O melhor prognóstico
Parabéns ao leitor Luís Ferreira: só ele acertou no resultado do FC Porto-Sporting (1-1). Pontaria afinada.
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Parabéns ao leitor Luís Ferreira: só ele acertou no resultado do FC Porto-Sporting (1-1). Pontaria afinada.
Fresneda eufórico no estádio do Dragão: decorria o minuto 42, acabara de marcar ao Porto
Foto: José Coelho / EPA
Foi um clássico emotivo e empolgante, do primeiro ao último minuto. Um clássico com duas partes muito distintas. Na primeira com domínio do Sporting, que silenciou o público do Dragão aos 42', quando Fresneda a meteu lá dentro. Lateral dextro rematando de pé canhoto, como ponta-de-lança improvisado, sem marcação visível, com Quenda a servi-lo no mais belo lance individual do desafio.
Instalava-se o nervosismo nas bancadas portistas. Era caso para isso: o Sporting vencia ao intervalo, o Porto não conseguira melhor do que um remate de Eustáquio que embateu no ferro. Brinde de Gonçalo Inácio que podia ter-nos custado caro.
Vale a pena assinalar que este era um Sporting com remendos. Além das ausências de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, lesionados de longa duração, também não pudemos contar com Geny, igualmente lesionado. Enquanto Morita e Gyökeres, já recuperados mas longe da forma ideal, se sentavam no banco e de lá só saíram ao minuto 69.
Para agravar a questão, aos 23' ficámos com outro futebolista fora de combate: João Simões saiu em lágrimas, com lesão traumática, após choque violento com Eustáquio, oito minutos antes. Foi assistido, ainda tentou retomar a partida, mas não conseguiu. Teve de ser substituído à pressão por Debast, central direito adaptado a médio-centro.
Andamos assim: tapa-se de um lado, destapa-se de outro. Rui Borges continua a aparentar calma. Mas a tarefa dele está longe de ser fácil.
Tudo isto ajuda a explicar o motivo por que a nossa equipa se retraiu no segundo tempo, abandonou a intensa pressão ofensiva dos 45 minutos essenciais e começou a recuar linhas, talvez em excesso, concedendo iniciativa ao adversário.
O Porto, vendo-se a perder e sentindo os adeptos à beira de um ataque de nervos, atirou-se para a frente quase em desespero. Ao ponto de o novo treinador, Anselmi, ter desfeito a linha dos três centrais e ordenado aos jogadores para avançarem no terreno. A ausência de Gyökeres facilitou-lhes a tarefa. Harder é combativo, mas não ataca a profundidade com a mesma intensidade do craque sueco.
O técnico leonino esperou demasiado a mexer no onze, para além da alteração forçada do primeiro tempo. Percebeu-se porquê quando Viktor e Morita entraram, acusando falta de ritmo competitivo: nenhum deles esteve à altura do que já nos habituou. Mesmo assim o ponta-de-lança ofereceu o golo a Quenda aos 70', infelizmente sem resultado: bastou-lhe um minuto em campo para dar nas vistas. Mas o seu primeiro remate digno desse nome só aconteceu aos 90'+3: levava força, mas foi à figura. Diogo Costa defendeu sem dificuldade.
Entre os nossos postes brilhou Rui Silva, aos 68', voando para impedir um cabeceamento de Pepê. Acabaram-se as dúvidas: temos mesmo reforço na baliza.
Houve muita pressão nervosa nos minutos finais. O Sporting mostrava-se compacto e competente a defender, o Porto tentava explorar todas as vias de acesso à nossa baliza, destacando-se o jovem Rodrigo Mora, sem dúvida um talento equivalente ao nosso Quenda.
Aos 90' mantinha-se o 0-1. Que só se desfez quando faltava cumprir minuto e meio do tempo extra concedido pelo árbitro. Samu cruzou sem pressão, colocado em jogo por Diomande, e à boca da baliza surgiu Damaso - que Gonçalo Inácio deixou movimentar-se à vontade - metendo-a lá dentro. Rui Silva nada pôde fazer aqui.
Mas nos instantes seguintes poderia ter havido nova reviravolta. Com energia inesgotável, em novo lance individual, Quenda infiltrou-se na área portista e acabou derrubado por Zé Pedro em tacle deslizante. O defesa azul e branco tocou na bola, mas derrubou o jovem extremo leonino. Era lance para vídeo-árbitro, mas o VAR Tiago Martins não deu sinal de vida e João Pinheiro deixou passar.
Critério largo? Nem por isso. Logo a seguir "avermelhou" dois dos nossos. Matheus Reis com dois amarelos por protestos com escassos segundos de intervalo, algo pouco compreensível. E Diomande por ter encostado a cabeça a Fábio Vieira numa picardia entre ambos com o portista a atirar-se para o chão como se tivesse fractura exposta.
Maneira feia de terminar um clássico que teve lances bonitos. Mantemos oito pontos de vantagem sobre o Porto - que serão nove para eventuais efeitos de desempate. Mas Rui Borges tem a certeza antecipada de ter dois jogadores a menos no próximo desafio, contra o Arouca. E poderão ser três caso João Simões não recupere até lá.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (6) - Seguro na baliza, excepto num lance em que Samu o apanhou adiantado e quase marcava de chapéu. Enorme defesa aos 68'. Bom jogo de pés.
Fresneda (6) - Brilhou pelo segundo jogo consecutivo ao marcar novamente à ponta-de-lança. O golo valeu-nos um ponto. Quebrou fisicamente a partir dos 60'.
Diomande (5) - Esteve muito bem durante quase todo o jogo. Impôs-se na defesa, em diversos cortes. Claudicou no golo portista e viu um vermelho escusado a segundos do fim.
Gonçalo Inácio (4) - Exibição oscilante. Desconcentrado, entregou a bola aos 27': quase nos custou um golo. E deu margem de manobra para Namaso marcar aos 90'+4.
Maxi Araújo (6) - Articulou-se bem com Quenda no corredor esquerdo: teve ponto alto no lance do nosso golo, iniciado por ele. Bom corte aos 74'. Saiu esgotado.
Morten (7) - Pendular, como já nos habituou. É ele a controlar e pautar o nosso jogo, tanto ofensivo como defensivo. O primeiro remate com perigo, de cabeça, foi dele logo aos 4'.
João Simões (4) - Azarado. Estava a combinar bem com Morten no meio-campo quando se lesionou após choque com Eustáquio. Saiu em lágrimas.
Daniel Bragança (4). Muito apagado. Longe da influência no plano táctico e da robustez no plano físico que as suas movimentações como médio ofensivo exigem.
Trincão (6) - Tentou o golo aos 35': saiu ligeiramente ao lado. Construiu para Harder marcar, aos 52'. Foi o melhor que fez. Mas soube trabalhar para a equipa, à frente e atrás.
Quenda (8) - Lance de génio em progressão, sentando três portistas. Daí resultou o passe para golo. Podia ter marcado no último lance quando foi rasteirado na área. Melhor em campo.
Harder (5) - Fez o que pôde, mas foi insuficiente. Falhou o golo aos 52'. Esteve mais perto de marcar aos 57', após canto apontado por Quenda, mas também sem conseguir.
Debast (5) - Entrou aos 23', rendendo João Simões. Numa posição em que não está rotinado. Cumpriu os mínimos, sem brilho. Faltou-lhe dinâmica a complementar Morten.
Gyökeres (6) - Só saltou do banco aos 69', substituindo Harder. Mais acutilante, logo a seguir ofereceu golo a Quenda. Remate forte aos 90'+3. Derrubado por Djaló na área em lance duvidoso.
Morita (5) - Substituiu Bragança aos 69'. Contribuiu para fechar o corredor central, mas percebe-se que está longe do fulgor físico que evidenciava antes da lesão mais recente.
Matheus Reis (3) - Entrou aos 86, substituindo Maxi Araújo. Perdeu a cabeça nos instantes finais, protestando sem parar, o que lhe valeu dois amarelos e a expulsão. Fica fora do próximo jogo.
Gostei
De impor ao FC Porto um empate no Dragão. Quando faltava um minuto e meio para o apito final vencíamos por 1-0.
De ampliar a distância para a turma portista. Antes deste clássico tínhamos oito pontos de vantagem sobre o FCP, actual terceiro na classificação. Continuamos assim, mas na prática levamos agora nove pontos de avanço, pois no confronto directo eles ficam a perder connosco. Em Alvalade, vencemos 2-0. Lá, ontem à noite, registou-se empate (1-1). Resultado mais positivo para nós do que para os da freguesia da Campanhã, naturalmente.
De Quenda. Melhor em campo, confirmando-se como o grande desequilibrador da nossa equipa. Aos 42' protagonizou um lance genial, junto à linha esquerda, deixando sucessivamente para trás João Mário, Zé Pedro e Neuhén, impotentes para o travar. Foi à linha final e cruzou com precisão para a grande área, oferecendo a oportunidade que Fresneda não desperdiçou. Sempre envolvido no compromisso defensivo sem nunca desperdiçar uma oportunidade de contra-ataque. Podia ter marcado no minuto final: ia embalado para a baliza quando Zé Pedro o ceifou em zona proibida, ficando impune.
De Fresneda. Quando o nosso grande goleador não está, improvisa-se outro. Por vezes o mais inesperado. Pela segunda jornada consecutiva o jovem lateral espanhol faz a diferença passando de defesa direito a ponta-de-lança. Foi assim que apareceu na área aos 42', aproveitando da melhor maneira a oferta de Quenda. Remate sem preparação, de pé esquerdo, sem hipóteses para Diogo Costa. Assim fixou o resultado ao intervalo: 1-0. E até já se exprime num português quase fluente, como demonstrou nas declarações após o jogo. Confirma-se: deixou de ser peça descartável no plantel leonino.
De Morten. Parece estar em todo o lado. Incansável, infatigável. Toda a construção ofensiva passou por ele. Fundamental também no trabalho sem bola, controlando as operações no plano táctico como prolongamento do treinador em campo. Oportuníssimo corte aos 45'+5, notáveis recuperações aos 74' e aos 75'.
De Diomande até aos dois minutos finais. Impressionante, o seu domínio do terreno defensivo, sobretudo no jogo aéreo. Cortou tudo quanto havia para cortar numa alucinante sucessão de lances de elevado risco, sobretudo na segunda parte. Aos 54', 63', 82', 83', 89 e 90'+1.
De uma excelente defesa de Rui Silva. Teste aos seus reflexos entre os postes superado: aos 68' voou para a esquerda impedindo um cabeceamento de Pepê que levava selo de golo. São momentos como este que definem os grandes guarda-redes. No golo sofrido, nada podia fazer.
De ver seis portugueses no onze titular. Foram estes: Rui Silva, Gonçalo Inácio, João Simões, Trincão, Daniel Bragança e Quenda. Há quem considere isto irrelevante. Não é o meu caso, como adepto do Sporting Clube de Portugal.
De registar 51 pontos à 21.ª jornada. Superado outro obstáculo na rota do título. E na conquista do bicampeonato que nos foge há 74 anos.
De Rui Borges. Empate em terreno sempre difícil após três triunfos consecutivos - contra Rio Ave, Nacional e Farense. Continua sem conhecer o sabor da derrota em partidas do campeonato.
Não gostei
Do empate consentido quando só faltava minuto e meio para o fim do jogo. Dois erros individuais perturbaram a dinâmica colectiva, retirando-nos dois pontos que já pareciam garantidos. Algo que se costuma pagar caro em alta competição.
Da lesão de João Simões. Em cada jogo, perdemos um elemento do plantel. Desta vez foi logo aos 22': o jovem médio magoou-se seriamente num joelho em disputa de bola com Eustáquio. Ainda tentou prosseguir, mas três minutos depois sentou-se no chão, já em lágrimas: teve de ser substituído por Debast, central improvisado como médio de recurso. Não foi a mesma coisa.
Das ausências iniciais de Gyökeres e Morita. Ambos ainda sem condição física para jogarem 90 minutos. Começaram sentados no banco, de onde só saltaram aos 69'. Naturalmente sem a influência revelada noutros desafios
De Gonçalo Inácio. É um central muito acima da média, mas tem inexplicáveis lapsos de concentração nos momentos mais inoportunos. Ontem, aos 27', ofereceu a bola a Samu, o que nos ia custando um golo de Eustáquio: felizmente a bola foi ao ferro. Aos 90'+4, quase à boca da baliza, permitiu que Namaso se movimentasse livre de marcação no golo do empate.
De Harder. Não era a noite dele. Maxi Araújo ofereceu-lhe o golo aos 52', mas desaproveitou com um remate desajeitado, muito por cima. Cinco minutos depois, após pontapé de canto por Quenda, tentou dar o melhor caminho à bola em lance acrobático, sem conseguir. Teve estas duas hipóteses, sem concretizar nenhuma. Saiu aos 69', certamente frustrado.
De Diomande nos dois minutos finais. É ele a pôr Samu em linha na jogada do golo portista. Depois, na baliza contrária, descontrolou-se em absoluto quando já estava amarelado cedendo às provocações de Fábio Vieira. Recebeu o segundo amarelo, foi expulso e falha o jogo contra o Arouca. Tornando ainda mais difícil a vida a Rui Borges.
De Matheus Reis. Rendeu um esgotado Maxi Araújo aos 86'. Mais valia não ter entrado. Excedeu-se em protestos aos 90'+6, acabando expulso. Outra baixa no desafio contra o Arouca. E não pode sequer invocar a extrema joventude como atenuante: já tem 29 anos.
De terminar só com nove em campo. Como se não bastassem as lesões prolongadas de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, a lesão recente de Geny e a lesão de João Simões já no decurso do jogo, além de termos Morita e Gyökeres muito longe da melhor forma.
Da arbitragem. João Pinheiro abandonou o critério largo protagonizando um festival de cartões: começou por arbitrar "à inglesa", acabou por apitar à pior maneira tuga. O mais grave foi ter feito vista grossa a dois penáltis: um sobre Gyökeres, agarrado por Tiago Djaló em posição frontal à baliza, outro sobre Quenda, derrubado por Zé Pedro em lance que prometia golo. Culpas repartidas, em qualquer dos casos, com o vídeo-árbitro Tiago Martins. Um dos piores árbitros portugueses não se torna competente quando passa a VAR, longe disso - como estas situações comprovam.
Amanhã, às 20.15, vamos ao Dragão. Defrontar o clube que segue em terceiro no campeonato nacional de futebol. O mesmo clube que na primeira volta derrotámos em Alvalade por 2-0, com golos de Gyökeres e Geny.
O moçambicano estará ausente, por lesão, mas o sueco já recuperou: Rui Borges irá apostar nele como titular. Má notícia para o FC Porto, agora desfalcado de Nico González (vendido ao Manchester City) e Galeno (vendido ao Al-Ahli, da Arábia Saudita).
Na época passada empatámos lá 2-2: foi no final de Abril, quando estávamos muito próximos da conquista do título.
Como vai ser desta vez? Aguardo os vossos prognósticos.
Não é meu costume aqui perorar sobre o que se passa nas outras casas (leia-se clubes!), todavia o que se vai assistindo na cidade invicta leva-nos a pensar que mais tarde ou mais cedo a verdade mostra a sua face.
Muitos dirão que o actual problema nasceu com a saída recente de Jorge Nuno Pinto da Costa da presidência do clube. Eu ouso dizer que tudo começou… com a sua entrada!
Quarenta e dois anos à frente de um clube é obviamente tempo a mais. Criaram-se demasiados vícios, demasiadas relações duvidosas que se plasmam, entre muitas coisas, nas conclusões da mais recente auditoria que o actual Presidente achou por bem mandar fazer.
Os desmandos financeiros no FCPorto feitos na vigência da antiga direcção são quase pornográficos, e que se traduz em milhões de euros desviados e gastos em coisas menos desportivas.
Entretanto e durante muuuuuuuuuuuuuuuitos anos por aqui e por diversos lados os sportinguistas foram-se queixando dos métodos aparentemente pouco ou nada lícitos que o Porto usava para influenciar o poder futebolístico de forma a ganhar jogos e consequentes campeonatos. O próprio PdC ria-se das nossas queixas e dizia à boca cheia: desculpas de perdedores!
O pior nisto tudo foi a insensibilidade da Comunicação Social lusa perante os factos que se percebiam que cheiravam a esturro. Dava mesmo a sensação que se rebaixavam ao poder oriundo da Invicta. Algo que eu nunca percebi porquê...
Mais... A própria justiça assumia-se curiosa e criteriosamente impotente, sendo o processo Apito Dourado, quiçá, o último grande exemplo da forma como o FCPorto dominava o futebol em toda a linha e em todas as suas vertentes.
Hoje o clube da Invicta começa a pagar, com juros, os custos dessas estranhas influências e por aquilo que foi dado conhecimento não sei até onde o Porto poderá cair.
Cabe agora ao Ministério Público fazer o seu trabalho. Entretanto a justiça que seja célere e cega!
Uma nota final para André Vilas-Boas pela enormíssima coragem que tem tido em enfrentar todos estes problemas, sem ousar esconder seja o que for.
Há que lhe tirar o chapéu!
Parceria Quenda-Gyökeres está a funcionar: três golos em dois jogos seguidos
Gostei muito de Quenda, para mim o melhor de ontem, na meia-final da Taça da Liga contra o FC Porto que disputámos em Leiria. Confirma-se a sua vocação para estar no sítio certo à hora certa, e a sua colaboração bem-sucedida com Gyökeres. Ontem fez a terceira assistência em dois jogos consecutivos para o internacional sueco, no golo que nos valeu o acesso à final desta prova - a primeira final da carreira de Rui Borges. Aos 41' já tinha sido ele a municiar o ponta-de-lança para um forte remate cruzado que passou quase a roçar o poste esquerdo da baliza portista. E ainda foi dele um disparo fulminante que forçou Cláudio Ramos à defesa da noite, aos 45'+1. Sem a intervenção do guarda-redes portista teríamos saído para o intervalo já a vencer 1-0 - que acabou por ser o resultado final. Também gostei muito de ver Viktor manter a impressionante regularidade como artilheiro: foi dele o golo da vitória, aos 56', concluindo da melhor maneira um bom lance colectivo do Sporting. Quarto golo dele nestes escassos dias já decorridos de 2025 e o 31.º da temporada em curso. Um craque.
Gostei dos desempenhos de Fresneda (surpreendente escolha de Rui Borges como lateral direito no onze titular) e Maxi Araújo (primeiro como médio-ala e a partir do minuto 14 adaptado a lateral esquerdo). Fizeram ambos as melhores exibições que lhes vi de leão ao peito. O espanhol, que estará de saída, valorizou-se contra o FCP: adaptou-se muito bem à defesa a quatro, enfrentando com êxito Mora e Galeno, tendo também participado no processo ofensivo, com passes a queimar linhas - notável uma abertura para Gyökeres aos 45'. O uruguaio opôs-se sem temor a Martim Fernandes e envolveu-se bem na dinâmica colectiva, mesmo quando foi forçado a recuar devido à lesão de Matheus Reis. É de elementar justiça realçar também a actuação de Morita: enquanto teve fôlego (saiu aos 70') funcionou como pivô do meio-campo, acorrendo às dobras nos corredores laterais e colocando a bola sempre com precisão, rigor táctico e notável visão de jogo. É dele a recuperação que inicia o golo leonino.
Gostei pouco de ver alguns adeptos ainda cépticos quanto ao mérito de Rui Borges. Em três jogos, dois deles clássicos, levou de vencida Benfica e FC Porto: dificilmente haveria teste mais difícil para um novo treinador. E ainda foi empatar a Guimarães, onde tínhamos perdido no campeonato anterior. Tem um discurso sereno, pausado e claro. Atribui sempre o mérito aos jogadores, como compete a um técnico inteligente. Recuperou a alegria de jogar da equipa, que andou mais de um mês em parte incerta. Impôs a sua ideia de jogo, diferente da que vigorava com Ruben Amorim, e está a conseguir pô-la em prática com sucesso. Isso ficou bem visível na superioridade do Sporting em campo contra o FCP: mesmo quando concedemos a iniciativa ao adversário, tivemos a partida sempre controlada, nunca nos desorganizámos.
Não gostei da fraca réplica do FC Porto, num dos desempenhos mais fracos da temporada. Nenhum dos seus jogadores fez a diferença excepto Cláudio Ramos naquela defesa impossível ao tiro de Quenda, mesmo ao terminar a primeira parte. Em contrapartida, Israel quase não se viu forçado a intervir: a primeira defesa digna desse nome do nosso guarda-redes ocorreu só aos 90'+1, parando um remate rasteiro, sem grande perigo. No duelo dos goleadores, Gyökeres impôs-se a Samu: o avançado espanhol, sempre bem vigiado por Diomande, só apareceu no jogo para um remate que passou muito por cima da nossa baliza. Não por acaso, esta foi a segunda derrota consecutiva da turma ainda orientada por Vítor Bruno frente ao Sporting na temporada 2024/2025: há nove anos que não acontecia. E a quarta derrota que impusemos aos portistas noutras tantas meias-finais da Taça da Liga: costumam ter pouca sorte contra nós.
Não gostei nada da inesperada lesão muscular de Matheus Reis, que ficou impossibilitado de jogar logo aos 13', saindo no minuto seguinte. Outra baixa numa equipa que tem sofrido várias - incluindo algumas de longa duração, como as de Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Daniel Bragança. Também Morita já esteve de baixa clínica e ainda não recuperou a cem por cento. Felizmente Gonçalo Inácio está de volta: ontem voltou a sentar-se no banco, podendo calçar na final de sábado - contra o Benfica ou o Braga, que irão defrontar-se esta noite. Enquanto começa a ser preocupante a condição física de Trincão e Morten, muito apagados nesta meia-final: já acusam notório cansaço por serem dois dos mais utilizados desde o início da época.
Dois jogos muito complicados, dois testes superados. Parabéns, Rui Borges.
Acabamos de eliminar o FC Porto na meia-final da Taça da Liga. Bastou 1-0, golo de Gyökeres, para remetermos a turma portista para a borda do prato - a mesma equipa que já tinha sido eliminada da Taça de Portugal pelo Moreirense.
Nove dias depois de termos derrotado o Benfica em Alvalade, para o campeonato. No desafio de estreia do novo técnico à frente da nossa equipa.
Que diferença entre este ciclo do Sporting e o que antecedeu a chegada do actual treinador. Repito o que já escrevi: Rui Borges chegou com 44 dias de atraso. Mas ainda a tempo, cada vez estou mais convicto disto.
Mais logo, a partir das 19.45, defrontamos o FC Porto na meia-final da Taça da Liga.
Duas teses se confrontam na antevisão do nosso onze que entrará em campo. Rui Borges deve apostar nos melhores disponíveis, sem fazer poupanças, ou rodar meia equipa, dando oportunidades a quatro ou cinco jovens que costumam alinhar no Sporting B.
Qual é a vossa opinião?
Pepê teve ontem, no Dragão, uma bela atitude. Quando vencia apenas por 1-0, o brasileiro parou uma jogada de perigo, por ver que um colega de profissão caíra, com expressão de dor. É de assinalar. Sobretudo, ali.
Como um jogo da FNAT.
A Liga Europa é a FNAT do futebol actual, alegria no trabalho.
O Futebol Clube do Porto lá vai, cheio de alegria, mãos postas, Fátima, Futebol e Fado, sabe que, estatisticamente, está obrigado a vencer a Liga Europa, tem o melhor guarda-redes do mundo e um presidente, ex-treinador, que já a venceu.
O futebol passa muito por organização, foi, precisamente, nessa tarefa de organizar, de etiquetar que me deparei com estes dois recortes do Expresso e d' A Bola, os dois do ano passado.
Tudo muda, "não saio!", saiu, do campo, do FC Porto e do futebol, o outro que pensava que vinha para Portugal criar cavalos e lidar com burros, foi despedido, Artur Jorge, despediu-se do "trolha" e tem tudo para ser campeão brasileiro. Rúben foi e pode voltar a ser campeão, joga com os campeões e hoje à tarde vai assistir, tal como eu, ao jogo da FNAT, no sofá, com cerveja fresca e algo para trincar.
Exigência máxima quando é a sério, relaxar, alegria e riso quando podemos.
Clássico em Alvalade: vingámos a derrota na Supertaça, deixámos o FCP a três pontos e em desvantagem competitiva, saltámos para o comando isolado do campeonato.
Tudo graças à vitória caseira por 2-0, com golos de Gyökeres e Geny, a 31 de Agosto.
Vencedores desta ronda de prognósticos? Os leitores Carlos Estanislau Alves, Leão 79 e Manuel Oliveira. Previram a vitória leonina e mencionaram o craque sueco como marcador de um dos golos.
Menção honrosa para o leitor Diogo Cruz: antecipou Gyökeres e Geny como carrascos da turma azul e branca, faltando-lhe apenas prever o 2-0 final (falhou por pouco ao indicar 2-1).
Parabéns aos quatro.
Gyökeres, imparável, adianta-se como rei dos artilheiros: à quarta jornada, já marcou sete golos
Foto: Luís Branca / Lusa
Para quem tivesse dúvidas, repetiu-se a dose: no campeonato passado recebemos o FC Porto e eles voltaram para a cidade de origem com dois golos sofridos na bagagem, sem nenhum marcado. Desta vez - sábado passado, dia 31 - repetiu-se a dose.
Quer isto dizer que mesmo desfalcado de três habituais titulares da época passada - Coates, Adán, Paulinho - o Sporting mantém o equilibrio de base, agora num onze mais jovem e com processos de aprendizagem mais rápidos. A dinâmica acentuou--se, os automatismos ganharam consistência, o modelo de Rúben Amorim tem vindo a ser aperfeiçoado com vantagem para a equipa.
Um dos ajustamentos relaciona-se com o desempenho dos alas, agora cada vez mais envolvidos no processo ofensivo. A manobra defensiva, no essencial, é assegurada por dobras dos centrais e o recuo esporádico de um médio, neste caso Morita e Morten alternando na missão. Que foi bem-sucedida.
Se este repetido 2-0 final peca é apenas por ser escasso face à superioridade leonina no primeiro clássico da Liga 2024/2025.
Após o quarto de hora inicial, em que as equipas se mediam e os azuis-e-brancos adiantaram muito as suas linhas para pressionar a nossa habitual saída com a bola dominada, o Sporting passou a dominar sem discussão. Na baliza portista, Diogo Costa tinha instruções para esticar ao máximo o jogo, despejando bolas longas. Equívoco logo tornado transparente à medida que o guardião titular da selecção nacional acabava por entregá-las à nossa defesa. A gente agradecia - e partia para o ataque rápido, alternando corredores. Aos 20 minutos da partida já invadíamos o meio-campo adversário de forma consistente. A estratégia de Vítor Bruno para nos ensanduichar no espaço central interior, aproveitando o facto de ter mais um elemento nesse sector, estava condenada ao fracasso.
Amorim soube ler melhor o jogo.
O que mais impressiona neste Sporting rejuvenescido que sonha com o primeiro bicampeonato em 70 anos é a sua dinâmica colectiva. Os sectores inteligam-se, as linhas de passe abrem-se com naturalidade, o ataque ao portador da bola é quase obsessivo.
Gonçalo Inácio (23 anos), Eduardo Quaresma (22 anos) e Diomande (20 anos) parecem jogar juntos há muito tempo. Tão jovens e já com tanta maturidade competitiva: só pode ser pela qualidade do treino. Haver bom balneário ajuda muito: esta é uma equipa que se movimenta em campo com manifesta alegria e um companheirismo raras vezes visto.
Quem pensa que futebol é só "pontapé para a frente" e vê-los correr que nem galgos, está redondamente enganado.
Merece destaque especial o trio da frente. Com os interiores actuando em regra de pé trocado: o canhoto Trincão na meia-direita, o dextro Pedro Gonçalves no lado oposto. Ambos movimentando-se bem entre linhas, sem posições rígidas: deve ser um pesadelo marcar estes nossos jogadores, o recurso à falta torna-se uma tentação.
Foi assim, na conversão dum castigo máximo, que chegámos ao primeiro golo. Já estavam decorridos 71 minutos, ficara para trás um empate a zero ao intervalo que sabia a pouco. Marcador? O suspeito do costume, Viktor Gyökeres. Fazia todo o sentido, até porque fora ele a sofrer a falta, por Otávio: o internacional sueco passou pelo brasileiro como faca por manteiga. É um dos melhores avançados da história do Sporting, aliando a técnica à força e a inteligência táctica à robustez.
Já marcou sete vezes nas primeiras quatro jornadas do campeonato. Quer ultrapassar a marca da Liga anterior, quando se sagrou rei dos artilheiros, com 29 golos - deixando a larga distância o bracarense Banza, com 21.
Ninguém diria que foi operado ao joelho esquerdo apenas há três meses...
À medida que os portistas procuravam progredir no terreno, em busca do empate, desguarneciam as linhas recuadas. Com nula eficácia atacante: só criaram perigo duas vezes, atraves de Galeno, agora lateral esquerdo - o que diz muito da ineficácia ofensiva da equipa que deixámos a 18 pontos de distância no campeonato anterior.
Abriam-se novas oportunidades para o Sporting. Os mais de 46 mil espectadores presentes em Alvalade sentiam que o jogo não iria terminar com a vitória tangencial registada aos 90 minutos. O tempo extra iria ser aproveitado até ao último instante.
E assim foi. Aos 90'+3 Pedro Gonçalves tocou para Geny e o moçambicano partiu cheio de confiança, com ela dominada junto à linha direita para depois se chegar ao meio e daqui fuzilar as redes com o seu magnífico pé esquerdo. A bola voou, desenhando um arco para defesa impossível de Diogo Costa. Numa réplica do golaço que marcara ao Benfica a 6 de Abril - também em Alvalade, também no tempo extra, também em lance digno de levantar bancadas.
Assim seguimos no comando. Já isolados, à quarta ronda. Invictos: cada jogo, uma vitória. Com 14 marcados e apenas dois sofridos.
FC Porto segue três lugares abaixo. O irreconhecível Benfica, neste momento já sem treinador, na sétima posição e com menos cinco pontos.
O bicampeonato vai sendo construído, etapa após etapa. Estes jogadores insistem em ser felizes. E em tornar-nos felizes também.
Breve análise dos jogadores:
Vladan - Enfim, mostrou serviço: travou dois remates venenosos de Galeno, aos 41' e aos 60'. Menos bem a jogar com os pés.
Eduardo Quaresma - Com ocasionais lapsos, mas revelando a habitual entrega à luta. Nunca desiste dum lance. Exibe garra leonina.
Diomande - Nem parece ser tão jovem. Domínio no jogo aéreo, perfeita noção do espaço. Limpa tudo lá atrás. Atento às dobras dos companheiros.
Gonçalo Inácio - Talento inegável a defender: irrepreensível desarme a Iván Jaime (48'). E no passe longo, de que foi exemplo uma entrega a Gyökeres (50').
Quenda - Teve dois portistas a policiá-lo: Galeno e Pepê. Homenagem implícita ao mérito do talentoso ala direito, motivado e confiante.
Morten - Voltou de lesão, capitão da nau leonina. Útil, como sempre, no capítulo das recuperações (25', 28'). Isola Gyökeres com passe longo (69'): lance originou penálti.
Morita - Na casa das máquinas, ele é um operacional. No controlo do jogo, no passe preciso, na marcação ao adversário. Criando desequilibrios.
Geny - Ganhou o direito a ser titular. Tem alinhado à esquerda, mas mostra o seu melhor à direita. Assim foi, ao marcar o golo da confirmação (90'+3). Golaço.
Trincão - Activo na procura de espaço, abrindo linhas, baralhando marcações. Desta vez só esteve ausente dos golos. Podia ter marcado aos 17', 35' e 36'.
Pedro Gonçalves - Útil e criativo, como já nos habituou. Assistência para o golo de Geny. E vão três, em quatro rondas. Lidera a lista da Liga.
Gyökeres - Quatro jogos do campeonato, sete golos. Quer repetir a dose anterior, ou ampliá-la. Conquistou o penálti e converteu-o. Melhor em campo, de novo.
Matheus Reis - Rendeu Quenda aos 79', permitindo que Geny transitasse para o corredor direito. Reforçou a estabilidade da equipa.
Debast - Substituiu Eduardo Quaresma aos 79'. Exibe confiança. Neutralizou ataque portista aos 89'. Um corte que deu nas vistas aos 90'+2.
Daniel Bragança - Entrou aos 86', substituindo um fatigado Morten. Pouco tempo em campo, mas continua a ler bem o jogo, sempre de olhos na baliza.
Nuno Santos - Entrou aos 90', rendendo Trincão. Parece cada vez mais um extremo puro. Quase não teve tempo para se mostrar, mas ouviu muitos aplausos.
No jornal A Bola de ontem, o director-adjunto Alexandre Pereira escrevia o seguinte:
"E depois há o Sporting, algo que por vezes a contemporânea bicefalia Benfica-Porto parece esquecer. Sim, há de novo um terceiro player no futebol português, que esteve, e durante muitos anos seguidos, nas situações por que o Benfica e o Porto passam agora."
Há 10 anos, o nosso colega de blogue Francisco Melo escrevia isto:
"Um dos aspectos que, de há longa data, vem condicionando a competitividade do Sporting é o de não conseguir estabilizar as suas equipas, pois sempre que se destaca algum jogador, no ano seguinte já está a ser vendido. Ronaldo, Simão, Quaresma e Hugo Viana são exemplos paradigmáticos. Já FcPorto e Benfica vão aguentando, aguentando a corda até onde conseguem, os jogadores vão emprestando qualidade ao 11, e depois são vendidos por valores de fazer inveja."
Agora no Sporting não saiu nenhum titular que não fosse por "prémio de carreira", enquanto nos rivais lá se foram Rafa, João Neves, Marcos Leonardo, Taremi, Evanilson e Conceição, talvez Galeno.
Há 10 anos o futebol português era dominado por Benfica e Porto, que pela mão dos "Reis dos Leitões", LF Vieira e Pinto da Costa, distribuiam entre si tudo o que de mais ou menos legal havia para distribuir. As duas "nádegas" de que falava Bruno de Carvalho antes de se ir abrigar à sombra duma, uma das causas se não a principal para o triste fim que teve a sua presidência, incluindo a expulsão de sócio. Mas como o maior cego é aquele que não quer ver, parece que continuam amigos.
Frederico Varandas soube muito bem perceber o lugar do Sporting no futebol português, a correr por fora e a chamar os bois pelos nomes. Como chamou a Pinto da Costa, como chamou ao João Pinheiro.
Entretanto, os dois "reis" cairam estrondosamente da cadeira do poder, o "principezinho" Rui Costa do Benfica depressa encontrou o seu limite de (in)competência, já Villas-Boas ("príncipe" não é, mérito lhe seja dado) está a contas com uma cratera financeira que levará bom tempo a resolver, além de ter a "tropa" do "velho" à perna. Esteve muito bem em pedir 5M€ de indemnização aos arguidos do Pretoriano, mas espero que tenha resolvido a questão da segurança à porta de casa.
Na conferência de imprensa antes do jogo ouvi Rúben Amorim dizer que finalmente sentia o Sporting deixar de ter como favoritos os rivais no confronto directo. Agora sabem que mesmo no Dragão ou na Luz correm o sério risco de perder, e não entram em campo com a confiança de que basta não cometerem erros para saírem com a vitória.
Também a arbitragem APAF tem mais respeito pelo Sporting ou pelo menos sente mais dificuldade em viciar os resultados dos nossos jogos, coisa que os APAFs mais velhos convertidos em "especialistas", como o Duarte Gomes, têm muita dificuldade em aceitar. Ou o APAF "radical" Jorge Faustino da Sport TV que queria que o Catamo fosse expulso por causa da aliança no dedo na 1ª parte do clássico.
Os Sportinguistas estão a sentir isso, Alvalade e fora dele enche-se porque existe confiança na equipa, o bom futebol é garantido e a vitória no final é provável.
Eu sinto isso na pele. Em vez das bancadas desertas nos jogos fora de há tempos, como em Setúbal no tempo de Keizer, é cada vez mais difícil arranjar bilhete para esses jogos. Em poucos minutos os bilhetes esgotam no site, já não vou lá com comprar duas caixas de vinho na loja do V. Guimarães e receber de oferta um bilhete para a bancada central.
Enfim, este Sporting que agora temos, um Sporting forte e unido à volta da equipa de Amorim, mas também das equipas do Nuno Dias, da Mariana Cabral, do Ricardo Costa, do Luis Magalhães, e de todos os outros treinadores vencedores que dignificam o Sporting e que enchem o museu de taças.
É este Sporting que interessa fazer ainda mais forte e mais unido. Para isso importa ser crítico e vigilante, não apenas com quem manda mas com quem, como adepto, prejudica e envergonha o clube.
SL
Gostei
Da nossa vitória clara e concludente no clássico. Vencemos e convencemos. Com a mesma marca do campeonato anterior, que finalizámos 18 pontos acima deles, não deixando lugar a dúvidas: somos superiores ao FC Porto. Mesmo que alguns adeptos leoninos, reais ou fingidos, pareçam acreditar mais nos emblemas rivais do que no nosso - algo que nunca entenderei.
De termos anulado o ataque azul-e-branco. Pepê, Namaso, Iván Jaime: todos vulgarizados e neutralizados pela superioridade imposta nos nossos corredores. Ao longo de toda a partida o FCP só dispôs de duas oportunidades, ambas por Galeno, que actuou como ala defensivo: Vladan impôs-se entre os postes em ambas as ocasiões, aos 41' e aos 60'.
De ver tantos sportinguistas nas bancadas. Ainda há pouco a temporada oficial começou e na noite de sábado já tivemos estádio cheio em Alvalade: mais de 46 mil espectadores ali presentes para assistir a este Sporting-FC Porto. Tal como tinha havido corrida às camisolas e aos lugares de época. Sem euforias descabidas, mas também sem ridículas autoflagelações, há que dizer: vivemos um dos nossos melhores períodos de sempre. Há que aproveitar: são recordações que jamais se apagarão.
De Gyökeres. É uma máquina de jogar e de marcar golos: leva tudo à frente. De Leão ao peito, acaba de apontar o quarto aos portistas. Segue isolado no comando da lista de artilheiros da Liga 2024/2025, com sete já na sua conta pessoal. O sétimo aconteceu neste clássico de Alvalade - foi o que desbloqueou o jogo, de penálti, aos 72'. Castigo máximo conquistado também por ele, num duelo vitorioso com Otávio, com o brasileiro forçado a recorrer à falta para o travar. O craque sueco esteve envolvido em seis das sete oportunidades de golo do Sporting, o que diz quase tudo sobre o seu mérito. Numa dessas oportunidades, aos 52', só não marcou porque Alan Varela a tirou já na linha de golo, com Diogo Costa fora de combate. Melhor em campo, para não variar.
De Pedro Gonçalves. Compõe parceria perfeita com Gyökeres: parece que actuam juntos há anos, já jogam de olhos fechados. O nosso n.º 8 em envolvimento constante entre linhas, baralhando marcações adversárias, criando desequilíbrios. Irrequieto, criativo, determinante na manobra colectiva a explorar espaços interiores. Sempre em jogo, tenha ou não tenha bola. E soma mais uma assistência: foi dele o passe para o segundo golo.
Do golo de Geny. Sentenciou a partida, fixando o resultado (2-0, vitória verde e branca neste clássico) aos 90''+3. Golaço que fez levantar o estádio e pôs fim à incompreensível ansiedade dos adeptos que esperam sempre o pior, nunca o melhor. Candidato desde já a golo do mês, no seu característico movimento de pegar nela no corredor direito e transportá-la para o meio onde lhe aplica o pontapé-canhão, em arco, como já fizera ao Benfica no campeonato anterior. Gosta de marcar aos chamados "grandes", confirma-se. E é mais útil a alinhar na ala direita, como ficou demonstrado ao mudar de corredor, aos 79', com a saída de Quenda.
Do regresso de Morten. O capitão voltou após lesão que o forçou a parar três semanas. Está longe da forma ideal, mas já demonstrou a sua utilidade. No capítulo das recuperações (cumpriu com brilho aos 25' e 28'), no passe em profundidade (38') e até no passe com selo de golo (foi ele a desmarcar Gyökeres aos 69', no lance que culminaria na grande penalidade).
Da importância deste triunfo. Graças a ele, assumimos o comando isolado da Liga: continuamos invictos, à quarta jornada. Agora com mais três pontos do que o FCP e mais cinco do que o Benfica. Quebrámos a invencibilidade neste campeonato da turma portista, que ainda não sofrera qualquer golo na prova. Evidenciámos jogo colectivo próximo da perfeição. E vingamos o fortuito desafio da Supertaça, perdido à tangente sem ter havido superioridade azul-e-branca em campo.
Da arbitragem. Nota muito positiva para Luís Godinho: apitou sem excessivo protagonismo, deixou jogar, desencorajou as queixinhas do costume, não vacilou nos momentos decisivos -- desde logo o penálti contra o FC Porto de que nasceu o nosso primeiro golo. Algo está a mudar na arbitragem portuguesa. Para melhor. Coincidindo com o abandono de Artur Soares Dias.
Do nosso segundo jogo consecutivo sem sofrer golos. Vale a pena registar. Por ser um dos aspectos que à partida suscitavam mais dúvidas quanto ao desempenho deste Sporting 2024/2025.
De ver o Sporting marcar há 46 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
De termos disputado 25 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 14 triunfos nas últimas 15 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.
Da nossa 19.ª vitória consecutiva em Alvalade. Todo o campeonato anterior, mais duas rondas da Liga 2024/2025. Há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante. Saldo destas 19 partidas em golos: 62 marcados e apenas 12 sofridos.
De continuar a ver o Sporting sem perder em casa. Acontece há ano e meio, desde Fevereiro de 2023, quando o FCP nos venceu então. Não voltou a acontecer. São já 26 partidas sem derrotas para o campeonato no Estádio José Alvalade.
Não gostei
Do zero-a-zero ao intervalo. Resultado que não traduzia, de todo, o que havia ficado demonstrado em campo, com clara superioridade leonina.
Das oportunidades desperdiçadas. Trincão esteve à beira de marcar aos 17', com assistência superior de Pedro Gonçalves. Aos 35' e aos 36', rematou desenquadrado em boa posição. Aos 40', Diogo Costa negou o golo ao nosso n.º 8. Aos 52', foi Varela a fazer de guarda-redes impedindo o craque sueco de marcar. O resultado só pecou por escasso.
De esperar 72 minutos pelo nosso primeiro golo. Já havia sinais de impaciência em Alvalade, nomeadamente em duas más reposições de bola de Vladan. Esta nossa equipa não merece, de todo, tanto nervosismo dos adeptos. Pelo contrário, merece que confiemos nela. Do princípio ao fim.
Superioridade evidente do Sporting a todos os níveis ontem em Alvalade num jogo sem casos nem "caldeiradas". O resultado apenas pecou por escasso face ao número de ocasiões claras de golo de que dispusemos relativamente ao adversário.
O Sporting não entrou bem, muito por culpa dos defesas dos lados, Inácio e Quaresma, que demoravam eternidades a dar sequência ao jogo. O Fc Porto foi ganhando confiança na pressão e até ameaçou com um remate frontal lá pelos 15 minutos, felizmente interceptado. Felizmente que não era o João Neves que lá estava, este baixinho dá bem mais porrada mas joga bem menos. Mas tem escola, lá conseguiu cavar um pouco mais tarde um amarelo ao Catamo.
Depois disso, tocou a reunir e só deu Sporting. Bola a circular, os médios enfim a ter jogo, o futebol do Sporting que vimos no início desta temporada. O Fc Porto em 5-4-1 tentava controlar os danos, Varela sacrificou-se numa arrancada de Trincão e as oportunidades de golo para o Sporting foram acontecendo. E Trincão desperdiçando.
O nulo ao intervalo deixava uma nuvem de inquietude em Alvalade. Quem não marca, sofre.
Na segunda parte o adversário voltou a entrar bem, mas o jogo começou a ficar mais partido pelo desgaste de ambos os lados, o espaço aumentou e Gyokeres... aproveitou.
Houve muito azar pelo caminho para ser preciso aquele remate de Catamo para chegar ao 2-0.
Assim seguimos na liderança com 12 pontos, o Fc Porto a 3 e o Benfica a 5. Estes últimos já despediram o treinador, agora só têm de devolver à procedência o autocarro de pernas de pau que eles tinham escolhido, mas cheira-me que este "traidor" Bruno não vá durar muito lá pelo Dragão com a coligação Pinto da Costa/Madureira/Conceição à perna. Bem pensado, esta do Galeno a defesa esquerdo, o homem tem qualidades e merece ser apoiado.
Melhor em campo? O sueco, obviamente. Diomande falhou dois passes longos mas esteve imperial a defender. Catamo e Quenda mais uma vez muito bem nas alas. Morita melhor do que o Hjulmand. Quaresma, Inácio e Trincão os piores. Kovacevic até defendeu bem mas borrou a pintura com os passes longos falhos de precisão.
Arbitragem? Deixou jogar e não inclinou o relvado.
E agora? Ainda a procissão vai no adro... E vem aí a Champions.
SL
Primeiro clássico da temporada. É amanhã, às 20.30, em Alvalade.
Recebemos o FC Porto nesta jornada 4. Que para nós pode ser uma das mais importantes, talvez mesmo decisiva.
No campeonato anterior, vencemos 2-0. Golos dos suspeitos do costume: Viktor Gyökeres e Pedro Gonçalves. Sem espinhas.
Como será desta vez? Aguardo os vossos prognósticos.
Nestas alturas há quem arranje desculpas para tudo.
Após sofrermos uma das mais inexplicáveis derrotas deste século, quando vencíamos por 3-0 aos 24', moralizando assim muito um adversário directo, logo apareceram diversas justificações para tão duro desaire numa final.
Algumas tão mirabolantes que nem é possível encontrar réplica racional para elas.
Mas uma das que merecem ponderação aponta para a extrema juventude e inexperiência dos nossos jogadores, confrontados com os rivais.
Não me parece que este argumento seja válido.
Fui fazer as contas, registando as idades dos jogadores que integraram os onze iniciais do Sporting e do FC Porto.
Lamento contrariar os arautos de tal teoria, mas as idades - em termos médios - são muito aproximadas: 24,5 para os portistas, 23,6 para os nossos jogadores.
Haverá uma diferença assim tão decisiva entre os dois plantéis que compareceram nesta Supertaça?
Claro que não.
Vejamos.
Quais os três jogadores portistas mais jovens deste onze inicial na Supertaça disputada no estádio municipal de Aveiro?
Martim Fernandes, 18 anos.
Otávio Ataíde, 22 anos.
Nico González, 22 anos.
E o mais velho?
Grujic, 28 anos.
Vejamos agora, para comparar.
Quais os três jogadores leoninos mais jovens deste onze inicial numa partida que perdemos por 3-4?
Quenda, 17 anos.
Debast, 20 anos.
Eduardo Quaresma, 22 anos.
E o mais velho?
Morita, 29 anos.
Arranjem outra desculpa, meus amigos. Essa não serve.
De férias por terras da Galiza e com uma agenda ocupada, nem até agora vi o jogo nem sequer os lances capitais, e a verdade é que a vontade não é muita.
Fiquei-me pela A Bola que fui comprar a Monção e aquilo que aqui fui lendo.
A conclusão que tiro é que a festa do Marquês fez mal a muita gente. Em vez de focar e motivar para novas conquistas, serviu para cada um fazer contas à sua vida. E depois da festa foram duas derrotas estúpidas pelas decisões erradas de Rúben Amorim e dos jogadores contra uma equipa inferior ainda que ajudada pelos apitadores Apaf e pela escumalha das tochas.
Do que li parece que houve Sporting enquanto houve Hjulmand e Morita, ou seja 60 minutos. Depois, muito pouco ou quase nada. Sem motor o carro não anda.
Parece também que na defesa Debast falhou em toda a linha no meio com Diomande no banco.
Com tudo isto o onze final do Sporting com Quaresma, Catamo, Bragança, Mateus, Edwards, Rodrigo Ribeiro e Fresneda era pouco mais que inofensivo mas o Mateus ainda conseguiu a meias com Kovacevic oferecer o golo da vitória ao adversário.
Enfim. Se perder por 3-4 depois de estar a ganhar por 3-0 com este adversário é péssimo, a gestão do plantel post Coates é tipo kamikaze. Daqui a nada estamos a disputar a Champions com a equipa B. Não dá...
Os ataques ganham jogos, as defesas campeonatos. Com uma defesa sem patrão, dois extremos nas alas que não defendem e dois médios que duram 60 minutos, não vamos a lado nenhum.
Vamos ver o que nos traz o arranque do campeonato.
SL
Quenda marcou um grande golo na estreia como jogador da equipa principal do Sporting
Foto: Estela Silva / Lusa
Nunca tinha visto um jogo assim. Montanha-russa em que o Sporting parecia embalado para a glória quando se havia cumprido apenas meia hora da partida contra o FC Porto nesta Supertaça que opôs o campeão nacional (nós) ao vencedor da Taça de Portugal (eles). Fomos do cume ao precipício numa das mais desastradas segundas partes de que me recordo. Estávamos a vencer por 3-0 aos 24', chegámos ao intervalo com um resultado muito confortável (3-1) e em dois minutos fatais (64' e 66'), quando eles já tinham refrescado a equipa e nós ainda não, deixámo-nos empatar. No prolongamento, a estocada final: um golaço de Ivan Jaime sentenciou a partida, deu a primeira Supertaça conquistada pela turma portista contra nós e mergulhou a nação leonina na estupefacção.
Como foi possível tão desastrada reviravolta?
As culpas devem ser apontadas, sem negarmos as evidências. E distribuídas. Desde logo incluindo o treinador: Rúben Amorim (sabemos agora) escalou mal o onze, ao apostar tudo no estreante Debast, que esteve muito longe de corresponder, enquanto deixava Diomande no banco para o importante posto de sucessor de Coates. E é duvidosa a sua confiança cega no recém-chegado Vladan, sentando no banco Israel, guarda-redes internacional pelo Uruguai que tão boas provas deu no terço final da época passada.
Mas houve também responsabilidades directas de jogadores. Começando pelos dois já mencionados. O jovem central belga, numa rosca disparatada, ofereceu de bandeja o primeiro golo à equipa que estreava Vítor Bruno como técnico principal. Podia ter feito muito melhor nos dois golos que sofremos na segunda parte, falhando cortes na grande área. E o guardião é muito mal batido no lance decisivo, o último, já no prolongamento: mal posicionado, muito para além da linha de golo, confiou no seu golpe de vista e... falhou.
Estrondosamente batido, enquanto os adeptos portistas explodiam em júbilo.
Claro que a história do jogo poderia ter sido bem diferente.
Aos 6', Gonçalo Inácio superou os centrais adversários no jogo aéreo, cabeceando com sucesso para as redes rivais. Aos 10', uma extraordinária arrancada de Gyökeres na ala esquerda foi coroada com um cruzamento recuado para Pedro Gonçalves a meter lá dentro. Aos 24', o momento áureo para as nossas cores: outro excelente trabalho do craque sueco na meia-esquerda com a bola a sobrar para o estreante Quenda, num remate acrobático de primeira, ampliar a vantagem. Que já parecia insuperável.
Mas não era.
Houve excesso de euforia, no campo e nas bancadas. Com arremesso de múltiplas tochas do sector do estádio municipal de Aveiro onde anteontem se concentravam as claques leoninas - uma das quais quase acertou em Vladan. Gestos que justificam severa punição da justiça desportiva.
Estes idiotas fizeram a festa cedo de mais.
De algum modo contagiaram os nossos jogadores. Que passaram a actuar com alguma sobranceria, roçando por vezes a displicência. Percebia-se que já consideravam favas contadas aquela Supertaça que nos foge há três anos.
Estavam enganados. Menosprezaram o rival. Mesmo com um onze muito recauchutado e ausência de pedras nucleares da época passada (Pepe, Taremi, Evanilson, Wendell, Pepê, Francisco Conceição) a turma portista nunca deve ser desvalorizada.
Assim perdemos o primeiro troféu da época - por absurdo excesso de confiança, precisamente com o pensamento (profundamente errado), já expresso por alguns leitores do És a Nossa Fé, que este é «o pior FC Porto dos últimos 50 anos».
Não é. Como se viu.
Fica a lição. Para todos - incluindo nós, adeptos.
Mas sobretudo para os jogadores. E antes de mais ninguém para Rúben Amorim. Todas as cautelas são poucas, o plantel tem ainda carências: falta-nos um ala e um avançado, a poucos dias de começar o campeonato.
Uma andorinha não faz a Primavera. Uma derrota no primeiro jogo oficial da temporada não a condena ao fracasso, longe disso.
Eu acredito, claro.
Mas também não sou daqueles que transformam derrotas em "vitórias morais", tapando o sol com a peneira. Não contem nunca comigo para isso. Esta derrota aconteceu no sábado, hoje é segunda-feira e ainda me sinto incrédulo.
Como foi possível termos derrapado tanto quando havíamos conseguido o mais difícil?
Breve análise dos jogadores:
Vladan - Incapaz de travar o primeiro golo, que o apanhou desposicionado, falha por completo a abordagem no quarto (101'). Estreia infeliz, apesar da grande defesa que fez aos 87'.
Eduardo Quaresma - Cumpriu no essencial, sempre muito combativo. Passou a central à esquerda depois de Gonçalo sair. Aos 72' viu o cartão amarelo por protestos: é a nova regra.
Debast - Prestação calamitosa na estreia, como "sucessor" de Coates. Logo aos 4', quase fez uma assistência para o FCP. E aos 28' assistiu mesmo. Galeno deve-lhe a construção deste golo.
Gonçalo Inácio - Substituiu Coates no domínio do jogo aéreo ofensivo ao marcar de modo exemplar o primeiro golo, de cabeça, após um canto. Tentou repetir aos 90'+2, sem sucesso.
Quenda - Marcou um golo fantástico nesta estreia na equipa principal do Sporting só com 17 anos. Aos 42', ofereceu outro a Pedro Gonçalves, desperdiçado. O melhor Leão.
Morten - Sem o brilhantismo a que nos habituou na época anterior. Agora como capitão da equipa, pareceu nervoso e sem capacidade para desequilibrar.
Morita - Recuou para missões defensivas enquanto não lhe faltou o fôlego. Aos 86' ainda fez um corte precioso após canto portista. Não foi por ele que a equipa quebrou.
Geny - Sem Nuno Santos nem Matheus Reis, o treinador confiou-lhe a ala esquerda. E ele cumpriu a sua parte. Excelentes centros a servir Gyökeres (16' e 54') e Quenda (112').
Trincão - Rúben Amorim recomendou-lhe que jogasse mais perto de Gyökeres, como segundo avançado. Mas a parceria, manifestamente, não resultou. Muito apagado.
Pedro Gonçalves - Útil, no seu estilo inconfundível: por vezes não se dá por ele. Fez a assistência para o primeiro golo e marcou o segundo, num remate bem colocado.
Gyökeres - Locomotiva até ao intervalo. É ele quem fabrica os dois primeiros golos, assistindo Pedro Gonçalves e Quenda. Podia ter marcado aos 16'. Quebrou fisicamente na segunda parte.
Edwards - Substituiu Trincão aos 83'. Conduziu bem um ataque rápido aos 96'. Sacou um livre aos 99'. Quase mais nada fez.
Daniel Bragança - Entrou aos 89', rendendo Morita. Demasiado discreto: nunca foi o médio ofensivo que aquele período do jogo exigia. Rematou ao lado (118').
Diomande - Tardiamente chamado a render Debast, só aos 90'+1, revelou alguma intranquilidade. A defesa melhorou, mas não muito.
Mateus Fernandes - Entrou aos 101' (saindo Pedro Gonçalves) e logo a seguir viu a bola tocar nele antes de entrar, selando o resultado. Um azar que não merecia.
Fresneda - Substituiu Gonçalo Inácio aos 101', alinhando como central à direita. Nervoso, trapalhão. Deixou a bola sair pela linha de fundo, incapaz de a dominar (120').
Rodrigo Ribeiro - Quase em desespero, Amorim mandou-o entrar, saindo Morten. Ao minuto 103. Ele queria a bola, mas quase nunca a recebeu.
Gyökeres, com dois passes para golo: esforço do craque sueco foi insuficiente para vencer
À quinta tentativa, o FC Porto conseguiu: venceu esta noite o Sporting, conquistando a Supertaça no estádio municipal de Aveiro.
Primeira vitória oficial de Vítor Bruno, novo técnico portista.
Vista do nosso lado, é uma derrota que soa a pesadelo. Chegámos a vencer por 3-0 e deixámos que o FCP conseguisse a reviravolta, triunfando por 4-3 no prolongamento.
Marcámos o primeiro logo aos 6', por Gonçalo Inácio.
O segundo surgiu aos 9', por Pedro Gonçalves.
O terceiro - fantástico golo - aconteceu aos 24', pelo jovem Quenda, em estreia simultânea como titular e artilheiro da equipa principal. Merece elogio, tal como Gyökeres: o sueco não marcou, mas fez duas assistências.
Aos 28', Galeno reduziu. Fixando o resultado ao intervalo: 3-1.
E depois? Acentuou-se o naufrágio defensivo do onze leonino, que se estreia da pior maneira na temporada oficial 2024/2025. Sofremos dois outros golos, aos 64' e aos 66'. Aos 101', consumou-se o descalabro.
Com o nosso treinador inexplicavelmente passivo. Rúben Amorim só se dignou fazer a primeira substituição aos 83': mandou sair Trincão, mandou entrar Edwards. Mera troca posicional, que nada alterou para melhor.
Alinhámos com dois reforços: Vladan e Debast. Nenhum deles me convenceu. O quase-desaparecido Fresneda, desta vez em campo nos 20 minutos finais, continua sem demonstrar qualidade para integrar o plantel leonino.
Passámos do oitenta para o oito. Nunca tinha visto nada semelhante num desafio desta relevância, que garantiu o primeiro troféu da época. Vai para o museu do Dragão.
Resumo tudo nestas duas palavras: absolutamente inaceitável.
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