem. Goleando o Ajax por 5-1. Com golos de Fatawu (3), Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro - todos já rodados na nossa equipa principal.

O internacional ganês - que esteve para ser emprestado em Janeiro - destacou-se pela sua «exibição de luxo».

Apetece perguntar: quem disse que a nossa formação andava de rastos?

Sporting-Liverpool

Mais um dia muito triste para os verdes por fora e azuis por dentro que por aqui passam como as moscas no piquenique..

O Sporting hoje goleou o Ajax com um onze em que muitos andam na Liga 3 a ver o que custa o futebol profissional, a aprender com erros que custam golos e causam derrotas. Alguns têm uns fogachos na A para perceberem o que há pela frente, todos garantidos do ponto de vista contratual. O futuro é deles. Do Fatawu é de certeza. Dum lado ou doutro do campo está encontrado o novo Nuno Mendes.

O Porto lá lutou em Liverpool. Conseguiu levar aquilo a penáltis, depois parece que quando bastava marcar para ganhar, o puto parece que exagerou na dose de exigência e atitude e não acertou na baliza. Acontece. Acabaram os penáltis e veio o prolongamento, batalha campal, dois expulsos do lado do Porto e... apenas um do lado do Liverpool. E aí é que me indignei... Só um??? Perderam nas expulsões também? E os 3M€ serviram para quê? Quando é que a academia do Porto é inaugurada afinal?

E pronto, Sporting-Liverpool em Alcochete a não perder. Eu vou lá estar.

SL

Chermiti: o mais recente que Rúben lançou

Chermiti.jpg

 

Desde que chegou ao Sporting, está quase a fazer três anos, Rúben Amorim já lançou 17 jogadores da formação na nossa equipa principal.

O tempo passa com rapidez, a memória dos adeptos é flutuante. Por isso vale a pena recordar.

 

Fica o registo:

- Nuno Mendes (17 anos, Junho 2020)

- Eduardo Quaresma (18 anos, Junho 2020)

- Tiago Tomás (18 anos, Julho 2020)

- Joelson Fernandes (17 anos, Julho 2020)

- Daniel Bragança (21 anos, Setembro 2020)

- Gonçalo Inácio (19 anos, Outubro 2020)

- Dário Essugo (16 anos, Maio 2021)

- Tomás Silva (21 anos, Maio 2021)

- Rúben Vinagre (22 anos, Julho 2021)

- Gonçalo Esteves (17 anos, Outubro 2021)

- João Goulart (21 anos, Outubro 2021)

- Flávio Nazinho (18 anos, Novembro 2021)

- Geny Catamo (20 anos, Dezembro 2021)

- Rodrigo Ribeiro (16 anos, Março 2022)

- Chico Lamba (19 anos, Outubro 2022)

- Mateus Fernandes (18 anos, Outubro 2022)

- Youssef Chermiti (18 anos, Janeiro 2023)

Isto além de ter apostado em mais jovens entretanto ingressados no Sporting: o luso-brasileiro Matheus Nunes (20 anos, Junho 2020), o espanhol Pedro Porro (21 anos, Setembro 2020), o espanhol Juan Marsà (20 anos, Setembro 2022) e o ganês Fatawu Issahaku (18 anos, Outubro 2022).

 

É bom? É mau?

Os leitores dirão, nesta caixa de comentários.

De uma coisa ninguém poderá acusar o actual treinador do Sporting: de não dar oportunidades aos jovens. 


Claro que cada caso é um caso: todos têm de ser vistos com precaução.

Já enfiámos demasiados barretes com miúdos da formação (de Eric Dier a Rafael Leão) para nos servir de advertência: só devemos lançá-los como aposta contínua na equipa A depois de aceitarem renovar contrato com a SAD leonina e actualizarem as respectivas cláusulas de rescisão.

 

Repare-se em Chermiti. Jogou apenas cerca de 15 minutos contra o Benfica no domingo. Falhou um golo cantado no estádio da Luz. Mesmo assim ontem já apareceu o papá do menino - que é também seu agente - a fazer uma espécie de ultimato à administração do Sporting: «O dinheiro fala mais alto.»

Nem disfarçam a ganância. E assim põem em risco o futuro lançamento de outros jovens na nossa equipa A.

 

Vendo isto, concluo: ainda bem que Chermiti falhou aquele golo contra o Benfica. Se tivesse marcado, o pai dele já estava a engrossar ainda mais a voz, fazendo chantagem sobre a nossa SAD.

Fala-se muito na interferência dos "empresários" do futebol na gestão dos clubes. Sinceramente, prefiro ver a administração do Sporting lidar com estes "empresários" do que com os tais papás, que muitas vezes nada mais fazem senão estragar as carreiras desportivas dos rebentos. Lembro-me, por exemplo, do Matheus Pereira ou do Joelson.

Espero sinceramente que Chermiti não seja mais um.

Aposta na formação

Desde sempre tenho sido um sócio/adepto atento e interessado pelos escalões de formação, e estive presente ao longo dos anos em muitos jogos da equipa B em Alcochete e em pequenos e médios estádios do país. Até no Seixal e no estádio municipal (já nem me lembra o nome) onde o Porto B joga naquela promiscuidade local bem conhecida que o isenta de gastar dinheiro em infraestruturas de formação próprias.

Tenho por isso alguma autoridade para dizer que passámos um período negro nessa área com Bruno de Carvalho e os seus ajudantes, Virgílio e Inácio, e que com Frederico Varandas e Tomaz Morais conseguimos reverter o processo de degradação existente e lançar as bases para recuperarmos a liderança de que dispunhamos nos anos seguintes ao arranque de Alcochete.

Além do investimento a nível de infra-estruturas, a ideia basilar desta nova política é a centragem no jogador e não nos títulos nos diferentes escalões. Ideia que não é original, também é seguida no Seixal e em diferentes centros de formação internacionais, implicando a rotação dos melhores jogadores por diferentes equipas e grande articulação entre os diferentes treinadores. Dos iniciados à equipa A, temos seis equipas técnicas que devem estar sintonizadas e decidir sobre a situação de cada jogador.

 

Por outro lado, aos originários dos escalões mais baixos de Alcochete juntam-se (e bem) algumas promessas estrangeiras, também a formar-se, criando-se um espaço de competição interna essencial para o crescimento de todos.

Matheus Nunes e agora Marsà são os melhores exemplos da evolução de jovens promessas recrutadas já na passagem a sénior e desenvolvidas em Alcochete nas equipas de sub23 e B, o primeiro uma grande venda para a Premier League, o segundo poderá tornar-se num novo Porro. Mas Alcantar, Diogo Abreu ou Marco Cruz estão nessa linha de evolução, e vamos ouvir falar deles no futuro próximo.

Dário Essugo é talvez o melhor exemplo de evolução dum jogador de base dentro desse modelo, subindo e descendo de escalão conforme o momento, e cada vez mais capaz quando é chamado à titularidade da equipa A.

Mas nem todos têm a capacidade física e a inteligência emocional do Dário, do Nuno Mendes ou do Gonçalo Inácio, e demoram mais tempo a impor as suas qualidades. Chico Lamba, Nazinho e agora Mateus Fernandes não conseguiram demonstrar a qualidade que têm quando foram chamados à equipa A.

 

No meio disto, e além das vitórias e derrotas dos sub23 e da B, há duas situações que estranhamente não estão a funcionar:

1. A disparidade de modelos de jogo entre a A (3-4-3) e as equipas da formação (4-3-3) com implicações a nível do perfil do jogador. Um defesa central da defesa a 4 não é um defesa da defesa a 3, um defesa lateral não é um ala, um extremo não é um interior, um médio ofensivo não é um médio centro, etc. Faz algum sentido formar médios ofensivos (criativos levezinhos que só correm para a frente) quando a equipa A precisa de dois "cavalões" no meio? Algum dia o Daniel Bragança ou o Mateus Fernandes vão ter sucesso em 3-4-3? Rúben Amorim não quis mexer porque pensava que podia ele sair algum dia ou de mudar de sistema mais cedo ou mais tarde? Não sei.

2. O empréstimo de jogadores a equipas de nível superior à nossa equipa B, em particular da 1.ª Liga. Muitos jovens do passado, como Miguel Veloso, William, Cédric, Adrien, Rúben Semedo, João Mário ou Esgaio, cresceram através do empréstimo. Agora Catamo, Jovane e Gonçalo Esteves são emprestados para não jogar, os treinadores das equipas respectivas não estão comprometidos com o processo, preferem apostar em jogadores da casa.

 

Ora para mim a formação é uma sequência de etapas, Escolas - Iniciados - Juvenis - Juniores - Sub23 - B - Empréstimo - A. Uns entram na sequência na etapa inicial, outros mais tarde, uns saltam etapas outros percorrem a sequência, alguns retrocedem para avançar a seguir, muitos perdem-se no caminho, alguns vão chegar à equipa A e garantir o lugar no plantel principal. A evolução de cada um comanda o processo, a exposição a diferentes contextos competitivos, e aqui podíamos colocar também a Youth League, ajudam à evolução.

Porque é esse o principal objectivo da formação. Os títulos nos campeonatos de jovens apenas servem como comprovativo da qualidade da fornada, mas não garantem o objectivo principal.

Este empréstimo de que se fala do Fatawu deve ser visto nesse prisma. Veio no final da época passada, fez o seu percurso na B e pontualmente na A, na B já se evidenciou, na A já percebeu o que lhe falta para se impor, na A concorre um número excessivo de jogadores mais velhos com características de extremos, faz sentido que seja emprestado a um clube da 1.ª Liga onde ganhe outro andamento. Com as possíveis saídas de Edwards e Rochinha, e até Jovane, na próxima época terá outro espaço. O problema é saber qual o clube e o treinador que o podem acolher e contribuir para a sua evolução.

SL

Acompanhando a formação

A nossa equipa B derrotou ontem o Moncarapachense em Olhão por 3-2, vingando a derrota por iguais números registada na 1.ª volta em Alcochete.

Mais uma vez entrou em campo sem metade dos titulares, requisitados por Rúben Amorim para a equipa A. Foi um jogo de muita luta a meio campo e em que o estado do relvado em nada ajudou. Destacaram-se o defesa central canhoto Alcantar e o trinco Renato Veiga, além de Rodrigo Ribeiro, que resolveu o jogo aos 90 minutos com um golo de cabeça "à Fernando Gomes". Mateus Fernandes, em visita à sua terra, não esteve feliz no jogo, inclusivamente falhando um penalti.

Com esta vitória o Sporting B ocupa o 4.º lugar na série B.

 

Cada vez estou mais convencido que este é o escalão certo para a nossa equipa B, onde pode competir com alguns dos melhores juniores e juvenis e dar-lhes um traquejo impossível de atingir nas competições do seu escalão etário.

Claro que as "burrices" vão acontecendo: expulsões de jogadores acabados de entrar por faltas evitáveis, ofertas de golos aos adversários, lances de golo desperdiçados pelo egoismo, desconcentrações, escaramuças com jogadores "batidos" no assunto, reclamações estéreis com os árbitros, etc. 

Já agora é preciso dizer que a qualidade dos árbitros que têm surgido nos nossos jogos é incomparavelmente superior às das temporadas passadas em escalões idênticos. Muito menos invenções de faltas e penaltis e protecção do anti-jogo, acompanhamento da TV através do canal 11 de várias partidas em simultâneo, enfim, uma Liga que arrancou muito bem.

Competir na Liga 2 já obrigaria a contratar jogadores para o efeito que nunca chegarão aos plantéis principais, como aconteceu no Sporting no passado e como o fazem Benfica e Porto actualmente, e uma despesa incomparavelmente superior com a equipa.

Importaria agora ter uma equipa próxima da 2.ª Liga a quem emprestar um ou outro mais evoluído mas com o lugar tapado na equipa A, como Renato Veiga ou Mateus Fernandes, para serem titulares e crescerem a jogar e não aquecerem o banco, como infelizmente tem acontecido com os nossos mais recentes empréstimos.

SL

Aposta na formação

22376826_EyZAZ.jpeg

 

Há dias tinha aqui dado nota da renovação do Sporting com quatro dos jovens da equipa B mais "made in Alcochete", da transformação completa que sofreu a nossa equipa B duma época para a outra, e de que, na minha opinião, esta equipa supera a de 2012/13 que contava com João Mário, Esgaio, Bruma e Dier, entre outros.

Poderão dizer que a Liga 3 deixa muito a desejar, mas se calhar é mais complicado competir ali do que na Liga 2, recheada que está de equipas experientes e matreiras, sempre a jogar muito fechadas e a tentar explorar o erro do adversário, como o Varzim e o Caldas bem demonstraram nos jogos da Taça de Portugal frente a Sporting e Benfica.

Ontem, apesar de desfalcada de habituais titulares como Marsà, Essugo, Mateus Fernandes e Fatawu, conquistou uma vitória no campo do mesmo Caldas e está, conjuntamente com mais duas equipas, no 4.º lugar da série B da 3.ª Liga.

 

A equipa B jogou com:

Diego Callai (18); Diogo Travassos (18), Gilberto Batista (18), Alcantar (19) e Nazinho (19); Renato Veiga (19), Diogo Abreu (19)/Marco Cruz (18) e Samuel Justo (18)/Miguel Menino(19); Joelson Fernandes (19)/Vando Felix (19), Rodrigo Ribeiro (17) e Diogo Cabral(20) /Afonso Moreira (17)

O melhor em campo foi Diego Callai com uma exibição fenomena. Rodrigo Ribeiro demonstrou ser um ponta de lança com sentido de baliza, marcando dois golos de oportunidade. Piores estiveram os dois extremos titulares, que se perderam em iniciativas individuais condenadas ao insucesso.

Gosto muito do Diogo Abreu. Falso lento, patrão do meio-campo, com físico para a função, percorre o campo, faz passes a rasgar a defesa, marca bem livres e cantos, precisa apenas de conseguir aguentar os 90 minutos no mesmo ritmo para chegar a outros patamares de rendimento. 

O próximo jogo serve de fecho da 1.ª volta. É com o lider da série, o Amora, em Alcochete no sábado que vem. Vale a pena ver.

SL

Aposta na formação

22376578_hgGSA.jpeg


O Sporting renovou ontem contrato com quatro dos jovens da equipa B mais "made in Alcochete", numa demonstração clara que o rumo traçado por Frederico Varandas é para mesmo para manter independentemente dos percalços da viagem.

Tenho aqui chamado a atenção para a transformação completa que sofreu a nossa equipa B duma época para a outra apesar de manter o mesmo treinador, toda uma geração que ganhou títulos em tempos mas não conseguiu evoluir foi à sua vida, e agora sim, temos ali matéria-prima de qualidade para a equipa A.

 

O onze mais valioso dessa equipa é o seguinte:

Diego Callai (18); Diogo Travassos (18), Marsà 20), Alcantar (19) e Nazinho 19); Renato Veiga (19), Dário Essugo (17), Diogo Abreu (19) e Mateus Fernandes (18); Rodrigo Ribeiro (17) e Afonso Moreira (17)

Chermitti (18) tem estado lesionado, e entre os restantes que estão a ser utilizados na B e na C (os sub23), esquecendo os escalões mais abaixo, ainda existem vários de grande qualidade.

 

Costumo dizer que em 2013 tivemos a nossa melhor equipa B de sempre, orientada por Dominguez/Oceano, com Arias, Dier, Ilori, João Mário, Bruma, Esgaio e outros, a lutar pelos lugares cimeiros da 2.ª Liga. Pois esta se calhar não fica atrás e tem ainda mais quantidade de qualidade. 

Mas se formos à equipa A encontrar jogadores de idade semelhante temos ainda o Fatawu(18), Sotiris(20), Inácio(21) e Ugarte(21). E emprestados para crescer e muito provavelmente voltarem melhores do que foram temos ainda Gonçalo Esteves(18), Eduardo Quaresma(20) e Tiago Tomás (20).

 

Concluindo, o futuro do futebol do Sporting está a ser muito bem preparado, e Rúben Amorim tem tido um papel fundamental nesse aspecto. Muitas horas gastou a trabalhar estes e outros jovens nos treinos da equipa A.

Já quanto ao presente, pelas razões que tenho vindo a referir, não posso concordar e corremos o risco de queimar alguns destes na pressa de apagar incêndios causados pelas lesões/castigos/erros dos mais velhos e pela falta dos reforços que não vieram. Sotiris parece que já ficou chamuscado, Ugarte alguns já acham que é um cepo qualquer que por ali anda e que não faz esquecer Palhinha. Para esses, excelentes mesmo são aqueles que já saíram, mesmo que estejam a aquecer o banco dos clubes respectivos, como Luís Maximiano.

Aproveito para lembrar que mais logo pelas 19h vamos ter o Belenenses-Sporting B no estádio do Restelo. O tempo não convida nada a ir, a equipa entrará desfalcada dum ou doutro convocado para amanhã, e existe o clássico na TV pouco depois, mas vale a pena deitar o olho.

SL

Nuno Januário

Ontem o Caldas pôs o Benfica em sentido. Sem temor reverencial de qualquer espécie, deu luta à equipa que segue no comando do campeonato: o jogo na cidade termal terminou 1-1 aos 90', seguindo-se meia hora de prolongamento que deixou tudo na mesma.

Só nos penáltis os encarnados conseguiram enfim superar a briosa turma da Liga 3. Que tem futebolistas de muito mérito - do guarda-redes Wilson ao avançado João Rodrigues, mais conhecido por Tarzan, passando pelo médio João Silva.

Outro jogador com desempenho que fixei: o ala direito Nuno Januário. Informei-me mais sobre ele: tem 26 anos, mede 1,76m e fez parte da formação no Sporting.

Não engana: traz selo de qualidade. O selo de Alcochete.

Aposta na formação

Anteontem o mestre Aurélio Pereira pôde comemorar os seus 75 anos de vida e foi mais que justamente homenageado. Trata-se duma figura incontornável quando se quer fazer a história da formação no futebol do Sporting: descobriu e projectou jovens que foram muito longe no futebol profissional, a começar por aquele que é um dos melhores futebolistas de todos os tempos, o nosso Cristiano Ronaldo.

Também os principais jornais desportivos aproveitaram a oportunidade para o entrevistar. Quando questionado em "A Bola" sobre o actual momento do Sporting, saíram dele as seguintes frases:

Sobre Rúben Amorim: "Não tem vergonha de lançar jovens. Devolveu-nos a alegria dos campeonatos e o Sporting sente orgulho no treinador que tem. Falo com ele com frequência e não gostaria de o ver sair um dia do clube."

Sobre Frederico Varandas: "Tenho de estar orgulhoso por todo o trabalho que tem feito. No futebol profissional e formação, o investimento na Academia tinha de ser feito para não fugirmos dos nossos adversários. Isso é saber gerir."

 

Este início de época tem demonstrado que todo o investimento em termos de infraestruturas e capital humano em Alcochete está a conseguir recolocar o Sporting no topo da formação em Portugal. Enquanto nos anos anteriores o Benfica passeava a sua superioridade nos diferentes escalões, agora as nossas equipas de iniciados, juvenis e juniores estão no topo das séries e campeonatos respectivos e somam vitórias (e até goleadas) contra o rival.

A equipa B, libertada do lastro duma geração que ganhou campeonatos mas estagnou na sua evolução, voltou a ser uma unidade de preparação de talento para a equipa A. Qualquer deles poderá amanhã entrar em campo no onze inicial, como aconteceu com Marsà. Se me perguntarem qual será o seguinte vou ter dificuldade em responder.

Nessa equipa temos talento recrutado externamente com 18-19 anos, como Diogo Abreu, Alcantar e Marsà, e outro nado e criado em Alcochete, como Callai, Essugo e Chermiti. Treinam muitas vezes com a A, competem numa Liga 3 muito mais exigente do que possa parecer e que, juntamente com os jogos da Youth League, lhes dá o "calo" necessário para triunfarem.

 

Quem conhece minimamente o que se passa nas modalidades, verifica que esta aposta na formação acontece transversalmente a todo o universo desportivo do Sporting, com as especificidades inerentes a cada uma, quer em termos de exigências competitivas quer em termos de especificidades regionais em termos de captação e formação. 

Sempre encontramos plantéis curtos e com muitos anos de casa suportados pela formação, e recrutando com conta, peso e medida.

A continuidade desta política é essencial para o futuro do clube e da sua SAD. Estarei sempre na luta contra autocarros anuais de reforços que pouco tempo depois se traduzem em muito entulho para despachar. 

 

PS: Apostar na formação também implica defender sem reservas, e ter uma tolerância bem superior relativamente a quem vem de fora para com um jogador nado e criado em Alcochete chamado Ricardo Esgaio. Para alguns parece que os únicos jovens de Alcochete que prestam são os que já sairam, de Demiral a Domingos Duarte, mas os que lá estão agora, como Inácio, Marsà e Alcantar, em nada são inferiores ao que eles eram com a mesma idade.

SL

É bom saber

image.jpg

image (1).jpg

 

Sigo sempre com atenção o percurso profissional dos futebolistas formados na Academia de Alcochete mesmo quando já se encontram longe do Sporting - longe do ponto de vista físico, não necessariamente do coração.

Por isso, é com satisfação que venho registando os bons desempenhos de dois jogadores que já foram nossos: Francisco Geraldes, considerado o melhor em campo no recentíssimo Estoril-FC Porto (1-1), e Iuri Medeiros, em alta agora no Braga, que tem vindo a ser grande atracção desta Liga 2022/2023 - os únicos pontos perdidos até agora foram com o Sporting, na jornada de abertura.

Desejo as maiores felicidades a ambos, porque merecem. Excepto quando defrontarem a nossa equipa, o que aliás já aconteceu neste campeonato - com vitória leonina no Estoril e empate na Pedreira.

Gostava de saber se os nossos leitores fazem como eu, acompanhando com interesse o percurso pós-Sporting daqueles que formamos. Tenho a convicção de que não serei o único.

Aposta na formação - Equipa B

iisa5369.jpg

Ontem em Alcochete o Sporting B derrotou o Alverca por 1-0 na 3ª jornada da Liga 3, Série B, depois de duas derrotas pelo mesmo resultado (2-3) nas jornadas anteriores.

Foi o primeiro jogo que pude ver de princípio ao fim, e comparar com aquele de 14 de Agosto do ano passado em Massamá, que terminou com empate 1-1, onde estive e que aqui comentei.

Nesse jogo, o Sporting B alinhou com (estão riscados os que entretanto foram dispensados):

André Paulo (24); Hevertton Santos (20), Chico Lamba(18), João Goulart (21), Gonçalo Costa (21); Edu Pinheiro (23)[C], Dário Essugo (16), Geny Catamo (20); Bernardo Sousa (21), Joelson Fernandes (18) e Paulo Agostinho (18).

Entraram depois Rafael Fernandes (19), João Daniel(19), Lucas Dias (18), e Tiago Rodrigues (20).

Neste jogo, o Sporting B alinhou com (Dário Essugo e Rodrigo Ribeiro estiveram com a A no Estoril):

Diogo Pinto(18); Diogo Travassos(18), José Marsà(20)[C], Jesus Alcantar(19) e Flávio Nazinho(19); Renato Veiga(19), Diogo Abreu(19) e Mateus Fernandes(18); Vando Félix(19), Francisco Canário(19) e Afonso Moreira(17).

Entraram depois Gilberto Batista(18), Samuel Justo(18), André Gonçalves(19) e Diogo Cabral(19)

Se o treinador é o mesmo da época passada, Filipe Çelikkaya, a renovação da equipa foi substancial. Nenhum dos que "pisaram" no estádio do Real Massamá "pisou" ontem em Alcochete.

 

Se no encontro da época passada o futebol apresentado foi bastante pobre, unicamente Dário Essugo dava indicações de poder vir a ser alguém no Sporting, ontem foi tudo radicalmente diferente.

Um guarda-redes seguro e com presença entre os postes, Diogo Pinto, dois excelentes defesas centrais, muito em especial o mexicano Alcantar, mas Marsà sempre impecável, dois defesas laterais confiantes e assertivos, Nazinho e Travassos, um Renato Veiga com maior rotação do que no ano passado à frente da defesa, um Diogo Abreu patrão que enviou um tiraço à barra num livre directo (pena que não tenha ainda pernas para os 90  minutos), um Mateus Fernandes esgravulha e desequilibrador, um Vando Félix intuitivo e trabalhador, um Canário com alguma falta de físico para a função mas sempre à procura da sorte e um extremo Afonso Moreira que deixou água na boca: pensa depressa, executa melhor.

Todos formaram um 4-3-3 homogéneo, que praticou bom futebol e dominou completamente o encontro, remetendo um Alverca com média de idades muito superior a uma defesa porfiada e a procurar a sorte em cavalgadas individuais.

Ficou na retina um livre muito bem trabalhado que culminou num remate de cabeça de Renato Veiga à trave.

Penso que é este treinador e uma boa parte desta equipa (sem 2 ou 3 dos mais velhos) que irão disputar a Youth League da Champions, a começar pela visita ao E. Frankfurt. E a jogar assim irão longe.

Fica aqui o convite para não perderem a transmissão do encontro, com certeza vai valer a pena.

 

PS: Entretanto iniciados, juvenis e juniores vão bem e recomendam-se, os (ditos) sub23 continuam a ser o parente pobre da formação em termos de resultados, é mais um espaço de treino de juvenis e juniores para permitir equilíbrio de utilização e diversificação de experiências competitivas que outra coisa. A seguir vem o tal gap há muito evidente. Entre estes que ainda não chegaram aos 20 anos (com excepção do Marsà) e os que não chegaram aos 23 quase ninguém formado em Alcochete conseguiu afirmar-se no plantel sénior do Sporting. 

SL

Tenham paciência

Não admito que no plantel leonino em 2022/2023 haja menos jogadores da nossa formação do que o equivalente a isso nos plantéis dos dois principais rivais.

É tema sobre o qual escrevo aqui há mais de dez anos, sempre em defesa de quem passa pela Academia de Alcochete.

Tenham paciência, mas não irei mudar de posição. Este é um princípio de que não abdico. Seja quem for o presidente, seja quem for o treinador.

Aposta na formação

A cerimónia de comemoração dos 20 anos da Academia de Alcochete deixou claro nas intervenções realizadas e nos projectos de desenvolvimento apresentados que, depois dum período de estagnação e de completa ultrapassagem pelo Seixal marcado pelo desleixo e falta de visão estratégica, o Sporting regressou ao projecto inicial centrado no jogador imaginado pelo mestre Aurélio Pereira.

E se a Academia de Alcochete, bem como o Pólo da EUL, são fundamentais na aposta firme e sustentada do Sporting na formação, o treinador principal não deixa de ser uma peça fundamental nessa aposta também.

Curiosamente a relação entre Aurélio Pereira e Rúben Amorim vem de longe. Já em 1998 o teria convidado a vir treinar ao Sporting, depois a coisa não se concretizou, se calhar por isso deve ser com grande orgulho que disse agora: "Há uma estratégia da administração e o treinador é funcionário do clube, tem de responder a essa chamada. Rúben Amorim é um rapaz que se interessa pela formação, muito acessível. Sai do treino dos seniores e vem logo direito aqui aos campos para ver o que se passa. Está sempre atento."

Outra peça essencial na aposta é o recrutamento. Na Academia não podem existir lugares cativos, a sua porta tem de estar permanente aberta ao talento nacional e internacional, dentro dum quadro de integração e respeito pelos valores do clube. Foi assim e terá de ser assim que jogadores como Nani, Palhinha, Jovane ou Matheus Nunes se formaram no Sporting, cada um chegando na idade que chegou e integrando-se da melhor forma com quem lá estava desde tenra idade.

Neste momento existem por lá, além de africanos das ex-colónias, dois ou três noruegueses, mas se calhar faria sentido haver mais talento estrangeiro do tipo Plata, Duscher ou Ugarte, dentro dos condicionalismos FIFA existentes. Para isso é necessário um scouting eficaz. Para descobrir Catena ou Marsà não é preciso grande scouting.

Por último, não podia deixar de falar da equipa B, que mais uma vez vai ser completamente remodelada e ainda mais jovem que a anterior. Ao contrário do que eu gostaria, a B vai continuar a não ter nem plantel nem estatuto próprio de acordo com a responsabilidade de defender o clube nas ligas profissionais. Prevejo que vá mais uma vez ter dificuldades para se manter na Liga 3.

Era um debate que gostava de ver feito, se faz sentido continuarmos assim ou apostarmos (e gastarmos) para ter a equipa a bater-se com os rivais na Liga 2.

SL

Nuno Mendes, João Mário, Nani

20 anos de Academia: os dez que mais renderam

image.jpg


Em vinte anos de funcionamento da Academia de Alcochete, foram estes os dez jogadores integralmente ali formados que mais renderam ao Sporting:

 

NUNO MENDES: 47 milhões de euros (2022, ao PSG)

JOÃO MÁRIO: 40 milhões de euros (2016, ao Inter)

NANI: 25,5 milhões de euros (2007, ao Manchester United)

GELSON MARTINS: 22 milhões de euros (2018, ao Atlético Madrid)

ADRIEN: 20,5 milhões de euros (2017, ao Leicester)

RUI PATRÍCIO: 18 milhões de euros (2018, ao Wolverhampton)

WILLIAM CARVALHO: 16 milhões de euros (2018, ao Bétis)

RÚBEN SEMEDO: 14 milhões de euros (2017, ao Villarreal)

BRUMA: 13 milhões de euros (2013, ao Galatasaray)

THIERRY: 12 milhões de euros (2019, ao Valência)

 

Infelizmente, alguns outros futebolistas que formámos saíram com lucro zero para o Sporting. Aconteceu com Carlos Mané, Silvestre Varela e Wilson Eduardo, por exemplo.

Enquanto outros deixaram o Sporting rendendo abaixo de um milhão de euros. Como Daniel Carriço, que saiu em 2012 por 750 mil euros para o Reading, de Inglaterra. Já no Sevilha, viria a sagrar-se triplo vencedor da Liga Europa.

 

Valores que constam de um excelente trabalho de oito páginas sobre os 20 anos da Academia leonina ontem inserido no jornal A Bola. Trabalho assinado pelo jornalista Miguel Mendes, que aproveito para felicitar. É raro ver peças deste fôlego - com informação, contextualização e memória - na nossa imprensa desportiva.

Aposta na formação

15062022cs2.jpg

A duas jornadas do fim o Sporting conquistou o título nacional de sub17, o seu 14.º título no escalão.

A campanha demolidora desta equipa do Sporting na fase final do campeonato foi ainda mais relevante quando sabemos que os jogadores mais destacados da categoria andavam a competir em patamares avançados, casos de Dário Essugo e Rodrigo Ribeiro.

Diz quem conhece melhor do que eu que estamos na presença da melhor fornada de Alcochete desde a de João Mário/Esgaio/Bruma. 

E no escalão abaixo dos sub15 estamos prestes a conquistar também o título nacional.

Ganhar títulos nas camadas de formação só por si não chega, é um instrumento para atingir um fim. E o fim é formar jogadores para a equipa A. 

E a verdade é que dos campeões nacionais de sub17 e sub19 de 2015/2016 muito poucos alinharam pela equipa A e apenas um, Daniel Bragança, lá continua. Depois tivemos três ou quatro que quiseram sair e lançar a carreira noutro lado, incluindo um fugitivo Rafael Leão. O que mais houve foi jovens que desperdiçaram o seu talento, passando ao lado duma carreira de sucesso. Se calhar os dois títulos mascararam muita coisa.

Formar jogadores não é apenas ensinar futebol e treinar gestos técnicos, é formar pessoas, entrar na cabeça deles para os alinhar nas exigências do futebol profissional, no espírito de equipa e no respeito pela camisola e pelos valores do clube. Para que depois não possa alguém do Sporting vir dizer que "Estamos a fazer um exame de consciência, porque de certeza absoluta que formámos um grande jogador mas não conseguimos formar uma pessoa com carácter", como disse em tempos Manolo Vidal sobre Simão Sabrosa.

Para essa formação, além do suporte multidisciplinar que existe na academia, e de muita sessão de formação comportamental e de atitude, são precisas também muitas derrotas à chuva e ao frio em campos esburacados, castigados por árbitros incompetentes ou pior do que isso, como acontece com a equipa B.

Nas derrotas aprende-se tanto ou mais do que com as vitórias. Aliás esta equipa sub17 perdeu os dois jogos com o Benfica na primeira fase da competição. 

E não há formação que resista à falta de boa matéria-prima. O cuidado com o recrutamento é fundamental. Estes sub17 e sub15 não chegaram ontem ao Sporting, é importante que os mais dotados, os mais talentosos, escolham o Sporting. Para isso todos os detalhes são importantes, dos técnicos aos ginásios, dos relvados aos colchões.

PS: A esta hora a equipa sub15 do Sporting já é também campeã nacional da categoria, batendo em casa o Vitória de Guimarães por um expressivo 6-0. Parabéns a todos.

ini10_2.jpg

SL

Filipe Çelikkaya

Resultado de imagem para filipe celikkaya

Aqui mais abaixo o Pedro Correia promoveu e muito bem uma homenagem a Mariana Cabral, uma treinadora que veio dos escalões de formação para no primeiro ano como treinadora principal ganhar duas taças. Venho agora chamar a atenção para um treinador que também veio dos escalões de formação, que não ganhou nada em dois anos e se prepara para nada ganhar no próximo pelos motivos que abaixo indico, mas que tem cumprido muito bem a missão que lhe confiaram. E que, em termos humanos e profissonais, me parece ter muito em comum com a Mariana.

 

Passou hoje na Sporting TV, pelas 13h, uma extensa entrevista com o Filipe onde ele explicou muito bem o projecto de formação do Sporting, coordenado por Thomaz Morais, orientado ao abastecimento regular de jovens à equipa A, que não apenas se distingam pelos seus dotes técnicos mas demonstrem a maior inteligência emocional e saibam integrar-se e projectar-se ao mais alto nível no futebol profissional. Coisa que, como sabemos, faltou a muitos que passaram por Alcochete: uns perderam-se nos seus vícios, outros desertaram à primeira oportunidade e cuspiram na sopa que comeram. Alguns, como Simão Sabrosa, ainda hoje falam do clube com o maior desprezo.

E a verdade é que os produtos mais recentes dessa estratégia - por exemplo Diego Callai, Dário Essugo e Rodrigo Ribeiro, na sequência das apostas em Gonçalo Inácio, Tiago Tomás e Nuno Mendes - parecem realmente demonstrar a justeza da estratégia seguida. E se no escalão 18-21 anos temos de facto poucos jovens de grande nível, já nos 14-17, e aí está a campanha da selecção dos sub17 para o demonstrar, estamos bem apetrechados.

Como o Filipe explicou, em Alcochete os jovens são formados numa perspectiva 360º, com psicólogos, nutricionistas, especialistas em desempenho físico, monitorização e análises individuais constantes de desempenho, desafios em diferentes ambientes de competição, exigência de superação no treino interno e no jogo contra adversários (e árbitros) "mauzinhos" e complicados, elevado número de minutos de jogo durante a temporada. Dário Essugo deve ter tido uma carga competitiva durante a temporada três ou quatro vezes superior ao que teria há uns anos no seu escalão etário de juvenil, não falando dos cartões amarelos e vermelhos que encaixou.

 

A meu ver faltou na entrevista abordar as questões que tenho vindo aqui a colocar, nomeadamente, porque havendo sub23 não está a B mais próxima da A em termos de  sistema táctico e plantel, e porque não é feita uma aposta séria na subida da B à 2.ª Liga.

Pelo contrário, parece que a ideia é baixar mais uma vez a idade do plantel da B para enquadrar e desenvolver aqueles que se destacaram nesta temporada na Youth League, hipotecando desde logo as ambições de subida.

Foi mais um excelente trabalho da Sporting TV, instrumento extraordinariamente importante no relacionamento do clube com sócios e adeptos. Ainda ontem vi um trabalho magnífico sobre Hector "Chirola" Yazalde, com intervenções da viúva, "Camizé", do enorme treinador Mário Lino, do grande defesa esquerdo de então Carlos Pereira e do "9" suplente, o Dé "Aranha", que me trouxe lágrimas aos olhos. Acho que muitos sócios e adeptos ainda não perceberam bem a qualidade actual do canal que tem à sua disposição.

SL

Aposta na formação

No passado dia 13 de Abril, defrontaram-se em Alcochete as equipas sub19 de Sporting e Benfica na luta pela conquista da Youth League. O resultado foi 0-4 favorável aos rivais, que haveriam de conquistar a final por goleada frente ao Red Bull Strasburgo.

Há três ou quatro anos o Porto ganhou também essa competição. Neste momento Diogo Costa, Fábio Vieira, João Mário e Vitinha são titulares da equipa A do Porto.

Além dessa equipa, o Benfica conta com uma equipa B na metade superior da 2.ª Liga, e já conseguiu colocar dois jovens, Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos, como titulares da equipa principal. 

Então só mesmo por ganância, incompetência ou desleixo (com Rui Costa nunca se sabe) é que o Benfica daqui a um par de anos não vai ter uma óptima equipa alicerçada na formação. Mas isso é problema deles.

O nosso problema é que... não conseguimos competir com eles nos 18-21 anos.  A nossa equipa B acabou em penúltimo lutar na luta pela manutenção na 3.ª Liga. Em 2013, com Oceano e Manuel Fernandes, tínhamos a melhor equipa B de sempre, a lutar pelas posições cimeiras, com jogadores como Eric Dier, Santiago Arias, Bruma, João Mário, Esgaio, Ilori, Mica Pinto e alguns outros que não faço ideia onde param.

Mas se olharmos para os escalões anteriores em termos etários, nos últimos dérbis ganhamos ao Benfica por 4-1 em sub15, 2-1 em sub16 e 3-1 em sub17. E neste fim de semana ganhámos 4-0 no Porto em sub17 também. E em sub19 também conseguimos 2-2 no Seixal contra uma equipa que contou com metade daqueles que ganharam a Youth League.

Então onde está o problema? Os treinadores deles dos sub19 e acima são bestiais e os nossos umas bestas, mas dos sub17 para baixo é o contrário? O modelo de formação deles é bom e o nosso não presta?

No meu entender existe um fosso ou um cratera de qualidade, o que queiram chamar-lhe, no escalão etário 18-21 na formação de Alcochete relativamente ao Seixal que apenas o tempo irá resolver. Muito Amorim tem andado à pesca em Alcochete, mas as trutas contam-se pelos dedos duma mão.

E existe porque há uns anos o Seixal ultrapassou completamente Alcochete, no recrutamento, nas infraestruturas, nos recursos técnicos. E fez isso com alguns que aprenderam e se projectaram em Alcochete, como Pedro Mil Homens. Houve até quem se baldasse aos investimentos e quisesse deslocalizar a academia.

Felizmente alguma coisa mudou no bom sentido, como os resultados dos mais novos demonstram. E com certeza não foram só os colchões. 

Felismente também o Sporting está a conseguir trazer para Alvalade talentos como Gonçalo Esteves, Tomás Cruz, Diogo Abreu, Marsá, Fatawu ou Ugarte, para obviar a esse fosso.

Mas falta uma coisa que julgo muito importante. Devolver a equipa B à 2.ª Liga, tornando-a um espaço exigente de desenvolvimento de jogadores para entrada directa na primeira equipa.

SL

 

A formação

Os meninos do pólo EUL (sub 12) disputaram ontem a final do Trophee des Etoiles, em Montpellier, tendo infelizmente sido derrotados, ficando pelo 2° lugar.

Neste torneio, que juntou mais de 60 equipas, participaram também os jovens da formação do FCP  que alcançaram o 5° lugar, e do SLB, que se ficaram pelo 18° lugar.

Parabéns aos jovens atletas do Sporting Clube de Portugal!

Aposta na formação

Dizia eu num dos últimos posts que fiz sobre este tema fundamental para o futuro do Sporting que:

"Se na próxima semana, no mesmo dia e à mesma hora, se jogassem cinco dérbis (iniciados, juvenis, juniores, sub23, B), poderia até acontecer que o Benfica ganhasse os cinco, porque tem muito mais quantidade e qualidade. 

Então o Sporting só tem que sprintar para recuperar o atraso. Nas infraestruturas, no recrutamento, no modelo de formação centrado no jogador também partilhado pelo Benfica, na qualidade dos treinadores."

Ontem em Alcochete tivemos uma demonstração clara disso mesmo, num confronto entre os melhores sub19 dum lado e doutro, sendo que do lado do Sporting esteve em campo praticamente a nossa equipa B, embora orientada pelo treinador dos sub23, portanto uma equipa necessariamente rotinada e que à partida discutiria o resultado.

Para quem não viu o jogo vai supor que aconteceu uma avalancha de futebol ofensivo do Benfica que esmagou o adversário. Mas o que aconteceu foi um bando de jogadores a fazer por atacar sem saber bem como e ser castigado nas transições por uma equipa focalizada, competente e com muito bons executantes. E foi cada tiro cada melro. O lance da expulsão do Chico Lamba foi o melhor exemplo do desnorte da equipa, que acusou o peso da responsabilidade do encontro, em casa cheia com presidente, Amorim e mestre Aurélio Pereira, e pareceu o saudoso Fernando Mamede num daqueles momentos que alguns recordarão.

 

E agora? Agora há que não mandar o menino para a pia com a água suja do banho.

Para mim o modelo de formação, basicamente idêntico ao do Benfica, está correcto, mas a sua implementação exige tempo, fartura de qualidade e competência do corpo técnico, que tem de actuar mais como "seleccionadores" do que como "treinadores".  

Tempo para sedimentar o projecto (quantos anos já leva o Benfica deste modelo?), ultrapassar o gap de qualidade actualmente existente nos 19-23 anos e ultrapassar alguns erros de casting que por ali andam, tanto em termos de treinadores como de jogadores.

Fartura de qualidade implica melhorar o recrutamento em todos os níveis etários, e para isso é preciso investir. Como estamos a fazer nos 17-19 anos mas isso só não chega. 

Qualidade do corpo técnico, mais do que despedir quem perde, saírem os Filipes para entrarem os Luíses, penso que é preciso vir alguém de referência tomar conta da equipa B, promovê-la à 2.ª Liga e ajustar todo o edifício técnico da formação a partir daí. Alguém bem articulado com o treinador principal mas com estatuto próprio dentro de Alcochete. Coisa que os actuais técnicos da B e sub23 não dão mostras de possuir.

 

Mas isso é "a água do banho".

O "menino" é a chegada que alguns dos jovens estão a ter à equipa principal e o rendimento que demonstram em campo nesse contexto. E um treinador principal com olho para detectar talento nos diferentes escalões etários. 

Porque o objectivo primeiro da formação é mesmo este. Formar jogadores para a equipa principal. Quantos do Benfica que estiveram lá ontem vão chegar à primeira equipa? Do Sporting já chegaram quatro e lá vão estar pelo menos na próxima pré-época.

Concluindo e repetindo o que tenho dito, no que respeita à formação "moderna" houve uma fase com Alcochete e Aurélio Pereira: o Sporting esteve na frente. O Benfica investiu forte e com o Seixal e profissionais que tinham passado por Alcochete conquistou a liderança. O Sporting reconheceu isso e tenta reconquistar essa liderança. Mas não está nada fácil: destruir é num instante, construir leva tempo. 

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

Siga o blog por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D