De mais uma derrota. Já sofremos onze nesta temporada, para várias competições. Mas esta doeu de modo muito especial: perdemos (1-2) em casa, contra o FC Porto. Pela terceira vez na época em curso. Após a derrota no Dragão, na primeira volta (0-3), e a final da Taça da Liga perdida em Leiria (0-2). Balanço vergonhoso: sete golos sofridos nestas três partidas, apenas um marcado.
Da segunda parte. Após o intervalo, em que se mantinha o empate a zero, a nossa equipa regressou irreconhecível do balneário. Alguns jogadores pareciam arrastar-se em campo, outros mal cumpriam os mínimos. Até alguns a quem é impossível negar competência falharam de modo inaceitável. Ugarte, num corte defeituoso, acabou por "assistir" Uribe no golo inicial dos portistas. Gonçalo Inácio, estranhamente passivo, tem culpas em qualquer dos golos - o segundo surgiu por Pepê aos 90'+5, num contra-ataque rápido. E só registámos um remate entre os 46' e os 90'.
Das substituições. Inexplicável, a forma como Rúben Amorim foi mexendo na equipa. Em vez de a melhorar globalmente, conseguiu embrulhar ainda mais o nosso jogo. As trocas de Trincão por Paulinho (34'), Fatawu por Nuno Santos (46'), Bellérin por Esgaio (55'), Esgaio por Arthur (71') e Matheus Reis por Diomande (71') transmitiram uma sensação de improviso com um toque de caótico. Só alas direitos, tivemos três: Bellerín, Esgaio e Arthur. A equipa melhorou? Nem por isso. Como o resultado confirma.
De Trincão. Custa entender por que motivo este jogador - que peca por notória falta de intensidade - foi aposta do treinador para integrar o onze titular num clássico de alta voltagem. Grosseiro erro de avaliação que se tornou ainda mais evidente quando, após primoroso cruzamento de Bellérin, o ex-Braga, em zona frontal na área, correspondeu com um autêntico passe ao guarda-redes. A cada jornada vai perdendo oportunidades de mostrar que merece integrar a equipa principal do Sporting.
De Paulinho. Foi o substituto ideal de Trincão - no sentido em que exibiu tanta mediocridade como o colega. Nem um remate à baliza, nem uma tentativa de aproximação ao golo, nem um esboço de assistência. Deu nas vistas só numa ocasião: ao sentir um toque no peito caiu ao chão agarrado à cara, confirmando ter pouca vocação para o teatro. Passou por completo ao lado do jogo. Sem surpresa.
De Esgaio. Substituiu o espanhol Bellerín, que estava a cumprir no essencial. Com ele em campo, voltámos a sentir o problema do costume: falta de criatividade ofensiva, nem um passe de ruptura, desposicionamento em manobra defensiva forçando o central direito a acorrer às dobras. O lance do golo inicial do FCP começa com um mau alívio seu. Permaneceu só 16' em campo. No final, o treinador pediu-lhe publicamente desculpa, algo que faz pouco ou nenhum sentido.
Das quatro oportunidades de golo perdidas na primeira parte. Pressionámos bem, criámos desequilíbrios, encostámos a equipa adversária ao seu reduto defensivo. Mas, como quase sempre, pecámos na finalização. Edwards a rasar o poste, Trincão anulando o remate, Chermiti em posição frontal permitindo o corte de Marcano e novamente Edwards, na conversão dum livre directo, vendo-lhe o golo ser negado num voo espectacular de Diogo Costa. Não se pode desperdiçar tanto.
De termos dito adeus à entrada directa na Liga dos Campeões. Tarefa quase impossível, agora com o Benfica 15 pontos à nossa frente e o FC Porto 10 pontos acima de nós. E atenção ao Braga, que já segue com mais 8 pontos, tornando até muito difícil a nossa presença no play off da liga milionária. Convém entretanto reparar no Vitória, agora só com menos cinco pontos. O quarto lugar na Liga 2022/2023 está longe de garantido.
Da debandada geral no estádio. Mal o FCP marcou o segundo, milhares de adeptos levantaram-se de imediato, encaminhando-se para as portas de saída. Não foi bonito, mas é compreensível. Já tinham sofrido imenso, não sobrava paciência para mais.
Gostei
De Chermiti. O melhor dos nossos. Com apenas 18 anos, marcou o solitário golo leonino - estavam decorridos 90'+7, correspondendo da melhor maneira ao único cruzamento bem medido de Arthur. Já tinha sido dele a única oportunidade de golo do Sporting no tempo regulamentar da segunda parte (87') e chegou até a metê-la lá dentro pouco depois (90'), embora em fora-de-jogo. O mais novo e provavelmente menos bem pago do plantel, neste seu terceiro jogo no campeonato, mostrou a Paulinho, um dos mais experientes e bem pagos, como deve funcionar um avançado. Merecia um desfecho diferente.
De Fatawu. Outro jogador com idade de júnior. Lançado como ala esquerdo titular, após nem ter sido convocado para a partida anterior, deu boa conta do recado: veloz, acutilante, desequilibrador. Enfrentou com sucesso João Mário no seu corredor. Ficou por esclarecer por que motivo ficou no balneário ao intervalo, dando lugar ao apagado Nuno Santos. Será convocado para o próximo jogo ou volta a ser remetido para a equipa B, já impossibilitada de subir à Liga 2?
De Bellerín. À segunda, estreou-se a titular. Como lateral direito. Não ousou grande incursões no seu corredor, pois tinha o veloz Galeno pela frente. Mas cumpriu no essencial. Corte exemplar, precisamente num lance protagonizado pelo ex-Braga, aos 48'. Deu nas vistas numa acção ofensiva em que fez o mais difícil, oferecendo de bandeja um golo a Trincão, que por sua vez desperdiçou o mais fácil: metê-la lá dentro.
De ter havido 39.520 espectadores em Alvalade. Prova de confiança dos adeptos na equipa inteiramente defraudada pela péssima exibição da segunda parte e pela derrota contra a equipa dirigida por Sérgio Conceição. Há cinco jogos consecutivos que não conseguimos vencê-la.
Acredito que Rúben Amorim vá dormir muito mal esta noite.
Pelo resultado do jogo, por mais uma derrota com Pedro Gonçalves no meio-campo (um dia destes faço a estatística), pela falta de sorte em momentos decisivos, pelo desempenho medíocre na segunda parte, mas talvez essencialmente porque alguns a quem ele tem dado tudo lhe viraram as costas. E aos Sportinguistas, pelo menos àqueles que sempre os protegeram, também.
Hoje cheguei ao meu lugar no estádio com a equipa a entrar em campo para o aquecimento, sem Paulinho nem Morita, com Fatawu e Chermiti. Achei estranho, depois olhei para os suplentes e disse cá para comigo que se o onze era bem estranho, pelo menos tínhamos o melhor banco de sempre da era Amorim.
Mesmo com a substituição dum Trincão ausente em parte incerta aos 30 minutos, chegámos ao intervalo com quatro oportunidades de golo contra duas do Porto, todas bem trabalhadas a pedir melhor sorte.
Veio a segunda parte, Esgaio e Nuno Santos juntaram-se a Paulinho e a equipa afundou-se irremediavelmente. Claro que os golos adversários resultaram de assistências involuntárias de jogadores nossos, tivemos um golo anulado por poucos centímetros, mas a verdade é que o nosso futebol dessa parte foi mesmo deprimente. Ainda entraram Diomande e Arthur, e depois de muito passe falhado na ala direita entre Edwards e esses dois lá surgiu um centro bem feito e o golo do Chermiti.
Melhor em campo? Ugarte, apesar da assistência involuntária para o primeiro golo do adversário. Dá tudo dentro do campo e desta vez sem qualquer motivo para um amarelo limitador. Depois dele Chermiti, Fatawu (que na B joga como extremo do lado contrário, ou o rapaz é mesmo um génio, ou alguém está a ser outra coisa), Bellerín, Inácio e Matheus Reis. Diomande tem mesmo boa pinta, vamos ver como evolui.
Coates não está bem, melhor do que ninguem ele saberá o que se passa. Se calhar precisava de parar para se recuperar fisicamente.
E agora? Agora seguimos no 4.º lugar da Liga, com muitos pontos para recuperar para o terceiro. Na quinta-feira temos a eliminatória da Liga Europa. Mas também temos a equipa B a disputar a Liga 3, se calhar faria sentido repensar os plantéis, porque para jogar assim é preferível apostar definitivamente nos putos. Até temos lá um médio bem melhor que um Pedro Gonçalves fora da sua zona de excelência, assim se aposte nele como se apostou e bem em Chermiti.
E Soares Dias? Muito bem, o Pepe ia partindo o pé a Chermiti mas faz parte, a palhaçada das lesões também. O Sporting fez por perder, não teve de se aplicar.
O inegável sucesso de Pinto da Costa como presidente do FC Porto, o maior clube da cidade do Porto mas sem verdadeira implantação nacional, deve-se antes do mais à sua extrema habilidade de gerir os relacionamentos com os dois rivais de Lisboa, com chocolates para uns e facadas para outros conforme o momento e as conveniências.
João Rocha foi um presidente que nunca pactuou com tal personagem e isto custou-lhe uma guerra desgastante do futebol da qual o Sporting muito saiu a perder, mesmo quando apostou em António Oliveira e na Olivedesportos. Pinto da Costa conseguiu desviar jogadores como Alhinho, Dinis, Futre, Inácio e Eurico e só não desviou Manuel Fernandes e outros porque souberam dizer não. Jogadores fundamentais para os êxitos que teve depois. Com o abandono de João Rocha, Pinto da Costa teve via aberta para a conquista dos poderes do futebol e consequemente para o triunfo do sistema mafioso que montou, bem documentado no livro "Golpe de Estádio", e denunciado anos mais tarde por outro presidente nosso que não pactuou, Dias da Cunha.
Cerca de década e meia depois, com campeonatos e títulos perdidos por roubos arbitrais no entretanto, Bruno de Carvalho foi um presidente que depois de insultado nas bancadas do pavilhão pelo seu vice-presidente teve palavras bem duras para com Pinto da Costa, mas terminou de braço dado com ele, descobriu ali um grande amigo.
Já Frederico Varandas teve as palavras que conhecemos, depois de o Sporting ter sido roubado por João Pinheiro no relvado do Dragão e antes dele mesmo ter sido roubado nas garagens do estádio.
Pinto da Costa está a terminar os seus dias como presidente do FC Porto, mas o sistema mafioso que montou com Reinaldo Teles continua bem oleado e extremamente eficaz. Esse sistema tem como base o controlo absoluto da arbitragem, premiando uns e castigando outros, nas classificações, nas promoções e na sua vida privada.
Amanhã vamos defrontar o FC Porto em Alvalade num jogo que tem como árbitro o expoente máximo desse controlo, o árbitro mais azul de todos, visitado em tempos pelos SuperDragões, e com uma pastelaria para proteger dos mesmos.
Esse sistema bem denunciado por outro presidente nosso que não pactuou, Dias da Cunha, só terá fim quando Sporting e Benfica se unirem na luta para o derrubar, em vez de fazer o que fez Luís Filipe Vieira, ou seja, tentar montar um sistema mafioso doutra cor ao mesmo tempo que distraía o Sporting com pactos sobre o futebol.
Pelos vistos a eliminação na Taça às mãos dum árbitro de Lisboa (!) terá posto a nação benfiquista em estado de choque, incrédula como o seu "principezinho perfeito" Rui Costa foi comido de cebolada pelos APAFs azuis. Como os pontos que tem de vantagem na Liga podem não chegar para ser campeões este ano, sucedem-se as intervenções inflamadas, como estas que aqui trago:
Analisemos, uma por uma, as substituições desta final da Taça da Liga ingloriamente perdida para o FC Porto.
Para avaliarmos até que ponto há (ou não) qualidade no nosso banco.
Nuno Santos por Fatawu (55') - É verdade que o Nuno esteve longe das suas melhores exibições, muito apagado nesta final. Mas o miúdo ganês, quase sem rodagem na equipa principal e de quem ainda há pouco se dizia que seria emprestado a outro clube, limitou-se a um fogacho ou outro, como seria de esperar.
Edwards por Trincão (80') - Alguém viu o ex-Braga em campo? Eu não. Excepto num rematezinho de cabeça aos 90'+4. Bem longe do alvo, sem surpresa para ninguém. Falta de intensidade parece ser uma das características principais deste jogador.
Coates por St. Juste (80') - O holandês foi o maior responsável pela nossa passividade defensiva no golo de Marcano, que arrumou a final aos 86': o espanhol movimentou-se à vontade e atirou como quis para o lado que lhe deu mais jeito.
Morita por Tanlongo (84'): Incomparáveis. Começa mal, o recém-chegado argentino, no capítulo disciplinar. Esteve para Otávio como Wendell para Pedro Gonçalves: mereceu ir tomar duche mais cedo com vermelho directo. Teve sorte porque nem o árbitro nem o vídeo-árbitro repararam neste lance também.
Ugarte por Arthur (84'): O brasileiro que veio do Estoril vai-se revelando decepcionante jogo após jogo. Ao ponto de já não faltar quem se questione se é mesmo reforço.
O que estaria o secretário de Estado do Desporto a fazer, ao lado do velho crocodilo, na tribuna do estádio de Leiria durante a meia final A. Viseu - FC Porto?
Algum me sugeriu que estaria ali como tifoso tripeiro, uma espécie de "12.º jogador" portista. Recuso acreditar em tese tão maléfica.
Para nós, sportinguistas, o jogo mais importante desta jornada é amanhã: Sporting vs. Casa Pia.
Uma vitória sobre o Casa Pia pode colocar o Sporting no terceiro lugar (empatado com o Braga) a três pontos do segundo e atirar com o Casa Pia para o oitavo lugar, uma derrota com os gansos pode significar que seja o Sporting a terminar esta jornada em oitavo. Muita atenção, portanto.
O Casa Pia que vamos enfrentar não é bem o da imagem, em vez de cultura, será mais, usura e em vez de solidariedade, será mais, negócio.
O negócio Rafa Silva, foi-me contado assim por um casapiano: "vendemos um dos nossos melhores jogadores [ao VSC] mas o americano [Robert Platek] precisava de recuperar algum dinheiro", perguntei: "Então mas o dinheiro não vai para o clube?" "Não, o americano é que paga os jogadores mas quando vende fica com o dinheiro".
Não consigo imaginar como funciona a contabilidade do Casa Pia, como não imagino como funcionava a contabilidade do Benfica no tempo de Bibi [Vítor Santos] um pato bravo que era dono de um jogador, Roger, do plantel encarnado.
Já que estamos a falar do Benfica, vamos ver o que consegue fazer logo, fará melhor ou pior que o Brugges?
Três jogos interessantes para acompanhar este fim-de-semana:
Estádio da Pedreira, Braga; estádio da Luz, Lisboa.
Jorge Sousa, Fábio Veríssimo.
Artur Jorge vs. Sérgio Conceição; Nélson Veríssimo vs. Rúben Amorim.
Todos estes treinadores vão estar activos na próxima jornada.
Hoje interessa-me falar dessa última jornada da época de 2019/2020, um Sporting que foi impedido de ganhar ou pelo menos de empatar na Luz e um FC Porto que vencia, confortavelmente, na Pedreira, deixou o Braga virar o resultado aos 66 minutos e a partir daí, "ajudado" por Jorge Sousa, nada fez para procurar empatar o encontro.
Há atitudes que não prescrevem, a de Fábio Veríssimo, por exemplo, como escreve José Leirós: "deliberadamente de sola vai ao pé do adversário".
O Benfica devia ter jogado com dez a partir dos 20' mas isso não era interessante para a negociata que Jorge Mendes e Vieira preparavam. Em Braga cozinhava-se outro tipo de negócio, um clube que perde, deliberadamente, um jogo.
Este texto vai servir de enquadramento para aquele que preparo para amanhã; o embate entre os dois vencedores dessa jornada: Nélson Veríssimo e Artur Jorge e outras dois jogos importantes.
Depois dos três primeiros jogos da Liga dos Campeões e tendo em consideração os jogadores que podem ser chamados para o Qatar, podemos concluir.
O Sporting é primeiro no seu grupo e tem três jogadores seleccionáveis (por Portugal) com golos marcados; Trincão 2, Paulinho e Nuno Santos 1.
Benfica e Porto não são primeiros no grupo e entre ambos têm um golo marcado de penalty, João Mário, ex-produto do Seixal que jogou no Inter de Milão e quando regressou ao "glorioso" voltou a ser seleccionável.
Estamos tão habituados as más e às péssimas arbitragens dos árbitros portugueses que arbitragens, como as de ontem, passam como boas.
Vou referir-me a duas situações do jogo do Sporting.
1. O expulsão de Adán, não está sustentada em nenhuma das leis do jogo. Fora da área o guarda-redes é um jogador normal. Se fosse Gonçalo Inácio a tocar a bola com a mão, nas mesmas condições, qual seria a punição?
2. O lance da agressão de Esgaio é, obviamente, vermelho.
Agora duas situações do jogo do Porto.
1. A mão de David Carmo que não sofreu nenhuma punição disciplinar, a meu ver, bem. Lance de penalty sem amarelo sequer, Adán corta uma jogada inofensiva e vê vermelho.
2. A não repetição do penalty. Quando o jogador do clube alemão remata a bola, Pepe está, praticamente, ao lado dele. O penalty deveria ter sido repetido.
Conclusão, os árbitros estrangeiros, também, falham, embora menos. A grande diferença é que não estão, deliberadamente, do princípio ao fim do jogo a beneficiar a mesma equipa.
Amanhã às 17H45 o Sporting defronta o clube de Bernardo Tapie em Marselha e o Benfica recebe, na Luz, o clube do director Luís Campos, às 20H00.
Na quarta-feira o Porto recebe as alemães da aspirina Bayer (todos sabemos como o Porto lida bem com vitaminas e com medicamentos em geral, pode não ser um hospital mas é uma "Casagrande").
Aquilo que proponho é escreverem aqui o prognóstico para esses três jogos.
Vamos a isso.
Adenda: O Porto joga amanhã às 20H00, o Benfica depois de amanhã, também, às 20H00.
Como sempre digo, e repetirei as vezes que forem necessárias, em futebol há adversários mas não inimigos.
Daí manifestar a minha solidariedade ao treinador do FCP, Sérgio Conceição, e aos elementos da sua família que há dias viram a viatura em que seguiam danificada por um bando de covardes munidos de calhaus.
Para não variar, na conferência de imprensa destinada a antever o Boavista-Sporting, Rúben Amorim esteve impecável ao comentar o acto de violência cometido pelos tais grunhos.
Arthur Gomes e Paulinho foram verdadeiros xátrias, já O Jogo de 25 de Agosto acertou em cheio; Otávio e Diogo Costa não se mexem, bem, no caso do guarda-redes, mexeu-se por quatro vezes, foi dentro da baliza buscar a bola.
O dia (ontem) em que o FC Porto viu dois cartões vermelhos, vermelho directo para Mbemba, vermelho, por acumulação de simulações, para Taremi e o Sporting só viu um cartão amarelo (Morita) durante todo o jogo.
[não adianta dizerem que Mbemba já não é jogador do Porto, quantas vezes no Porto, fez aquilo, nem se marcava falta. Quanto a Taremi, foi Taremi, o maior fingidor do futebol mundial]
Nos últimos dias tenho lido vários comentadores aqui no blogue, quase todos anónimos, gabar o plantel portista, comparando-o favoravelmente -- entre rasgados elogios à equipa que há dois dias foi derrotada pelo Rio Ave -- aos jogadores do Sporting.
A esses e a outros, só gostaria de perguntar que titulares do FC Porto gostariam de ter no plantel leonino.
Ontem, a esta hora, era a pessoa mais infeliz do mundo.
Hoje olho para a televisão, oiço as palavras do grande Vinícius: "é melhor ser alegre que ser triste", oiço o grande mestre responder: "porque bebo whisky? bebo porque é líquido se fosse sólido eu o comia".
Sorrio, sinto-me a sambar em Vila do Conde, cidade geminada com Olinda, com Rio de Janeiro e, também, com Lobata em São Tomé e Príncipe, com Mansoa, na Guiné-Bissau, com Mindelo em Cabo Verde e com Baucau em Timor-Leste.
Rúben Amorim resumiu o jogo no Dragão - vulgo estômago leonino esmurrado - com uma verdade: o FC Porto concretizou as oportunidades que teve, o Sporting não. Mesmo que concorde que o resultado não reflecte o medir de forças entre rivais a que assistimos e apesar de considerar verdadeira a síntese do "Mister", na minha opinião a dita peca por defeito. Não resume tudo.
O Sporting - diria La Palice - sofreu golos e não os marcou devido a faltas na equipa e falhanços da mesma. A conclusão é portanto simples: faltam jogadores, uns que concretizem, outros que melhor defendam e os criativos e que carreguem a bola com capacidade para desmontar a defesa adversária (assim de repente lembro-me de um craque que há uma semana vestia a listada embelezada com o leão e hoje anda de camisola amarela lobina).
Nenhum dos sectores leoninos esteve bem no Dragão. Houve falhas e falhanços na defesa, no meio-campo e no ataque. O alarme tem de ser esse. Não vale a pena crucificar o Adán (que já nos deu muitos pontos!) e menos ainda o Rúben Amorim. Afinal, foi uma semana atípica porque corolário da inconsequente pré-época. O período de preparação da temporada foi feito com jogadores que já cá não estão. E esse, com o mercado a fechar e as equipas cada vez mais montadas, deve ser outro sinal de alarme.
Também não devemos trucidar, querer abater a Direcção. Não cometamos os erros do costume e que nos levaram ao desnorte de décadas, provocado pelo radicalismo de tudo exigir que se mude à primeira pesada derrota.
E digo isto criticando com veemência as faltas e falhanços a que assistimos na comunicação do clube, em concreto da equipa que mais nos faz vibrar no apoio ao nosso clube. Porque os mesmos denunciam aquilo que aparentemente surge como a primeira brecha num núcleo coeso entre Direcção e líder da equipa técnica que nos levou à conquista do tão desejado título de campeão nacional e que foi revelando um rumo claro, coerente e consequente.
E este é outro sinal de alarme.
Por fim, um apelo. Não nos deixemos tomar pela falta de esperança. São "apenas" 5 pontos de atraso para os rivais, mas ainda só decorreram três jornadas. Há muito campeonato pela frente. Não falhemos nós no apoio à equipa.
{ Blogue fundado em 2012. }
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